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AÇÃO DE EXECUÇÃO AUTONOMA

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1 
 
Processo de Execução Autonôma 
 
As Leis n. 11.232/2005 e 11.382/2006 trouxeram importantes 
modificações para o processo de execução. Assim, tornou-se fundamental a 
distinção decorrente do título em que ela se funda. 
 
Até o advento da Lei 11.232 de 2005, a execução de título judicial e 
extrajudicial se dava por um processo autônomo, posterior a um processo de 
conhecimento obrigatório, de cunho condenatório. Este tornou-se, após a lei 
em questão, fase cognitiva condenatória, e o antigo processo de execução por 
título judicial (somente o por título judicial) tornou-se uma fase final do processo 
de conhecimento denominada “cumprimento de sentença”. Com isso, basta 
que o devedor seja citado uma única vez, na fase inicial do processo. 
 
Os dois processos passaram a constituir fases distintas de um processo 
único, denominado “processo sincrético”. Contudo, permanece existindo o 
processo de execução autônomo, previsto no Livro II do CPC, quando já se 
sabe que alguém é devedor sem um prévio processo de conhecimento, porque 
o credor é dotado de um título executivo extrajudicial. 
Nos casos em que a execução for de sentença arbitral, penal 
condenatória, estrangeira ou contra a Fazenda Pública, se fundada em título 
judicial, haverá processo de execução autônomo – nos três primeiros casos, 
porque não há nenhum outro processo judicial civil anterior; no último, por força 
de determinação legal expressa. 
“A atividade juris satisfativa pode acontecer como incidente complementar do 
processo de acertamento, dentro, portanto, da mesma relação processual em que se 
alcançou a sentença condenatória, ou como objeto principal do processo de execução, 
reservado este para os títulos extrajudiciais, que, para chegar ao provimento de 
satisfação do direito do credor titular da ação executiva, prescinde do prévio 
acertamento em sentença.” 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96141/lei-11232-05
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95201/lei-11382-06
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96141/lei-11232-05
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
2 
 
1. TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS 
 
1.1. Títulos executivos: definição e contextualização 
 
Os títulos executivos extrajudiciais se encontram no art. 585 do CPC, que 
assim os enumera e descreve: 
 
“Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o 
documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o 
instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria 
Pública ou pelos advogados dos transatores; 
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem 
como os de seguro de vida; 
 
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
 
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, 
bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; 
 
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, 
quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão 
judicial; 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos 
inscritos na forma da lei; 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10672317/artigo-585-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
3 
 
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva.” 
São também títulos executivos extrajudiciais, definidos fora do escopo do CPC: 
 
1) cédula hipotecária (art. 29 do Decreto-lei nº 70/1966); 
2) crédito de alienação fiduciária em garantia (art. 5º do Decreto-lei 
nº 911/1969); 
3) contrato escrito de honorários advocatícios (art. 24 da Lei 
nº 8.906/1994); 
4) crédito alimentar decorrente do “ajustamento dos interessados às 
exigências” do Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 211 do ECA); 
5) compromisso arbitral que fixa os honorários do árbitro (art. 11, parágrafo 
único, da Lei nº 9.307 /1996). 
 
1.2. Execução provisória de título extrajudicial 
O art. 587, posterior à Súmula 317 do STJ (“é definitiva a execução de 
título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue 
improcedentes os embargos”), diz que a execução fundada em título executivo 
extrajudicial será “provisória” quando recorrida a decisão que julga 
improcedentes os embargos apresentados pelo executado, desde que – a 
ressalva é feita pelo próprio art. 587 – os embargos tenham sido recebidos (e 
processados) com efeito suspensivo. 
A segunda parte do art. 587 estabelece que a execução prosseguirá 
“provisória”, isto é, com as restrições encontradas no art. 475-O do CPC, se 
houver recurso interposto da decisão que julgar improcedentes os embargos. 
É necessário que a decisão que rejeite os Embargos seja desfavorável ao 
executado para que se aplique o exposto. 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/12052978/artigo-29-do-decreto-lei-n-70-de-21-de-novembro-de-1966
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/126176/decreto-lei-70-66
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11734525/artigo-5-do-decreto-lei-n-911-de-01-de-outubro-de-1969
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109915/lei-da-aliena%C3%A7%C3%A3o-fiduci%C3%A1ria-decreto-lei-911-69
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11708039/artigo-24-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10585762/artigo-211-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1031134/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11291062/artigo-11-da-lei-n-9307-de-23-de-setembro-de-1996
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11290846/par%C3%A1grafo-1-artigo-11-da-lei-n-9307-de-23-de-setembro-de-1996
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11290846/par%C3%A1grafo-1-artigo-11-da-lei-n-9307-de-23-de-setembro-de-1996
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103445/lei-de-arbitragem-lei-9307-96
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10671642/artigo-587-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966715/artigo-475o-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
4 
 
