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Saúde do Adulto e do Idoso 3 - Otorrinolaringologia - Labirintopatias Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros labirintopatias LABIRINTOPATIAS ✓ Vertigem pode ser fisiológica (se ficar em pé apoi- ado com o pé só e fizer extensão da cabeça), na gravidez também e várias outras doenças. PORÇÃO INTERNA DA ORELHA ✓ A orelha interna é a parte mais importante para a audição. Ela é totalmente independente das outras partes. Tem uma formação embriológica totalmente diferente das outras partes. ✓ A porção interna fica dentro da porção petrosa do osso temporal. É bem pequena e tem aproximadamente o tamanho de uma ervilha. ✓ O labirinto ainda nos dá a consciência do ambiente em que estamos e equilíbrio. ✓ O sistema vestibular está protegido pelos ossos mais fortes do nosso corpo (temporal) ✓ O labirinto é dividido em porção anterior (cóclea) e posterior (vestíbulo e canais semicirculares) ✓ O labirinto é inervado pelo 8º par dos nervos crani- anos, vestíbulo coclear. ✓ A orelha interna é uma estrutura complexa. Ela tem uma parte óssea e uma forma membranosa. Dentro da es- trutura membranosa temos a endolinfa (é rica em potássio) e entre a estrutura membranosa e a estrutura óssea, temos a perilinfa (rica em sódio). ✓ Toda a parte membranosa vai ter uma estrutura se- melhante a parte óssea, mas com algumas especificações. Por exemplo, dentro do vestíbulo a gente vai ter o sáculo e utrículo. ✓ O sáculo (ligado à cóclea) e utrículo (ligado aos ca- nais semicirculares) são responsáveis pelo equilíbrio da gente no espaço. E a parte anterior da estrutura vai se dife- renciar no órgão de Coorti que é responsável pela percepção sonora. Essas estruturas que informam a posição da nossa cabeça parada. Então é importante para a audição e equilí- brio. ✓ O sáculo e utrículo vão informar para o nosso cére- bro a posição da nossa cabeça quando estamos parados. ✓ Órgão de Corti vai percebendo os sons mais agudos e quando vai chegando no ápice, vai escutando os sons mais graves. ✓ Se a gente se mexer, o líquido (perilinfa e endolinfa) se move nos canais semicirculares e vão estimular outro ór- gão, que tem uma crista ampular e que vai informar a nossa posição em movimento. ✓ Dentro dos canis semicirculares vamos ter as ampo- las, e dentro de cada ampola vamos ter cílios que serão esti- mulados pela movimentação da endolinfa. Dentro das cristas ampulares vamos ter as máculas (são tipo uma cisterna com líquido) que dentro desse líquido tem umas concreções cál- cicas , parece uma areia, que são os otólitos. Os otólitos de depositam no fundo de cada mácula. CÓCLEA ✓ O ápice, capta os sons graves e a base os sons mais agudos. ✓ Na atualidade temos um implante coclear, a fim de estimular o nervo auditivo. ✓ As ondas sonoras vão chegar pela via aérea, vai ba- ter na membrana timpânica, que vai fazer a vibração dos os- sículos, chegar no estribo que vai se movimentar, movimen- tando também o líquido dentro da cóclea. ✓ Dentro no coclear vamos ter o órgão de Corti. Que tem as células ciliadas externas, que são as que são analisa- das com a otoemissão acústica (teste da orelhinha). E as Saúde do Adulto e do Idoso 3 - Otorrinolaringologia - Labirintopatias Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros células ciliadas internas, que vão vibrar e se conectar com a membrana tectória. Fazendo assim umas transformação de energia mecânica em energia elétrica (nervo coclear) que vai gerar o som. ✓ Temos 3 canais semicirculares. Mas por que 3? Isso porque existem 3 planos diferentes e sempre vamos ter que ter um canal horizontalizado EQUILIBRIO ✓ Precisamos dos sistemas que nos ajudam a manter o equilíbrio. A função senório-motora que tem como obje- tivo estabilizar o campo visual e a postura. ✓ Os sistemas envolvidos são a visão, o aparelho ves- tibular e o aparelho