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Insuficiência Cardíaca Congestiva(ICC) e Cardiopatia Hipertensiva Referencia Bibliografica: Robbins e Cotran Patologia. Bases Patológicas das doenças 9 ed Capítulo 12: Coração. Insuficiência Cardíaca - síndrome clínica com múltiplas etiologias - Incapacidade do coração de bombear o sangue em quantidade suficiente para atender as demandas metabólicas do organismo - Manutenção do Débito as custas de alta pressão de enchimento - A insuficiência cardíaca, frequentemente chamada de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), é uma condição geralmente progressiva e comum, com prognóstico ruim. - A ICC ocorre quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma proporção suficiente para atender às demandas metabólicas dos tecidos, ou é capaz disso apenas na presença de uma pressão de enchimento elevada. Ela é o estágio final comum de muitas formas de cardiopatia crônica, frequentemente se desenvolvendo de modo insidioso devido aos efeitos cumulativos da sobrecarga crônica de trabalho (p. ex., na doença valvar ou hipertensão) ou da cardiopatia isquêmica (p. ex., após infarto do miocárdio com lesão cardíaca). Entretanto, os estresses hemodinâmicos agudos, tais como sobrecarga líquida, disfunção valvar súbita ou infarto do miocárdio, podem precipitar a ICC súbita. - Acomete mais de 23 milhoes de pessoas no mundo - • 55-64 anos: 1% • > 84 anos: 17,4% • Sobrevida em 5 anos: 35-50% - No Brasil tem alta prevalência e mortalidade por causa do difícil acesso a serviços de saúde,controle inadequado da HAS e DM,Cardiopatia reumática e Doença de chagas. Quando a carga de trabalho aumenta ou a função cardíaca está comprometida, vários mecanismos fisiológicos mantêm a pressão arterial e perfusão dos órgãos. Mecanismos Compensatórios Mecanismo de Frank Starling: - No qual o aumento dos volumes de enchimento dilata o coração e aumenta a formação subsequente de pontes transversais de actina- miosina, aumentando a contratilidade e o volume de derrame. - Capacidade Intrinseca do coração de adaptar-se a volumes crescentes de sangue em suas câmaras,com aumento da força de contração - Aumento do volume diastólico final(VDF) - Distensão da fibra e disposição ideal dos filamentos de ac0na e miosina para maior contração. - Ocorre em limites fisiológicos -Acima desse limite fisiológico ocorre a descompensação. Liberação de Noradrenalina: -Liberação de noradrenalina (norepinefrina) pelos nervos cardíacos adrenérgicos do sistema nervoso autônomo (que aumenta a frequência cardíaca, a contratilidade miocárdica e a resistência vascular). Ativação do Sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona( SRAA): -Liberação do peptídeo natriurético atrial: Os dois últimos fatores agem para ajustar os volumes e as pressões de enchimento. - • Adaptações miocárdias, incluindo hipertrofia com ou sem dilatação das câmaras cardíacas. Em muitos estados patológicos, a insuficiência cardíaca é precedida por hipertrofia cardíaca, que é a resposta compensatória do miocárdio ao maior trabalho mecânico. O conjunto de alterações moleculares, celulares e estruturais que ocorrem em resposta à lesão ou às alterações nas condições de carga é chamado de remodelamento ventricular. • Ativação dos sistemas neuro-humorais para aumentar a função cardíaca e/ou regular volumes e pressões de enchimento Hipertrofia Cardíaca: Fisiopatologia e Progressão até a Insuficiência Cardíaca. - O aumento persistente do trabalho mecânico devido a sobrecarga de pressão ou volume( por exemplo hipertensão sistêmica ou estenose aórtica) ou a sinais tróficos(Por exemplo aqueles mediados pela ativação dos reveptores beta- adrenérgicos)Leva ao aumento do tamanho dos Miócitos(Hipertrofia),consequentemente isso aumenta o tamanho e o peso do coração. - A hipertrofia requer o aumento da síntese de proteínas, o que possibilita a organização de sarcômeros