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Resumo Completo Doenças dos Leucócitos

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1 BRUNO HERBERTS SEHNEM – ATM 2023/2 
DOENÇAS DOS LEUCÓCITOS 
 
Em neoplasias malignas derivadas de 
epitélios (carcinomas) que estão em estágio 
avançado, existe comprometimento dos 
linfonodos por células neoplásicas 
(tumorais), pois os linfonodos são estruturas 
que funcionam como filtradores da linfa. 
Então é inevitável que ocorra o 
comprometimento dessas estruturas por 
células neoplásicas se o carcinoma é 
invasivo. Assim, nas neoplasias malignas, 
os linfonodos são acometidos 
secundariamente a uma patologia primária 
(câncer). 
 
Os linfonodos também são importantes para 
o processo de maturação de linfócitos B e 
linfócitos T. Assim, além da presença de 
células neoplásicas, o aumento do número 
de linfócitos B ou T (em processos 
infecciosos, por exemplo), também causam 
aumento do tamanho dos linfonodos 
(linfonodomegalia). Entretanto, a 
linfadenopatia relacionada à neoplasia 
maligna é caracterizada por linfonodos 
rígidos e indolores, já a linfadenopatia 
reacional, que está relacionada aos 
processos infecciosos (maturação de 
linfócitos B e T), é caracterizada por 
linfonodos moles e dolorosos. 
Os linfonodos também podem ser 
acometidos por neoplasias primárias, 
chamadas de linfomas. Os linfomas podem 
ser de células B ou de células T. Os mais 
comuns são os linfomas de células B. O 
diagnóstico é realizado por meio do método 
de imuno-histoquímica. 
Desenvolvimento e Manutenção da 
Hematopoiese: 
Os elementos figurados do sangue têm 
origem nas células-tronco 
hematopoiéticas, células pluripotentes que 
estão no topo hierárquico dos progenitores 
da medula óssea. As duas propriedades 
fundamentais das células-tronco 
hematopoiéticas são autorrenovação e 
pluripotência. 
Na medula óssea, as células-tronco 
hematopoiéticas dividem-se em duas 
linhagens: linfoide e mieloide. As 
neoplasias malignas que acometem as 
células-tronco hematopoiéticas são 
chamadas de leucemias. Elas podem ser 
causadas por mutações em células-tronco 
hematopoiéticas da linhagem linfoide ou da 
linhagem mieloide, produzindo as leucemias 
linfoide e mieloide. 
As leucemias podem apresentar um quadro 
clínico agudo ou crônico. A forma mais 
comum de leucemia na infância é a leucemia 
linfoblástica aguda (LLA). 
Os linfomas são as neoplasias malignas que 
acometem dois tipos de células originadas 
da linhagem linfoide: linfócitos B e 
linfócitos T. 
Algumas doenças hematológicas podem ser 
identificadas pelo esfregaço de sangue 
periférico. Entretanto, algumas vezes são 
necessárias amostragens diretas da medula 
óssea ou de linfonodos. 
As neoplasias malignas que acometem as 
células-tronco hematopoiéticas (leucemias) 
ou os linfócitos B e T (linfomas) podem 
resultar na formação de uma massa 
orgânica. Entretanto, diferentemente das 
massas metastáticas dos carcinomas, elas 
não são capazes de embolizar. 
Distúrbios não neoplásicos dos 
leucócitos: 
Na leucopenia, o número de leucócitos 
circulantes está nitidamente diminuído, 
podendo ocorrer de forma generalizada ou 
de um tipo celular específico. 
- Linfopenia: causada por infecção 
avançada por HIV, doenças congênitas de 
imunodeficiência e tratamento com altas 
 
2 BRUNO HERBERTS SEHNEM – ATM 2023/2 
doses de corticoesteroides 
(imunossupressão). 
- Neutropenia: granulopoiese inadequada, 
aumento da destruição ou sequestro de 
neutrófilos, presença de fraqueza e 
fatigabilidade. 
- Agranulocitose: a principal etiologia é a 
toxicidade por medicamentos 
(quimioterápicos, por exemplo), 
caracterizada por um quadro clínico grave 
que deixa o paciente suscetível à infecções. 
Proliferações reativas dos leucócitos: 
- Leucocitose: refere-se ao aumento do 
número de leucócitos no sangue. É comum 
em uma variedade de estados inflamatórios 
causados por estímulos microbiológicos e 
não microbiológicos. As leucocitoses são 
relativamente não específicas e classificadas 
de acordo com a série específica de célula 
branca que é afetada. 
 
