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Aula 5: Psicossomática no contexto da saúde
Introdução
Desde o nascimento da Medicina, a psicossomática não é um termo estranho para os primeiros estudiosos. Hipócrates, no século V a. C., já relacionava mente e corpo, por meio do estudo da psicofísica.
Apesar deste pensamento de Hipócrates, da doença vista de uma maneira totalizada, ainda havia filósofos que pensavam na doença como algo apenas biológico, como se a doença tivesse duas formas independentes de ser visualizada, chamada de dualista.
Segundo Hipócrates (século V a. C., apud Angerami-Camon, 2011, p.250), a Medicina tinha as seguintes características: 
Tem por objeto a pessoa doente em sua totalidade;
Leva em conta o temperamento da pessoa e sua história;
A doença é vista como uma reação global da pessoa a um distúrbio (interno ou externo), envolvendo corpo e espírito;
A terapêutica deve estabelecer a harmonia da pessoa com seu ambiente e consigo mesma;
Trata-se de uma Medicina integradora e dinâmica, que corresponde aos primórdios da moderna Medicina psicossomática.
Conceituação
Segundo Angerami-Camon (2011, p. 259), a psicossomática é entendida como: 
Ciência que estuda como o fato corporal está integrado no fato psíquico, que, por sua vez, está integrado no fato relacional ambiental. Seu objeto de estudo é considerado como os mecanismos de interação entre as dimensões mental e corporal da pessoa.
A somatização, que faz parte do processo da psicossomática, pode ser entendida como aquela que experimenta e comunica distúrbios e sintomas não explicados pelos achados patológicos, atribuindo-os a doenças físicas e procurando ajuda médica para eles. 
Ela explica, geralmente, o estresse psicossocial, acarretado por situações de vida.
O que é somatização?
Quando há presença por longo tempo (meses ou anos) de queixas frequentes de sintomatologia física, mas não conseguindo serem explicadas por nenhuma patologia orgânica, trata-se de somatização.
Geralmente, essas pessoas possuem uma dificuldade de manter vínculos com os médicos. 
O profissional que deseja estar atento aos transtornos somatoformes deve escutar tanto os fatores objetivos quanto os subjetivos no momento do discurso do paciente com a queixa.
Tipos de somatização
Existem diversos tipos de somatização no espaço do hospital e da clínica. Veja como eles podem ser divididos em:
Hipocondrias: Os indivíduos ficam atentos ao próprio corpo e vivenciam como doentes.
DNV (Distúrbios Neurovegetativos): Engloba transtornos de ansiedade e ajustamento.
Fatores psicológicos exercem papéis em determinadas doenças, mas não em todos.
Critérios de normalidade
Para diagnosticar um paciente no espaço hospitalar ou de atendimento médico com doença psicossomática, é preciso ter conhecimento sobre os critérios de normalidade, expostos por Dalgalorrondo (2000), conforme apresentados a seguir:
Alguns desses critérios são aplicáveis ao contexto social, outros ao contexto do consultório e outros ao do hospital. Isto vai depender do atendimento que é prestado.
Normalidade como ausência de doença: interpreta o indivíduo de acordo com o que ele não possui. Perguntas feitas em exames admissionais.
Normalidade ideal: utopia do indivíduo sadio e evoluído. Aqueles indivíduos adaptados às normas morais e políticas de determinada sociedade.
Normalidade estatística: o normal é aquilo que se observa com maior frequência. Ex.: peso, altura, tensão arterial etc.; família com transtorno alimentar tem interpretação diferente sobre comportamento alimentar, em comparação àquela que não tem esse tipo de transtorno. Obs.: Nem todos os fenômenos que são frequentes são normais, como por exemplo, depressão, cárie, uso de álcool.
Normalidade como bem-estar: definido pela OMS (1958) como bem-estar físico, mental e social. É uma utopia, pois parte da subjetividade.
Normalidade funcional: considerada até o momento que faz parte das funções do indivíduo e que não causa sofrimento.
Normalidade como processo: mudanças, conflitos e perturbações fazem parte do processo de amadurecimento.
Normalidade subjetiva: interpretação própria sobre sua saúde. Ex.: pessoas maníacas sentem-se bem, mas possuem transtorno mental grave.
Normalidade como liberdade: transitar no mundo com liberdade e senso de realidade.
Normalidade operacional: trabalha a partir de critérios, com o que é normal e com o que é patológico, por meio de manuais.
Psicossomática no contexto social
Para entender a queixa de um paciente, é preciso que o processo de anamnese seja realizado com completa compreensão dos fatores, como história de vida, cultura, religião, economia, politica, meios de comunicação etc.
O contexto no qual a pessoa encontra-se inserida influencia muito para que os transtornos somatoformes surjam.