adicionais, assim como um número maior de mitocôndrias. Os miócitos hipertróficos também apresentam núcleos aumentados, atribuídos ao aumento da ploidia de DNA, resultante da replicação do DNA na ausência de divisão celular. - Na hipertrofia não tem aumento da divisão celular, a célula cresce em volume. Padrão de Hipertrofia - O padrão de Hipertrofia reflete a natureza do estimulo - Hipertrofia Concêntrica: - Secundaria a sobrecarga de Pressão devido a Hipertensão arterial sistêmica ou Estenose Valvar - Aumento da espessura das paredes,aumento do tamanho do coração,redução do volume das cãmaras Cardiacas. - Na hipertrofia por sobrecarga de pressão (p. ex., devido à hipertensão ou à estenose aórtica), os novos sarcômeros estão predominantemente depositados em paralelo aos eixos longos das células, expandindo a área transversal dos miócitos nos ventrículos e causando um aumento concêntrico na espessura da parede - A longo prazo a hipertrofia concêntrica leva leva a insuficiência diastólica pois o músculo hipertrofiado acaba não se dilatando direito e isso reduz consideravelmente a pré-carga pois o músculo não se relaxa e o volume da camara cardíaca reduz muito. -Hipertrofia Excêntrica: - Secundaria a sobrecarga de volume - Insuficiência valvar a valva n fecha direito e o ventrículo enche mais do que devia - Cardiopa0as com shunt (Ex: comunicação interatrial ou interventricular) - Hipervolemia - Novos sarcomeros adicionados em paralelo - Espessamento de paredes e dilatação de câmeras - A hipertrofia por sobrecarga de volume é caracterizada pelos novos sarcômeros que são depositados em série com os sarcômeros existentes, levando principalmente a dilatação ventricular. Como resultado, na dilatação devido à sobrecarga de volume, ou na dilatação que acompanha a insuficiência de um coração com sobrecarga anterior de pressão, a espessura da parede pode ser maior, normal ou menor do que o normal. Consequentemente, o peso do coração, em vez da espessura da parede, é a melhor medida de hipertrofia em corações dilatados. - A hipertrofia cardíaca pode ser substancial na cardiopatia Clínica. - Os corações com peso duas a três vezes maior do que o normal são comuns em pacientes com hipertensão sistêmica, cardiopatia isquêmica, estenose aórtica, regurgitação mitral ou cardiomiopatia dilatada; e corações podem ter o peso três a quatro vezes maior do que o normal naqueles com regurgitação aórtica ou cardiomiopatia hipertrófica. IMPORTANTE: Alterações importantes ao nível tecidual e celular ocorrem na hipertrofia cardíaca. O mais importante é que a hipertrofia de miócitos não é acompanhada por um aumento proporcional do número de capilares. Como resultado, o suprimento de oxigênio e nutrientes para o coração hipertrofiado, particularmente aquele que está com sobrecarga de pressão, é mais tênue do que para o coração normal.Podendo levar ao quadro de cardiopatia Isquemica - No mesmo momento, o consumo de oxigênio pelo coração hipertrofiado está elevado devido ao aumento da carga de trabalho que controla o processo. - A hipertrofia Tambem é acompanhada pela deposição de tecido fibroso(Fibrose Intersticial) IMPORTANTE: - Em nível funcional, a hipertrofia cardíaca está associada à maior demanda metabólica devido ao aumento da massa, frequência cardíaca e contratilidade (estado inotrópico ou força de contração), todos os quais aumentam o consumo de oxigênio pelo coração. Como resultado dessas alterações, o coração hipertrofiado é vulnerável à descompensação relacionada à isquemia, que pode evoluir para insuficiência cardíaca e, por fim, levar à morte. - As alterações moleculares e celulares nos corações hipertrofiados que inicialmente medeiam a função aumentada podem contribuir para o desenvolvimento da Insuficiência cardíaca.Isso pode acontecerem função: • Do metabolismo anormal do miocárdio. • Das alterações na utilização intracelular dos íons cálcio. • Da