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9788579000720 www.segmentofarma.com.br (Falta cód igo) C o o r d e n a d o r e s M i l t o n C a l d e i r a F i l h o G l a u c o A d r i e n o W e s t p h a l Medicina Intensiva Manual Prático de 10a edição – 2013 9788579000720 www.segmentofarma.com.br (Falta cód igo) C o o r d e n a d o r e s M i l t o n C a l d e i r a F i l h o G l a u c o A d r i e n o W e s t p h a l Medicina Intensiva Manual Prático de 10a edição – 2013 9788579000720 www.segmentofarma.com.br (Falta cód igo) C o o r d e n a d o r e s M i l t o n C a l d e i r a F i l h o G l a u c o A d r i e n o W e s t p h a l Medicina Intensiva Manual Prático de 10a edição – 2013 9788579000720 www.segmentofarma.com.br (Falta cód igo) C o o r d e n a d o r e s M i l t o n C a l d e i r a F i l h o G l a u c o A d r i e n o W e s t p h a l Medicina Intensiva Manual Prático de 10a edição – 2013 9788579000720 www.segmentofarma.com.br (Falta cód igo) C o o r d e n a d o r e s M i l t o n C a l d e i r a F i l h o G l a u c o A d r i e n o W e s t p h a l Medicina Intensiva Manual Prático de 10a edição – 2013 Apoio: 10a edição – 2013 Apoio: Medicina Intensiva C o o r d e n a d o r e s M i l t o n C a l d e i r a F i l h o G l a u c o A d r i e n o W e s t p h a l Manual Prático de IIIIII Manual Prático de Medicina Intensiva Copyright© 2013 – Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. Todos os direitos desta edição reservados à Segmento Farma Editores Ltda. Rua Anseriz, 27, Campo Belo, CEP 04618-050 – São Paulo, SP. Fone: 11 3093-3300 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PubLICAÇÃO (CIP) M294 Manual prático de medicina intensiva / Coordenadores Milton Caldeira Filho, Glauco Adrieno Westphal. – 10.ed. – São Paulo: Segmento Farma, 2013. 488 p. ; il. ISBN 978-85-7900-072-0 Vários autores Inclui bibliografia. 1. Tratamento intensivo. 2. Cuidados intensivos. 3. Cuidados críticos. I. Caldeira Filho, Milton, coord. II. Westphal, Glauco Adrieno, coord. CDD 616.028 Índices para catálogo sistemático 1. Tratamento intensivo 616.028 2. Cuidados intensivos 616.028 3. Cuidados críticos 616.028 IVIV Mensagem dos autores É com grata satisfação que assistimos à receptividade do Manual Prático de Medicina Intensiva. Nossa intenção não é esgotar os assuntos discutidos, mas contribuir com a prática da Medicina Inten- siva por meio de um material atualizado e ágil. Este manual é elaborado de forma aberta, portanto todos os interessados podem participar. Pedimos a colaboração com o envio de tópicos que ainda não foram discutidos, atentando para a estrutura editorial de tabelas e fluxogramas, a fim de serem acrescentados à próxima edição. Agradecemos a todos os autores e à Segmento Farma Editores, pela dedicação e incentivo. Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal miltoncaldeira@globo.com glauco.w@brturbo.com.br Nota dos autores A Medicina Intensiva está sempre em transformação. Conforme novas pesquisas e experiências clínicas ampliam nosso conhecimento, podem se tornar necessárias alterações no tratamento ou na terapia me- dicamentosa. Os leitores são aconselhados a conferir as informações fornecidas pelos fabricantes sobre os produtos constantes deste manual, verificando a dose recomendada, o modo de administração e as contraindicações. Com base em evidências científicas, na experiência pessoal e no conhecimento do pa- ciente, é atribuição do médico determinar o melhor tratamento para cada paciente. A responsabilidade por eventuais prejuízos e/ou lesões a pessoas ou propriedades, a partir de qualquer atitude médica, é do profissional que a tomou. VV “Uma mão na roda”! Escrever livros não é tarefa para muitos. É trabalhoso. É demorado. É ardiloso – escrever, ler, escrever novamente e ler novamente! Há que se justificar como obra! Ter valor próprio! Escrever livros de Medicina – armadilha pura! Em nossas vidas de hoje, quase um motivo de separação, ou não?! Contar com colegas nesse desafio: um corpo a corpo difícil. Prazos! Temas! Atualização! Refe- rências! E a língua portuguesa não é fácil, mesmo em textos técnicos! O que dizer então quando dois colegas – Milton Caldeira e Glauco Westphal – lideram um novo livro em Medicina Intensiva que é, ao mesmo tempo, compacto e abrangente?! Prático, atualizado e otimamente ancorado em referências de primeira! Será que precisaríamos de algo assim?! Algo que me responda de forma rápida, atual e segura, o que pensar diante de determinada situação clínica?! Que me ofereça alternativas diagnósticas, alternativas terapêuticas?! O que e como fazer para superar dificuldades à beira do leito?! Drogas, doses, dicas, riscos, normativas! E os temas interessam?! Coma e morte encefálica? Têm! Choque? Tem! Ventilação e desmame? Têm! Sedação e analgesia? Têm! Infecção e antibioticoterapia? Têm! Escores, paradigmas hemodi- nâmicos e fisiológicos em geral? Têm! Fórmulas das quais não me lembro, nem sei onde estariam? Têm! Equilíbrios ácido-básico e metabólico? Têm! Inflamação? Cascata da coagulação? Têm! Sín- dromes coronarianas agudas? Também têm! E tem muito mais! É claro que poderá ser aperfeiçoado em futuras edições, mas estou certo de que já é um sucesso editorial com lugar certo na pasta, no bolso ou na mesa de prescrição de nossas unidades. Lá, onde enfrentamos o dia a dia do saber e do questionar-se; do ver, acolher e envolver-se com o paciente gravemente enfermo, seus familiares, nossas equipes de cuidados intensivos e nossas dúvidas. É lá, na madrugada, quando é preciso agir e avançar! Aí, bem aí nesse momento, vamos lembrar que este texto é mesmo uma “mão na roda”! Aos autores e coautores, parabéns! Essa é e tem sido a riqueza da Medicina Intensiva brasileira: no- vos e melhores intensivistas estão chegando e chegando para ficar! E têm, cada vez mais, o que dizer! Sejam bem-vindos! Boa leitura. Com um abraço, Jairo Othero Prefácio à 1a edição VIVI Vida longa Fico muito feliz em ter sido convidado para escrever o prefácio da 9a edição deste manual. Essa é uma das vantagens de ser o atual presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira: aparecem convites para todo tipo de solenidade, reuniões e convites como este. É importante que se conheça bem sobre o assunto a escrever. Como intensivista e com 20 anos de formado, me sinto relativamente confortável para dar opinião sobre determinado tema da minha especialidade, mas gostaria de dizer que o Manual Prático de Medicina Intensiva eu conheço bem! Tenho até hoje de recordação o manual da primeira edição. Em uma época em que o aces- so à internet e a livros-textos não era tão fácil no plantão, o manual no bolso do jaleco foi a principal ferramenta para consultar as decisões na beira do leito. Ao longo do tempo, pude comprovar as muitas modificações que aconteceram, desde atualizações até inclusões de no- vos capítulos. O que chamava a atenção não era apenas a formatação moderna dos textos e algoritmos coloridos mas também a qualidade do que estava escrito e a importante participação dos coautores em cada nova publicação. Havia sido encontrado uma forma de levar informação e conhecimento para todos os interessados em medicina intensiva, do estudante de medicina, plantonista, diarista até o coordenador da UTI. A cada ano, eu e muitos outros sempre aguarda- mos uma nova publicação. Para isso, Milton e Glauco fazem uma dupla perfeita. Conseguem com competência escolher temas relevantes, escrever com simplicidade, agregar e manter um time invejável de colegas. Vida longa para o Manual Prático de Medicina Intensiva e que venha a 10a edição!!! José Mário Meira Teles Presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira Prefácio VIIVII Autores e colaboradores Alessandro Farias • Médico infectologista do Hospital Português, Salvador, Bahia. Alexandre Luiz Longo •Especialista em Neurologia pela Sociedade Brasileira de Neurologia. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Joinville (Univille)/SC. Amilton Carniel Guimarães • Médico do Hospital de Caridade Irmandade Senhor Jesus dos Passos, Floria- nópolis/SC. Especialista em Medicina Interna e Gastroenterologia. Ana Carolina Dalmônico • Médica residente do Programa de Residência Médica (PRM) de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ana Carolina Peçanha Antônio • Mestre em Ciências de Reabilitação pela UFCSPA. Médica Intensivista do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre. Anderson Ricardo Roman Gonçalves • Doutor em Nefrologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Médico intensivista pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). Professor das disciplinas de Fisiologia e Nefrologia da Faculdade de Medicina da Univille. Durval Gonçalves Rosa Neto • Responsável pelo Serviço de Endoscopia do Hospital Português, Salvador/BA. Eliézer Silva • Gerente Médico do Departamento de Pacientes Graves - Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-doutoramento pela Universidade do Colorado (EUA). Livre-docente pela Universidade de São Paulo. Fundador e atual vice-presidente do Instituto Latino Americano de Sepse. Diretor Científico da Sociedade Paulista de Terapia Intensiva. MBA Executivo em Gestão em Saúde – Insper SP Fabiano Schwingel • Especialista em Pneumologia pela Sociedade Brasileira de Pneumologia. Professor da disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Univille. Preceptor do PRM em Clínica Médica do Hospital Municipal São José (HMSJ), Joinville/SC, e do HRHDS. Felipe Paludo Salles • Médico residente do PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. Felipe Pfuetzenreiter • Especialista em Medicina Intensiva pelo Programa de Residência Médica (PRM) de