1.3. Execução por quantia certa de devedor solvente fundada em título 
extrajudicial 
O credor pretende nesta modalidade de execução que o devedor pague 
a quantia devida em dinheiro. A técnica utilizada é a sub-rogação. 
A petição inicial deverá se fundar nos arts. 614 a 616 do CPC, 
contendo: endereçamento, qualificação das partes, demonstração do 
inadimplemento e da existência de título executivo extrajudicial, requerimento 
para a citação e valor da causa. 
A competência para o processo de execução de título extrajudicial é 
relativa. 
É preciso que se verifique: 
Se há foro de eleição, o que deverá constar do título o foro escolhido 
pelas partes, por exemplo, para cobrança ou execução dos alugueres. Se não 
houver eleição, prevalece o do lugar de pagamento, uma vez que o 
art. 100, IV, d, do CPC estabelece que a “ação” deve ser proposta no lugar em 
que a obrigação deve ser satisfeita. 
Não havendo a indicação, no título, do local de pagamento, deverá 
prevalecer a regra geral de competência do foro do domicílio do réu. 
Recebida a inicial, será determinada a citação e intimação para o 
prazo de embargos. 
O devedor poderá para pagar a dívidaem três dias. A citação pode ser 
pessoal, por meio eletrônico (desde que observados os requisitos da 
Lei 11.419/2006, em especial os seus arts. 5º e 6º) ou ficta (Súmula 196 do 
STJ). 
Se o executado pagar nos três dias a que se refere o caput do art. 652-
A, o parágrafo único do art. 652-A oferece a redução da verba honorária à 
metade, além de extinguir-se a execução. Também é a partir da sua citação 
que o executado pode apresentar “embargos à execução” (art. 736) ou 
propor o pagamento parcelado do valor, com juros, correção monetária, custas 
processuais e honorários de advogado, nos termos do art. 745-A. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10668153/artigo-614-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10667611/artigo-616-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730186/artigo-100-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730040/inciso-iv-do-artigo-100-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729890/alinea-d-do-inciso-iv-do-artigo-100-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95093/lei-de-informatiza%C3%A7%C3%A3o-do-processo-judicial-lei-11419-06
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10849363/artigo-5-da-lei-n-11419-de-19-de-dezembro-de-2006
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10849193/artigo-6-da-lei-n-11419-de-19-de-dezembro-de-2006
5 
 
O executado deve ser cientificado de que, a partir da juntada do 
mandado de citação cumprido, ele poderá apresentar “embargos” no prazo de 
15 dias (738 CPC). 
 
O parágrafo único do art. 652-A dispõe que o mandado de citação, 
penhora e avaliação a que faz referência o caput do art. 652 deve também 
conter advertência ao executado de que, se ele pagar o valor reclamado pelo 
exequente no prazo de três dias, os honorários de advogado da outra parte, 
que são fixados com o recebimento da inicial (art. 652-A, caput), serão 
reduzidos pela metade. Também deve dar ciência ao executado de que ele 
poderá, no mesmo prazo que tem para apresentação dos “embargos”, propor 
o pagamento parcelado nos termos do art. 745-A. Nesse prazo, o executado 
poderá, reconhecendo o crédito e comprovando o depósito de 30% do valor em 
execução, requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 parcelas 
mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês (art. 745-A). 
 
O exequente já pode indicar, na inicial, bens a penhorar (art. 652, § 2º), 
inclusive requerendo a penhora on-line (art. 655-A). Se o executado não for 
localizado para citação, o art. 653 autoriza que, sendo localizados bens seus, 
eles sejam arrestados, observando o art. 659, caput. É preciso ainda que o 
oficial de justiça lavre um termo e nomeie depositário, que terá por incumbência 
zelar pela preservação do bem. 
Se o devedor não for localizado pelo oficial de justiça nas tentativas 
seguintes, o exequente deverá fazer a citação por edital (art. 653 e art. 654), 
para que o arresto seja convertido em penhora com vistas à satisfação do 
crédito do exequente. Os bens sujeitos a arresto devem também ser passíveis 
de penhora, sob pena de nulidade do ato, entendimento da jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça. 
Sendo ficta a citação, por edital ou com hora certa, se o devedor não 
comparecer, será necessário dar-lhe curador especial (Súmula 196 do STJ). 
Na verdade, o mandado de citação será expedido em duas vias, por 
exigência do § 1º do art. 652: uma para a citação; outra, expedida desde logo, 
para a penhora e avaliação de bens. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
6 
 
