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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e Cardiopatia Hipertensiva INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA Definição: Síndrome clínica com múltiplas etiologias Consiste na incapacidade do coração de bombear o sangue em quantidade suficiente para atender as demandas metabólicas do organismo OU Manutenção do DC às custas de alta pressões de enchimento IC de alto débito: infrequente • Aumento da demanda metabólica. Ex: crise tireotóxica • Distúrbios do transporte de O2. Ex: anemias graves Epidemiologia: Acomete mais de 23 milhões de pessoas no mundo Prevalência • 55-64 anos: 1% • 84 anos: 17,4% • Sobrevida em 5 anos: 35-50% No Brasil alta prevalência e mortalidade • Difícil acesso a serviços de saúde • Controle inadequado de HAS e DM • Cardiopatia reumática e Doença de Chagas Fatores de Risco • Doença coronariana isquêmica • DM • Dislipidemias • Idade • Sexo masculino • HAS • Exposição a agentes cardiotóxicos • Insuficiência renal • Valvopatias • História familiar • Anemias crônicas • Baixas condições sócio econômicas • Tabagismo • Alcoolismo • Obesidade • Depressão/Stress • Uso de cocaína Etiologia: Patogênese: A insuficiência cardíaca pode resultar de disfunção sistólica ou diastólica. A disfunção sistólica resulta da função contrátil miocárdica inadequada, geralmente como consequência da doença cardíaca isquêmica ou hipertensão arterial. A disfunção diastólica refere-se à incapacidade do coração de relaxar e encher adequadamente, o que pode ser consequência de hipertrofia ventricular esquerda maciça, fibrose miocárdica, deposição amiloide ou pericardite constritiva. Mecanismos compensatórios: o DILATAÇÃO - Frank Starling o SISTS. NEURO- HUMORAIS • SRAA • SN simpático • PNA o HIPERTROFIA ↑ contratilidade Hipertrofia Alterações na estrutura do miocárdio, que incluem o aumento da massa muscular. Os cardiomiócitos se adaptam ao aumento da carga de trabalho reunindo novos sarcômeros — uma alteração que é acompanhada pelo aumento de tamanho dos miócitos. Hipertrofia Concêntrica - sobrecarga de pressão Hipertensão, estenose valvar Novos sarcômeros são adicionados paralelamente ao longo eixo dos miócitos. Aumento compensatório da contratilidade Consequências: • Aumento da espessura das paredes • Aumento do tamanho do coração • Redução do volume das câmaras cardíacas Hipertrofia Excêntrica - sobrecarga de volume Regurgitação valvar, shunts, Hipervolemia Novos sarcômeros são adicionados em série aos sarcômeros existentes, de modo que o comprimento das fibras musculares aumenta. Consequência: • Dilatação dos ventrículos • Espessura resultante das paredes pode estar aumentada, normal ou diminuída; Mecanismo de Frank Starling Capacidade intrínseca do coração de adaptar-se a volumes crescentes de sangue em suas câmaras, com aumento da força de contração - insuficiência cardíaca compensada. • Aumento do volume diastólico final (VDF) • Distensão da fibra e disposição ideal dos filamentos de actina e miosina para maior contração • Ocorre em limites fisiológicos Com o tempo, o músculo em falência não consegue mais impelir um volume de sangue suficiente para satisfazer às necessidades do corpo - insuficiência cardíaca descompensada. Ativação dos sistemas neuro-humorais Norepinefrina: liberada pelo sistema nervoso autônomo. • Eleva a frequência cardíaca. • Aumenta a contratilidade do miocárdio. • Aumenta a resistência vascular. Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA): • Estimula a retenção de sal e água (o que aumenta o volume circulatório) • Eleva o tônus vascular. Peptídeo natriurético atrial: • Equilibra o sistema renina-angiotensina- aldosterona • Diurese • Relaxamento do músculo liso vascular. Hipertrofia cardíaca patológica: Secundária à doença cardíaca ou vascular. > Mortalidade Hipertrofia cardíaca do exercício aeróbio: Sobrecarga de volume Hipertrofia muscular e aumento do leito capilar ↓ FC, ↓ PA, ↓ mortalidade Hipertrofia cardíaca do exercício isométrico: Sobrecarga de pressão Sem benefícios na redução de mortalidade ICC ESQUERDA A insuficiência cardíaca pode afetar predominantemente o lado esquerdo ou o direito, ou pode envolver ambos os lados do coração. Etiologia: • Doença isquêmica do coração (DIC) • Hipertensão sistêmica • Doença da valva da aorta ou da valva atrioventricular esquerda (mitral) • Doenças primárias do miocárdio Manifestações clínicas: • Diminuição da perfusão sistêmica → Baixo débito • Elevação das pressões de retorno dentro da circulação pulmonar (pequena circulação) → Congestão • Dispneia (falta de ar) ao esforço • Cardiomegalia • Taquicardia • Fibrilação atrial Alterações Morfológicas: • Hipertrofia e/ou dilatação AE/VE • Pulmões pesados, congestão, derrame pleural • Transudato perivascular, intersticial, septos e alvéolos • Fagocitose