Medicina Intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela AMIB. Fellowship em Cuidados Paliatibos pela Universidade de Alberta, Canadá. Coordenador do Grupo de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar Unimed, Joinville/SC Andréa Ribeiro Cavalcanti • Mestre em Medicina Interna pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador/BA. Carlito Moreira Filho • Médico obstetra responsável pelo Serviço de Alto Risco da Maternidade Darcy Vargas, Joinville/SC. Professor da Faculdade de Medicina da Univille. Cassiano Teixeira • Doutor em Medicina pela UFRGS. Professor adjunto de Clínica Médica da UFCSPA. Médico Intensivista do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre. Médico Intensivista pela Amib. Cláudio Celestino Zolinger • Especialista em Medicina Intensiva, Cirurgia Geral e Nutrologia. Coordenador Técnico das Unidades de Terapia Intensiva da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Vice-coordenador da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Português, Salvador/BA. Conrado Roberto Hoffmann Filho • Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Espe cialista em Medicina Intensiva pela Amib. Preceptor de Cardiologia do PRM de Medicina Interna do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (HRHDS), Joinville/SC. Daniel Collares • Especialista em Neurologia pelo Programa de Residência Médica do Hospital Municipal São José, Joinville/SC Fernando Wagner • Especialista em Cardiologia pela SBC. Especialista em Ecocardiografia pelo Departamento de Ecocardiografia da SBC. Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Francine Bagnati • Médica da UTI do Hospital Dona Helena de Joinville/SC. Preceptora do pro- grama de Residência em Clínica Médica do Hospital Regional de São José de Florianópolis/SC. Gerson Luis Costa • Especialista em Neurologia pela Sociedade Brasileira de Neurologia, Especia- lista em Medicina Intensiva (AMIB), Pós-graduação em Neuroinitensivismo pelo Hospital Sírio-Libanês São Paulo-SP. Glauce Lippi de Oliveira • Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM em Medicina Intensiva do HMSJ e pela Amib. Glauco Adrieno Westphal • Doutor em Medicina pela FMUSP. Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM em Medicina Intensiva do HMSJ e pela Amib. Coordenador da UTI do Centro Hospitalar Unimed, Joinville/SC. Professor da disciplina de Medicina Intensiva da Faculdade de Medicina da Univille. Graciana Bandeira Salgado de Vasconcelos • Mestre em Gastroenterologia pela FMUSP. Médica da Unidade de Gastroen- terologia e Hepatologia do Hospital Português, Salvador/BA. VIIIVIII Autores e colaboradores Janaína Feijó • Médica residente do PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. Joel de Andrade • Coordenador Estadual de Transplantes de Santa Catarina/SC Transplan- tes, Médico da UTI do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Jorge Dias de Matos • Especialista em Medicina Intensiva pela AMIB, Professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina, Médico da SC Transplantes (CNCDO-SC). Kalinca Daberkow Vieira • Especialista em Medicina Intensiva pelo Programa de Residência Médica do Hospital Municipal São José, Joinville/SC, Médico da UTI do Hospital Dona Helena, Joinville/SC Louise Trindade de Oliveira • Médica residente do PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. Luiz Eduardo Faria Coura • Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM em Medicina Intensiva do HMSJ e pela Amib. Preceptor do PRM em Clínica Médica do HRHDS. Milton Caldeira Filho • Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Coordenador da UTI do Hospital Dona Helena de Joinville/SC. Coordenador da UTI do HMSJ. Coordenador do PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. Miriam C V Machado • Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM em Medicina Intensiva do hospital de Clínicas de Porto Alegre da UFRGS e pela AMIB, preceptora do PRM em Medicina Intensiva do hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Norberto Luiz Cabral • Mestre em Medicina Interna pela UFPR. Especialista em Neurologia pela Sociedade Brasileira de Neurologia. Professor da Faculdade de Medicina da Univille. Paulo Lisboa Bittencourt • Doutor em Gastroenterologia pela FMUSP. Coordenador da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Português, Salvador/BA. Pedro Silva Correa de Magalhães • Médico residente do PRM de Neurologia do HMSJ. Pierry Otaviano Barbosa • Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM do HMSJ. Médico responsável pela rotina da UTI neurocirúrgica do HMSJ. Luiz Henrique Melo • Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Médico infectologista. Preceptor do PRM em Clínica Médica do HMSJ. Professor da disciplina de Infectologia da Faculdade de Medicina da Univille. Marcelo de Paiva Castro • Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Marcelo Guimarães da Fonseca • Especialista em Suporte Nutricional pela Sociedade Brasileira de Nutrição Paren teral e Enteral (SBNPE). Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Especialis ta em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Mé dica (SBCM). Margaret Grando • Mestre em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC. Professora da disciplina de Toxicologia da Univille. Farmacêutica bioquímica. Maria Alice Pires Soares • Médica gastroenterologista da Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Português, Salvador/BA. Marlene Zannin • Doutora em Ciências Médicas pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Professora adjunta da disciplina de Toxicologia da UFSC. Coorde- nadora do Cen tro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina. Farma- cêutica bioquímica. Rachel Duarte Moritz • Doutora em Engenharia de Produção pela UFSC. Mestre em Ciências Médicas pela UFSC. Professora do Departamento de Clínica Médica da UFSC. Rafael de March Ronsoni • Especialista em Cardiologia e Eletrofisiologia Clínica Invasiva pelo PRM do Instituto de Cardiologia do RS e pela SBC/SOBRAC. Preceptordo PRM de Clínica Médica do HMSJ. Professor da Faculdade de Medicina da Univille. Raquel Wanzuita • Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. Professora da disciplina de Medicina de Urgência da Faculdade de Medicina da Univille. Roberto Alves Lourenço • Doutor em Saúde Coletiva pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professor titular de Geriatria da Escola Médica de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica no Rio de Janeiro. Professor adjunto da Disciplina de Geriatria do Departamento de Medicina Interna da Faculdade de Ciências Médicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Rodrigo de Brito Cordeiro • Médico residente do PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. Rodrigo Soares da Silva • Médico residente do PRM em Medicina Intensiva do HMSJ. IXIX Rogério Carregoza Dantas • Mestre em Cardiologia pela Uerj. Es pecialista em Cardiologia pela SBC. Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Sérgio Alberto Wolf • Especialista em Neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN). Professor colaborador das disciplinas de Neuroanatomia e Neuroci- rurgia da Faculdade de Medicina da Univille. Sérgio Telles Ribeiro Filho • Especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), vice-presidente da SBGG seção Rio de Janeiro, médico do Serviço de Geriatria Prof. Mario A. Sayeg – Policlínica Piquet Carneiro, Uerj. Tatiana Moreria Clementino • Residência de Terapia Intensiva no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro 2006/2008. Especializanda em Geriatria pela PUC-RJ março/2009. Tomio Tomita • Especialista em Medicina Intensiva pela Amib. Especialista em Anestesiologia pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Coordenador da equipe de Anestesiologia do HMSJ. Vilto Michels Júnior • Especialista em Medicina Intensiva pelo PRM em Medicina Intensiva do HMSJ e pela Amib. Professor da faculdade de medicina da Unisul e Médico coordenador do CTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição – Tubarão – SC. Viviane Renata Zaclikevis • Especialista em Medicina Intensiva pelo Programa de Residência Médica do Hospital Municipal São José, Joinville/SC. Médica da UTI do Hospital Dona Helena e do HMSJ, Joinville/SC. Autores e colaboradores XX Sumário Informações gerais 1 Critérios de internação em unidades de terapia intensiva Francine Bagnati e Milton Caldeira Filho 2 Informações mínimas para apresentação de casos em UTI Glauco Adrieno Westphal 3 Avaliações obrigatórias diárias (check-list para visita multidisciplinar) Marina B. W. Horner, Rodrigo B. Cordeiro Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho 5 Índices prognósticos – APACHE II, SOFA, TISS-28 (contém CID-10 dos principais diagnósticos de admissão na UTI) Glauco Adrieno Westphal Neurológico 9 Coma Gerson Luis Costa e Pedro Silva Correa de Magalhães 12 Trauma cranioencefálico grave e monitorização da PIC Raquel Wanzuita, Gerson Luis Costa e Milton Caldeira Filho 14 Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) Alexandre Luiz Longo, Gerson Luis Costa e Pedro Silva Correa de Magalhães 17 Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCh) Gerson Luis Costa e Pedro Silva Correa de Magalhães 19 Hemorragia subaracnóidea (HSA) Sérgio Alberto Wolf, Ana Carolina Dalmônico e Milton Caldeira Filho 22 Delirium em unidade de terapia intensiva Norberto Luiz Cabral e Glauco Adrieno Westphal 25 Fraqueza muscular no paciente grave Daniel Collares e Milton Caldeira Filho 28 Estado de mal epiléptico Glauco Adrieno Westphal 29 Diagnóstico e manutenção de órgãos no potencial doador falecido Glauco Adrieno Westphal, Milton