Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO DE AÇÃO X DIREITO AFIRMADO X AÇÃO X DEMANDA - Direito de ação: é uma situação jurídica; direito fundamental à jurisdição; o princípio da inafastabilidade é concretizado a partir do direito de ação (acesso ao Judiciário no caso de lesão/ameaça a direito) - Direito afirmado: é o direito material deduzido em juízo; o direito que te impulsiona a entrar com a ação - Ação: é um ato jurídico (demanda); é o exercício do direito de ação; se concretiza com a petição inicial - Demanda: é o ato de ir a juízo provocar a atividade jurisdicional; é o conteúdo da postulação ELEMENTOS DA AÇÃO/DEMANDA: partes (autor e réu); causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos do pedido); pedido (imediato é a resposta jurisdicional e mediato é o bem almejado) OBS: litispendência (“lides pendentes”) é quando existem duas ou mais ações idênticas, ou seja, que possuem os mesmos elementos da ação; se dará continuidade à ação que foi registrada primeiro e as demais serão extintas sem resolução de mérito 1) Teoria Imanentista ou Civilista: Savigny; não distingue o direito material do direito de ação; diz que o direito de ação é o direito material em movimento. ➔ Após o desenvolvimento dessa teoria, Windscheid e Muther defenderam a independência da ação em face do direito material 2) Teoria da Ação Autônoma e Concreta/Teoria Concretista: Wach; diz que só existe direito de ação caso a sentença seja favorável (ou seja, só existe direito de ação se ganhar a ação, se efetivamente houver o direito material proposto) (tem que ter uma decisão favorável para exercer o direito de ação) 3) Teoria da Ação como Direito Potestativo: Chiovenda; ação é o direito de interferir na esfera jurídica do outro sem que ele possa impedir 4) Teoria da Ação como Direito Abstrato/Teoria Abstrativista: Degenkolb e Plosz; propõe a independência e autonomia da ação em relação ao direito material afirmado; diz que há exercício do direito de ação toda vez que se obtém uma resposta jurisdicional, favorável ou não (tem que ter uma decisão para ter direito de ação, independentemente do resultado) 5) Teoria Eclética/Mista (predominante no CPC): adotada pelo Brasil. Liebman; diz que a ação é abstrata e incondicionada e que o direito de ação é o direito a uma sentença de mérito (procedente ou improcedente), mas para se ter a decisão é necessário preencher as CONDIÇÕES DA AÇÃO (legitimidade ad causam e interesse de agir) (tem que ter uma decisão de mérito para ter direito de ação) 6) Teoria da Asserção (STJ): também adotada no Brasil, pois influenciou a teoria eclética. Adotada pelo STJ. Diz que, caso a ausência de condições da ação se dê na fase preliminar (fase de juízo de admissibilidade), o juiz proferirá uma sentença sem resolução do mérito (sentença terminativa) e o processo será extinto. No entanto, caso a ausência das condições da ação somente seja percebida após a fase de oitiva do réu ou de apresentação de provas (depois de já ter passado do juízo de admissibilidade e já ter ocorrido contraditório), a sentença será de improcedência (e não de resolução sem mérito) -> ou seja, essa teoria diz que nem sempre a ausência das condições da ação leva a uma sentença sem resolução de mérito, dependendo do momento em que a ausência é verificada BRASIL: teoria eclética, com influência da teoria da asserção DIREITO PROCESSUAL CIVIL 1) Segundo a natureza da relação jurídica discutida no processo: a) ação pessoal (obrigações) b) ação real (direitos reais – art. 1.225 CC – ex: propriedade, laje, usufruto) c) ação possessória (posse). ações possessórias típicas: interdito proibitório (ameaça de esbulho ou turbação), manutenção de posse (turbação, ou seja, perturbação no exercício da posse), reintegração de posse (esbulho, ou seja, perda da posse) 2) Segundo o objeto do pedido mediato: a) mobiliária: o objeto do pedido mediato é um bem móvel b) imobiliária: o objeto do pedido mediato é um bem imóvel 3) Segundo o tipo de tutela jurisdicional almejada: • No CPC/73, existiam 3 tipos de processo: processo de conhecimento, processo de execução e processo cautelar (autônomo) • A partir no CPC/2015, com o sincretismo processual (processo sincrético, misto ou multifuncional), passou a ter somente um único processo, dividido em fases: fase de conhecimento (cognitiva) e fase de cumprimento de sentença (execução). Há também o processo autônomo de execução, para quando há título executivo extrajudicial. Não há mais o processo cautelar autônomo: o que existe agora são as tutelas provisórias de urgência ou de evidência, que podem ser inseridas dentro de uma ação de conhecimento ou ação de execução AÇÃO DE CONHECIMENTO Divide-se em 3 classificações, que podem ser cumuladas em uma mesma ação: a) Condenatória: direito a uma prestação (dar coisa, entregar, restituir, fazer, não fazer, pagar) b) Constitutiva: para direitos potestativos, visa a criação, alteração ou extinção de uma situação jurídica (pode ser constitutiva positiva – quando cria-se ou modifica-se uma situação jurídica, como na ação revisional de alimentos – ou constitutiva negativa – quando desconstitui um direito, como no divórcio e na ação rescisória) c) Declaratória: para certificar a existência, inexistência ou o modo de ser de uma situação jurídica (ex: usucapião, ação de inexistência de débito) CPC – “Art. 19 O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20 É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.” ELEMENTOS DA AÇÃO: partes (autor e réu); causa de pedir (fatos + fundamentos jurídicos do pedido); pedido. CONDIÇÕES DA AÇÃO: legitimidade ad causam (pertinência subjetiva); interesse de agir (necessidade e utilidade) ➔ possibilidade jurídica do pedido NÃO é mais condição da ação, pois já é uma matéria de mérito CPC – “Art. 17 Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 18 Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. Art. 19 O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20 É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.” DIREITO PROCESSUAL CIVIL OBS: AÇÃO DÚPLICE - Quando há instabilidade nos polos da demanda (autor e réu). Há dois sujeitos da relação jurídico-material e qualquer deles pode propor a mesma ação contra o outro. Ambos os litigantes figuram concomitantemente no polo ativo e passivo da demanda, em razão das pretensões antagônicas - A contestação do réu já basta para a obtenção do bem. Em regra, o autor pede e o réu somente impede; na ação dúplice, o ato de impedir (contestação) já expressa um pedido contrário (mesmo sem pedido de compensação ou reconvenção, pode haver ação dúplice). Não há necessidade de pedido expresso pelo réu (e isso não afronta o princípio da inércia da jurisdição) - A decisão pode acolher o pedido do autor ou do réu - Normalmente é dúplice porque existe reconvenção PROCESSO E PROCEDIMENTO Processo + procedimento = relação jurídica processual - É o método de que se servem as partes para buscar a solução do direito para as lides - É o instrumento por meio do qual a jurisdição atua - Processo sincrético/misto/multifuncional (há fase de conhecimento, pode haver fase de liquidação, e a fase de execução/cumprimento de sentença – tudo nos mesmos autos) ou processo autônomo de execução (quandohá título executivo extrajudicial) - É o mecanismo pelo qual se desenvolvem os processos. É a cadeia lógica de atos processuais - O CPC traz o procedimento comum e os procedimentos especiais - Clausula geral de negociação processual: plasticidade do procedimento; as regras procedimentais podem ser alteradas de forma consensual pelas partes, desde que sejam capazes. Espécie de negócio jurídico processual típico: calendário processual CPC – “Art. 190 Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. Art. 191 De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.” CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS 1) Procedimento comum (tradicional): fase postulatória, fase saneadora ou de organização do processo, fase instrutória ou probatória, fase decisória, fase recursal 2) Procedimento especial: jurisdição contenciosa ou jurisdição voluntária 3) Procedimento sumaríssimo: juizados especiais (federal, estadual e da Fazenda Pública), regidos por leis específicas
Compartilhar