de hemácias por macrófagos alveolares com acúmulo de hemossiderina – células da insuficiência cardíaca. Fisiopatologia: o Na ICCE o VE tem potência diminuída e há retenção de sangue na circulação pulmonar, causando congestão ou hiperemia passiva crônica. o Faz parte da hiperemia passiva a hipertensão nos capilares alveolares, o que obriga as hemácias a passar, através das células endoteliais e dos pneumócitos, para a luz dos alvéolos (um fenômeno conhecido como diapedese). o Na luz alveolar, as hemácias são fagocitadas por macrófagos. o A hemoglobina é digerida, separando o heme, o grupo que contém ferro, da parte proteica, a globina. o O ferro é incorporado a moléculas de apoferritina o Quando estas partículas excedem um certo tamanho tornam-se visíveis ao microscópio óptico na forma de grânulos de hemossiderina. Insuficiência Sistólica: Definida pela fração de ejeção insuficiente (insuficiência da bomba), e pode ser causada por qualquer um dos muitos distúrbios que danificam ou desorganizam a função contrátil do VE. Insuficiência Diastólica: O VE está anormalmente rígido e não consegue relaxar durante a diástole. Assim, embora a função cardíaca esteja relativamente preservada em repouso, o coração é incapaz de aumentar seu débito em resposta ao aumento da demanda metabólica dos tecidos periféricos (p. ex., durante o exercício). O VE não consegue expandir-se normalmente, qualquer aumento na pressão de enchimento é imediatamente transferido de volta à circulação pulmonar, produzindo rápido início de edema pulmonar (edema pulmonar rápido). → Linhas B de Kerley As linhas B de Kerley (setas) são linhas horizontais na periferia do pulmão que se estendem até a superfície pleural. Elas denotam septos interlobulares espessados e edematosos, muitas vezes decorrentes de edema pulmonar. ICC DIREITA A insuficiência cardíaca direita geralmente é a consequência da insuficiência cardíaca esquerda, visto que qualquer aumento de pressão na circulação pulmonar produz inevitavelmente aumento da carga do lado direito do coração. Etiologia: • Evolução de IC esquerda • Secundária a doenças pulmonares crônicas – Cor pulmonale • Hipertensão pulmonar Manifestações clinicas: o Sistêmicas: relacionadas à congestão pulmonar • Hipertrofia e dilatação do lado direito do coração. • Congestão venosa portal e sistêmica • Hepatomegalia; Fígado em noz moscada • Hipertensão portal - ascite • Esplenomegalia • Edema intestinal – mal absorção • Edema de membros inferiores • Hipoperfusão renal e de SNC secundárias à congestão venosa o Pulmonares: mínimas (se IC pura). Exceção: Cor pulmonale • Pequeno derrame pleural pode ocorrer • Normalmente associadas à presença de IC esquerda DOENÇACARDÍACA HIPERTENSIVA (DCH) Disfunção cardíaca causada por aumento crônico de pressão. • Sistêmica • Pulmonar (Cor pulmonale) Hipertensão Arterial Sistêmica - Esquerda o Controlada • Sobrevida longa • Regressão ou atenuação da hipertrofia o Não Controlada • Cardiopatia isquêmica progressiva • Lesão renal progressiva • AVC • Arritmias; morte súbita Doença cardíaca hipertensiva sistêmica (esquerda). Há um espessamento concêntrico marcante da parede ventricular esquerda causando redução no tamanho do lúmen. O ventrículo e o átrio esquerdos são mostrados à direita nesta visão das quatro camadas cardíacas. A propósito, o marca-passo está presente no ventrículo direito (seta). Observe também a dilatação atrial esquerda (asterisco) devido ao endurecimento do ventrículo esquerdo e ao relaxamento diastólico debilitado, levando a sobrecarga no volume atrial. Doença Cardíaca Hipertensiva Pulmonar — Cor Pulmonale O cor pulmonale consiste na hipertrofia e na dilatação do ventrículo direito — frequentemente acompanhadas de insuficiência cardíaca direita — causadas por hipertensão pulmonar resultante de distúrbios primários do parênquima pulmonar ou da vasculatura pulmonar. o Tipos: • Agudo • Crônicos Cor pulmonale agudo Aumento súbito de Pressão de Artéria Pulmonar o Causas: • TEP maciço • Hipoxemia grave em RN e lactentes • Dilatação aguda de câmaras D, sem hipertrofia • Sinais agudos de congestão sistêmica Cor pulmonale crônico Sobrecarga crônica de Pressão ao VD o Causas: • DPOC • Asma • Fibrose • Hipertensão pulmonar idiopática • Malformações (atresia de valva ou artéria pulmonar) • Estenose v. pulmonar • TEP de repeFção • Esquistossomose • Vasculites o Manifestações clínicas: • Hipertrofia VD com posterior dilatação • Aumento de trabéculas • Desvio de septo IV para esquerda • Dilatação AD Cor pulmonale crônico. O ventrículo direito (apresentado à esquerda) está evidentemente dilatado e hipertrofiado com uma parede livre espessada e trabécula hipertrofiada. A forma e o volume do ventrículo esquerdo estão distorcidos devido ao aumento do ventrículo direito.
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