Caldeira Filho, Kalinca Daberkow Vieira, Viviane Renata Zaclikevis, Joel de Andrade e Jorge Dias de Matos Cardiovascular 36 Ressuscitação cardiopulmonar Viviane Renata Zaclikevis e Kalinca Daberkow Vieira 40 Hipotermia terapêutica Glauce Lippi de Oliveira, Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal 42 Prognóstico neurológico após ressuscitação cardiopulmonar Rodrigo de Brito Cordeiro e Milton Caldeira Filho 43 Síndrome coronariana aguda sem supradesnível do segmento ST (SCASSST) Conrado Roberto Hoffman Filho e Rafael de March Ronsoni 47 Infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST Fernando Wagner e Rafael de March Ronsoni 53 Insuficiência ventricular esquerda aguda Viviane Renata Zaclikevis, Kalinca Daberkow Vieira, Rodrigo de Brito Cordeiro, Thammy Pellizzaro de Oliveira e Felipe Pfuetzenreiter 58 Emergência hipertensiva Anderson Ricardo Roman Gonçalves 60 Abordagem inicial do choque Glauco Adrieno Westphal 66 Choque hipovolêmico Luiz Eduardo Faria Coura, Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho 67 Sepse Eliézer Silva, Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho 73 Choque anafilático Glauco Adrieno Westphal 75 Drogas vasoativas Vilto Michels Júnior, Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho 78 Arritmias cardíacas Rogério Carregoza Dantas, Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho 84 Insuficiência ventricular direita aguda Francine Bagnati e Milton Caldeira Filho Respiratório 86 Derrame pleural (DP) Felipe Pfuetzenreiter, Janaína Feijó e Milton Caldeira Filho 89 Ventilação mecânica não invasiva (VNI) Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal 91 Broncospasmo em paciente crítico Fabiano Schwingel, Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho 94 Ventilação mecânica no pulmão normal Felipe Paludo Salles e Milton Caldeira Filho 95 Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal 99 Uso de óxido nítrico inalado Rodrigo Soares da Silva e Milton Caldeira Filho 101 Desmame ventilatório Glauco Adrieno Westphal, Rodrigo Soares da Silva e Milton Caldeira Filho 104 Abordagem diagnóstica e terapêutica do tromboembolismo pulmonar Glauco Adrieno Westphal e Felipe Pfuetzenreiter Gastroenterológico 107 Síndrome compartimental intra-abdominal Pierry Otaviano Barbosa e Milton Caldeira Filho 108 Hemorragia digestiva alta não varicosa Paulo Lisboa Bittencourt, Maria Alice Pires Soares e Durval Gonçalves Rosa Neto 110 Hemorragia digestiva alta varicosa Durval Gonçalves Rosa Neto e Paulo Lisboa Bittencourt XIXI Sumário 111 Pancreatite aguda Cláudio Celestino Zolinger e Paulo Lisboa Bittencourt 114 Hemorragia digestiva baixa Maria Alice Pires Soares e Paulo Lisboa Bittencourt 115 Insuficiência hepática aguda grave Andréa Ribeiro Cavalcanti e Paulo Lisboa Bittencourt 118 Encefalopatia hepática Dimitri Possamai, Renata Waltrick e Glauco Adrieno Westphal 120 Diarreia aguda na UTI Graciana Bandeira Salgado de Vasconcelos, Alessandro Farias e Paulo Lisboa Bittencourt 121 Constipação intestinal Milton Caldeira Filho Infecção 123 Avaliação do paciente febril na UTI Glauco Adrieno Westphal, Janaína Feijó e Milton Caldeira Filho 124 Prevenção de infecção relacionada a cateteres Renata Waltrick e Dimitri Possamai 127 Segurança em ressonância nuclear magnética Ana Carolina Peçanha e Cassiano Teixeira 129 Pneumonia comunitária (Faltam autores) 133 Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal 137 Prevenção da PAV Amanda Cramer e Michelli Dadam 138 Meningite bacteriana Pedro Silva Correa de Magalhães e Luiz Henrique Melo 140 Candidíase invasiva Luiz Henrique Melo e Milton Caldeira Filho 143 Neutropenia febril Miriam C. V. Machado Metabólico e suporte nutricional 147 Requerimento básico de hidratação e eletrólitos Anderson Ricardo Roman Gonçalves 149 Distúrbios do sódio Anderson Ricardo Roman Gonçalves 150 Distúrbios do potássio Anderson Ricardo Roman Gonçalves 151 Distúrbios do cálcio, fósforo e magnésio Louise Trindade de Oliveira e Anderson Ricardo Roman Gonçalves 155 Distúrbiosácido-básicos Anderson Ricardo Roman Gonçalves 159 Controle glicêmico Marina B. W. Horner, Renata Waltrick, Dimitri Possamai 161 Cetoacidose diabética (CAD) Amilton Carniel Guimarães 162 Insuficiência renal aguda (IRA) Anderson Ricardo Roman Gonçalves 166 Suporte nutricional Marcelo Guimarães da Fonseca, Glauco Adrieno Westphal e Milton Caldeira Filho Miscelânea 174 Sedação e analgesia dos pacientes internados em UTI Rachel Duarte Moritz 178 Prevenção e manuseio da abstinência do uso de opioide no desmame ventilatório Raquel Wanzuita e Tomio Tomita 180 Intoxicações agudas Marlene Zannin e Margaret Grando 182 Toxicidade, infecções e efeitos colaterais associados a quimioterápicos e imunomoduladores Viviane Renata Zaclikevis 185 Doença hipertensiva específica da gravidez (DHGE) Milton Caldeira Filho e Carlito Moreira Filho 187 Atendimento ao paciente grande queimado Pierry Otaviano Barbosa e Glauco Adrieno Westphal 189 Profilaxia da trombose venosa profunda (TVP) Glauco Adrieno Westphal e Louise Trindade de Oliveira 191 Prevenção de úlcera de estresse Glauco Adrieno Westphal e Louise Trindade de Oliveira 193 Doses de fármacos para pacientes obesos Ana Carolina Peçanha e Cassiano Teixeira 195 O idoso na UTI Sérgio Telles Ribeiro Filho, Tatiana Moreria Clementino e Roberto Alves Lourenço 199 Cuidados paliativos Rachel Duarte Moritz Hematologia 204 Coagulopatias Milton Caldeira Filho 210 Anemia Milton Caldeira Filho e Glauco Adrieno Westphal 211 Uso de hemoderivados em adultos Rafael de March Ronsoni, Milton Caldeira Filho e Janaína Feijó Anexos 215 Anexo I: Fórmulas Milton Caldeira Filho e Marcelo de Paiva Castro 219 Anexo II: Medicamentos Milton Caldeira Filho, Glauco Adrieno Westphal e Raquel Wanzuita 227 Anexo III: Infusão contínua de medicamentos Felipe Paludo Salles 1 Informações gerais UTI 1 Informações gerais UTI Critérios de internação em unidades de terapia intensiva Respiratório 1. Intubação traqueal e necessidade de ven- tilação mecânica. 2. Insuficiência respiratória aguda. Cardiovascular 3. Arritmias cardíacas (página 72) 4. Instabilidade hemodinâmica (páginas 51 a 69) 5. Insuficiência coronariana aguda (páginas 41 a 50) 6. Necessidade de reposição de mais de 6 unidades de concentrado de hemácias em 24 horas. 7. Pós-ressuscitação cardiopulmonar (pági- na 34). 8. Tamponamento cardíaco. 9. Dissecção de aorta. 14. AVC isquêmico na fase aguda com NIHSS > 10 (página 13). 15. Estado de mal convulsivo (página 26). 16. TCE grave (página 11). Digestivo/renal 17. Insuficiência renal aguda necessitando de diálise de urgência (página 145). 18. Hepatite fulminante (página 107). 19. Pancreatite aguda grave (página 103). 20. Hemorragia digestiva alta (páginas 100 e 102). Risco cirúrgico alto/trauma 21. Pós-operatório necessitando de monitora- ção hemodinâmica/suporte ventilatório. Neurológico 10. Escala de Coma de Glasgow ≤ 8. 11. Diagnóstico da morte encefálica e ma- nutenção do potencial doador de órgãos (página 27). 12. Hemorragia intracraniana com escore de AVCh > 1 (página 16). 13. Hemorragia subaracnóidea (página 17). Referências bibliográficas 1. Dawson JA. Admission, discharge, and triage in critical care. Crit Care Clin. 1993;9:555-74. 2. Task Force of the American College of Critical Care Medicine, Society of Critical Care Medicine. Guidelines for intensive care unit admission, discharge, and triage. Crit Care Med. 1999;27:633-8. 22. Trauma múltiplo grave (baço, fígado, con- tusão pulmonar). Outros 23. Intoxicação exógena com risco de morte (página 137). 24. Grande queimado (página 165). 25. Distúrbio metabólico grave com convul- sões, arritmias e fraqueza muscular. 2 Informações gerais UTI 2 Informações gerais UTI Informações mínimas para apresentação de casos em UTI A Avaliações subjetiva e objetiva 1. Identificação Data de internação hospitalar. Data de inter nação em UTI. 2. Lista de problemas pregressos História mórbida pregressa (dados relevan tes), hábitos e costumes, diagnóstico de entrada, pro- blemas ocorridos desde o início da internação. 3. Lista de problemas observados na história da doença atual e desde o início da internação (preferencialmente em ordem cronológica) 4. Avaliação sistemática e diária do paciente grave Neurológico Nível de consciência; pupilas; escala de coma de Glasgow; déficit motor; PIC, PPC, SjO2; sedação (escalas de Ramsay/Coock), doses de sedativos; resultados de exames. Endócrino Hiperglicemias? Administração de insulina; ne- cessita de dosagem de hormônios tireoidia nos ou insuficiência adrenal? Diabetes insipidus? SIADH? Infecção Curva térmica, leucograma; culturas; uso de antibióticos (quantos, quais, quanto tempo), PCR, procalcitonina, sinais de sepse. Hematológico Hematócrito, coagulograma; medicamentos que alteram a crase sanguínea. Nutricional Enteral ou parenteral; necessidade calórica; ingesta calórica; ingesta/necessidade calórica (%); ingesta proteica, lipídica e de carboidratos; balanço nitrogenado, calorimetria. Psicossocial Depressão, delirium? Os familiares estão inteirados da situação? Há como viabilizar Cardiovascular Ritmo, frequência e bulhas cardíacas, tem- peratura periférica, enchimento capilar, PAM, drogas vasoativas e suas doses, PVC, ∆Pp, DC, oxigenação tecidual (pH, BE, lactato, CO2 gap, Ca-vO2/CO2 gap, SvO2, DO2, VO2). Respiratório Sinais e sintomas; parâmetros ventilatórios; última gasometria arterial; radiografia de tórax (pneumotórax, atelectasia, infiltrado novo); pressão do cuff e localização da cânula traqueal, teste diário de ventilação espontânea. Gastrintestinal Exame do abdome; ingesta oral ou por cateter enteral; débito do cateter nasogástrico; diarreia ou