- Linfadenite Reativa: refere-se ao aumento 
do tamanho dos linfonodos (linfadenopatia) 
em resposta a infecções e a estímulos não 
microbianos. As infecções que causam a 
linfadenite são variadas e numerosas e 
podem ser agudas ou crônicas. 
 
 
 
Proliferações neoplásicas dos 
leucócitos: 
Os tumores são os distúrbios mais 
importantes dos leucócitos. Eles podem ser 
divididos em 3 grupos: 
- Neoplasias Linfoides: são os linfomas de 
Hodgkin, os linfomas não Hodgkin, as 
leucemias linfocíticas e as neoplasias de 
plasmócitos. 
- Neoplasias Mieloides: surgem a partir de 
células progenitoras que originam os 
elementos celulares do sangue 
(granulócitos, eritrócitos e plaquetas). Elas 
podem ser classificadas em leucemias 
mieloides agudas (células progenitoras 
imaturas acumulam-se na medula óssea), 
distúrbios mieloproliferativos (causam 
contagem elevada das células do sangue) e 
síndromes mielodisplásicas (causam 
hematopoese ineficaz e citopenias). 
- Neoplasias Histiocíticas: são as lesões 
proliferativas de macrófagos e células 
dendríticas. 
As neoplasias linfoides manifestam-se 
como leucemias, com envolvimento da 
medula óssea e do sangue periférico, como 
linfomas, tumores que produzem massas 
nos linfonodos ou em outros tecidos, e como 
tumores de plasmócitos, que geralmente 
surgem nos ossos e se manifestam como 
massas distintas. 
Todas as neoplasias linfoides 
apresentam potencial de se disseminar 
para os linfonodos e vários outros tecidos 
do corpo, especialmente o fígado, o baço, 
a medula óssea e o sangue periférico. 
Devido à sobreposição dos comportamentos 
clínicos, as diversas neoplasias linfoides 
podem ser diferenciadas com certeza 
apenas através das características 
morfológicas e moleculares das células 
tumorais. 
Os linfomas podem ser divididos em dois 
grandes grupos: os linfomas de Hodgkin e 
os linfomas não Hodgkin. Apesar de ambos 
se originarem de tecidos linfoides, o linfoma 
de Hodgkin diferencia-se pela presença 
das células de Reed-Sternberg. 
 
3 BRUNO HERBERTS SEHNEM – ATM 2023/2 
 
Existem muitos tipos diferentes de linfomas 
de Hodgkin e de linfomas não Hodgkin, pois 
a célula da linhagem linfoide que origina o 
tumor pode sofrer mutação em qualquer 
ponto ao longo da linhagem. 
Linfoma de Hodgkin: é um tumor originado 
de células B que surge em um único 
linfonodo ou em uma cadeia de linfonodos e 
se disseminam para os linfonodos contíguos 
anatomicamente, caracterizado 
histologicamente pela presença da célula de 
Reed-Sternberg, que é um linfócito B 
neoplásico gigante, com dois núcleos e dois 
nucléolos bem evidentes, e da célula de 
Hodgkin, que é uma célula neoplásica 
gigante, com um núcleo e um nucléolo bem 
evidente. 
 
A célula de Reed-Sternberg é capaz de 
recrutar vários tipos celulares diferentes para 
o tumor, produzindo um infiltrado inflamatório 
heterogêneo junto às células neoplásicas. 
O linfoma de Hodgkin do tipo celularidade 
mista é bastante agressivo, pois apresenta 
maior tendência de disseminação, e é 
caracterizado histologicamente por células 
de Reed-Sternberg clássicas em meio a um 
infiltrado inflamatório heterogêneo. 
 
O linfoma de Hodgkin do tipo esclerose 
nodular é o mais comum, é menos 
agressivo, apresenta um bom prognóstico, 
apresenta organização histológica de 
nódulos e células de Reed-Sternberg com 
núcleo multilobulado, contendo muitos 
nucléolos pequenos, localizado em um 
espaço vazio (lacunar) criado pela retração 
do citoplasma. 
 
O linfoma de Hodgkin do tipo 
predominância de linfócitos é 
caracterizado histologicamente pela 
presença de células de Reed-Sternberg com 
núcleo delicado e multilobulado semelhante 
a uma pipoca (células em pipoca) em meio a 
um grande número de linfócitos B maduros. 
O prognóstico é excelente. 
 