apoptose dos miócitos. • Da reprogramação da expressão gênica, que pode ocorrer, em parte, através de alterações na expressão de miRNAs, pequenos RNAs não codificantes que inibem a expressão gênica - O grau de anormalidade estrutural do coração na ICC nem sempre reflete a gravidade da disfunção, e a base estrutural, bioquímica e molecular para a insuficiência contrátil do miocárdio pode ser desconhecida. - À necropsia, os corações de pacientes com ICC geralmente são pesados e dilatados, e podem ser relativamente delgados; eles exibem evidência microscópica de hipertrofia, mas a extensão dessas alterações é extremamente variável. Em corações que sofreram infarto do miocárdio, a perda da capacidade de bombeamento devido à morte de miócitos leva à hipertrofia associada ao trabalho do miocárdio viável circundante. Na cardiopatia valvar, a pressão ou volume elevado sobrecarrega o miocárdio inteiro. O aumento da massa do coração, devido à doença, está correlacionado com o excesso de mortalidade e morbidade cardíacas; de fato, a cardiomegalia é um fator de risco independente para a morte súbita. - Em contraste com a hipertrofia patológica (que frequentemente está associada à lesão contrátil), a hipertrofia induzida pelo exercício físico regular e vigoroso apresenta efeitos variados no coração, dependendo do tipo de exercício. O exercício aeróbico (p. ex., corrida de longa distância) tende a estar associado à hipertrofia por volume, que pode ser acompanhada pelo aumento da densidade capilar (ao contrário de outras formas de hipertrofia) e pela diminuição na frequência cardíaca e pressão arterial de repouso — efeitos que são benéficos. Essas alterações algumas vezes são denominadas hipertrofia fisiológica. O exercício estático (p. ex., levantamento de peso) está associado à hipertrofia por pressão e parece estar relacionado a alterações deletérias. IMPORTANTE: - Seja qual for a sua base, a ICC é caracterizada por graus variáveis de débito cardíaco e perfusão tecidual reduzidos (algumas vezes denominada insuficiência anterógrada), bem como pelo represamento do sangue no sistema venoso de capacitância (insuficiência retrógrada); o último pode provocar edema pulmonar, edema periférico, ou ambos. -Como resultado, muitos aspectos clínicos significativos e alterações morfológicas observados na ICC são, na verdade, decorrentes de lesões induzidas pela hipoxia e congestão nos tecidos distantes do coração. - O sistema cardiovascular é um circuito fechado. Então, embora a insuficiência do lado direito ou esquerdo possa ocorrer de modo independente, a insuficiência de um lado (particularmente do lado esquerdo) frequentemente resulta em esforço excessivo do outro, provocando a insuficiência cardíaca global. Apesar dessa interdependência, é mais fácil entender a patologia da insuficiência cardíaca considerando a insuficiência cardíaca direita e esquerda separadamente. Insuficiência Cardíaca Esquerda - A insuficiência cardíaca esquerda é mais frequentemente causada por: • Cardiopatia isquêmica. • Hipertensão. • Doenças das valvas aórtica e mitral. • Doenças miocárdicas primárias. IMPORTANTE: -Os efeitos clínicos e morfológicos da ICC esquerda são uma conseqüência da congestão passiva(Acúmulo de sangue na circulação pulmonar),estase do sangue nas cãmaras esquerdas e perfusão inadequada dos tecidos levando a disfunção do órgão. Morfologia: - Coração: Os achados do coração dependem do processo de doença, variando de infartos do miocárdio, valvas estenóticas ou regurgitantes, até doença miocárdica intrínseca. Com exceção da insuficiência causada pela estenose da valva mitral ou cardiomiopatias restritivas incomuns(CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA É QUANDO AS PAREDES DO MIOCARDIO SE ENRIJECE,O MIOCARDIO SE ENRIJECE,IMPEDINDO O CORAÇÃO DE SE ENCHER E CONTRAIR ADEQUADAMENTE), o ventrículo esquerdo geralmente está hipertrofiado e frequentemente