proprioceptivo. Esses aparelhos devem estar funcionando bem, isso para que haja coordenação, para levar as informações para o cerebelo, para os núcleos vestibulares no tronco encefálico. ✓ Isso tudo funcionando, nós mantemos o equilíbrio. Até 2 desses 3 aparelhos funcionando nós ainda vamos ter o equilíbrio. ✓ O equilíbrio é a integração funcional das informa- ções dos sitemas periféricos: visuais, vestibulares e proprio- ceptivos nos núcleos vestibulares do tronco cerebral, sob a coordenação do cerebelo. ✓ Quando não estamos com equilíbrio, nosso corpo expressa de alguns jeitos. ✓ Daí, com os sensores em harmonia, desenvolvemos dois reflexos, o vestíbulo ocular e o vestíbulo espinhal. Eles já existem na gente, mas só se tornam perceptíveis quando tem alguma alteração no equilíbrio. REFLEXO VESTÍBULO OCULAR - NISTAGMO ✓ O reflexo vestíbulo ocular quando dá para observar, se expressa como nistagmo. O nistagmo pode ser de origem central e oculomotora também, mas a origem você vai des- trinchar quando estiver colhendo a história. ✓ O nistagmo pode ser horizontal, horizonto-vertical, anteroposterior, múltiplos. ✓ O nistagmo mais importante para a otorrinolaringo- logia é o horizontal. ✓ Se o paciente chega com tontura, vai procurar nis- tagmo TONTURA ✓ Vai ser um conflito de informações daqui exposto acima. ✓ Pode ter tontura por alteração visual, por alteração proprioceptiva, por conta de alteração vestibular ou até mesmo central. ✓ Pode ser do tipo rotatória, que é a vertigem. Que é um sintoma importante para o otorrino. ✓ A instabilidade é o sintoma relatado pelo paciente que não está sentindo bem o solo em que está pisando. Pode sentir que está flutuando, que não está andando correta- mente ✓ Pode se apresentar também com distorção visual, que o paciente pensa que suas pernas são grandes etc. AVALIAÇÃO LABIRÍNTICA EXAME OTONEUROLÓGICO ✓ Fazer uma anamnese boa e detalhada. Saber o tempo da tontura, se depende de alguma posição do corpo que aparece, como é a alimentação, se ele toma remédio etc. AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINAMICO ✓ Primeiro faz um estudo do equilíbrio estático e di- nâmico, começando pela: 1. Prova da marcha: pedir para o paciente an- dar. Observar desde a entrada do paciente no consul- tório. 2. Prova de Romberg: paciente em pé, sem cal- çado, com os dois pés juntos, pede para juntar os bra- ços ao lado do corpo e fechar o olho. Se ele tiver pro- blema labiríntico, a tendência é cair para o lado ipsi- lateral a lesão. 3. Prova de Romberg Barré: é a romberg sensi- bilizada, onde os pés ficam na frente um do outro. 4. Prova de Unterberger: paciente cruza os bra- ços e vai marchar levantando o joelho fazendo um ân- gulo de 90° sem sair do lugar. Em um momento pede para ele fechar os olhos. Se ele tiver normal, vai con- tinuar marchando no mesmo lugar. Se tiver com al- guma alteração, ele vai virando para o lado acome- tido. Rodando. Saúde do Adulto e do Idoso 3 - Otorrinolaringologia - Labirintopatias Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros FUNÇÃO CEREBERAR ✓ Depois vamos observar a função cerebelar: 1. Braços estendidos (prova deficitária) – carac- terísticas de acometimento central. Força e cerebelo. 2. Index-nariz: 3. Diadococinesia: movimentos alternados das mãos. VECTO-ELETRONISTAGMOGRAFIA ✓ Vamos indicar uma vecto-eletronistagmografia (VENG) para pacientes que tem tonturas, disacusia NS, zum-bidos, síndromes da fossa posterior, enxaquecas de difícil controle, atraso escolar infantil. ✓ Para fazer o exame tem que suspender 3 dias antes a medicação que está usando, suspender chás, café, choco- late, fumo e álcool. ✓ Como eletrodos que vão medir a diferença de po- tencial entre a córnea e a retina, de forma que qualquer mo- vimento que o paciente fizer nos olhos vai aparecer o tra- çado do exame. ✓ Antes do exame podemos fazer uma