Assim, uma vez cumprido, o mandado de citação será juntado aos autos 
para que tenha início a fluência do prazo para os “embargos” ou para a 
“moratória”. Não efetuado o pagamento no prazo de três dias, cabe ao oficial 
de justiça, que já tem em mãos a “segunda via do mandado”, realizar a penhora 
e a avaliação. 
1.4. Execução das obrigações de fazer 
Definimos obrigações de fazer como aquelas em que o devedor 
compromete-se a realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços, de 
natureza material ou imaterial. Sua execução é tratada nos artigos 632, e 
seguintes, do CPC. 
O juiz está autorizado, pelo caput do art. 645, de ofício ou a requerimento 
da parte, a fixar medidas de coerção para que o executado cumpra a obrigação, 
como multa periódica, que constará no mandado de citação. No momento da 
citação, o devedor toma ciência do prazo do cumprimento da obrigação (fixado 
no título ou pelo juiz) e do prazo para opor embargos. 
O devedor terá o prazo de quinze dias para opor embargos, que correm 
independentemente de ele cumprir ou não a obrigação. 
De acordo com o caput do art. 633, a omissão do executado pode levar o 
exequente a requerer que a obrigação seja cumprida por terceiro às expensas 
do executado, ou seja, por meio de sub rogação, se a obrigação for fungível. 
Se mesmo assim for ineficaz, pode o exequente requerer a conversão 
em perdas e danos. 
1.5. Execução das obrigações de não fazer 
A obrigação de conteúdo negativo acaba adquirindo caráter positivo, 
porque, se o devedor a descumprir, será obrigado a desfazer aquilo a que, por 
força do título, não deveria ter realizado. 
Se o desfazimento for possível, o juiz mandará citar o devedor, fixando 
um prazo para que ele desfaça o que realizou indevidamente, sob pena de 
multa; se o desfazimento puder ser feito por terceiro, e o exequente o requerer, 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666600/artigo-632-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
7 
 
o juiz deferirá, utilizando o mesmo procedimento previsto para as obrigações 
de fazer. Quando não for mais possível o desfazimento, só restará a conversão 
em perdas e danos. 
1.6. Execução contra a Fazenda Pública por título extrajudicial 
Tema controvertido, a execução contra a Fazenda Pública por título 
extrajudicial envolve diversos quesitos que devem ser analisados. 
O primeiro é a possibilidade de execução, a saber: “é possível a 
execução provisória contra a Fazenda Pública, na pendência de apelação sem 
efeito suspensivo na ação de conhecimento?"[2]. Afinal, conforme dispõe 
o parágrafo 1º do art. 475-I do CPC: 
 
" É definitiva a execução da sentença transitada em julgado e provisória quando 
se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído 
efeito suspensivo ". 
A resposta a essa questão é buscada na Constituição de 1988 por 
Araken de Assis. Este nos aponta o art. 100 (parágrafo 1º), que condiciona a 
expedição do precatório ao esgotamento das vias recursais cognitivas e 
executórias. 
De acordo com o “caput” do texto constitucional supracitado: 
 
“À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos 
pela FAZENDA FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL, em virtude de 
Sentença Judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de 
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a 
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos 
adicionais abertos para este fim”. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10687466/par%C3%A1grafo-1-artigo-475-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10687285/artigo-475-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-19888 
 
Em síntese: o precatório e a requisição de pequeno valor só devem ser 
expedidos após o trânsito em julgado da decisão cognitiva e da decisão 
executória, não necessariamente nesta ordem – portanto, se à sentença do 
processo de conhecimento não foi dado efeito suspensivo, pode o credor 
adiantar a ação de execução (a Fazenda será citada para oferecer embargos, 
os quais serão processados e julgados, podendo haver interposição de recurso 
de apelação). 
Encerrado todo o processamento da execução, deve-se aguardar o 
trânsito em julgado do processo de conhecimento para se expedir o precatório 
ou a R. P. V - ou seja, encerrado todo o processo de execução contra a 
Fazenda Pública, caberá ao juízo de 1º grau da execução a elaboração do 
precatório ou da requisição de pequeno valor e o seu encaminhamento ao 
presidente do Tribunal a que está sujeita a decisão exeqüenda. 
O presidente do Tribunal competente repassará a requisição ao ente 
condenado para que este inclua em orçamento aquela despesa. 
1.7. Execução das obrigações de fazer fundada em título extrajudicial 
No caso de execução fundada em título extrajudicial temos a execução 
autônoma propriamente dita, cuja petição inicial deverá obedecer ao 
regramento do art. 282 e estar devidamente acompanhada do título executivo. 
Ao despachar a inicial, determinará o magistrado a citação de executado 
para que cumpra a obrigação no prazo estabelecido no título. Caso o título seja 
omisso, o juiz deverá fixá-lo; não sendo cumprida a obrigação, o procedimento 
será diferente daquele previsto para a obrigação fundada em título judicial. 
Há que se verificar se a obrigação de fazer em questão é fungível ou 
infungível. Lembremos, nesse caso, que a obrigação infungível é aquela que 
só pode ser cumprida pelo próprio devedor; já quanto à obrigação fungível, 
consiste naquela cuja prestação pessoal do executado não é essencial – 
9 
 
