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3- Direito de ação, processo e procedimento

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
DIREITO DE AÇÃO X DIREITO AFIRMADO X 
AÇÃO X DEMANDA 
- Direito de ação: é uma situação jurídica; direito 
fundamental à jurisdição; o princípio da 
inafastabilidade é concretizado a partir do direito de 
ação (acesso ao Judiciário no caso de lesão/ameaça a 
direito) 
- Direito afirmado: é o direito material deduzido em 
juízo; o direito que te impulsiona a entrar com a ação 
- Ação: é um ato jurídico (demanda); é o exercício do 
direito de ação; se concretiza com a petição inicial 
- Demanda: é o ato de ir a juízo provocar a atividade 
jurisdicional; é o conteúdo da postulação 
ELEMENTOS DA AÇÃO/DEMANDA: partes (autor e réu); 
causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos do 
pedido); pedido (imediato é a resposta jurisdicional e 
mediato é o bem almejado) 
OBS: litispendência (“lides pendentes”) é quando 
existem duas ou mais ações idênticas, ou seja, que 
possuem os mesmos elementos da ação; se dará 
continuidade à ação que foi registrada primeiro e as 
demais serão extintas sem resolução de mérito 
 
1) Teoria Imanentista ou Civilista: Savigny; não 
distingue o direito material do direito de ação; diz que 
o direito de ação é o direito material em movimento. 
➔ Após o desenvolvimento dessa 
teoria, Windscheid e Muther 
defenderam a independência da 
ação em face do direito material 
2) Teoria da Ação Autônoma e Concreta/Teoria 
Concretista: Wach; diz que só existe direito de ação 
caso a sentença seja favorável (ou seja, só existe direito 
de ação se ganhar a ação, se efetivamente houver o 
direito material proposto) (tem que ter uma decisão 
favorável para exercer o direito de ação) 
3) Teoria da Ação como Direito Potestativo: Chiovenda; 
ação é o direito de interferir na esfera jurídica do outro 
sem que ele possa impedir 
4) Teoria da Ação como Direito Abstrato/Teoria 
Abstrativista: Degenkolb e Plosz; propõe a 
independência e autonomia da ação em relação ao 
direito material afirmado; diz que há exercício do 
direito de ação toda vez que se obtém uma resposta 
jurisdicional, favorável ou não (tem que ter uma 
decisão para ter direito de ação, independentemente 
do resultado) 
5) Teoria Eclética/Mista (predominante no CPC): 
adotada pelo Brasil. Liebman; diz que a ação é abstrata 
e incondicionada e que o direito de ação é o direito a 
uma sentença de mérito (procedente ou 
improcedente), mas para se ter a decisão é necessário 
preencher as CONDIÇÕES DA AÇÃO (legitimidade ad 
causam e interesse de agir) (tem que ter uma decisão 
de mérito para ter direito de ação) 
6) Teoria da Asserção (STJ): também adotada no Brasil, 
pois influenciou a teoria eclética. Adotada pelo STJ. Diz 
que, caso a ausência de condições da ação se dê na fase 
preliminar (fase de juízo de admissibilidade), o juiz 
proferirá uma sentença sem resolução do mérito 
(sentença terminativa) e o processo será extinto. No 
entanto, caso a ausência das condições da ação 
somente seja percebida após a fase de oitiva do réu ou 
de apresentação de provas (depois de já ter passado do 
juízo de admissibilidade e já ter ocorrido contraditório), 
a sentença será de improcedência (e não de resolução 
sem mérito) -> ou seja, essa teoria diz que nem sempre 
a ausência das condições da ação leva a uma sentença 
sem resolução de mérito, dependendo do momento 
em que a ausência é verificada 
 
BRASIL: teoria eclética, com influência da teoria da 
asserção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
 