obstipação; resultados de exames, PIA. Metabólico e renal Diurese (kg/hora e total em 24 horas); balanço hídrico; diálise; creatinina, eletrólitos, estado ácido-base, função hepática). Referência bibliográfica 1. Varon J, Fromm Jr RE. Aproach to the intensive care unit. Handbook of Practical Critical Care Medicine. New York: Springer-Verlag, 2002. p. 185-8. acompanhamento psicológico e/ou de terapia ocupacional? Há possibilidade de flexibilizar visita dos familiares? Tubos, drenos, cateteres e medicamentos Posicionamento de tubos, drenos e cateteres; posição, fixação, data e presença de sinais de infecção na inserção de cateteres venosos e ar- teriais; checar ritmo de gotejamento das drogas e funcionamento das bombas de infusão. B Lista de problemas relevantes C Análise sistemática buscando estabelecer conexões entre os problemas encontrados a partir de justificativas fisiopatológicas D Propor condutas diagnósticas e/ou terapêuticas com base na análise 3 Informações gerais UTI 3 Informações gerais UTI Avaliações obrigatórias diárias (check-list para visita multidisciplinar) Tendo em vista a diversidade de profissionais envolvidos no cuidado e a necessidade de garantir o con- trole de inúmeros detalhes que envolvem a assistência ao paciente grave, elaborou-se um check-list para auxiliar na condução da visita multidisciplinar diária. Referência bibliográfica 1. Vincent JL. Give your patient a fast hug (at least) once a day. Crit Care Med. 2005;33:1225-9. 2. Weiss CH, Moazed F, McEvoy CA, et al. Prompting Physicians to Address a Daily Checklist and Process of Care and Clinical Outcomes. A Single-Site Study. Am J Respir Crit Care Med. 2011;184:680-6. Visita multidisciplinar Check-list\dias Enfermagem Ausência de dor? Dormiu bem? Profilaxia de lesão de córnea? Profilaxia de úlcera gástrica? Profilaxia TVP: Heparina/Compressão? Realizando mudança de decúbito? Retirada sonda vesical de demora? Se não/dia. Retirado os cateteres? Se não/dia. Fisioterapia Realizou interrupção diária de sedação? Higiene oral Sonda enteral via oral? Cabeceira elevada 30-45º? Sentou fora do leito? Dias de TOT Profilaxia para pé equino? Pressão de Platô < 30 mmHg? Pressão do Cuff 25-34 cmH2O?Teste de Ventilação Espontânea nas últimas 24h? Nutrição Qual a % da GET alcançada Ritmo intestinal (diarreia/constipação/normal) Psicologia Família compreendeu o quadro nas últimas 24h? Possibilidade de visita estendida? Médico Glicemia < 180? Pode-se retirar o antibiótico? No de dias balanço hídrico Ausência de delirium? Metas de tratamento definidas? S: sim N: não NA = não se aplica CI = contraindicado D = diarreia C = contipação NL = normal M = modificado 4 Informações gerais UTI 4 Informações gerais UTI Checklist das avaliações obrigatórias diárias (mínimo de 2 vezes ao dia) DAtA HoRA Sedação Contínua Interrupção Adequada Sono normal Úlcera (profilaxia) Suspensão da cabeceira Períneo Normal Sonda vesical Troca para uropen Escara Profilaxia Tratamento Infecção do cateter Sinais flogísticos Possível retirar tVP (profilaxia) Alimentação Dieta E/P/Z Suficiente Tolerância Pressão de platô < 30 cmH2o Analgesia Adequada Retirar do leito Possível Tentando Antibiótico Adequado Suspensão oftalmoproteção Indicação Balonete Pressão adequada (< 25 mmHg) Extubação/desmame Possível Tentado Metabólico Distúrbio Corrigido Glicose – Controle Glicose – Correção S: sim N: não –: Não cabe E: enteral P: parenteral Z: zero Avaliações obrigatórias diárias (check-list para visita multidisciplinar) 5 Informações gerais UTI 5 Informações gerais UTI Índices prognósticos – APACHE II, SOFA, TISS-28 (contém CID-10 dos principais diagnósticos de admissão na UTI) 1. APACHE II (Acute Physiologic and Chronic Health Evaluation) Deve ser calculado nas primeiras 24 horas de internação. Faz estimativa da probabilidade de óbito, mas não é um índice para orientar tomada de decisão individual ou avaliação sequencial dos pacientes. É uti- lizado como indicador de qualidade a partir da relação entre a mortalidade prevista e a observada, além da comparação dos dados com o passado e com outras unidades. Também é usado para a comparação de pacientes em estudos clínicos. A. Pontuação para variáveis fisiológicas Variável +4 +3 +2 +1 0 +1 +2 +3 +4 Temp (oC) ≥ 41 39-40,9 38,5-38,9 36-38,4 34-35,9 32-33,9 30-31,9 ≤ 29,9 PAM (mmHg) ≥ 160 130-159 110-129 70-109 50-69 ≤ 49 FC (bpm) ≥ 180 140-179 110-139 70-109 55-69 40-54 ≤ 39 FR (rpm) ≥ 50 35-49 25-34 12-24 10-11 6-9 ≤ 5 Oxigenação a. FiO2 ≥ 0,5 - P(A-aO2) b. FiO2 < 0,5 - PaO2 ≥ 500 350-499 200-349 < 200 > 70 61-70 55-60 ≤ 55 pH arterial ≥ 7,7 7,6-7,69 7,5-7,59 7,33-7,49 7,25-7,32 7,15-7,24 ≤ 7,15 Na+ sérico (mEq/L) ≥ 180 160-179 155-159 150-154 130-149 120-129 111-119 ≤ 110 K+ sérico (mEq/L) ≥ 7 6-6,9 5,5-5,9 3,5-5,4 3-3,4 2,5-2,9 ≤ 2,5 Creatinina (pontos x 2 se IRA) ≥ 3,5 2-3,4 1,5-1,9 0,6-1,4 < 0,6 Hematócrito (%) ≥ 60 50-59,9 46-49,9 30-45,9 20-29,9 ≤ 20 Leucometria (mm3) ≥ 40 20-39,9 15-19,9 3-14,9 1-2,9 ≤ 1 Escala de Glasgow 15 – valor do Glasgow observado B. Pontuação para idade Pontos 0 2 3 5 6 Idade (anos) ≤ 44 45-54 55-64 65-74 ≥ 75 C. Pontuação para doença crônica Pontos Em qualquer dos casos abaixo: - 5 pontos para cirurgia de urgência ou internação clínica - 2 pontos para cirurgia eletiva a. Doença hepática crônica Cirrose comprovada por bx e hipertensão portal (HP) comprovada ou sangramento digestivo alto por HP ou história prévia de insuficiência, encefalopatia ou coma b. Doença cardiovascular Insuficiência cardíaca classe funcional IV da NYHA c. Doença respiratória Restritiva, obstrutiva ou vascular com restrição severa ao exercício (impossibilidade de realização de atividades domésticas); ou hipóxia crônica, hipercapnia, policitemia, hipertensão pulmonar (< 40 mmHg) ou dependência de suporte ventilatório d. Doença renal Programa de diálise crônica e. Imunocomprometimento Quimioterapia, radioterapia, uso de corticosteroide a longo tempo ou altas doses recentes, leucemia, linfoma, aids • APACHE II = pontuação tabela A + pontuação tabela B + pontuação tabela C. D. Chance percentual aproximada de óbito de acordo com o APACHE II calculado APACHE II 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 > 34 Clínico 4% 8% 15% 24% 40% 55% 73% 85% Cirúrgico 1% 3% 7% 12% 30% 35% 73% 88% • Para calcular a chance percentual de óbito de forma mais precisa, utilize a fórmula abaixo: RISCO DE ÓBITO (%) = In (R/1-R), onde R = -3,517 + (APACHE II x 0,146) + PD + 0,603 se PO de urgência. PD: peso de categoria diagnóstica: Tabela E. 6 Informações gerais UTI 6 Informações gerais UTI E. Categorias diagnósticas com PD e CID-10 correspondente Patologias não cirúrgicas Cardiovasculares PD CID Respiratórias PD CID Gastrintestinais PD CID - Choque cardiogênico -0,259 I57.0 - Infecção (pneumonia) 0,000 J18 - lnsuficiência hepática * k72 - Choque hemorrágico 0,493 I57.1 - Aspiração/intoxicação -0,142 J69/J68 - Perfuração/obstrução Gl * K65/K56 - Choque séptico 0,113 I57.8 - Neoplasia respiratória - Doença inflamatória intestinal * k51 - Sepse (qualquer origem) 0,113 A41.9 (incluir Iaringe e traqueia) 0,891 C39 - Pancreatite aguda * K85 - Parada cardíaca 0,393 I46.9 - Parada respiratória -0,168 J96.0 - HD por varizes 0,334 I85.0 - Aneurisma de aorta (torác./abd.) 0,731 I71 - Edema pulmonar não cardiogênico -0,251 J81 - HD por úlcera ou laceração 0,334 K28 - ICC -0,424 I50.0 - SDRA * J80 - HD por diverticulose 0,334 k57 - Insuficiência arterial periférica * I73 - DPOC: bronquite/enfisema -0,367 J42/J43 - Peritonite * K65 - Arritmia cardíaca -1,368 I49.9 - Embolia pulmonar -0,128 I26 - * Outras doenças GI 0,501 K92 - IAM -0,191 I21 - Asma -2,108 J45 trauma - Angina instável -0,191 I20.0 - * Outras doenças respiratórias -0,890 J98 - Trauma cranioencefálico - Hipertensão -1,798 I10 (com ou sem politrauma) -0,517 S06 - * Outras doenças cardiovasculares 0,470 I99 - Politraumatismo (sem TCE) -1,228 T07 Neurológicas PD CID Metabólicas PD CID Doenças renais PD CID - Hemorragia intracerebral 0,723 I61 - Coma metabólico -Insuficiência renal aguda * N17 - HSA 0,723 I60 hipoglicêmico * E15 -Insuficiência renal crônica * N18 - AVC 0,723 I63 mixedematoso * E03.5 -* Outras doenças renais -0,885 N28 - Meningite/abscesso do SNC * G00/G07 hiperosmolar * E10.0 Hematológicas 0,493 D68 - Tu neurológico * C71 - Cetoacidose diabética -1,507 E10.1 - Doença neuromuscular * G62.9 - Overdose por drogas -3,353 T50 - Convulsão -0,584 G41 - * Outras doenças metabólicas -0,885 E88 - * Outras doenças neurológicas -0,759 G99 Patologias cirúrgicas Cardiovasculares PD CID Respiratórias PD CID Neurológicas PD CID - Ruptura ou dissecção aórtica 0,731 I71 - Insuficiência respiratória -0,140 J96.0 - Hemorragia intracerebral -0,788 I61 - Doença vascular periférica -1,315 I73 - Cirurgia torácica por neoplasia -0,802 C39 - Hematoma epi/subdural -0,788 S06.4/ S06.5 - Doença cardiovascular crônica -1,376 I25.0 - Outras doenças respiratórias -0,610 J98 - HSA -0,788 I60 - Cirurgia valvular (mitral/aórtica) -1,261 I34/I35 Gastrintestinal - Cirurgia medular -0,699 G54 - Choque hemorrágico 0,682 - Ruptura ou perfuração Gl 0,060 K65 - Craniotomia por neoplasia -1,245 C71 - Cirurgia de aneurisma - Obstrução intestinal 0,060 K56.4 - Outras doenças neurológicas -1,150 G99 de aorta abdominal * I71.4 - Doença inflamatória intestinal * K51 Trauma - Endarterectomia de carótida * I65.2 - Sangramento Gl -0,617 k92.2 - TCE (com ou sem politrauma) -0,955 S06 - * Outras doenças cardiovasculares -0,797 I99 - Transplante hepático * K77 - Politraumatismo (sem TCE) -1,684 T07 - Neoplasia Gl -0,248 C26.0 Renal - Colecistite/colangite * - Neoplasia renal -1,204 C64 - * Outras doenças Gl -0,613 K92.9 - Transplante renal -1,042 N18 - Outras doenças renais -0,196 N28.9 * Substituir pelo PD genérico da categoria diagnóstica – “* Outras doenças...”