Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@veterinariando_ Anemias É uma condição patológica em que há a redução da quantidade de hemácias ou hemoglobina circulantes no sangue Essa redução ocasiona no paciente a redução de oxigênio tecidual, levando o animal a apresentar manifestações clínicas Os mais evidentes estão relacionados com a hipóxia ou seus mecanismos compensatórios Pode haver: palidez de mucosas, letargia, intolerância ao exercício, taquipneia ou dispneia, taquicardia e sopro anêmico Outros sinais estão relacionados com a causa da anemia → Doenças sistêmicas: anorexia, perda de peso, febre e linfadenopatia → Quadro hemolítico: esplenomegalia, icterícia, hemoglobinúria e bilirrubinúria 37 a 30%: leve 29 a 18%: moderada <18%: intensa 24 a 20%: leve 19 a 15%: moderada <15%: intensa O paciente possui mecanismos de compensação para a anemia Mecanismos sistêmicos: aumento de frequência respiratória (taquipneia), aumento da frequência cardíaca (taquicardia), o organismo via tentar melhorar a irrigação de órgãos vitais Mecanismos intraeritrocitários: aumento do 2,3 DGP PARTE I Classificação das anemias Podem ser classificadas por: resposta medular, morfologia e pela Fisiopatogenia → Regenerativa: quando há resposta medular, são anemias que possui reticulócitos → Arregenerativa: ausência de reticulócitos e medula não responsiva o Consiste em contar quantos reticulócitos há em pelo menos 1000 hemácias o CR (%) = nº de reticulócitos nº de hemácias Reticulócitos ponteados – permanece na circulação por até 12 dias Reticulócitos agregados – permanece na circulação por até 12h (indicam a regeneração de forma mais confiável) Não há contagem de reticulócitos em equinos, pois ele não libera na circulação → As hemácias mais velhas são mais suscetíveis à destruição, por consequência os reticulócitos parecem estar em maior quantidade do que na realidade (CCR) = CR x Ht do paciente Ht médio da espécie <1% = arregenerativa >1% = regenerativa Nº absoluto = CR x He do paciente 0 a 10.000/µl = arregenerativa 10.000 a 60.000/µl = regeneração mínima 60.000 a 200.000/µl = regeneração moderada >200.000/µl = regeneração máxima Anemia aplásica Anemia da doença renal Anemias carenciais Anemia da doença crônica Anemias hemolíticas Anemias hemorrágicas agudas Utiliza os índices eritrocitários (morfologia das hemácias) VCM – volume médio dos eritrócitos VCM = Ht x 10 He CHCM – concentração de hemoglobina por hemácia CHCM = Hb x 100 Ht → Reduzido = microcitose → Normal = normocitose → Aumentado = macrocitose → Reduzido = hipocromia → Normal = normocromia → Aumentado = hipercromia • As hemácias são menores devido a uma menor disponibilidade de ferro e maior número de divisões celulares para compensação • Principal causa é a deficiência de ferro (anemia ferropriva), mas pode ocorrer em casos de hemorragia crônica, insuficiência hepatica (menor produção das proteínas que realizam o transporte de ferro) e shunt • Geralmente são anemias arregenerativa, em que não há alteração da velocidade de produção e número de divisões celulares, as hemácias se mantêm em seu tamanho esperado • A anemia normocítica está presente onde há deficiência de produção Aplasia medular e outras lesões medulares Anemia da doença renal Anemia da doença inflamatória Anemias pré-regenerativas • Quando a anemia macrocítica é regenerativa, ela representa hemácias imaturas liberadas em resposta á anemia • Quando a anemia macrocítica é arregenerativa, ela representa menor número de divisões celulares na medula Hemorragia aguada Anemias hemolíticas Lembrar do período de 3 a 4 dias para ver resposta Deficiência de B9 e B12 FeLV e eritroleucemia Mielodisplasia • Anemias com CHCM reduzido e está relacionada com a menor quantidade de hemoglobina na célula • Pode se manifestar de 2 formas: policromasia (regeneração) ou hipocromia (sem regeneração) Policromasia – anemias regenerativas com liberação de hemácias imaturas Hipocromia – deficiência da síntese de hemoglobina • Aparece quando a síntese de hemoglobina não está afetada pela causa da anemia • Normalmente são as anemias arregenerativa e pré-regenerativas Hipercromia A hemácia não consegue comportar mais de 36d/dl de hemoglobina Se estiver presente, pode ser indicativo de hemólise ou erro É baseada na causa base da anemia ARREGENERATIVA Eritropoiese diminuída Eritropoiese inadequada REGENERATIVA Anemia hemorrágica Anemia hemolítica Fisiopatogenia das anemias arregenerativas • Essa anemia ocorre devido uma alteração do metabolismo do ferro por citocinas inflamatórias levando à eritropoiese reduzida • Geralmente é uma anemia leve (30%) • Pode ser classificado como: anemia normocítica, normocrômica, arregenerativa, por eritropoiese diminuída FISIOPATOGENIA Há o estado inflamatório do paciente, onde ocorre liberação de citocinas. Algumas citocinas irão atuar no fígado aumentando a produção de hepcidina que é uma proteína que quando está elevada e capaz de fazer o baço sequestrar ferro da circulação. Outras citocinas são capazes de ativar os macrófagos que passam a fagocitar hemácias descontroladamente. Além disso, há outras citocinas que atuam diretamente na supressão de eritropoiese na medula óssea • O rim produz eritropoetina, quando há doença renal crônica ocorre morte das células renais, consequentemente não há produção da eritropoetina • Classificação: anemia normocítica normocrômica, arregenerativa, por eritropoiese diminuída Hipotireoidismo – há uma menor taca metabólica e redução da demanda de oxigênio nos tecidos Hipoadrenocorticismo – é pouco compreendida, mas a diminuição de glicocorticoide pode suprimir a eritropoiese • Classificação: anemia normocítica normocrômica, arregenerativa por eritropoiese diminuída • Tem como causa a ingestão inadequada de nutrientes, ou perda excessiva de ferro sem reposição Deficiências que afetam a síntese de DNA e divisão celular: folato, cobalamina e cobalto (esperado hemácia macrocítica) Deficiência que afetam a disponibilidade de ferro e a síntese do heme: ferro, cobre e piridoxina (esperado hemácia microcítica) • Ocorre pela perda crônica de ferro, podendo ocorrer por hemorragia crônica gastrointestinal ou endo/ectoparasitismo intenso • Pode ocorrer também pela ingestão inadequada de ferro, como no caso de filhotes desnutridos FISIOPATOGENIA Inicialmente é regenerativa, pois o organismo possui estoque de ferro A anemia é prolongada pela perda de sangue e pelo aumento da fragilidade de eritrócitos Na ausência do ferro, os percursores passam por mais divisões para tentar atingir a concentração ótima de hemoglobina Inicialmente essa anemia é normocítica normocrômica, ao fim do estoque de ferro ela passa a ser normocítica hipocrômica, a partir do momento que medula começa a dividir mais, essa anemia se torna microcítica normocrômica. Quando não há como se dividir mais chega ao quadro de anemia microcítica hipocrômica • Ocorrem devido a lesões das células percursoras na medula óssea e devido a isso há deficiência na sua produção • As lesões podem ser reversíveis ou irreversíveis Lesões reversíveis – quando a causa é tratada, a medula é capaz de se recuperar Lesões irreversíveis – se o estímulo não cessar e o estímulo for mantido por tempo suficiente, a lesão na medula é tão intensa que não é possível reverter antes da morte do animal Devido à meia-vida longadas hemácias, se a anemia é observada, normalmente é um quadro avançado Causas: → Medicamentos, produtos químicos e intoxicações → Agentes infeciosos – gatos: FeLV, vírus da panleucopenia; cães: erliquiose crônica, arbovirose; equinos: anemia infecciosa equina → Aplasia medular idiopática – ocorre a destruição dos precursores medulares, sem razões aparentes (acredita-se que por fundo imunomediada) → Aplasia