podendo, inclusive, ser cumprida por outrem, inclusive pelo próprio credor, às 
custas do devedor. 
Se a obrigação for tida como infungível, deverá ser verificado, ainda, se 
é possível obter, por outros meios, resultado prático equivalente àquele que se 
teria caso o devedor cumprisse voluntariamente a obrigação. Constatada a 
impossibilidade de se cumprir a obrigação, necessariamente converter-se-á em 
perdas e danos; contudo, caso se revele possível a obtenção de resultado 
prático equivalente, o credor poderá optar entre esta e a conversão da 
obrigação em indenização por perdas e danos. 
Tendo o credor optado pela obtenção do resultado prático equivalente o 
juiz poderá valer-se das medidas de apoio previstas no art. 461, § 5º para 
garantia do adimplemento da obrigação. Caso se trate de obrigação de fazer 
fungível, o exeqüente poderá escolher entre o cumprimento da obrigação por 
terceiro às custas do devedor ou a conversão em perdas e danos. 
Quando o objeto da execução por título extrajudicial for obrigação de 
fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, 
se não estiver já determinado no título executivo. Como declara Vicente Greco 
Filho: 
“Na execução por título extrajudicial, o réu é citado e recebe uma ordem para 
o cumprimento da obrigação. Se esta é fungível e o devedor não a cumpre, 
pode ser prestada pelo próprio credor à custa do devedor ou por terceiro, 
cobrando-se, depois, do devedor; se a obrigação for infungível e não for 
cumprida converte-se em execução por quantia. 
Em qualquer caso, seja a obrigação fungível ou infungível, caso o 
exeqüente opte pela conversão em perdas e danos, se procederá à liquidação 
incidente. 
10 
 
A partir daí, a execução prosseguirá, pelo rito da execução por quantia 
certa. 
1.8. Execução das obrigações de não fazer fundadas em título judicial e 
extrajudicial 
Uma sentença que contenha condenação em obrigação de não fazer é, 
para quem adota o critério quinário, uma sentença executiva; assim sendo, 
cumpre-se mediante procedimento executivo - que pode ser deflagrado de 
ofício pelo juiz. 
Há que se dizer que a obrigação de não fazer é sempre personalíssima, 
ou seja, somente o devedor pode cumpri-la (não há como alguém deixar de 
fazer algo por você) – conseqüentemente o descumprimento da obrigação 
sempre ensejará perdas e danos. 
Tratando-se de obrigação fundada em título judicial não há alteração de 
procedimento em relação às obrigações de fazer - tendo sido proferida a 
sentença que condene o devedor a desfazer aquilo que foi feito indevidamente, 
o juiz fixará prazo para o cumprimento da sentença. Se a obrigação não for 
efetuada no prazo o juiz valer-se-á dos meios de coerção arrolados no art. 461, 
§ 5º, sem prejuízo da multa já fixada na sentença. 
É preciso, porém, entender que as obrigações de não fazer podem ser 
classificadas em permanentes (ou contínuas) e instantâneas. 
No caso das obrigações de não fazer permanentes, definimo-las como 
aquelas cujo descumprimento se prolonga no tempo, sendo possível cessar o 
descumprimento e retornar ao estado anterior. Nesse caso, especificamente, é 
possível desfazer o que foi feito indevidamente com a respectiva indenização 
pelo dano causado (como, por exemplo, a construção de um muro o qual o 
executado havia se obrigado a não construir). 
11 
 
Já as obrigações instantâneas são desfeitas num só ato, razão pela qual 
não é possível retornar ao estado anterior (como exemplo, a revelação de um 
segredo) – neste caso, resta ao exeqüente tão somente o ressarcimento por 
perdas e danos. 
Em se tratando de obrigação de não fazer fundada em título extrajudicial 
o procedimento será o mesmo - contudo, como não há processo de 
conhecimento anterior, a demanda há que se instaurada pelo exeqüente. 
A petição inicial deverá obedecer ao que está previsto no 
art. 282 do CPC e estar acompanhada do título executivo; caso a inicial seja 
recebida, seguirá o procedimento estabelecido para a execução do título 
judicial. 
 
1.9. Execução para entrega de coisa certa fundada em título extrajudicial 
Quando se trata de execução para entrega de coisa certa fundada em 
título vigora o princípio da demanda estabelecido no art. 2º do CPC: 
 
“Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais” 
Ao contrário do estabelecido para a execução das obrigações fundadas 
em títulos judiciais, nesse caso trata-se de verdadeiro processo de execução, 
que se inicia por provocação do credor através de petição inicial que deverá 
obedecer aos requisitos do art. 282 do CPC – e que também deverá estar 
acompanhada do título executivo. 
 