Por exemplo: uma família onde os pais têm queixa frequente de doenças, sem causas aparentes, mas com enorme obsessão de idas ao médico. É bem provável que isto possa influenciar na percepção dos filhos sobre o seu próprio corpo e estado de saúde.
Atendimento médico voltado para a psicossomática
Quando o médico ou psicólogo trabalha na emergência do hospital ou no serviço ambulatorial, é preciso estar atento aos conteúdos que vão além da queixa direta.
Tanto o médico quanto o psicólogo devem estar atentos àqueles pacientes que precisam de encaminhamento para a psicoterapia.
Encontro e vínculo;
Baixa tensão no atendimento, para que a escuta esteja focada na queixa do paciente;
Escutar profundamente todo o conteúdo trazido;
Estar atento aos dados objetivos e subjetivos;
Não desprezar detalhes;
Não julgar o paciente quanto aos conteúdos narrados;
Empenho em ajudar;
Compromisso ético com a profissão;
Pesquisa e compreensão dos limites pessoais e dos conflitos (intra e interpessoais) do paciente. Identificação dos focos intelectuais e afetivos desencadeadores de tensão emocional;
Ampliação dos limites intelectuais. Transmitir a comunicação com conteúdo adequado ao conhecimento do paciente sobre o diagnóstico;
Percepção e reflexão de sentimentos relativos à doença.
Pensando o problema
Obs: É importante ressaltar que muitos pacientes têm dificuldade de entender que a dor do corpo é advinda de problemas da mente e, na maioria das vezes, demonstram resistência ao tratamento psicológico, pois acham que o diagnóstico está errado.
Muitos pacientes questionam: Como este médico me diz que estou com problema emocional se meu estômago dói tanto? 
Diante de uma situação destas, é importante que o psicólogo hospitalar converse, conscientize o paciente sobre o problema psicossomático e esclareça sobre as formas de tratamento.
Segundo Angerami-Camon (2011, p.271): O atendimento psicossomático favorece maior eficiência de diagnóstico e um alívio mais consistente do sofrimento do paciente, revertendo a somatização. Ele frequentemente começa a sentir-se satisfeito desde os primeiros atendimentos, quando suas demandas implícitas são detectadas e passam a receber a devida atenção.
Segundo Angerami-Camon (2011, p.271): A Psicologia da Saúde tem sido considerada como um campo de trabalho da Psicologia que nasce para dar resposta a uma demanda sociossanitária. Os psicólogos da saúde, procedentes em sua maioria da Psicologia clínica, da Medicina comportamental e da Psicologia social (no Brasil, da Psicologia clínica e social e na formação em Medicina psicossomática), estão adaptando seus enquadres e técnicas a um novo campo de aplicação, que integra os aportes provenientes de suas fontes (Angerami-Camon, 2011, p.280).
Segundo Angerami-Camon (2011, p.271): “É importante ressaltar que, no adoecimento somático, o corpo é a grande referência do sujeito que sofre. A enfermidade que se apresenta ao analista, muitas vezes previamente nomeada pelo saber médico, coloca-se como ponto de estofo, regulando a vida e os pensamentos do paciente, atormentando-o” (NICOLAU, 2008, p.961). 
Atividade Proposta:
É muito comum, na atualidade, pacientes chegarem ao espaço hospitalar com queixas de dores fortes, mas os exames, a anamnese e o contato com o médico não ajudam a diagnosticar uma doença objetiva.Quando isto acontece, é muito provável que os fatores subjetivos sejam levados em consideração. Para ajudar no fechamento do diagnóstico, é preciso ter conhecimento sobre os critérios de normalidade, expostos por Dalgalorrondo (2000) e discutidos nesta aula.
De acordo com o que você aprendeu sobre os critérios de normalidade, leia as frases a seguir e identifique qual está presente em cada um dos exemplos.
1.O primeiro filósofo a relacionar os estudos da Medicina na relação mente/ corpo, no século V a.C., foi:
 1) Platão 
 2) Aristóteles 
 3) Hipócrates 
 4) Demóstenes 
 5) Galileu 
2.Uma pessoa que vivencia a todo momento uma doença, queixa-se o tempo todo de dor e toma remédios de maneira incontrolável, pode-se dizer que está desenvolvendo que tipo de somatização?
 1) DNV 
 2) Hipocondria 
 3) Estatística 
 4) Ausência de doença 
 5) Subjetiva 
3.Um dos conteúdos a que o médico ou psicólogo deve estar atento no atendimento no hospital é:
 1) Encontro e vínculo 
 2) Somatização 
 3) Hipocondria 
 4) Descentralização 
 5) Critério de normalidade 
4.Uma paciente que chega à emergência com desmaios, tremores, ataques de ansiedade e os exames não diagnosticam nada, pode apresentar qual tipo de somatização?
 1) Hipocondria 
 2) Fibromialgia 
 3) Estresse 
 4) Distúrbio neurovegetativo 
 5) Psicossomática

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