. Índices prognósticos – APACHE II, SOFA, TISS-28 (contém CID-10 dos principais diagnósticos de admissão na UTI) 7 Informações gerais UTI 7 Informações gerais UTI 2. SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) Como processo dinâmico, a disfunção orgânica deve ser avaliada sequencialmente. O SOFAavalia o grau de disfunção de cada órgão de maneira isolada e deve ser coletado todos os dias. Permite avaliar a evolução favorável ou desfavorável do paciente individualmente. Pontos 0 1 2 3 4 PaO2/FiO2 > 400 ≤ 400 ≤ 300 ≤ 200 com suporte ventilatório ≤ 100 com suporte ventilatório Plaquetas (x 103/mm3) > 150 ≤ 150 ≤ 100 ≤ 50 ≤ 20 Bilirrubina <1,2 1,2 a 1,9 2,0 a 5,9 6,0 a 11,9 > 12 Cardiovascular PAM normal PAM < 70 Dopa ≤ 5 ou dobuta qualquer dose Dopa > 5 ou epi ≤ 0,1 ou nor ≤ 0,1 Dopa > 15 ou epi > 0,1 ou nor > 0,1 Escala de Glasgow 15 13 a 14 10 a 12 6 a 9 < 6 Creatinina ou diurese < 1,2 1,2 a 1,9 2,0 a 3,4 3,5 a 4,9 ou < 500 mL/dia > 5,0 ou < 200 mL/dia 3. TISS-28 (Therapeutic Intervention Scoring System) Ferramenta útil para dimensionar a utilização de recursos materiais e redistribuir recursos humanos. Quanto maior o grau de intervenções, maiores a gravidade do paciente e a necessidade de recursos humanos. Cada ponto TISS-28 equivale a 10,6 minutos de trabalho despendido por 1 técnico de enfermagem em turnos de 8 horas (por exemplo, em 8 horas, 1 técnico de enfermagem deveria assumir, no máximo, 45 pontos TISS-28). É necessário pontuar diariamente cada paciente. Índices prognósticos – APACHE II, SOFA, TISS-28 (contém CID-10 dos principais diagnósticos de admissão na UTI) 8 Informações gerais UTI 8 Informações gerais UTI Procedimentos Pontos Procedimentos Pontos Atividades básicas Suporte ventilatório 1. Monitoração-padrão. SV h/h, registro e cálculo regulares de balanço hídrico 5 16. VM invasiva ou não invasiva 5 2. Laboratório. Exames bioquímicos e microbiológicos 1 17. Suplementação de oxigênio. Respiração espontânea por tubo traqueal 2 3. Medicação única. IV, IM, SC, oral ou por sonda gástrica 2 18. Cuidados com tubo traqueal ou traqueostomia (como aspiração traqueal) 1 4. Medicação IV múltipla. Mais de uma, em bolus ou contínuas 3 19. Fisioterapia respiratória, nebulização, aspiração traqueal (sem TOT) 1 5. Prevenção de escaras ou curativos diários 1 Suporte renal 6. Troca frequente de curativos (uma vez por turno ou ferimento extenso) 1 20. Diálise (qualquer tipo) 3 7. Cuidados com drenos. Exceto sonda gástrica 3 21. Medida do débito urinário 2 Suporte cardiovascular 22. Diurese forçada (como furosemida > 0,5 mg/kg/dia por hipervolemia) 3 8. Droga vasoativa (única) 3 Suporte metabólico 9. Drogas vasoativas múltiplas (duas ou mais) 4 23. Tratamento de acidose/alcalose metabólica complicada 4 10. Infusão de grandes volumes IV (> 3 l/m2/dia) 4 24. Suporte nutricional parenteral 3 11. Cateter arterial periférico 5 25. Dieta enteral (cateter gástrico/ enteral ou jejunostomia) 2 12. Cateter de Swan-Ganz ou de PAE, com ou sem débito cardíaco 8 Intervenções específicas 13. Acesso venoso central 2 26. Intubação, marcapasso, cardioversão, endoscopia, cirurgia de emergência em 24 horas. Não incluir medidas rotineiras (Rx, curativo, CVC/CA) 3 14. Ressuscitação cardiopulmonar nas últimas 24 horas 3 Suporte neurológico 27. Mais de uma daquelas do item 26 5 15. Monitoração da pressão intracraniana 4 28. Intervenções fora da UTI. Diagnósticas ou terapêuticas 5 Referências bibliográficas 1. Knaus WA, Draper FA, Wagner DP, et al. APACHE II – A severity of disease classification system. Crit Care Med. 1985;13:818-29. 2. Vincent JL, Moreno R, Takala J, et al. The SOFA (Sepsis-related Organ Failure Assessment score described for organ dysfunction/failure). Intensive Care Med. 1996;22:707-10. 3. Miranda DR, Rijk AD, Schaufeli W. Simplified therapeutic intervention scoring system: the TISS-28 itens-results from a multicenter study. Crit Care Med. 1996;24:64-73. 4. Livianu J, Anção MS, Andrei AM, et al. Índices de gravidade em uTI: adulto e pediátrica. In: Knobel E. Condutas no paciente grave. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu; 1999. pp. 1333-62. TISS-28 (Therapeutic Intervention Scoring System) Índices prognósticos – APACHE II, SOFA, TISS-28 (contém CID-10 dos principais diagnósticos de admissão na UTI) 99 Neurológico 99 Neurológico Vigília Inatenção Confusão mental Delirium Estupor Estado mínimo de consciência Estado vegetativo Estado vegetativo persistente/permanente Coma Morte cerebral Coma Definição Ausência de respostas aos estímulos externos e inexistência do ciclo sono-vigília. O conteúdo da consciência (capacidade de atenção) está comprometido. Pode ser ocasionado por lesões anatômicas ou alterações funcionais nas estruturas relacionadas ao despertar e com a manutenção da vigília (tronco cerebral ou ambos os hemisférios cerebrais). Tabela 2. Avaliação clínica do coma2 Quadro neurológico Consciência Reflexos troncocerebrais Ciclo sono/vigília Função motora Drive ventilatório Morte cerebral − − − Nenhuma/reflexo medular – Coma − ± − Não voluntária ± Estado vegetativo – + + Não voluntária + Estado mínimo de consciência ± + + Varia de não voluntária a voluntária + Síndrome locked-in + + + Quadriplegia e paralisia pseudobulbar; movimentos oculares preservados + Mutismo acinético + + + Não voluntária + Legenda: - ausente; ± pode estar ausente ou presente; + presente. Tabela 1. Escala de Coma de Glasgow1 Resposta motora (M) Resposta verbal (V) Abertura ocular (O) Obedece a comandos 6 Orientado 5 Espontânea 4 Localiza dor 5 Confuso 4 Estímulos verbais 3 Retirada inespecífica 4 Inapropriada 3 À dor 2 Padrão flexor 3 Incompreensível 2 Ausente 1 Padrão extensor 2 Ausente 1 Ausente 1 Pontue a melhor resposta verbal e motora. Anote como: (M) 6; (V) 5; (0) 4 = 15 (melhor escore). Traqueotomia/intubação endotraqueal/trauma facial invalidam (V). Pacientes considerados em coma se (M) 4; (V) 2; (O) 2 ou menos. Espectro das variações no nível de consciência Au m en to d o ní ve l d e co ns ci ên ci a 1010 Neurológico 1010 NeurológicoComa COMA TCE grave ou Glasgow ≤ 8 • ABC • História clínica • Glasgow • Avaliação clínica do coma • Tiamina 100 mg, IV + • Glicose hipertônica a 50% 50 mL, IV Exame neurológio ANORMAL (meningismo ou sinal focal) + TAC de crânio NORMAL • Coma metabólico? • Na+, K+, Ca++, Mg++ • Glicemia • Gasometria arterial • Função hepática, renal • Hormônios tireoidianos Suspeita de intoxicação? • Exame toxicológico História de epilepsia? • Tratamento da causa do coma • Cabeceira elevada a 30º • Cabeça em posição neutra • Sedação • Considerar profilaxia de crises convulsivas • Medidas suportivas gerais Eletroencefalograma5 Se EEG não disponível: Profilaxia de crise convulsiva com Fenitoína 100 mg, IV, de 8/8 h PuNÇÃO LOMbAR Hemorrágico ou infecção Investigação inconclusiva e/ou história de epilepsia alteração Diagnóstico e tratamento3 Página 11 TAC de crânio ANORMAL * A hiperventilação profilática é contraindicada Exame neurológio NORMAL + TAC de crânio NORMAL Se tAC de crânio NoRMAL: RNM do encéfalo assim que possível Se RNM não disponível TAC de controle se déficit focal ou diminuição de 2 pontos no Glasgow ou crise convulsiva. • Controle da glicemia, eletrólitos • PaO2 ~ 100 mmHg • Normoventilar • Hiperventilar se sinais de herniação: PaCO2 27-30 mmHg* • Se ↑ da pressão intracraniana – monitoração da PIC e tratamento 1111 Neurológico 1111 Neurológico Referências bibliográficas 1. Teasdale G, Jennet b. Assessment of coma and impaired conciusness: a pratical scale. Lancet. 1974;13:81-4. 2. bateman DE. Neurological assessment of coma. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2001;71(suppl. I) i:13-7. 3. Ropper AH. Neurological and neurosurgical intensive care. 3. ed. New York: Raven Press, 1993. 4. bates D. The prognosis of medical coma. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2001;71(suppl. I) i:20-3. 5. Levy DE, Caronna JJ, Singer bH, et al. Predicting outcome from hypoxic ischemic coma. Jama. 1985;253:1420-6. Fator prognóstico Favorável Desfavorável • Etiologia • Metabólico • Estrutural • Glasgow • > 8 • < 8 • Duração (dias) • < 3 • > 3 • Reflexo troncocerebral • Presente• Ausente • Resposta motora • Retirada/localiza dor • Ausente/flexora/extensora • Potencial evocado (72h) • Presente • Ausente Prognóstico4,5 1212 Neurológico 1212 Neurológico TCE GRAVE Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 Avaliação pelo ATLS Procedimentos diagnósticos ou terapêuticos necessários Intubação traqueal Pré-oxigenação + Fentanil 5 mL, IV + Midazolam (se PA OK) 5 a 15 mg, IV ± oU Etomidato 0,2 mg/kg, IV (se PA ) + Succinilcolina 1 mg/kg, IV Estabilização cardiovascular Objetivos: PAS > 100 mmHg *PAM > 80 mmHg (expansão volêmica com SF a 0,9% e, se necessário, vasopressores) Ventilação Objetivos: PaCO2 = 35-40 mmHg PaO2 > 60 mmHg SpO2 > 90% Sedação e analgesia “profundas” = Ramsay 6 bloqueador neuromuscular (bNM) se necessário Monitorar PIC PIC > 20 com PPC < 60 durando > 10 min? Indicações para monitoração da PIC: • Glasgow < 8 + CT Crânio anormal ou • Glasgow < 8 + CT Crânio normal e 2 dos abaixo: - Idade > 40 anos - PAS < 90 mmHg - Resposta motora anormal Atenção: Se uso de manitol, repor perda ocasionada pela diurese osmótica Tomografia de crânio • Manitol (se PA normal em normo/hipervolêmicos) ou • Salina hipertônica (se PA em normo/hipovolêmicos) Centro cirúrgico Lesão cirúrgica? Hidrocefalia? Lesão ocupando espaço? Manejo da HIC Página 12 Evitar ou tratar causas de lesão neurológica secundária Hipóxia Hipotensão Hipocapnia