Dispõe o art. 621 do CPC: 
 
“o devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título 
executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a 
obrigação ou, seguro o juízo (art. 737, II), apresentar embargos”. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709917/artigo-282-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10739153/artigo-2-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709917/artigo-282-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10667280/artigo-621-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
12 
 
É preciso ter cuidado na interpretação desse dispositivo, ainda mais 
quando se tem em vista o disposto no artigo seguinte que diz que “o devedor 
poderá depositar a coisa, em vez de entregá-la, quando quiser opor embargos”. 
Uma leitura apressada de tais dispositivos pode conduzir a equívocos: o 
primeiro é que não se exigemais garantia de juízo para oferecimento de 
embargos (o devedor poderá embargar a execução independentemente do 
depósito da coisa ou qualquer outro tipo de garantia ou caução). 
Outra alteração relevante está no prazo para o oferecimento dos 
embargos, que é, atualmente, de 15 dias a partir da juntada aos autos do 
mandado devidamente cumprido (o devedor poderá ainda, quando for opor 
embargos, depositar a coisa no prazo de dez dias, especificamente para livrar-
se do risco da incidência da multa, quando cominada). 
Uma vez que foi proposta a execução, com a petição inicial devidamente 
acompanhada do título executivo, o executado será citado para entregar a 
coisa no prazo de 10 (dez) dias; caso o devedor entregue a coisa no prazo 
estabelecido, o juiz proferirá sentença declarando extinto o processo de 
execução. 
Caso o executado opte por depositar a coisa, termo de depósito será 
lavrado, e a coisa ficará à disposição do juízo até o julgamento dos embargos. 
Pode ocorrer, entretanto, que o executado permaneça inerte, nem 
oferecendo embargos, nem entregando ou depositando a coisa –nesse caso o 
juiz deverá determinar medidas práticas tendentes à satisfação do exeqüente: 
multa periódica pelo tempo de atraso, busca e apreensão da coisa (caso se 
trate de coisa móvel) ou imissão na posse (em se tratando de coisa imóvel). 
Mesmo com todas as providências anteriormente efetuadas para o 
cumprimento da obrigação a coisa pode não ser encontrada – e, nesse caso, o 
processo pode tomar rumos diversos: se a coisa foi transferida a terceiro, será 
buscada e apreendida, e o terceiro somente poderá se manifestar depois que 
13 
 
esta já estiver em poder do juízo (CPC, art. 626). Caso a coisa não tenha sido 
entregue por ter desaparecido ou deteriorado, o exequente terá o direito de 
receber o valor equivalente em dinheiro mais eventuais perdas e danos que 
tenha sofrido – tudo isso apurado mediante liquidação incidente, seguindo-se, 
a partir daí procedimento de execução por quantia certa. 
 
Finalmente, caso o executado (ou o terceiro que estiver em poder da 
coisa) tenha realizado nela benfeitorias indenizáveis, faz-se necessária a 
liquidação prévia do valor das benfeitorias, devendo o exeqüente depositar o 
valor correspondente antes do recebimento da coisa. 
Tendo o executado entregue no decênio estabelecido pelo art. 621 o juiz 
proferirá sentença, declarando extinta a obrigação. 
Se o executado depositou a coisa em juízo para livrar-se do risco da 
incidência da multa, deveremos verificar se foi ou não oferecidos embargos. 
Caso a execução não tenha sido embargada, ou rejeitados liminarmente os 
embargos, a coisa será entregue ao exeqüente com a lavratura do respectivo 
termo e prolação de sentença extintiva da execução. 
Situação diversa ocorrerá quando os embargos forem recebidos: deverá 
ser verificado se os embargos foram recebidos com efeito suspensivo ou não 
(no primeiro caso, a coisa ficará depositada em juízo até o julgamento definitivo 
do incidente). 
Sendo julgado improcedente (ou extinto por qualquer outro motivo) 
passa-se á entrega da coisa ao exeqüente; caso sejam julgados procedentes, 
extingue-se, também a execução, contudo, com a restituição da coisa ao 
executado. 
Caso os embargos, porém, sejam recebidos sem efeito suspensivo, a 
coisa poderá ser entregue, desde já, ao exequente, independentemente do 
julgamento dos embargos, contudo, o juiz deverá adotar cautelas que assegure 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666941/artigo-626-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
14 
 
a devolução do objeto da obrigação, caso os embargos sejam, ao final, 
acolhidos. 
1.10. Execução para entrega de coisa incerta fundada em título judicial e 
extrajudicial 
 
