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ESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOCES

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ESQUIZOFRENIA 
Os transtornos psicóticos tem prevalência de 3,5% na população ao longo da vida, sendo que a esquizofrenia chega a 1% da pop.
geral. A esquizofrenia afeta cerca de 24 milhões de pessoas no mundo todo e é a 20a causa geral de anos vividos com 
incapacidade. O pico de incidência da esquizofrenia ocorre entre 15 e 25 anos nos homens e 25 e 35 anos nas mulheres. H > M
Esquizofrenia é um distúrbio psiquiátrico grave, crônico, heterogêneo e com manifestações psicóticas que afetam em geral o 
comportamento social e a percepção de realidade do indivíduo. 
Etiologia multifatorial, porém a herdabilidade genética pode chegar a 60%. Estima-se que a esquizofrenia afete cerca de 1% da 
população mundial, com dados de 2013 indicando mais de 23 milhões de pessoas com a doença. Sua prevalência é maior no sexo 
masculino, onde também acontece mais precocemente – usualmente entre 10 e 25 anos – e possui sintomas mais severos. Em 
mulheres, a faixa etária mais acometida está entre a terceira e quarta década de vida. Os extremos de idades, crianças e idosos, 
não costumam desenvolver o transtorno. 
A etiologia da doença não é ainda bem explicada, sendo atualmente mais aceito o modelo de vulnerabilidade-estresse, onde o 
indivíduo com uma propensão genética estaria suscetível ao aparecimento dos sintomas após um fator estressante ambiental de 
ordem variada – de conflitos psicossociais a desordens autoimunes. 
Acredita-se que os sintomas ocorram pelo aumento da resposta dopaminérgica, em parte devido a resposta terapêutica à 
antagonistas dos receptores de dopamina e em outra pelos sintomas alucinógenos após estímulos envolvidos com as vidas 
dopaminérgicas mesocorticais. Desta forma, o uso de substâncias que aumentem a atividade desse neurotransmissor –
notadamente estimulantes como cocaína e anfetamina – podem estar relacionados ao aparecimento ou piora dos sintomas. A 
influência das vias serotoninérgicas e do glutamato ainda precisa ser melhor elucidada, embora a interação e desregulação de 
múltiplos sistemas pareça ser necessária para a fisiopatologia esquizofrênica.
Aproximadamente metade dos pacientes apresenta déficit comportamental persistente e incapacitante para atividades laborais, 
agravando os problemas sociais desse grupo. Sua expectativa de vida também é reduzida se comparada à população geral, entre 
outras coisas por uma taxa de suicídio (5% das mortes) muito maior do que a média geral (1,4%).
SINTOMAS PSICÓTICOS 
Surto psicótico: surgimento abrupto de pelo menos 2 de 3 sintomas:
Delírios => Falso juízo sobre a realidade. Forma psicopatológica típica:
- Irredutíveis (isto é, não passíveis de mudança com argumentação lógica)
- Improvável/Impossível (não compartilhadas por indivíduos da mesma cultura)
- Intenso (alta significação pessoal para o paciente)
Temática dos delírios é bastante variável: grandeza, hipocondria, perseguição, ciúme, reivindicação; delírios paranoicos 
(persecutórios) são mais frequentes.
Desorganização => dificuldade discreta para manter a objetividade do discurso (“descarrilamento do pensamento”), situações em 
que o paciente não consegue organizar logicamente as ideias (“associação frouxa de ideias”) e extremos em que o paciente fala
palavras sem conexão lógica ("salada de palavras").
Alucinações => auditivas são as mais comuns. Presenças de alucinações visuais podem sugerir psicose de outra natureza 
(orgânica).
Sintomas negativos => diminuição da capacidade ou perda de funções:
• Embotamento afetivo
• Alogia
• Avolia
Sintomas prodrômicos => primeiro episódio psicótico => esq. Crônica.
LARISSA RODRIGUES SANTOSESQUIZOFRENIA E OUTRAS PSICOCES
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022 07:18
 Página 1 de PSIQUIATRIA 
Curso da doença é heterogêneo:
- 20-30% dos pacientes tem boa recuperação da funcionalidade
- 30% tem sintomas crônicos e recorrentes
As manifestações clínicas da esquizofrenia são heterogêneas e podem variar na sua apresentação a partir de variáveis sociais e 
ambientais do paciente. Apesar disso, a preferência por reclusão social e amorosa associada a comportamentos excêntricos são 
características comuns da doença. Não é esperado que funções como memória ou capacidade cognitiva sejam afetados, exceto os 
déficits decorrentes das manifestações do surto psicótico. O curso natural da doença envolve períodos de remissão e recaída dos 
sintomas, geralmente acompanhados de uma deterioração geral do paciente a cada novo surto. Não raramente se observa um 
quadro de ansiedade e depressão prodrômico ao reaparecimento dos sintomas. 