Hipercapnia Hipoglicemia Hiperglicemia Hiponatremia Hipomagnesemia Febre Anemia Convulsões Medidas gerais Manter sedação e analgesia Se necessário: bNM Cabeceira elevada (30º a 45º) Cabeça na posição neutra SpO2 > 90% PaCO2 35-40 mmHg (normoventilar) PAM > 80 mmHg PPC um pouco maior que 60 mmHg Normotermia Tratar AGRESSIVAMENTE hipertermia (Paracetamol + dipirona + antipirese física) Normoglicemia Controle de eletrólitos. Manter Sódio ~ 145 mEq/L Hipotensão e hipoxemia são preditores independentes de mortalidade! Dois episódios de hipotensão na fase aguda, durando poucos minutos, aumentam o risco relativo (RR) de morte, no TCE, em 8 vezes! Realizar profilaxia de convulsão pós-traumática precoce em pacientes de alto risco: - Glasgow < 10 ou - Contusão cortical ou - Fratura de crânio, com depressão óssea ou - Hematoma intracraniano ou - Ferida penetrante craniana ou - Convulsão nas primeiras 24h do trauma ou - Em uso de bNM Como fazer? Fenitoína Ataque: 20 mg/kg, IV; velocidade < 50 mg/min Manutenção: 100 mg, IV, 8/8h, durante 7 dias SIM *Cateter arterial NÃO Trauma cranioencefálico grave e monitorização da PIC 1313 Neurológico 1313 Neurológico Manejo da hipertensão intracraniana Manter PPC > 60 mmHg (PPC = PAM - PIC) Manter PIC < 20 mmHg É fundamental PAM ~ 80 mmHg! Não hesitar no uso de vasopressor! A hiperventilação, mesmo realizada agudamente, durante as primeiras 24 horas do TCE pode ser deletéria, pois nesse período é frequente a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Considere monitorização multimodal: TAC + PIC + pTiO² + Doppler + SjO2 + EEG Identificar a causa (fisiopatologia): • Hidrocefalia? = tto cirúrgico ou drenagem liquórica • Lesão ocupando espaço: tto cirúrgico? Cuidado com lesões temporais! • Hiperemia (Doppler TC/SjO2/pTiO2) = hiperventilação otimizada - Edema? = manitol/SSH Podem estar associados com SjO2 (corrigir/tratar): • Anemia (manter Ht ~ 30%) • Hipoxemia • Hipertermia • Status não convulsivo PIC > 20 mmHg por mais que 10 min? Drenagem ventricular (se possível) PIC > 20 mmHg? SjO2 < 55% Cateterizar bulbo jugular SjO2 SjO2 > 75% Considerar terapia hiperosmolar: manitol ou solução salina hipertônica SjO2 entre 55% e 75% Doppler transcraniano para confirmar hiperemia Avaliar hiperventilação PIC > 20 mmHg? Centro cirúrgico Lesão cirúrgica? PAM: pressão arterial média; PAS: pressão arterial sistólica; PIC: pressão intracraniana; PPC: pressão de perfusão cerebral; SpO2: saturação arterial de oxigênio; SjO2: saturação de oxigênio no bulbo jugular. Referências bibliográficas 1. brain Trauma Foundation, American Association of Neurological Surgeons, Joint Section of Neurotrauma and Critical Care. Guidelines for the management of severe traumatic brain injury, 3rd ed. J Neurotrauma. 2007;24:S1-S106. 2. Ling GSF, Marshall SA. Management of traumatic brain injury in the intensive care unit. Neurol Clin. 2008;26:409-26. 3. Rangel-Castillo L, Gopinath S, Robertson CS. Management of intracranial hypertension.Neurol Clin. 2008;26:521-41. 4. Hutchinson PJ, Corteen E, Czosnyka M, et al. Decompressive craniectomy in traumatic brain injury: the randomized multicenter RESCuEicp study. Acta Neurochir. 2006;96(suppl.):17-20. Disponível em: www.RESCuEicp.com. 5. Polderman KH, Joe RTJ, Peerdeman SM, et al. Effects of therapeutic hypothermia on intracranial pressure and outcome in patients with severe head injury. Int Care Med. 2002;28:1563-73. 6. Chesnut RM. Management of brain and spine injuries. Crit Care Clin. 2004;20:25-55. 7. Cruz J. Hemometabolismo cerebral: modulações terapêuticas otimizadas. Neurointensivismo. São Paulo: Editora Atheneu; 2002. pp. 25-35. 8. http://www.neurotraumabrasil.org/website/images/stories/fluxograma-g.gif Acessado em 11/12/2009. 9. Cooper J, et al. Decompressive Craniectomy in Diffuse Traumatic brain Injury. N Engl J Med. 2011;364:1493-1502 10. Torre-Healy A, Marko N, Weil R. Hyperosmolar Therapy for Intracranial Hypertension Neurocrit Care. 2012;17:117-30. 11. Chesnut RM, Temkin N, Carney N, et al. A Trial of Intracranial-Pressure Monitoring in Traumatic brain Injury. N Engl J Med. 2012;367:2471-81. SIM NÃO Trauma cranioencefálico grave e monitorização da PIC Considerar terapias de segunda linha 1. Neuromonitorização com oximetria tissular (pTiO²) e microdiálise 2. Craniectomia descompressiva 3. Hipotermia moderada (32°C-34°C) 4. Solução salina hipertônica (manter Na sérico < 160 mEq/L): • NaCl a 20% 30 mL infundidos durante 15 min em veia central, repetir 6/6 h se necessário oU • NaCl a 3% 1 mL/kg/h 5. Monitorização com bIS ou EEG para realizar sedação “profunda”com Propofol ou Tiopental 1414 Neurológico 1414 Neurológico Cuidados de neurointensivismo Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) • Hemograma • Glicemia • Eletrólitos • Função renal • Coagulograma • ECG • Utilizar escala clínica de AVC do NIH (Tabela 4) Suspeita de AVC TC de crânio Normal ou área hipodensa do território vascular Mais de 4h30min do início dos sintomas ou não candidato à trombólise AAS 160 – 325 mg/dia Medidas de tratamento geral (Tabela 1) Menos de 4h30min do início dos sintomas ou candidato à trombólise IV (Tabela 3) r-TPA – (Actilyser) 0,9 mg/kg, IV (dose máxima de 90 mg), sendo 10% em bolus e o restante em infusão durante 1 hora (Tabela 2) Medidas de tratamento geral (Tabela 1) obs.: Em pacientes sem história recente de uso de anticoagulantes orais ou heparina, o tratamento com o rt-PA deve ser iniciado antes dos resultados das provas laboratoriais de coagulação. Parar sua infusão, se o TP estiver maior que 15 segundos ou o TTPa estiver elevado Tabela 2. Cuidados após trombolítico IV (nível IV) 1. Não utilizar antitrombóticos, antiagregantes e heparina nas próximas 24 horas pós-trombolítico 2. Não inserir cateter venoso central, arterial ou enteral nas primeiras 24 horas pós-trombólise Suspeita de sangramento no SNC 1. Descontinuar r-TPA 2. TC crânio + coagulograma + neurocirurgia Tratamento das complicações hemorrágicas • Crioprecipitado: 10 U, IV (manter fibrinogênio sérico > 100 mg%) • Plasma fresco congelado: 2 a 6U • Se TS > 9 min: plaquetas 10 U, IV • Manter hemoglobina > 10 mg% • Ipsilon: 5 g, IV, 30 – 60 min Tabela 3. Uso de trombolítico IV (nível I) Critérios de inclusão 1. AVCi de território vertebrobasilar ou circulação anterior 2. Início dos sintomas inferior a 4,5 horas. Se dúvida quanto ao Δt: contraindicado 3. À TAC de crânio: ausência de sinais de infarto recente “major”: edema, efeito de massa, sangramento 4. Acima de 18 anos deidade Critérios de exclusão 1. AVCi com pouca sintomatologia (< 4 pontos na escala NIH) 2. AVCi com rápida melhora neurológica 3. Uso de anticoagulantes orais ou RNI acima de 1,7 4. Uso de heparina nas últimas 48 horas 5. Plaquetas abaixo de 100.000/mm3 6. AVC ou TCE grave nos últimos 3 meses 7. Cirurgia de grande porte nos últimos 14 dias 8. PAS > 185 e PAD > 110 mmHg não controlável 9. Glicemia < 50 mg% ou > 400 mg% 10. Crise convulsiva no início dos sintomas 11. Sangramento gastrintestinal ou urinário nos últimos 21 dias 12. Infarto do miocárdio recente (controverso) Tabela 1. Recomendações gerais (nível IV) 1. Só reduzir PA se: PAS > 200 – 220 ou PAD > 120 2. Hipertenso prévio: manter PAS ~ 180 – 100 3. Sem HAS prévia: manter PAS ~ 160 – 180 4. Controle glicêmico 5. Evitar soluções glicosadas e/ ou soluções hipotônicas 6. Manter equilíbrio hidro- eletrolítico. Hemodiluição não é recomendada (nível I) 7. Não se recomendam drogas neuroprotetoras (nível I) Hemorragia, hematoma subdural, neoplasia: tratamento específico Em locais com serviço de neuroradiologia intervencionista com experiência, considerar tratamento endovascular em casos selecionados 1515 Neurológico 1515 Neurológico Tabela 4. NIH Stroke Scale 0= Normal 1= Paralisia parcial 2= Desvio do olhar conjugado ou paralisia total não modificada com manobra oculocefálica 0= Normal 1= Hemianopsia parcial 2= Hemianopsia completa 3= Hemianopsia bilateral (cegueira cortical ou cegueira por outra causa) 0= Normal 1= Leve (assimetria no sorrir, apagamento do sulco nasolabial) 2= Parcial (paralisia total ou quase total da porção inferior da face) 3= Completa (de um ou dois dos lados) 0= Sem queda a 45º (90º) por 10 segundos 1= Queda (não total) antes de completar 10 segundos 2= Queda (até a cama) antes de 10 segundos, com dificulda- de de vencer a gravidade 3= Discreto movimento, mas sem vencer a gravidade 4= Sem movimento 9= Amputação/fusão articular Explicação:................................................................................. 5a. MSE 5b. MSD 0= Sem queda a 30º por 5 segundos 1= Queda (não total) antes de completar 5 segundos 2= Queda (até a cama) antes de completar 5 segundos com dificuldade de vencer a gravidade 3= Discreto movimento, mas sem vencer a gravidade 4= Sem movimento 9= Amputação/fusão articular Explicação:................................................................................. 