dilatado, algumas vezes de forma maciça. As alterações microscópicas são inespecíficas: há principalmente hipertrofia de miócitos e graus variados de fibrose intersticial. A função deficiente do ventrículo esquerdo geralmente causa a dilatação secundária do átrio esquerdo, o que aumenta o risco de fibrilação atrial. Como resultado, há estase do sangue, particularmente no apêndice atrial, que é uma região comum de formação de trombo. - Pulmão: A congestão e edema pulmonares deixam os pulmões pesados e úmidos. - As alterações pulmonares — da mais leve para a mais grave — incluem (1) edema perivascular e intersticial, particularmente nos septos interlobulares, que são responsáveis pelas características linhas B e C de Kerley, observadas no estudo de radiografia do tórax sobre a ICC, (2) alargamento edematoso progressivo dos septos alveolares, e (3) acúmulo de líquido de edema nos espaços alveolares. Algumas hemácias e proteínas plasmáticas extravasam para o líquido de edema dentro dos espaços alveolares, onde são fagocitadas e digeridas pelos macrófagos, que armazenam o ferro recuperado pela hemoglobina, na forma de hemossiderina. Esses macrófagos que contêm hemossiderina (também chamados de células da insuficiência cardíaca) são sinais indicativos de episódios anteriores de edema pulmonar. Os derrames pleurais surgem da pressão elevada dos capilares da pleura e da transudação resultante do líquido na cavidade pleural. Sintomas da Insuficiência Esquerda - Os sintomas iniciais da insuficiência cardíaca esquerda estão relacionados à congestão e ao edema pulmonar e podem ser muito sutis. Inicialmente, tosse e dispneia (falta de ar) podem ocorrer somente com esforço. Conforme a ICC progride, a piora do edema pulmonar pode causar a ortopneia (dispneia ao deitar-se, aliviada ao sentar-se ou ficar de pé) ou a dispneia paroxística noturna (dispneia que geralmente ocorre à noite, tão grave que induz a sensação de sufocação). A dispneia em repouso pode ocorrer a seguir. A fibrilação atrial, uma contração descoordenada e caótica do átrio, exacerba a ICC devido à perda do “kick” atrial e sua contribuição de 10% a 15% ao enchimento ventricular. IMPORTANTE: - A fração de ejeção reduzida( Normal é 65%) leva a diminuição da perfusão renal, provocando a ativação do sistema renina- angiotensina- aldosterona como um mecanismo compensatório para corrigir a hipotensão “aparente”. Isso leva à retenção de sal e água, com expansão dos volumes dos líquidos intersticial e intravascular, que então exacerbam o edema pulmonar em desenvolvimento. Se a hipoperfusão do rim se torna grave o suficiente, a excreção deficiente dos produtos de nitrogênio pode provocar azotemia (chamada de azotemia pré-renal por causa da sua origem vascular) - Na ICC bem avançada, a hipoperfusão cerebral pode dar origem à encefalopatia hipóxica, com irritabilidade, perda de atenção e inquietude, podendo progredir para estupor e coma com lesão cerebral isquêmica. A insuficiência Cardíaca Esquerda pode ser dividida em Sistólica e diastólica: - A insuficiência sistólica é definida pela fração de ejeção insuficiente (insuficiência da bomba), e pode ser causada por qualquer um dos muitos distúrbios que danificam ou desorganizam a função contrátil do ventrículo esquerdo. - Fração de ejeção menor que 50% - A insuficiência Diastólica: o ventrículo esquerdo está anormalmente rígido e não consegue relaxar durante a diástole. Assim, embora a função cardíaca esteja relativamente preservada em repouso, o coração é incapaz de aumentar seu débito em resposta ao aumento da demanda metabólica dos tecidos periféricos (p. ex., durante o exercício). Além disso, como o ventrículoesquerdo não consegue expandir-se normalmente, qualquer aumento na pressão de enchimento é imediatamente transferido de volta à circulação pulmonar, produzindo rápido início de edema pulmonar (edema pulmonar rápido). A insuficiência diastólica