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#Carolina R. Dobrotinic APG 03 SOI III Insuficiência cardíaca Objetivos: 1. Compreender as alterações anatômicas e funcionais da insuficiência cardíaca 2. Entender os sintomas, exames (RAIO X) e diagnóstico da IC 3. Compreender a fisiopatologia da cardiomiopatia dilatada 4. Conhecer as doenças negligenciadas Alterações anatômicas e funcionais A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica complexa resultante de alterações estruturais ou funcionais que levam a aumento de pressões de enchimento intraventricular e/ou redução da ejeção sistólica. Pode resultar de disfunção sistólica ou diastólica. A disfunção sistólica resulta da função contrátil miocárdica inadequada, já a disfunção diastólica refere-se à incapacidade do coração de relaxar e encher adequadamente Mecanismos fisiopatológicos principais que podem desencadear uma ICC: insuficiência da bomba, obstrução do fluxo, fluxo regurgitante, desvio do fluxo, distúrbios da condução cardíaca, ruptura do coração ou de um vaso de grande calibre. ➔ Mecanismo de Frank-Starling O aumento do volume de enchimento diastólico final dilata o coração e alonga as fibras musculares cardíacas; essas fibras alongadas se contraem mais vigorosamente, aumentando dessa forma o débito cardíaco. ➔ Ação da norepinefrina A liberação do neurotransmissor norepinefrina pelo sistema nervoso autônomo eleva a frequência cardíaca e aumenta a contratilidade do miocárdio e a resistência vascular. ➔ Ação do SRAA A ativação do sistema renina angiotensina aldosterona estimula a retenção de sal e água e eleva o tônus vascular. ➔ Ação do peptídeo natriurético atrial A liberação do peptídeo natriurético atrial equilibra o sistema renina angiotensina aldosterona por meio da diurese e do relaxamento do músculo liso vascular. ➔ Remodelamento Os cardiomiócitos se adaptam ao aumento da carga de trabalho reunindo novos sarcômeros (hipertrofia) Sobrecarga de pressão (ex: hipertensão) ● Novos sarcômeros estão depositados em paralelo ao longo eixo das células ● Causa um aumento concêntrico na espessura da parede ● A espessura da parede ventricular aumenta Sobrecarga de volume (ex: regurgitação valvar) ● Os novos sarcômeros são adicionados em série aos sarcômeros existentes ● O comprimento das fibras musculares aumenta. ● Os ventrículos tendem a dilatar Consequências O aumento do tamanho do cardiomiócito não é acompanhado por um aumento proporcional do número de capilares, assim, o consumo de oxigênio pelo coração hipertrofiado está elevado. A hipertrofia também é frequentemente acompanhada pela deposição de tecido fibroso. A insuficiência cardíaca é caracterizada por graus variáveis de débito cardíaco e perfusão tecidual reduzida Insuficiência cardíaca esquerda Causas mais comuns: doença isquêmica do coração (DIC), hipertensão sistêmica, doença valvar e as doenças primárias do miocárdio ➔ Diminuição da perfusão sistêmica e elevação das pressões de retorno dentro da circulação pulmonar Consequência: congestão e edema pulmonar Manifestações clínicas Dispneia, tosse, ortopneia, dispneia paroxística noturna (sensação de sufocamento), cardiomegalia, taquicardia, presença de terceira bulha cardíaca (B3) e estertores finos na base dos pulmões. À medida que a dilatação ventricular progride: regurgitação mitral, sopro sistólico, fibrilação atrial, formação de trombos Nos rins, a redução da perfusão renal pode provocar azotemia pré-renal, com excreção deficiente de resíduos nitrogenados e aumento do distúrbio metabólico No cérebro: encefalopatia hipóxica, caracterizada por irritabilidade, diminuição da cognição e inquietação Insuficiência cardíaca direita Causas: normalmente as mesmas da insuficiência esquerda Quando a insuficiência cardíaca direita é isolada e se dá em função de alguma patologia pulmonar (ex: hipertensão pulmonar primária) é chamada de cor pulmonale ➔ Hipertensão pulmonar que resulta em hipertrofia e dilatação do lado direito do coração. Consequência: congestão venosa portal e sistêmica com congestão pulmonar mínima. Manifestações clínicas Hepatoesplenomegalia, edema periférico, derrame pleural e ascite. Congestão venosa e hipóxia dos rins e do encéfalo Diagnóstico Após o diagnóstico realizado, recomenda-se ainda classificar o paciente com base na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) Legenda: IC FEI: IC fração de ejeção intermediária; IC FEP: IC fração ejeção preservada; IC FER: IC fração de ejeção reduzida; A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, nas diretrizes, a definição tem variado de FE ≤ 35% a < 40% ou ≤ 40%, já a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada: FE > 40%, > 45%, > 50% a > 55%. Critérios de Boston para diagnóstico de IC Classificação clínico-hemodinâmica de Stevenson para a IC. ➔ Exames complementares Eletrocardiograma Fibrilação atrial e sobrecarga atrial e/ou ventricular esquerda Bloqueio de ramo esquerdo e zona inativa em parede anterior, por outro lado, são bons preditores de disfunção sistólica Radiografia Cardiomegalia (índice cardiotorácico > 0,5), associada a sinais de congestão pulmonar (redistribuição vascular para os ápices, edema intersticial e/ou alveolar e derrame pleural) Avaliação laboratorial IC aguda IC crônica Ecodopplercardiograma Fornece diversas informações funcionais e anatômicas acerca do coração Cardiomiopatia dilatada É definida pela presença de dilatação e disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE) na ausência de condições anormais de pré-carga ou pós-carga que as justifiquem (ESC) Formas: familiar/genética ou por insultos miocárdicos adquiridos como: intoxicações, miocardites, gravidez, estresse e induzida por taquicardia induzida. Fisiopatologia ➔ Genética A herança autossômica dominante é o padrão predominante e envolve com frequência mutações na codificação de proteínas do citoesqueleto ou de proteínas que ligam o sarcômero ao citoesqueleto (p. ex., a α-actina cardíaca) ➔ Infecções Coxsackievírus B e de outros enterovírus desencadeiam uma miocardite que progride para uma CMD ➔ Substâncias tóxicas O abuso de álcool possui efeito tóxico direto sobre o miocárdio ➔ Periparto Multifatorial Estudos recentes também indicam que o defeito primário é a angiogênese comprometida no miocárdio, levando a injúria isquêmica. ➔ Sobrecarga de ferro Pode ser atribuída à interferência em sistemas enzimáticos que dependem do metal ou à lesão causada pela produção mediada pelo ferro de espécies reativas do oxigênio. Doenças negligenciadas São doenças que não só prevalecem em condições de pobreza, mas também contribuem para a manutenção do quadro de desigualdade, já que representam forte entrave ao desenvolvimento dos países. Dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmaniose, malária, tuberculose, filarioses, clamidioses e riquetsioses, raiva, hantavirose, hepatites virais Legenda: BNP: peptídeo natriurético tipo B; BDAS: bloqueio divisional anterossuperior; BRD: bloqueio de ramo direito; BRE: bloqueio de ramo esquerdo; IC: insuficiência cardíaca; MAPA: monitorização ambulatorial da pressão arterial; NT-proBNP: N-terminal pró-peptídeo natriurético tipo B; T4: tetraiodotironina; TSH: hormônio tireoestimulante. Classificação da IC
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