6a. MIE 6b. MSD 0= Ausente 1= Presente em um membro 2= Presente em dois membros 0= Normal 1= Leve a moderado déficit da sensibilidade do lado afetado, mas o paciente tem consciência de estar sendo tocado 2= Severo ou total déficit da sensibilidade (face/MS/MI) 1b. NC questões 1c. NC comandos 1a. Nível de consciência (NC) 0= Realiza dois comandos 1= Realiza um comando 2= Não realiza nenhum comando 2. Olhar conjugado 3. Campo visual 4. Paralisia facial 5. Resposta motora (MMSS) 6. Resposta motora (MMII) 7. Ataxia apendicular 8. Sensibilidade Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) 0= Responde a duas questões corretamente 1= Responde a uma questão corretamente 2= Não responde a nenhuma questão corretamente 0= Alerta 1= Não alerta, mas acorda aos pequenos estímulos, com resposta adequada 2= Não alerta, responde somente com estímulos repetidos ou estímulos vigorosos (dor), para realizar movimentos (não estereotipados) 3= Responde somente com reflexo motor ou autonômico, ou totalmente irresponsivo, flácido ou arreflexo 1616 Neurológico 1616 Neurológico 0= Normal 1= Afasia leve à moderada, perda da fluência ou facilidade da compreensão, sem significante limitação nas ideias expressas. Redução na fala ou compreensão 2= Afasia severa, toda a comunicação é por meio de expressões fragmentadas. Grande necessidade de inferir, adivinhar e questionar por parte do examinador 3= Mutismo, afasia global 9. Linguagem 0= Ausente 1= Leve à moderada (paciente pode ser compreendido com certa dificuldade) 2= Severa/mutismo/anartria 9= Entubado ou outra barreira à comunicação Especifique a barreira:............................................................... Infartos hemisféricos malignos de artéria cerebral média (ACM) São considerados aqueles infartos com efeito de massa importante e hipertensão intracraniana Critérios de elegibilidade para cirurgia descompressiva (hemicraniectomia) • 18-60 anos • NIHSS >15 • Diminuição do nível de consciência • Área de infarto > 50% do território de ACM ou > 145 cm3 na sequência de difusão por RM • Menos de 45 horas do ictus (cirurgia em < 48h) 10. Disartria 0= Normal 1= Visual, tátil, auditiva, espacial ou extinção aos estímulos simultâneos sensoriais em uma das modalidades sensoriais 2= Hemi-inatenção severa ou em mais de uma modalidade 11. Extinção/inatenção Tabela 4. NIH Stroke Scale Referências bibliográficas 1. Goldstein Lb. Acute ischemic stroke treatment in 2007. Circulation. 2007;116:1504-14. 2. Adams HP, Zoppo G, Alberts MJ. Guidelines for the early management of adults with ischemic stroke. Stroke. 2007;38:1655-711. 3. Mattle HP. Intravenous or intra-arterial thrombolysis? It’s time to find the right approach for the right patient. Stroke. 2007;38. 4. Schellinger PD, Thomalla G, Fiehler J. MRI-based and CT-based thrombolytic therapy in acute stroke within and beyond established time windows. Stroke. 2007;38:2640-5. 5. Grotta JC, Jacobs TP, Koroshtz WJ. Stroke Program Review Group An Interim Report. Stroke. 2008;39:1364-70. 6. Hacke W, Kaste M, bluhmki E. Thrombolysis with alteplase 3 to 4.5 hours after acute ischemic stroke- ECASSIII. N Engl J Med. 2008;359:1317-29. Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) 1717 Neurológico 1717 NeurológicoAcidente vascular cerebral hemorrágico (AVCh) tAC com sangramento intraparenquimatoso? Intubação se Glasgow < 8 Determinação do escore de AVCh (principal fator prognóstico) Monitoração clínica pelo Glasgow e NIHSS Acompanhamento com a neurocirurgia Tratar hipertensão SoMENtE caso PAS > 180 mmHg e/ou PAM > 130 mmHg. A meta é manter PAM entre 90 e 110 mmHg. Repouso absoluto • Analgesia fixa • Laxativos • Antitussígenos • Tratamento agressivo da hipertermia Hidantalização se hipertensão intracraniana ou hemorragia lobar Definição Ocorrência de sangramento intraparenquimatoso encefálico por ruptura vascular não traumática, podendo ocasionar lesão com efeito de massa e/ou expansão para o espaço subaracnoide/sistema ventricular. Indicações cirúrgicas (considerar cirurgia precoce: antes de herniação e nos casos de hidrocefalia) • Deterioração progressiva secundária a efeito de massa ou • Desvio de linha média e apagamento de cisternas perimesencefálica ou • Hidrocefalia aguda ou • Pacientes com hematoma cerebelar ≥ 4 cm e Glasgow < 13 *Cálculo do volume do hematoma Fórmula (AxbxC) ÷ 2 = volume do hematoma em mL, onde: • A (cm) = maior diâmetro do hematoma • B (cm) = diâmetro perpendicular a A • C = somar os pontos obtidos com cortes de 10 mm em que o principal eixo do hematoma tenha: • 75%-100% de A – pontuar cada corte com valor de 1,0 • 25%-75% de A – pontuar cada corte com o valor de 0,5 • < 25% de A – pontuar cada corte com 0,0 obs.: utilizar a escala de cm ao lado das imagens Manter alta suspeição de status epilepticus não convulsivo, principalmente se houver do nível de consciência Considerar monitorar PIC em pacientes sedados/em coma Escore de AVCh (Hemphill) Componente Pontos Glasgow 3-4 5-12 13-15 2 1 0 Volume do hematoma (cm3)* ≥ 30 < 30 1 0 Inundação ventricular Sim Não 1 0 Origem infratentorial Sim Não 1 0 Idade ≥ 80 < 80 1 0 Escore total 0-6 Causas mais comuns • Primárias (85%): HAS e angiopatia amiloide cerebral. • Secundárias (15%): MAV, aneurismas, coagulopatias/uso de anticoagulantes, tumores, uso de substâncias simpá- tico-miméticas (cocaína, anfetaminas etc.),transforma- ção hemorrágica do AVCi, trombose venosa cerebral. • Escore de AVCh (Hemphill) > 4 pontos, prognóstico é sombrio independentemente da terapêutica Indicador prognóstico baseado no escore de AVCh (Hemphill) Escore Mortalidade em 30 dias 0 0% 1 13% 2 26% 3 72% 4 97% 5 100% 1818 Neurológico 1818 Neurológico Referências bibliográficas 1. Hemphill JC, bonovich DC, besmertis L, et al. The ICH score: a simple, reliable grading scale for intracerebral hemorrhage. Stroke. 2001;32:891-7. 2. Lisk DR, Pasteur W, Rhoades H, Putnam RD, Grotta JC. Early presentation of hemispheric intracerebral hemorrhage: prediction of outcome and guidelines for treatment allocation. Neurology. 1994;44:133-9. 3. broderick JP, Jr Adams HP, barsan W, et al. Guidelines for the management of spontaneous intracerebral hemorrhage. Stroke. 1999;30:905-15;864-70. 4. Goldstein JN, Greenberg SM, Rosand S. Emergency management of intracerebral hemorrhage. Continuum. 2006;12:13-29. 5. Pontes-Neto OM, Oliveira-Filho J, Valiente R, et al. Diretrizes para o manejo de pacientes com hemorragia intraparenquimatosa cerebral espontânea. Arq Neuropsiquiatr. 2009;67(3-b):940-50. Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCh) 1919 Neurológico 1919 NeurológicoHemorragia subaracnóidea (HSA) Hemorragia subaracnóidea (HSA) Deve-se considerar que qualquer cefaleia de início súbito, associada ou não a perda de consciência, náuseas ou vômitos, rigidez de nuca ou qualquer sinal neurológico focal, pode ser manifestação de HSA. Se houver suspeita clínica, realizar a tomografia de crânio (TAC) nas primeiras 24 horas. A TAC de crânio é anormal em 90% dos casos de hemorragia subaracnóidea. Se a TAC for negativa e a suspeita clínica for grande, deve-se realizar a punção lombar, tomando-se o cuidado de diferenciar uma punção traumática da verdadeira hemorragia subaracnóidea (prova dos três tubos; xantocromia). Causas de HSA Ruptura de aneurisma (80%) Trauma Trombose de seio dural MAV cerebral e espinhal Vasculite do SNC Dissecção arterial Coagulopatia Drogas (cocaína) Apoplexia pituitária Apresentação clínica % dos pacientes Cefaleia súbita intensa com náuseas e vômitos 60 Rigidez de nuca 75 Alteração do nível de consciência 50 Déficit neurológico focal 60 Crise convulsiva 25 Algoritmo para o diagnóstico de hemorragia subaracnóidea Apresentação clínica sugestiva HSA TAC crânio sem contraste HSA não identificada Angiografia digital ou angio-TC ou angio-RM Punção lombar Aneurisma encontrado Normal Clipagem ou embolização Repetir angiografia em 1-3 sem LCR alterado: xantocromia, sem alteração na conta- gem de hemácias do frasco 1 – 4 Angiografia cerebral ou angioRNM Normal Interromper investigação Aneurisma encontrado Normal LCR hemorrágico 2020 Neurológico 2020 NeurológicoHemorragia subaracnóidea (HSA) Pressão arterial Monitoração invasiva (cateter intra-arterial) Objetivo pressórico: PAS < 160 mmHg, PAD < 110 mmHg, PPC~60 mmHg, até clipagem/embolização do aneurisma. Medicamentos: Esmolol 50-100 mcg/kg/min IV ou metoprolol 1-5 mg/hora IV ou hidralazina 1,5 a 7,5 mg/hora I ou clonidina 0,03-0,12 mg/hora IV ou clevidipina 0,03-0,12 mg/hora IV. Se possível evitar nitroprussiato de sódio. Prevenção do ressangramento (Incidência de 4% nas primeiras 24 horas) O mais importante é o tratamento precoce do aneurisma (< 48 horas do ictus) com clipagem ou embolização. Opção: Ácido Epsilon Aminocaproico bolus 4 g IV, seguido de 1 g/hora por no máximo 72 horas, até 4 horas antes da antes da arteriografia. Controle da temperatura Objetivo: Temperatura central < 37ºC Controle glicêmico Objetivo: Glicemia entre 140 e 180 mg%. Vide pág 142 Profilaxia da TVP Heparina 5.000 UI SC 8/8 horas ou Enoxiparina 40 mg/dia. Iniciar 24 horas após tratamento cirúrgico/endovascular do aneurisma Hiponatremia Dois mecanismos (para diferenciação, caracterizar volemia): 1. Síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH): volemia normal ou aumentada 2. Síndrome perdedora de sal (SPS): volemia diminuída Tratamento - Expansão volêmica com NaCl a 1,5%. Trata a SPS e está acima da capacidade renal de excreção de Na+ - Fludrocortisona 0,2 mg, 2x/dia (opcional, para evitar grandes infusões de volume) Convulsão (Incidência: 10%) Não realizar profilaxia anticonvulsivante rotineiramente. Instituir monitoração eletroencefalográfica em pacientes com escala de Hunt e Hess 4 ou 5. Vasoespasmo Sintomático: 30% Apenas ao Doppler transcraniano (DTC): 60% a 70% Maior incidência: entre o 4o e o 12o dia da HSA Vasoespasmo. Profilaxia e diagnóstico. Nimodipina 60 mg, VO, 4/4 horas durante 21 dias. Sinvastatina 40-80 mg, VO, por 14 dias NÃO PERMITIR Hipomagnesemia É Controversa a infusão contínua de Sulfato de magnésio (16-48 g/dia) para manter o nível de magnésio entre 4 e 4,5 mg/dL Realização diária de DTC. Vasoespasmo clínico (défict neurológico). Tratamento. Posicionamento do paciente com cabeceira a 0º Infusão de 1.000 mL de SF em 15 minutos. Manter o “tanque cheio” Iniciar infusão de vasopressores (noradrenalina ou dopamina), com o objetivo de elevação da PA sistólica para 160-220 mmHg (ou 20 