1) Segundo a natureza da relação jurídica discutida no 
processo: 
 a) ação pessoal (obrigações) 
 b) ação real (direitos reais – art. 1.225 CC – ex: 
propriedade, laje, usufruto) 
 c) ação possessória (posse). ações possessórias 
típicas: interdito proibitório (ameaça de esbulho ou 
turbação), manutenção de posse (turbação, ou seja, 
perturbação no exercício da posse), reintegração de 
posse (esbulho, ou seja, perda da posse) 
2) Segundo o objeto do pedido mediato: 
 a) mobiliária: o objeto do pedido mediato é um 
bem móvel 
 b) imobiliária: o objeto do pedido mediato é 
um bem imóvel 
3) Segundo o tipo de tutela jurisdicional almejada: 
• No CPC/73, existiam 3 tipos de processo: 
processo de conhecimento, processo de 
execução e processo cautelar (autônomo) 
• A partir no CPC/2015, com o sincretismo 
processual (processo sincrético, misto ou 
multifuncional), passou a ter somente um 
único processo, dividido em fases: fase de 
conhecimento (cognitiva) e fase de 
cumprimento de sentença (execução). Há 
também o processo autônomo de 
execução, para quando há título executivo 
extrajudicial. Não há mais o processo 
cautelar autônomo: o que existe agora são 
as tutelas provisórias de urgência ou de 
evidência, que podem ser inseridas dentro 
de uma ação de conhecimento ou ação de 
execução 
AÇÃO DE CONHECIMENTO 
Divide-se em 3 classificações, que podem ser 
cumuladas em uma mesma ação: 
a) Condenatória: direito a uma prestação (dar 
coisa, entregar, restituir, fazer, não fazer, 
pagar) 
b) Constitutiva: para direitos potestativos, visa a 
criação, alteração ou extinção de uma situação 
jurídica (pode ser constitutiva positiva – 
quando cria-se ou modifica-se uma situação 
jurídica, como na ação revisional de alimentos 
– ou constitutiva negativa – quando 
desconstitui um direito, como no divórcio e na 
ação rescisória) 
c) Declaratória: para certificar a existência, 
inexistência ou o modo de ser de uma situação 
jurídica (ex: usucapião, ação de inexistência de 
débito) 
CPC – “Art. 19 O interesse do autor pode limitar-se à 
declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de 
uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 Art. 20 É admissível a ação meramente declaratória, 
ainda que tenha ocorrido a violação do direito.” 
ELEMENTOS DA AÇÃO: partes (autor e réu); 
causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos 
do pedido); pedido. 
CONDIÇÕES DA AÇÃO: legitimidade ad causam 
(pertinência subjetiva); interesse de agir 
(necessidade e utilidade) 
➔ possibilidade jurídica do pedido 
NÃO é mais condição da ação, pois 
já é uma matéria de mérito 
CPC – “Art. 17 Para postular em juízo é 
necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 18 Ninguém poderá pleitear direito alheio 
em nome próprio, salvo quando autorizado 
pelo ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. Havendo substituição 
processual, o substituído poderá intervir como 
assistente litisconsorcial. 
Art. 19 O interesse do autor pode limitar-se à 
declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de 
ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de 
documento. 
 Art. 20 É admissível a ação meramente 
declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito.” 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 OBS: AÇÃO DÚPLICE 
- Quando há instabilidade nos polos da demanda (autor 
e réu). Há dois sujeitos da relação jurídico-material e 
qualquer deles pode propor a mesma ação contra o 
outro. Ambos os litigantes figuram 
concomitantemente no polo ativo e passivo da 
demanda, em razão das pretensões antagônicas 
- A contestação do réu já basta para a obtenção do 
bem. Em regra, o autor pede e o réu somente impede; 
na ação dúplice, o ato de impedir (contestação) já 
expressa um pedido contrário (mesmo sem pedido de 
compensação ou reconvenção, pode haver ação 
dúplice). Não há necessidade de pedido expresso pelo 
réu (e isso não afronta o princípio da inércia da 
jurisdição) 
- A decisão pode acolher o pedido do autor ou do réu 
- Normalmente é dúplice porque existe reconvenção 
 
PROCESSO E PROCEDIMENTO 
Processo + procedimento = relação jurídica processual 
- É o método de que se servem as partes para buscar a 
solução do direito para as lides 
- É o instrumento por meio do qual a jurisdição atua 
- Processo sincrético/misto/multifuncional (há fase de 
conhecimento, pode haver fase de liquidação, e a fase 
de execução/cumprimento de sentença – tudo nos 
mesmos autos) ou processo autônomo de execução 
(quandohá título executivo extrajudicial) 
- É o mecanismo pelo qual se desenvolvem os 
processos. É a cadeia lógica de atos processuais 
- O CPC traz o procedimento comum e os 
procedimentos especiais 
- Clausula geral de negociação processual: plasticidade 
do procedimento; as regras procedimentais podem ser 
alteradas de forma consensual pelas partes, desde que 
sejam capazes. Espécie de negócio jurídico processual 
típico: calendário processual 
CPC – “Art. 190 Versando o processo sobre direitos que 
admitam autocomposição, é lícito às partes 
plenamente capazes estipular mudanças no 
procedimento para ajustá-lo às especificidades da 
causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, 
faculdades e deveres processuais, antes ou durante o 
processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz 
controlará a validade das convenções previstas neste 
artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de 
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de 
adesão ou em que alguma parte se encontre em 
manifesta situação de vulnerabilidade. 
Art. 191 De comum acordo, o juiz e as partes podem 
fixar calendário para a prática dos atos processuais, 
quando for o caso. 
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos 
nele previstos somente serão modificados em casos 
excepcionais, devidamente justificados. 
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática 
de ato processual ou a realização de audiência cujas 
datas tiverem sido designadas no calendário.” 
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS 
1) Procedimento comum (tradicional): fase 
postulatória, fase saneadora ou de organização do 
processo, fase instrutória ou probatória, fase decisória, 
fase recursal 
2) Procedimento especial: jurisdição contenciosa ou 
jurisdição voluntária 
3) Procedimento sumaríssimo: juizados especiais 
(federal, estadual e da Fazenda Pública), regidos por 
leis específicas

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