ocorre de modo predominante em pacientes com mais de 65 anos e, por razões ainda não conhecidas, é mais comum em mulheres. A hipertensão é a etiologia subjacente mais comum; diabetes melito, obesidade e estenose bilateral da artéria renal também podem contribuir para o risco. O relaxamento reduzido do ventrículo esquerdo pode originar-se da fibrose miocárdica (p. ex., em cardiomiopatias e na cardiopatia isquêmica) e de distúrbios infiltrativos associados a cardiomiopatias restritivas (p. ex., amiloidose cardíaca). A insuficiência diastólica pode aparecer em pacientes idosos sem qualquer fator predisponente conhecido, possivelmente como um aumento da inflexibilidade normal do coração com a idade. A pericardite constritiva (ver adiante) também pode limitar o relaxamento do miocárdio e, portanto, imita a disfunção diastólica primária. • Na ICCE o VE tem potência diminuída e há retenção de sangue na circulação pulmonar, causando congestão ou hiperemia passiva crônica. • Faz parte da hiperemia passiva a hipertensão nos capilares alveolares, o que obriga as hemácias a passar, através das células endoteliais e dos pneumócitos, para a luz dos alvéolos (um fenômeno conhecido como diapedese). • Na luz alveolar, as hemácias são fagocitadas por macrófagos. • A hemoglobina é digerida, separando o heme, o grupo que contém ferro, da parte proteica, a globina. • O ferro é incorporado a moléculas de apoferriFna • Quando estas parrculas excedem um certo tamanho tornam-se visíveis ao microscópio ópFco na forma de grânulos de hemossiderina. Insuficiência Cardíaca Direita IMPORTANTE: - A insuficiência cardíaca direita é mais comumente causada pela Insuficiência cardíaca Esquerda - uma vez que qualquer aumento na pressão da circulação pulmonar, decorrente da insuficiência cardíaca esquerda, inevitavelmente produz uma carga no lado direito do coração. Consequentemente, as causas da insuficiência cardíaca direita incluem todas as que induzem a insuficiência cardíaca esquerda. A insuficiência cardíaca direita isolada não é frequente e normalmente ocorre em pacientes com um dos vários distúrbios que afetam os pulmões; logo, muitas vezes ela é denominada cor pulmonale. Além das doenças parenquimais pulmonares, o cor pulmonale também pode surgir em decorrência dos distúrbios que afetam a vasculatura pulmonar, como, por exemplo, a hipertensão pulmonar primária, o tromboembolismo pulmonar recorrente , ou condições que causam vasoconstrição pulmonar (apneia obstrutiva do sono, doença da altitude) - O aspecto comum desses distúrbios é a hipertensão pulmonar (ver adiante), que resulta em hipertrofia e dilatação do lado direito do coração. Nos casos extremos, o desvio para esquerda do septo interventricular pode até causar a disfunção do ventrículo esquerdo. Os principais efeitos morfológicos e clínicos da insuficiência cardíaca direita primária diferem daqueles da insuficiência cardíaca esquerda quanto à congestão pulmonar, que é mínima, enquanto o ingurgitamento dos sistemas venosos portal e sistêmico é pronunciado. Morfologia: - Coração: Do mesmo modo que na insuficiência cardíaca esquerda, a morfologia cardíaca varia de acordo com a causa. Raramente, podem estar presentes defeitos estruturais, como anormalidades das valvas tricúspide e pulmonar ou fibrose endocárdica (como na cardiopatia carcinoide). Entretanto, uma vez que a insuficiência cardíaca direita isolada é mais frequentemente causada pela doença pulmonar, a maioria dos casos exibe somente a hipertrofia e a dilatação do átrio e ventrículo direitos. - Fígado e Sistema Portal: A congestão dos vasos hepáticos e portais pode produzir alterações patológicas no fígado, baço e trato GI. O fígado geralmente aumenta em tamanho e peso (hepatomegalia congestiva) devido a uma congestão passiva proeminente, maior em torno das veias centrais. No exame macroscópico, isso aparece como zonas pericentrais