mmHg acima do nível atual), até resolução do déficit. Suspensão do seu uso se não houver resposta clinica em 2 a 3 horas. Alternativa: Angioplastia ou vasodilatador intrarterial Cuidados gerais em pacientes com HSA Escala clínica de Hunt e Hess Sintomas Grau Aneurisma assintomático 0 Cefaleia moderada ou assintomático 1 Cefaleia moderada à intensa, rigidez de nuca, com ou sem paralisia de nervo craniano 2 Confusão mental, letargia ou com sinais focais moderados 3 Estupor e/ou hemiplegia 4 Coma 5 Obs.: Adicionar 1 ponto em caso de patologia sistêmica associada, como hipertensão arterial ou diabetes mellitus. Escala tomográfica de Fisher Grau TAC 1 Sem sangramento visível na TAC 2 Sangramento difuso no espaço subaracnóideo < 1 mm de espessura; sem coágulos 3 Sangramento difuso no espaço subaracnóideo > 1 mm de espessura ou coágulos no espaço subaracnóideo 4 Sangramento intraventricular ou intraparenquimatoso 2121 Neurológico 2121 Neurológico Tratamento cirúrgico Embolização x Clipagem: a escolha dependerá da idade do paciente, da localização do aneurisma e da morfologia deste. Sempre que possível, realizar tratamento precoce: até o 3o dia. Evitar cirurgia do 4o ao 12o dia pelo risco aumentado de vasospasmo. A tendência atual é a embolização durante a angiografia diagnóstica. Hemorragia subaracnóidea (HSA) tratamento clínico da HSA Cuidados de rotina Se PA ↓Nimodipina 60 mg, VO, 4/4h usar SF, IV + reposição de eletrólitos Manter bH positivo Checar eletrólitos diariamente Controle neurológico 2/2h Doppler TC diário Modificar para nimodipina 30 mg, VO, 2/2h Ainda PA ↓ Interromper uso de nimodipina Hiponatremia? Fludrocortisona 0,2 mg, VO, 12/12h ou Modificar para NaCl a 1,5% Sem déficit neurológico e Doppler TC com VF < 120 cm/s Déficit neurológico novo global ou focal ou Doppler TC com VF > 200 cm/s TAC de crânio Sem isquemia Providenciar acesso venoso central. Iniciar vasopressor para manter PAM adequada até resolução do déficit Déficit mantido Instalar cateter de Swan-Ganz. Iniciar dobutamina para manter DC máximo ou até melhora do déficit Déficit melhorado Déficit mantido Manter vasopressores Angioplastia. +/- papaverina ou nimodipina intra-arterial Déficit ausente e Doppler TC com VF > 120 ou < 200 cm/s Se AVC DTC de 12/12 h Referências bibliográficas 1. Manno, EM. Subarachnoid hemorrhage. Neurol Clin N Am. 2004;(22):347-66. 2. Suarez JI, Tarr R W, Selman WR. Aneurysmal subarachnoid hemorrhage. N Engl J Med. 2006;354:4. 3. Wartenberg KE, Mayer SA. Medical complications after subarachnoid hemorrhage: new strategies for prevention and management. Curr opin Crit Care. 2006;12:78-84. 4. bederson Jb, Connolly Jr ES, batjer HH, et al. Guidelines for the management of aneurysmal subarachnoid hemorrhage: a statement for healthcareprofessionals from a special writing Group of the Stroke Council, American Heart Association. Stroke. 2009;40:994-1025. Disponível em: http://stroke.ahajournals.org/cgi/content/full/40/3/9945. 5. Wartenberg KE. Critical care of poor-grade subarachnoid hemorrhage. Curr opin Crit Care. 2011;17:85-93. 6. Diringer MN, bleck TP, Hemphill III JC, et al. Critical care management of patients following aneurysmal subarachnoid hemorrhage: Recommendations from the Neurocritical Care Society’s Multidisciplinary Consensus Conference. Neurocritic Care. 2011;15:211-40. Corrigir hipomagnesemia 2222 Neurológico 2222 NeurológicoDelirium em unidade de terapia intensiva Conceito Estado confusional agudo causado por uma dis- função mental global, com comprometimento da consciência, da percepção do ambiente e desa- tenção. Prevalente, potencialmente reversível e com significativa morbimortalidade. Diagnóstico Delirium não é uma doença, mas uma síndrome de múltiplas causas. Diferenciar de psicose, depressão, demência e trans- tornos conversivos. Pontos-chave: início súbito, curso flutuante, alteração do nível de consciên cia (hipo/hiperativo), ciclo sono/vigília alterado, origem multicausal. Utilizar critérios do DSM-III-R (Tabela 1) e CAM-ICU (Tabela 2). Recomenda-se realizar monitorização diária de todos os pacientes internados na UTI. Tabela 1. Critérios diagnósticos para delirium – DSM-III-R Tabela 2. Método de avaliação de confusão (CAM-ICU) Achado um Início agudo e curso flutuante do estado mental 1. Há evidência de mudança aguda no estado mental em comparação ao estado basal do paciente? 2. Este comportamento (anormal) flutua nas 24h? 3. A escala de sedação ou a Escala de Coma de Glasgow variaram muito nas últimas 24h? Achado dois Inatenção 1. O paciente tem dificuldade em focar a atenção? 2. A capacidade de manter a atenção está reduzida? 3. Como está o escore no Exame de Atenção? O paciente tem habilidade em prestar atenção em dez gravuras? Achado três Pensamento desorganizado 1. Paciente extubado: conversação lógica? 2. No ventilador, pode responder às seguintes quatro questões: a) Uma pedra irá flutuar na água? b) Existem peixes no mar? c) 1 kg pesa mais que 2 kg? d) Você pode usar um martelo para bater um prego? 3. O paciente pode obedecer às seguintes questões e comandos: a) Você tem algum pensamento confuso? b) Apresentar dois dedos do examinador na frente do paciente e solicitar que ele repita a ação. Achado quatro Alteração do nível de consciência De modo geral, em qual estado está o nível de consciência? Alerta (normal), hiperalerta (vigilante, ligado), letárgico ou em coma? Para o diagnóstico, é necessária a presença de: Achado 1 + Achado 2 + Achado 3 ou 4. Para o diagnóstico, é necessária a presença dos critérios A + b + C + D + E. A Redução da capacidade de manter atenção aos estímulos externos B Pensamento desorganizado, confabulatório, irrelevante. Pronúncia incoerente C No mínimo, dois dos critérios que se seguem 1. Redução do nível de consciência 2. Percepção alterada: delusões, alucinações 3. Ciclo sono/vigília alterado com insônia ou sonolência diurna 4. Hipo ou hiperatividade motora 5. Desorientação tempo-espaço ou pessoa 6. Prejuízo da memória D Início abrupto, curso flutuante E Um dos critérios abaixo 1. Evidência pela história, exame físico ou laboratorial de fator etiológico específico 2. Excluir causa mental não orgânica 2323 Neurológico 2323 Neurológico Tabela 4. Medicamentos associados a delirium Abordagem inicial 1. História clínica: a. Procurar abstinência alcoólica, geralmente precedida por convulsão. Delirium de padrão hiperativo com descarga simpática. b. Descartar quadro infeccioso. 2. Verificar o estado cognitivo basal com o cuidador. 3. Exame físico: Normalmente não há déficits focais. Utilizar o CAM com o cuidador do paciente ou enfermagem (Tabela 2). 4. Suspender todos os medicamentos psicoativos. 5. Causas menos comuns: hipotireoidismo, hipertireoidismo, encefalite, estado de mal-epiléptico. Investigação básica 1. Exames primários: a. Hemograma, gasometria, creatinina, ureia, glicemia, Na+, K+, Ca++, Mg++, PO- 4 urinálise. b. Hemocultura, urocultura. c. ECG, radiografia de tórax. 2. Exames secundários: a. TSH, T4 livre, enzimas cardíacas, vitamina B12 e ácido fólico, TAP, AST, ALT, VDRL, anti-HIV. b. Liquor. c. Drogas (lítio, antidepressivo, BZD, anticonvulsivos, corticosteroide). d. EEG, TAC ou RNM de crânio. Delirium em unidade de terapia intensiva • Benzodiazepínicos • Opioides • Anticolinérgicos • Biperideno • Anti-histamínicos • Inibidor de bomba de prótons • Digitálicos, betabloqueadores, diuréticos, bloqueadores do canal de Ca++ • Antiarrítmicos • Antieméticos • Antiespasmódicos (beladona, difenoxilato) • Corticosteroides • Anti-inflamatórios • Antidepressivos • Anticonvulsivantes • Antiparkinsonianos • Quimioterápicos • Clorpropamida, glibenclamida • Antibióticos (penicilina, ciprofloxacina gentamicina, cefalosporinas, sulfonamida) Tabela 3. Fatores de risco para delirium • Idade maior do que 65 anos, muito comum acima de 80 • Alteração de temperatura (infecções urinária e respiratória) • Medicamentos: especialmente opioides, benzodiazepínicos e anticolinérgicos • História de quedas • Lesão neurológica prévia • Dor não reconhecida • Comorbidades clínicas (ICC, DPOC, fratura de fêmur etc.) • Depleção de volume, alterações metabólicas/eletrolíticas • Necessidade de vasopressores • Acidose metabólica 2424 Neurológico 2424 NeurológicoDelirium em unidade de terapia intensiva Referências bibliográficas 1. Inouye SK, bogardus ST, Charpentier PA, et al. A multicomponent intervention to prevent delirium in hospitalized elderly patients. N Engl J Med. 1999;340:669. 2. McNicoll L. Delirium in intensive care unit: occurrence and clinical course in older patients. J Med Geriatr Soc. 2003;51(5):591-8. 3. Taylor D, Lewis S. Delirium. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1993;56:742-51. 4. Thomason JW, Ely EW. 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Iluminação a. Exposição à luz natural durante o dia b. Evitar exposição à luz artificial durante a noite. 4. Ruídos a. Diminuir ruídos ambientais b. Estimular o uso de protetor auricular à noite. 5. Controlar a temperatura do ambiente 6. Mobilização precoce Tratamento medicamentoso Utilizar fármacos antipsicóticos de modo apropriado: 1. Doses iniciais mais elevadas podem ser necessárias especialmente se houver agitação psicomotora. 2. Utilizar doses menores em pacientes idosos. 3. Reduzir as doses assim que os sintomas estiverem controlados. 4. Não há evidência de que o haloperidol diminua a duração do delirium 5. Neurolépticos podem resultar em sintomas extrapiramidais, síndrome neuroléptica maligna e discinesia. 6. Considere neurolépticos não convencionais em pacientes com sintomas extrapiramidais. 7. Tornar o ambiente “familiar” a. Fotos, objetos pessoais, música, TV, leitura, companhia