O procedimento para a execução das obrigações de entregar coisa 
incerta não difere, em linhas gerais, da execução das obrigações de entregar 
coisa certa. Encontra-se regido pelos artigos 629 e seguintes do Código, 
quando fundada em título extrajudicial, e no art. 461-A, em se tratando de título 
judicial. 
Observe-se, contudo, característica específica da obrigação de coisa 
incerta: o objeto da obrigação é identificado apenas pelo gênero e quantidade. 
Nesse caso, há um momento em que a coisa é individualizada, chamado de 
“concentração da obrigação.”, e que, basicamente, trata das regras para a 
escolha da coisa. Nesse caso, seguimos o que consta no “caput” do 
artigo 629 do CPC, a saber: 
 
“Quando a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero e 
quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se Ihe 
couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na petição 
inicial.” 
Vale fazer referência à observação posta por Alexandre de Freitas 
Câmara, de que mesmo nas obrigações de coisa incerta estamos, de fato, 
tratando de obrigações de coisa certa, tornada fungível em algum momento do 
procedimento. Diz ele: 
“A obrigação de entregar coisa fungível (ou coisas fungíveis) deve ser tratada 
como obrigação de entregar coisa certa. Isto porque a coisa fungível, por 
definição, pode ser substituída por outra de mesmo gênero, qualidade e 
quantidade. Deste modo, sendo alguém obrigado a entregar dez sacas de feijão 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666716/artigo-629-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
15 
 
preto, pouco importa – já que a qualidade deve ser sempre a mesma – se são 
entregues estas ou aquelas sacas. Não há que se falar, assim, em escolha, 
porque esta não faz nenhum sentido quando as coisas entre as quais se deve 
escolher são idênticas. Assim, parece-nos mais adequado considerar que 
o CPC, ao tratar da execução para entrega de coisa incerta, está se referindo 
às hipóteses em que alguém é obrigado a entregar coisa indeterminada (mas 
determinável), devendo o objeto a ser entregue ser escolhido entre coisas de 
qualidade diversa.” 
Essa observação é corroborada pelo art. 244 do Código Civil, que 
declara: 
 
“Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence 
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá 
dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.” 
Segue-se à escolha, o chamado “incidente de impugnação de escolha”, 
que tem lugar exatamente quando a parte a quem couber a individualização da 
coisa não seguir a regra do art. 244 do Código Civil. Segue, nesse caso o 
art. 630 do CPC: 
 
“Qualquer das partes poderá, em 48 (quarenta e oito) horas, impugnar a 
escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano, ou, se necessário, ouvindo 
perito de sua nomeação”. 
2. EMBARGOS À EXECUÇÃO 
 
2.1. Pressupostos iniciais 
Cândido Rangel Dinamarco considera a impugnação e os embargos à 
execução como" a mais ampla e vigorosa das vias defensivas permitidas ao 
executado no sistema do processo civil "[6]. Ambos os institutos se diferenciam 
pela natureza do título executado: enquanto a impugnação refere-se à oposição 
cabível contra a execução por título judicial (CPC, artigos 475-L e 475-M) os 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713254/artigo-244-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10713254/artigo-244-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10666681/artigo-630-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966759/artigo-475l-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966741/artigo-475m-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
16 
 
embargos, aqui denominados" à execução ", referem-se ao instituto que 
desafia execução por título extrajudicial (CPC, artigos 736 e seguintes). 
São caracterizados, impugnação e embargos, como vias formais, tendo 
seu início por iniciativa de parte; desenvolvem-se mediante procedimento 
distinto e independente do executivo, sendo objeto de decisão por uma 
sentença (artigo 1747-A); finalmente, possuem a mesma natureza, a de 
processos incidentes mas autônomos (não sendo, assim, meros incidentes 
executivos de um processo). 
Pode-se, assim, considerar oposição como gênero, do qual impugnação 
e embargos são espécie. 
Do ponto de vista do caráter prático do procedimento (desde seu início, 
no processo anterior de conhecimento), os embargos representam a oposição 
do executado à execução que lhe é movida. Cássio Scapinella Bueno, a esse 
respeito, afirma que a situação apresentada é de alguém, o executado, que 
tenta impedir que o processo autônomo surta seus efeitos, pedindo uma tutela 
antecipada que se opõe aos efeitos da execução[7]. 
A respeito da" impugnação "enquanto mecanismo de defesa, declara 
ainda Scapinella Bueno – relembrando que, para o autor, tal explicação 
também se aplica aos embargos à execução: 
"O que se pode ter presente para melhor compreensão da “impugnação” como 
defesa é que o processo (o mesmo processo) passa, com a sua apresentação, 
a mais uma fase, distinta das anteriores, que se voltara´ fundamentalmente ao 
reconhecimento da subsistência, ou não, das razões que ensejaram, quando 
da formação do título executivo judicial, a prestação da tutela jurisdicional para 
o exequente. Uma mera fase cognitiva, portanto, na etapa em que, da 
perspectiva do exequente, as atividades jurisdicionais a serem prestadas 
seriam precipuamente voltadas à satisfação de seu direito, tal qual reconhecido 
no título, atividades jurisdicionais executivas, portanto." 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10650743/artigo-736-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
17 
 