pesquisa do nistagmo de posição (paciente em decúbito dorsal, ventral, depois decúbito lateral direito, depois esquerdo e ver se tem nistagmo. PESQUISA DE NISTAGMO ✓ Ai faz a pesquisa da calibração, que nada mais é do que pedir para o paciente olhar para direita, para esquerda. Aqui já vê se o paciente tem um problema central ou não. Os pacientes com alteração central tem mudança de forma nas ondas formadas nessa etapa. ✓ Depois faz a pesquisa de nistagmo espontânea. Até 7°/seg é normal o nistagmo. ✓ Para o paciente ter lesão central, ele não pode ter em somente 1 prova uma alteração. ✓ Procura o nistagmo semi espontâneo, onde pede para o paciente olhar para direita, segurar um pouco o olhar. Depois olhar para a esquerda. ✓ Depois faz o rastreio ocular. Essa prova é feita com um pêndulo. ✓ Depois faz o nistagmo optocinético, feita com um tambor de luz. ✓ Depois a prova rotatória pendular decrescente (PRPD). Vai girar uma cadeira e ela balança como um pên- dulo, de um lado para o outro. ✓ Depois faz a prova calórica. Se a gente colocar uma fonte de calor próxima (água ou ar), vamos estimular os ca- nais semicirculares. O paciente vai sentir muito enjoo, ton- tura e nistagmo, até nas pessoas saudáveis. Em pessoas com acometimento labiríntico, vai ter uma hiperreflexia, hiporre- flexia ou resposta nenhuma ✓ É um exame topodiagnóstico com a finalidade de distinguir as labirintopatias centrais e periféricas. Se a gente descobre que é central, encaminhamos para o neuro. Se for síndromes vestibulares periféricas, temos 2 tipos: ➢ Irritativas: bom prognóstico. São aquelas em que os resultados são bem exagerados. Quando faze- mos a prova calórica, vai ter hiperreflexia, muito nis- tagmo; ➢ Deficitárias: mau prognóstico. Tem pouco nistagmo. LABIRINTOPATIAS PERIFERICAS ✓ Das labirintopatias periféricas mais frequentes, te- mos: ➢ Labirintopatias metabólicas. Quem regula a pressão da perilinfa e da endolinfa é a glicose. O que acontece é que a bomba de sódio enpotássio pode promover a tontura. As doenças metabólicas são fre- quentes. as dislipdemias, diabetes etc. ➢ Labirintopatias vasculares: HAS, ateroscle- rose. Se tiver uma placa de ateroma nas artérias que irrigam o labirinto, pode ter déficit de irrigação e cau- sar tontura. ➢ Doença de Ménière: tem uma tétrade impor- tante. 1. Tontura ou vertigem; 2. Zumbido; 3. Ouvido cheio – plenitude aurículas; 4. Hipoacusia em crise. É uma hipertensão endolinfática. Muito relacionada com os pacientes com síndromes metabólicas. ➢ Síndromes cervicais: porque a artéria verte- bral que vai dar a artéria labiríntica, ela passa por den- tro da coluna cervical. Como nos dias atuais ficamos muito com a cabeça inclinada para baixo (celular, computador), podemos comprimir essa artéria. ➢ Neurinoma do acústico (Schwanoma Vesti- bular). É o tumor do nervo acústico. Ele começa no ramo vestibular do oitavo par. Todo paciente que se queixa de perda de audição unilateral, ele pode ter esse tumor. É um tumor benigno e de fácil remoção nos estágios iniciais. CINETOSE ✓ É uma tontura que está relacionada com a sensibili- dade labiríntica. ✓ As pessoas podem ter tonturas, náuseas, vômitos, palidez e sudorese. ✓ Andando de barco, de avião, montanha russa, me- tro, carro, entre outros. TRATAMENTO ✓ Diagnosticar e tratar a doença base Saúde do Adulto e do Idoso 3 - Otorrinolaringologia - Labirintopatias Medicina – UFAL - Turma 82 - Maryelle Barros ✓ Pode usar drogas inibidoreas da função labiríntica também. ➢ Na fase aguda – intoxicação labiríntica por ál- cool, por exemplo: dimenidrinato (dramin) ➢ Na fase crônica – paciente que tem tontura faz um tempo: 1. Flumarizina (Vertix ou Fumarin); 2. Vasodilatadores (Ginkgo biloba), tebonin, tanakan; 3. Clonazepan 0,25 mg ✓ E mudanças de hábitos dietéticos e inclusão de ati- vidades físicas
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