medular total – evolução do quadro hematológico, segue a meia-vida das células na circulação (inicial com leucopenia, logo há trombocitopenia e então quadro de anemia) Lesões irreversíveis – causas ✓ Mielofibrose: estímulo inflamatório intenso e substituição do tecido hematopoiético por tecido fibroso ✓ Mieloftise: quadros de neoplasia ou leucemia, onde há substituição dos percursores medulares saudáveis por células neoplásicas Fisiopatogenia das anemias regenerativas • Aguda: onde ocorre perda intensa de grande volume de sangue em um curto período. Pode ocorrer devido a traumas, procedimentos cirúrgicos, coagulopatias, trombocitopenias • Crônica: onde ocorre perda de sangue discreta ao longo dos meses Ocorre perda de ferro e proteínas para o meio externo Ferro e proteínas são reaproveitados pelo organismo Evolução do quadro Quadro imediato – ocorre perda simultânea de líquidos e elementos figurados do sangue. Há hipovolemia, mão não ocorre diminuição de hematócrito Até 72h após hemorragia – há redistribuição de fluidos, o que revelará o grau de anemia. Não é observada reticulocitose (normocitose/normocromia) Após 72h – há reticulocitose aparente com pico em 7 dias após a hemorragia (macrocítica/hipocrômica) • Tem como causa a destruição das hemácias, que podem ocorrer por: lesão direta, lesão oxidativa ou lesão imunomediada As hemácias são destruídas pelos macrófagos no baço, fígado e medula óssea Hemácias se rompem na circulação, com hemólise detectável e hemoglobinúria Geralmente são mais graves Por hemoparasitose – transmissão ocorrer por meio da picada de artrópodes ou iatrogênicas → O parasito induz a lesão direta à membrana ou ocorre o desenvolvimento de anticorpos contra as hemácias Outros microrganismos podem levar a anemias hemolíticas o Ehrlichia canis: hemorragia e hemólise imunomediada o Leptospira spp.: hemólise imunomediada o Clostridium spp.: presença de hemolisinas Ocorre exposição a uma substância oxidativa que leva a oxidação da hemoglobina e que se agregam e precipitam na membrana (corpúsculo de Heinz) O eritrócitos são mais frágeis e menos deformáveis, sendo destruídos facilmente Principais substâncias relacionada com essa anemia o Cebola e alho – emitem uma enzima que combate os radicais livres das hemácias o Paracetamol em gatos – provoca a menor atividade da glutationa o Repolho e couve em ruminantes – possui uma substância que é metabolizada pelas bactérias do rúmen e se tornam um composto oxidante os gatos possuem mais radicais sulfidrila na membrana das hemácias, portanto podem apresentar corpúsculos de Heinz em condições de saúde e em doenças não hemolíticas como diabetes, hipertireoidismo e linfoma Usualmente associada a antibióticos, principalmente penicilinas, cefalosporinas e sulfas Esses antibióticos podem se ligar a membrana causando lesões diretas ou formam complexos imunes imunomediados que irão lesar a membrana Há relatos de que vacinação podem levar a quadros de anemias imunomediadas Anemia hemolítica imunomediada primária – quando descartadas todas as causas secundárias de hemólise, se diagnostica uma anemia hemolítica imunomediada primaria (AHIM). Os sistema imune passa a destruir as próprias hemácias pela produção de anticorpos e ativação do sistema complemento Sinais no hemograma o Plasma hemolisado (intravascular) ou ictérico (extravascular) o Aglutinação das hemácias o Presença de esferócitos e excentrócitos Normalmente é uma anemia regenerativa, mas pode evoluir para quadro arregenerativo se as células atacarem a medula óssea Outras causas o Isoeritrólise neonatal dos potros: os anticorpos maternos se desenvolvem na 1ª gestação e atacam as hemácias do segundo feto o Hipofosfatemia grave: inibição da glicose e morte das hemácias o Deficiência metabólica das hemácias: deficiência das enzimas que atuam na via glicolítica leva à morte das hemácias
Compartilhar