Especificamente para os embargos à execução, Dinamarco afirma que 
estes se constituem em autêntico processo em separado, e não um incidente 
processual, visto que nestes se discute uma causa, esperando uma sentença 
que fará coisa julgada no processo de execução, e que requer, para tanto, um 
procedimento específico, com ampla e exauriente instrução que lhe é devida[9]. 
Tal posição, contudo, é eminentemente doutrinária: não há intenção 
expressa no CPC de se transformar os embargos à execução em um processo 
à parte. 
Quanto ao objetivo prático, Lincoln Nolasco assim o resume, de forma 
objetiva:" através dos embargos o executado se protege da execução 
atacando-a, seja por aspectos viciados de seu procedimento, seja por defeitos 
do título apresentado, seja ainda sustentando a insubsistência do crédito 
afirmado pelo exequente.” 
2.2. Forma de oposição: requerimento e matéria dos embargos 
A oposição do executado se dá por demanda da parte, iniciando um 
legítimo processo de conhecimento que produzirá resultados através de uma 
sentença de mérito. Dinamarco explica que tal natureza do processo de 
embargos se dá pois "só o processo de conhecimento é dotado de 
procedimento predisposto a produzir sentenças sobre o mérito"[11] – e, de fato, 
trata-se de uma oposição na qual se pede explicações sobre o porquê da 
execução estar ocorrendo da forma imposta pelo magistrado. 
O procedimento se inicia através de uma petição chamada de forma 
“genérica” de requerimento, conforme se deduz do CPC, art. 475-J, parágrafo 
3º: "O exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a 
serem penhorados". 
Vale ressaltar, a esse respeito, que as alegações apresentadas pelo 
embargante em sua petição devem ser claras o suficiente para que não seja 
caracterizada ação protelatória por parte do executado – se forem 
caracterizados embargos protelatórios, a petição será rejeitada, podendo o 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966771/artigo-475j-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966765/par%C3%A1grafo-3-artigo-475j-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28966765/par%C3%A1grafo-3-artigo-475j-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
18 
 
embargante ser punido com multa, de até vinte por cento do valor da execução 
(compreendidas custas e honorários advocatícios). 
Quanto à matéria, o executado poderá apresentar sua oposição 
utilizando-se do que determina o CPC no artigo 745, abaixo transcrito com as 
alterações da Lei nº 11.382, de 2006: 
 
"Nos embargos, poderá o executado alegar: 
I - nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado; 
II - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para 
entrega de coisa certa (art. 621); 
V - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de 
conhecimento.” 
Tal requerimento é feito contra o credor da execução, em um conceito 
que permite a Dinamarco qualificar, de forma adequada, os embargos à 
execução como" uma ação do executado contra o exequente "[12]. 
2.3. Legitimidade 
No tocante à legitimidade da ação, além do devedor, também é parte 
legítima seu cônjuge (no caso de penhora de imóveis), o responsável tributário 
e seu sócio - não se admitindo intervenção de terceiros (somente assistência). 
2.4. Prazo 
Com respeito ao prazo para interposição dos embargos, é de 15 dias, 
contados da juntada aos autos do mandado de citação; sendo diversos os réus, 
o prazo é contado separadamente. Caso os executados sejam cônjuges, o 
prazo será contado a partir do último mandado juntado por eles. 
 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10648642/artigo-745-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95201/lei-11382-06
19 
 
2.5. Carta precatória 
Execuções por carta precatória poderão ser oferecidas tanto no juízo 
deprecante quanto no deprecado – a competência para tais julgamentos, nesse 
caso, será do juízo deprecante, conforme Súmula nº 46 do STJ; a exceção será 
no caso de versarem unicamente acerca de vícios ou defeitos da penhora, 
avaliação ou alienação dos bens (caso em que serão efetuadas no juízo 
deprecado). 
No caso da citação ocorrer através de carta precatória, a citação do 
executado deverá ser imediatamente comunicada pelo juiz deprecado ao juiz 
deprecando; a partir da juntada dos autos da comunicação em questão ocorrerá 
a contagem dos prazos. 
Observe-se que a partir da lei 11382/2006 não se exige mais a garantia 
do juízo para o oferecimento dos embargos (somente para a atribuição de efeito 
suspensivo) – há que se lembrar, entretanto, que eventual erro na distribuição 
dos embargos autoriza as partes a alegar exceção de incompetência, no prazo 
de quinze dias a partir da atribuição de competência ao magistrado. 
 