congestas, vermelho-acastanhadas, com regiões periportais pálidas e de coloração relativamente normal, produzindo a aparência característica de “fígado em noz moscada”. Em alguns casos, principalmente quando a insuficiência cardíaca esquerda com hipoperfusão também está presente, a hipoxia centrolobular grave produz necrose centrolobular. Na insuficiência cardíaca direita grave de longa duração, as áreas centrais podem tornar-se fibróticas, eventualmente culminando em cirrose cardíaca. A hipertensão portal também causa o aumento do baço com sequestro plaquetário (esplenomegalia congestiva), e pode contribuir para congestão e edema crônicos da parede do intestino. Esse último pode ser grave o suficiente para interferir na absorção de nutrientes (e/ou medicamentos). Espaços Pleural,Pericárdico e Peritoneal: A congestão venosa sistêmica pode levar ao acúmulo de líquido nos espaços pleural, pericárdico e peritoneal (derrames; derrames peritoneais são também são chamados de ascites). Grandes derrames pleurais podem afetar a distensão do pulmão, causando atelectasia, e ascites substanciais também podem limitar a excursão diafragmática, causando dispneia em uma base puramente mecânica.Oliquido no pericárdio pode causar o Tamponamento cardíaco que é quando o coração não consegue bater direito e nesse caso um pamponamento por compressão da cavidade pericárdica cheia de liquido. Rim e cérebro: O rim e o cérebro também são também muito afetados na insuficiência cardíaca direita. A congestão renal é mais acentuada na insuficiência cardíaca direita do que na esquerda, levando a maior retenção de líquido, edema periférico e azotemia mais pronunciada. A congestão venosa e a hipoxia do sistema nervoso central também podem produzir deficits da função mental que são semelhantes àqueles vistos na insuficiência cardíaca esquerda com perfusão sistêmica deficiente. Tratamento ICC direita: - A terapia padrão para a ICC é principalmente farmacológica. Os fármacos que provocam liberação de líquido (p. ex., diuréticos), bloqueiam o eixo renina-angiotensina- aldosterona (p. ex., inibidores da enzima conversora de angiotensina) e diminuem o tônus adrenérgico (p. ex., bloqueadores β1- adrenérgicos) são particularmente benéficos. A eficácia dessas duas últimas classes de medicamentos suporta o conceito de que as alterações neuro- humorais na ICC (p. ex., elevações de renina e noradrenalina) são contribuições mal adaptativas para a insuficiência cardíaca. ICC DIREITA X ICC ESQUERDA Doença Cardíaca Hipertensiva (DHC) ou Cardiopatia Hipertensiva(CH) - A cardiopatia hipertensiva (CH) é uma consequência das demandas aumentadas induzidas ao coração pela hipertensão, causando sobrecarga de pressão e hipertrofia ventricular. Embora seja mais comumente observada no lado esquerdo do coração como resultado de hipertensão sistêmica, a hipertensão pulmonar pode provocar CH direita ou cor pulmonale. - Disfunção cardíaca causada por aumento crônico de pressão: • Sistêmica • Pulmonar (Cor pulmonale) Cardiopatia Hipertensiva Sistêmica(Esquerda) - A hipertrofia do coração é uma resposta adaptativa à sobrecarga de pressão da hipertensão crônica. Entretanto, tais alterações compensatórias podem acabar sendo mal- adaptativas e levar a disfunção miocárdica, dilatação cardíaca, ICC, e em alguns casos, morte súbita. - Os critérios patológicos Mínimos para o diagnóstico de CH sistêmica são: 1) hipertrofia do ventrículo esquerdo (geralmente concêntrica) na ausência de outra doença cardiovascular.2) história clínica ou evidência patológica de hipertensão em outros órgãos (p. ex., no rim) Morfologia: - A hipertensão induz a hipertrofia do ventrículo esquerdo por sobrecarga de pressão, sem que ocorra inicialmente a dilatação ventricular. Como resultado, o espessamento da parede do ventrículo esquerdo aumenta o peso do coração de modo desproporcional ao aumento do tamanho total do coração. A espessura da