A maioria dos pacientes apresenta história de isolamento e dificuldade de manter relacionamentos ou vínculos de longo prazo, 
inclusive trabalhistas e, já em uma observação inicial, algum traço de comportamento sinalizador da esquizofrenia, como 
estereotipias, tiques ou maneirismos. Tais padrões acabam exacerbados durante atividade alucinatória, que geralmente é auditiva 
e cinestésica, com percepção de falência de órgãos internos, e onde concentram-se os períodos de agitação ou violência. Os 
delírios podem permanecer por mais tempo, com pensamentos autorreferentes de grandiosidade ou voltados para discursos 
religiosos. O afeto costuma ser embotado e a linguagem pode ser afetada tanto para mutismo quanto para mussitação ou 
monólogos recheados de neologismos. 
 Página 2 de PSIQUIATRIA 
TRANSTORNO DELIRANTE 
A. A presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais.
B. O Critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: Alucinações, quando presentes, não são proeminentes e têm relação 
com o tema do delírio (p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a delírios de infestação).
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de seus desdobramentos, o funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o 
comportamento não é claramente bizarro ou esquisito.
D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em comparação com a duração dos períodos delirantes.
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica, não sendo mais bem 
explicada por outro transtorno mental, como transtorno dismórfico corporal ou transtorno obsessivo-compulsivo.
TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE 
A. Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir. Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):
1. Delírios
2. Alucinações 
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes)
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
B. A duração de um episódio da perturbação é de, pelo menos, um dia, mas inferior a um mês, com eventual retorno completo a 
um nível de funcionamento pré-mórbido.
C. A perturbação não é mais bem explicada por transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com características psicóticas, 
por outro transtorno psicótico como esquizofrenia ou catatonia, nem se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., 
droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.
TRANSTORNO ESQUIZOFRENIFORME 
A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempodurante um período de um mês
(ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 
1. Delírios
2. Alucinações
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes)
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia)
B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser feito um diagnóstico 
sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”.
C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas foram descartados 
porque:
 Página 3 de PSIQUIATRIA 
1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os sintomas da fase ativa ou
2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa estiveram presentes pela menor parte da duração total
dos períodos ativo e residual da doença.
D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra
condição médica.
ESQUIZOFRENIA 
A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês
(ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):
1. Delírios
2. Alucinações
3. Discurso desorganizado
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).
B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação, o nível de funcionamento em uma ou mais áreas 
importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível 
alcançado antes do início.
C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante, pelo menos, seis meses. Esse período de seis meses deve incluir no mínimo 
um mês de sintomas (ou menos, se tratados com sucesso) que precisam satisfazer ao Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e
pode incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos prodrômicos ou residuais, os sinais da 
perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas negativos ou por dois ou mais sintomas listados no Critério A presentes 
em uma forma atenuada (p. ex., crenças esquisitas, experiências perceptivas incomuns).
D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas são descartados porque:
1) não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com os sintomas da fase ativa, ou
2) se episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, sua duração total foi breve em relação aos períodos ativo e 
residual da doença.
E. A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a
outra condição médica.
F. Se há história de transtorno do espectro autista ou de um transtorno da comunicação iniciado na infância, o diagnóstico 
adicional de esquizofrenia é realizado somente se delírios ou alucinações proeminentes, além dos demais sintomas exigidos de 
esquizofrenia, estão também presentes por pelo menos um mês (ou menos, se tratados com sucesso).
TRANSTORNO PSICÓTICO INDUZIDO POR SUBSTÂNCIA 
A. Presença de pelo menos um dos sintomas a seguir:
1. Delírios
2. Alucinações
B. Existe evidência na história, no exame físico ou nos achados laboratoriais de (1) e (2):
1. Os sintomas do Critério A se desenvolveram durante ou logo após intoxicação por uma substância ou abstinência ou após 
exposição a um medicamento.
2. A substância/medicamento envolvida é capaz de produzir os sintomas do Critério A.
C. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno psicótico não induzido por substância/medicamento. Essas 
evidências de um transtorno psicótico independente podem incluir:
• Os sintomas antecederam o aparecimento do uso de substância/medicamento; os sintomas persistem por um período de 
tempo substancial (p. ex., cerca de um mês) após o término da abstinência aguda ou intoxicação grave; ou há outras 
evidências de um transtorno psicótico independente não induzido por substância/medicamento (p. ex., história de episódios 
recorrentes não relacionados a substância/medicamento).