2.6. Efeito suspensivo 
Sobre o efeito suspensivo, uma observação relevante: Dinamarco 
pondera que o título executivo é, por si só, mecanismo suficiente para autorizar 
constrição sob o patrimônio do executado, de forma coercitiva. Desta forma, 
eventual oposição da parte não provocará, de imediato, efeito suspensivo sobre 
a execução, embora a sentença que acolha os embargos possibilite que esta 
seja interrompida, devido à perda (em abstrato) da eficácia do título que está 
sendo executado. 
Especificamente para os embargos à execuçãoa possibilidade de efeito 
suspensivo está delineada no artigo 739-A do CPC, § 1º: 
 
" O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos 
embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95201/lei-11382-06
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996074/artigo-739a-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
20 
 
execução manifestamente possa causar ao executado grave dano de difícil ou 
incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, 
depósito ou caução suficientes. " 
Observe que o texto da lei nos mostra os requisitos necessários para o 
efeito suspensivo: 
a) requerimento do reclamante (não pode ser concedido de ofício); 
b) relevância dos fundamentos apontados nos embargos; 
c) perigo evidente de dano grave decorrente do prosseguimento da 
execução. 
Se os embargos impugnarem apenas parte do crédito a ser executado, o 
efeito suspensivo deverá ser limitado à parte do objeto da execução que foi 
impugnada. De semelhante modo, se apenas um dos executados oferecer 
embargos à execução, o processo prosseguirá quanto aos demais devedores, 
salvo se o motivo que determinou esta suspensão for comum aos demais. 
Observe-se, ainda, que o efeito suspensivo não atinge penhora ou avaliação 
de bens, pois tais procedimentos não trazem prejuízo ao executado. 
2.7. Procedimento 
Com respeito aos embargos à execução, Nolasco [14] nos mostra o 
seguinte fluxo: 
Uma vez que a petição de embargos seja apresentada, o processo será 
distribuído por dependência ao processo de execução. 
A petição será rejeitada quando forem tidos como intempestivos, quando 
inepta a petição inicial (sanável por parte do embargante, que será intimado 
para tal) ou quando tais embargos forem manifestamente protelatórios. 
21 
 
Caso os embargos sejam acolhidos o exequente será citado para 
responder, no prazo de 15 dias, não cabendo reconvenção ou ação declaratória 
incidental nesse caso. 
Da rejeição dos embargos cabe apelação. 
O acolhimento dos embargos do executado não desfaz alienação do 
bem eventualmente arrematado; especificamente para o título executivo 
extrajudicial, observa-se que no caso da recepção de embargos à execução 
esta ocorrerá por conta e risco do exequente – já que, em caso de eventual 
reforma da sentença de improcedência dos embargos, este deverá reparar 
eventuais danos sofridos pelo executado. 
2.8. Embargos à arrematação, à alienação e à adjudiciação 
 
No prazo de cinco dias após a adjudicação, alienação ou arrematação 
de um bem, poderá o executado apresentar embargos para, alegando qualquer 
causa de nulidade da execução ou causa extintiva da obrigação, contestar o 
ato realizado. Nesse caso, será facultado ao adquirente desistir da arrematação 
do bem, sendo-lhe restituída a importância que foi depositada. 
Observe-se, ainda, que nesse caso o juiz também pode considerar que 
os embargos à arrematação, à alienação ou à adjudicação tiveram caráter 
meramente protelatório, condenando o executado à multa de até o limite de 
vinte por cento do valor da execução, revertida em favor do arrematante. 
CONCLUSÃO 
 
O fator principal deste artigo é apresentar um panorama da execução de 
títulos executivos extrajudiciais e o processo que se desenvolve ao redor dessa 
fase. Como citado anteriormente, não se trata de um prolongamento, ou fase, 
22 
 
do processo de conhecimento, visto que não há, de fato, nenhum processo 
anterior à execução do título – o que existe, efetivamente, é um novo 
procedimento, no qual o que pode (e deve) ser questionado pelo executado são 
as características peculiares do processo de execução, não o mérito do título 
que, por si só, é auto-executável. 
Outro aspecto que merece ser ressaltado é quanto à peculiaridade dos 
embargos à execução, o método designado pelo CPC para a oposição à 
execução de título extrajudicial. Este dispositivo, como se vê, não ataca 
aspectos relativos à obrigação contraída, mas às características do processo 
de execução – já que, em tal procedimento, o mais importante não é discutir o 
mérito, mas o formato e as circunstâncias nas quais o exequente poderá ter 
efetivado o acesso à satisfação de seu interesse, e o executado, a garantia de 
que esse processo se dará em condições que lhe sejam favoráveis. 
 
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23 
 
CAMPOS BENITO, Kelen. Execução de sentença de obrigação de fazer. In: 
Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 80, set 2010. Disponível em: 
http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502196896/page/459 
 
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