parede do ventrículo esquerdo pode exceder 2 cm, e o peso do coração pode exceder 500 g. Com o tempo, a espessura aumentada da parede do ventrículo esquerdo, muitas vezes associada ao aumento do tecido conjuntivo intersticial, confere uma rigidez que prejudica o enchimento diastólico, frequentemente levando ao aumento do átrio esquerdo. Legenda: A, Cardiopatia hipertensiva sistêmica (à esquerda). Há um espessamento concêntrico acentuado da parede do ventrículo esquerdo que causa redução no tamanho da luz. O ventrículo esquerdo e o átrio esquerdo (asterisco) estão à direita dessa vista apical das quatro câmaras do coração. Um marca- passo está presente no ventrículo direito (seta). B, Cardiopatia hipertensiva pulmonar (à direita) (cor pulmonale). O ventrículo direito está acentuadamente dilatado e apresenta espessamento da parede livre e hipertrofia das trabéculas (vista apical das quatro câmaras do coração, ventrículo direito à esquerda). A forma do ventrículo esquerdo (à direita) foi deformada pelo alargamento do ventrículo direito. - IMPORTANTE: - A CH sistêmica compensada pode ser assintomática, produzindo apenas evidências eletrocardiográficas ou ecocardiográficas de aumento do ventrículo esquerdo. Em muitos pacientes, a CH sistêmica chama atenção devido à nova fibrilação atrial induzida pelo aumento do átrio esquerdo ou pela ICC progressiva. - Dependendo da gravidade, duração e causa subjacente da hipertensão, e da adequação do controle terapêutico, o paciente pode (1) levar uma vida normal por muitos anos e morrer de causas não relacionadas, (2) desenvolver CI devido aos efeitos potencializadores da hipertensão sobre a aterosclerose coronariana e à isquemia induzida pela maior demanda por oxigênio do músculo hipertrófico, (3) sofrer um dano renal ou um acidente vascular cerebral como efeitos diretos da hipertensão, ou (4) sofrer insuficiência cardíaca progressiva ou MSC. O controle eficaz da hipertensão pode prevenir a hipertrofia cardíaca ou levar à sua regressão; com a normalização da pressão arterial, os riscos associados de CH são diminuídos. Cardiopatia Hipertensiva Pulmonar(Direita- Cor Pulmonale) - Normalmente, como a vasculatura pulmonar está na circulação de baixa pressão, o ventrículo direito possui uma parede mais delgada e complacente do que o ventrículo esquerdo. A CH pulmonar isolada, ou cor pulmonale, se origina da sobrecarga de pressão do ventrículo direito. O cor pulmonale crônico é caracterizado pela hipertrofia do ventrículo direito, dilatação e, potencialmente, insuficiência direita. As causas típicas do cor pulmonale crônico são os distúrbios dos pulmões, especialmente doenças parenquimais crônicas como o enfisema, e a hipertensão pulmonar primária. - O cor pulmonale agudo pode surgir após uma embolia pulmonar maciça. No entanto, também deve-se lembrar que a hipertensão pulmonar ocorre normalmente como uma complicação da cardiopatia do lado esquerdo. IMPORTANTE: - A cardiopatia hipertensiva é a disfunção do miocárdio(dano do miocárdio) que evoluiu de uma ICC tanto do lado esquerdo quanto do lado direito. Morfologia: -No cor pulmonale agudo, há acentuada dilatação do ventrículo direito sem hipertrofia. No corte transversal, oventrículo direito, que possui uma forma normal de crescente, exibe um formato ovoide dilatado. No cor pulmonale crônico, a parede do ventrículo direito espessa-se, às vezes, até 1 cm ou. Podem ser observadas etapas mais sutis de hipertrofia do ventrículo direito, como o espessamento dos feixes musculares da via de saída, imediatamente abaixo da valva pulmonar, ou do feixe moderador, o feixe muscular que conecta o septo ventricular ao músculo papilar anterior do ventrículo direito. Algumas vezes, o ventrículo direito hipertrofiado comprime a câmara ventricular esquerda ou leva à regurgitação tricúspide com espessamento fibroso desta valva.
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