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium.
E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo.
TRANSTORNO PSICÓTICO DEVIDO À OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA 
A. Alucinações ou delírios proeminentes.
 Página 4 de PSIQUIATRIA 
A. Alucinações ou delírios proeminentes.
B. Há evidências da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a perturbação é a consequência fisiopatológica 
direta de outra condição médica.
C. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental.
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de delirium.
E. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo.
CATATONIA 
A. O quadro clínico é dominado por três (ou mais) dos sintomas a seguir:
1. Estupor (i.e., ausência de atividade psicomotora; sem relação ativa com o ambiente).
2. Catalepsia (i.e., indução passiva de uma postura mantida contra a gravidade).
3. Flexibilidade cérea (i.e., resistência leve ao posicionamento pelo examinador).
4. Mutismo (i.e., resposta verbal ausente ou muito pouca [excluir com afasia conhecida]).
5. Negativismo (i.e., oposição ou resposta ausente a instruções ou a estímulos externos).
6. Postura(i.e.,manutenção espontânea e ativa de uma postura contrária à gravidade).
7. Maneirismo (i.e., caricatura esquisita e circunstancial de ações normais).
8. Estereotipia(i.e.,movimentos repetitivos, anormalmente frequentes e não voltados a metas).
9. Agitação, não influenciada por estímulos externos.
10. Caretas.
11. Ecolalia (i.e., imitação da fala de outra pessoa).
12. Ecopraxia (i.e., imitação dos movimentos de outra pessoa)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos
Transtorno afetivo bipolar
Transtorno dissociativo-conversivo
Transtornos de personalidade: esquizotípica, paranoide, borderline
Drogas ilícitas: álcool, club drugs, cocaína/crack, LSD, maconha/canabinoides sintéticos
Medicamentos: anfetaminas, anticolinérgicos, antidepressivos, antiparkinsonianos, cetamina, corticosteroides, sedativos
Doenças infecciosas: meningoencefalites infecciosas agudas (bacterianas, virais, em especial herpes-zóster); neurossífilis; HIV
Encefalopatias metabólicas: urêmica; por distúrbios hidreletrolíticos; deficiência de vitamina B1 (tiamina) – encefalopatia de 
Wernicke; hepática
Doenças autoimunes: lúpus eritematoso sistêmico; vasculites; encefalite anti-NDMA
Doenças desmielinizantes: esclerose múltipla
Doenças neurodegenerativas: demência de Alzheimer; demência de corpúsculos de Lewy; doença de Parkinson
Acidente vascular cerebral, especialmente em lobo frontalou temporal
Tumores cerebrais, especialmente em lobo frontal ou temporal
Traumatismo cranioencefálico, especialmente em lobo frontal ou temporal
 Página 5 de PSIQUIATRIA 
Traumatismo cranioencefálico, especialmente em lobo frontal ou temporal
Epilepsia/crises epilépticas: epilepsia do lobo temporal; estado de mal epiléptico (diversas causas)
PRIMEIRO EPISÓDIO PSICÓTICO: EXAMES COMPLEMENTARES 
- Neuroimagem de crânio (preferencialmente ressonância magnética)
- Hemograma completo
- Função e marcadores hepáticos e pancreáticos
- Função renal e eletrólitos
- Função tireoidiana
- Sorologias para HIV, sífilis e hepatites
- Vitaminas (B12 e ácido fólico)
- Exame toxicológico (maconha, cocaína/crack, metanfetaminas, LSD)
- Teste de gravidez
TRATAMENTO 
Psicossocial => Abordagem terapêutica multidisciplinar e individualizada para cada caso.
• terapia ocupacional
• terapia cognitivo-comportamental
• reabilitação neuropsicológica
• treinamento de habilidades sociais
• programa de trabalho assistido
• psicoeducação com paciente e familiares
O tratamento psicossocial é fundamental na redução de hospitalizações e estabilização do paciente para realização de atividades 
diárias. A terapêutica deve constar de uma rede multidisciplinar e integrada à família, com profissionais capacitados ao cuidado de 
pacientes psiquiátricos e que visem a inserção dos indivíduos afetados em redes de convívio. 
Farmacológico => Uso de antipsicóticos para bloqueio de receptores de dopamina.