4 BRUNO HERBERTS SEHNEM – ATM 2023/2 
 
Os linfomas de Hodgkin são mais 
prevalentes que os linfomas não Hodgkin. O 
linfoma não Hodgkin mais frequente é o 
linfoma difuso de grandes células B. 
O linfoma folicular é caracterizado por um 
grande númerode folículos no linfonodo, os 
folículos são todos formados pelo mesmo 
tipo celular. As células tumorais 
assemelham-se às células B dos centros 
germinativos normais, apresentando apenas 
um leve aumento celular e cromatina 
condensada. Por serem tumores bem 
diferenciados, apresentam comportamento 
clínico mais agressivo. 
 
O linfoma de células do manto é composto 
por células levemente maiores que os 
linfócitos B normais, com núcleos irregulares, 
nucléolos discretos e citoplasma escasso, 
localizadas nas zonas do manto de folículos 
linfoides normais. 
 
O linfoma de Burkitt é muito mais comum 
em crianças, ele é caracterizado como uma 
noite estrelada no corte histológico, pode 
apresentar alto índice mitótico e apoptótico. 
O padrão de noite estrelada deve-se à 
presença de macrófagos contendo 
fragmentos nucleares tumorais fagocitados 
envoltos por um espaço claro. 
 
O linfoma difuso de grandes células B é o 
tipo mais comum de linfoma em adultos, é 
caracterizado histologicamente pela 
presença de células tumorais com núcleos 
aumentados, cromatina dispersa, nucléolos 
proeminentes e citoplasma disperso. 
 
O mieloma múltiplo é uma neoplasia 
maligna dos plasmócitos. É caracterizado 
pela formação de múltiplas lesões 
osteolíticas, que geralmente envolvem o 
esqueleto axial. Há produção de anticorpos 
(imunoglobulinas) anormais, causando 
imunossupressão (aumento do risco de 
infecções) e danos renais (perda de função 
renal devido à hipercalcemia resultante da 
liberação de cálcio pela destruição óssea e 
formação da proteína de Bence Jones, que 
causa lesão renal e é excretada na urina). 
Quanto às características histológicas, na 
medula óssea, as células medulares normais 
são substituídas, em grande parte, por 
plasmócitos em suas formas maduras e 
imaturas. As formas imaturas/atípicas com 
múltiplos núcleos, nucléolos proeminentes e 
 
5 BRUNO HERBERTS SEHNEM – ATM 2023/2 
gotículas citoplasmáticas contendo 
imunoglobulina. 
 
 
Leucemia Linfoblástica Aguda: neoplasia 
maligna mais comum no grupo pediátrico. 
Apresenta bom prognóstico. Caracterizada 
histologicamente pela presença de células B 
ou T imaturas (pré-B ou pré-T), chamadas de 
linfoblastos, com cromatina nuclear 
condensada, nucléolos pequenos e 
citoplasma escasso. 
 
Leucemia Mieloide Aguda: segundo tipo de 
neoplasia maligna mais comum no grupo 
pediátrico. Ela também pode acometer 
pacientes adultos. O prognóstico e o 
tratamento dependem da característica 
genética que causou a neoplasia. Acomete 
os progenitores hematopoiéticos da 
linhagem mieloide e é causada por mutações 
que impedem a diferenciação dessas células 
para sua forma madura. Presença de células 
imaturas, chamadas de mieloblastos, com 
aumento da proporção núcleo-citoplasma, 
nucléolos proeminentes e, por vezes, com 
Bastões de Auer. 
 
As leucemias crônicas são mais frequentes 
em pacientes idosos e apresentam quadro 
clínico de evolução lenta. 
Leucemia Linfocítica Crônica: neoplasia 
maligna caracterizada pela presença de 
linfócitos B ou T imaturos (mas com maior 
grau de maturidade que os linfoblastos da 
LLA), caracterizada histologicamente pela 
presença de células em borrão, que são 
células tumorais em apoptose. Pode 
acometer o fígado (formação de massa 
orgânica), visto que a medula óssea não 
apresenta funções hematopoiéticas 
adequadas e o fígado acaba assumindo 
parte dessas funções juntamente com o 
baço. 
 
 
 
6 BRUNO HERBERTS SEHNEM – ATM 2023/2 
Leucemia Mieloide Crônica: causada pela 
formação do cromossomo Filadélfia (gene 
BCR-ABL), sucesso terapêutico no controle 
da doença, presença de células mieloides 
imaturas incapazes de se transformar em 
neutrófilos e outros tipos celulares mieloides. 
O número de mieloblastos é menor que na 
LMA. Há expansão da polpa vermelha do 
baço, devido ao retorno da atividade 
hematopoiética do órgão (hematopoese 
extramedular).