• 1a geração (típicos): Bloqueio de receptores D2; causam mais síndromes extrapiramidais
⚬ Clorpromazina (100 a 1.000 mg/dia) 
⚬ Haloperidol (5 a 10 mg/dia)
⚬ Levomepromazina (100 a 1.000 mg/dia)
⚬ Trifluoperazina (5 a 20 mg/dia)
• 2a geração (atípicos): bloqueio de receptores 5-HT2 pré-sinápticos e bloqueio seletivo de receptores D2; causam mais sedação e 
ganho de peso.
⚬ Risperidona (2 a 8 mg/dia)
⚬ Olanzapina (10 a 30 mg/dia)
⚬ Quetiapina (300 a 800 mg/dia)
⚬ Aripiprazol (10 a 30 mg/dia)
⚬ Amisulprida (200 a 1.200 mg/dia)
⚬ Ziprasidona (120 a 160 mg/dia)
⚬ Asenapina (40 a 160 mg/dia)
⚬ Clozapina (100 a 800 mg/dia)
O tratamento de primeira linha se baseia no uso de antipsicóticos associados a terapias psicossociais. Os antipsicóticos podem ser 
divididos em típicos dopaminérgicos – antagonistas dos receptores D2 mesocorticais, mesolímbicos, nigroestriatal e túbero-
infundibular – ou atípicos, que atuam nos demais sítios da dopamina e em outras vias neurotransmissoras. Os primeiros podem 
ser ainda divididos entre os típicos de baixa ou alta potência, sendo os de baixa medicações mais sedativas e os de alta, mais 
eficazes no tratamento de sintomas positivos. Contudo, ambos estão associados a efeitos colaterais indesejados, como aumento 
da prolactina e sintomas extrapiramidais e parkinsonianos, por isso sendo atualmente medicações de segunda escolha. 
 Página 6 de PSIQUIATRIA 
PSICOCE E EPILEPSIA 
A prevalência de transtornos mentais em pacientes com epilepsia é de 28,6% em crianças e 19 a 52% em adultos. A prevalência de 
psicoses varia entre 2 a 7% e o risco de desenvolver esquizofrenia é 2x maior que da pop. Geral. Classificação dos transtornos 
mentais na epilepsia: peri-ictais e interictais.
Peri-ictais => Tem relação temporal estreita com as crises. São divididos em: pré-ictais, ictais, pós-ictais, paraictais e alternantes
Interictal => Não apresentam relação temporal com as crises epiléticas.
Psicose ictal => Manifestação do próprio ictus na forma de estado de mal não convulsivo
• início abrupto, mudança do estado de consciência (estado crepuscular, torpor, estupor) e alterações psicopatológicas 
como agitação e bizarrice comportamentais e desorganização do pensamento; delírios e alucinações são incomuns.
Psicose pós-ictal => ocorre após surto de crises focais disperceptivas (parciais complexas). Recuperação completa após as crises e, 
em seguida a intervalo lúcido de 24 a 48 horas, irrompe-se o quadro psicótico.
• delírios persecutórios podem ser identificados, associados ou não a alucinações auditivas e/ou visuais; os sintomas afetivos 
são corriqueiros, do tipo depressivo ou maníaco, assim como agitação psicomotora; confusão mental pode estar presente
• Na maioria dos casos, a psicose pós-ictal remite espontaneamente em poucos dias, com duração média de 3 dias, embora 
possa permanecer por horas a até meses
• Tratamento primário: controle das crises epiléticas
• Tratamento secundário: benzodiazepínicos e antipsicóticos
Psicose inter-ictal => início tende a ser insidioso e ocorre após vários anos de doença epiléptica. Cursa com delírios, alucinações, 
distúrbio do pensamento, desorganização e restrição afetiva.
• Em comparação, pacientes com esquizofrenia:
⚬ abrem o quadro em idade mais precoce (adolescentes e adultos jovens),
⚬ sofrem maior prejuízo na expressividade emocional e na crítica patológica,
⚬ têm alucinações visuais com menor frequência e
⚬ apresentam maior esfacelamento da personalidade, sociabilidade e funcionalidade.
• Diagnóstico diferencial: Encefalite límbica, delirium, demências e intoxicação ou abstinência por álcool ou drogas ilícitas
• Investigação diagnóstica: exames laboratoriais, ressonância magnética (RM) de encéfalo, análise liquórica e exame 
toxicológico
• Tratamento: antipsicóticos (semelhante à esquizofrenia). É preciso atentar-se a medicações que podem reduzir o limiar 
convulsivo (clorpromazina e clozapina).
 Página 7 de PSIQUIATRIA

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