Prévia do material em texto
→ CONCEITO: Os principais vírus relacionados são: A, B, C, D e E, no qual apresentam em comum o hepatotropismo. O vírus A e E têm como via de transmissão fecal-oral, enquanto os demais relacionam com a parenteral. → APRESENTAÇÃO CLÍNICA: A evolução da doença consiste em 04 partes: período de incubação, fase prodrômica ou pré-ictérica, fase ictérica e fase convalescente. Período de incubação → Fase prodrômica → nem sempre presente, antecede a icterícia e cursa com quadro semelhante ao viral, com sintomas gripais, dor em hipocôndrio direito e sintomas inespecíficos. Pode durar de 3 a 10 dias. Fase ictérica → melhora dos sintomas inespecíficos, mas surgimento da icterícia, podendo apresentar também hepatomegalia, colúria, hipocolia fecal e prurido. Fase de convalescença → pode apresentar 04 destinos diferentes a depender do tipo de vírus, virulência da cepa e imunidade do paciente. Assim, as evoluções são: benigna, prolongada, crônica ou fulminante. → HEPATITE A: A maioria dos pacientes cursam sem sintomas, não cronifica e nem evolui para hepatocarcinoma. O vírus é excretado nas fezes 1 a 2 sem. antes do início dos sintomas, e até 01 sem. após. HEPATITES VIRAIS OBS.: na hepatite B e C, quanto mais sintomático o paciente nessa fase, maior a chance de resolução espontânea. HEPATITE A - 2 a 6 sem. (média 3 sem.). HEPATITE B - 2 a 6 meses (média 70 dias.). HEPATITE C - 2 sem. a 5 meses (média 50 dias.). HEPATITE D - 2 a 6 meses. HEPATITE E - 2 a 8 sem. (média 40 dias.). INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE.: falência hepática resultante do desequilíbrio entre destruição e regeneração dos hepatócitos. Apresenta 03 classificações a depender do tempo de evolução: hiperaguda < 10 dias, fulminante 10 a 30 dias e subaguda > 30 dias. É mais comum o vírus B, D e E (gestantes) cursarem com essa forma. O quadro clínico mais marcante é a encefalopatia hepática (confusão mental, hálito adocicado, disartria e alterações motoras) associada com edema cerebral. Outras manifestações são coagulopatia, insuficiência renal, hipoglicemia e infecções. Ao analisar os exames laboratoriais, as principais alterações são: ↑ TGO e TGP (quando cai = fígado não presta), ↑ bilirrubina, ↓ fatores de coagulação, tempo de protrombina estendido e ↓ albumina. Uma opção de tratamento é o transplante hepático. O diagnóstico é a partir de sorologia (anti-HAV IgM e IgG). Tratamento de suporte, com repouso e dieta hipogordurosa, evitando o uso de paracetamol. A vacinação é realizada com 02 doses, com intervalo de 06 meses entre elas. Além disso, pode realizar profilaxia pós-exposição até 02 sem. do contato com o uso de imunoglobulina. → HEPATITE B: Apesar de grande chance de cura em adultos, algumas pessoas podem evoluir para a forma fulminante ou para a cronificação. Nos pacientes portadores crônicos (HBsAg +) existem 03 formas de apresentação: inativo (nunca evolui para cirrose, mas pode ter hepatocarcinoma direto devido DNA, além de não cursar com HbeAg), leve e ativo (evolução rápida). OBS.: HBsAg → marcador de doença, se + mais de 06 meses, indica cronificação. É negativo após resolução. HBeAg → existe vírus mutante que não demonstra HBeAg, assim caso negativo deve solicitar carga viral, no qual valor > 2000 indica vírus em atividade. Anti-HBe → fim da replicação viral. Anti-HBs → não aparece em evolução crônica. Anti-HBs + Anti-HBc = contato com cura. TGP → 2x acima do valor de referência = lesão hepática. O diagnóstico é por meio de sorologias e DNA viral quantitativo. O tratamento com Entecavir ou Tenofovir está indicado em situações específicas, no qual ocorreu cronificação, pois não tem tratamento na fase aguda. A profilaxia é realizada com aplicação de 03 doses da vacina, no qual portadores de HIV recebem a 4º dose, se CD4 > 200. → HEPATITE C: Maior tendência a cronificação, no qual todos os crônicos evoluem para cirrose, e posteriormente, para hepatocarcinoma, o que diferencia é o tempo dessa apresentação. A triagem é realizada com anti-HCV, que caso positivo, segue para o exame diagnóstico que seria o PCR quantitativo (carga viral). Se também positivar fecha o diagnóstico e solicita genotipagem para escolha terapêutica. O tratamento é realizado apenas na fase crônica baseado no genótipo do vírus, totalizando 12 (não cirróticos) ou 24 semanas (cirróticos). CRITÉRIOS ABSOLUTOS HBsAg +, HBeAg + e TGP > 2x valor de referência. CARGA VIRAL > 2.000 e TGP > 2x valor de referência. > 30 ANOS DE IDADE, HBsAg + e HBeAg +. OBS.: outras condições que está disponível o tratamento são: história familiar de hepatocarcinoma, hepatite aguda grave, cirrose, reativação de hepatite crônica, coinfecção com hepatite C ou HIV e manifestação extra-hepática. OBS.: em RN’s com mães HBsAg + deve ser administrado imunoglobulina hiperimune (HBIg) em até 12 horas do nascimento, além da vacina. Outra aplicabilidade da HBIg seria em acidentes perfurocortantes. GENÓTIPO 1a e 1b - Ledipasvir + Sofosbubir GENÓTIPO 2 e 3 - Daclatasvir, Sofosbubir e Simeprevir (escolher 02). OBS.: não pode tratar gestantes devido teratogenicidade. OBS.: o screening de hepatite B é realizado apenas com a solicitação de HBsAg e anti-HBc, assim a depender dos seus resultados, solicita demais sorologias. OBS.: solicita carga viral na 12º ou 24º sem. após o fim do tratamento para avaliar resposta virológica sustentada. → HEPATITE D: Necessita da infecção por hepatite B. No entanto, apresenta 02 conceitos diferentes: coinfecção (pegou hepatite B e D juntas = anti-HBc IgM e anti-HD IgM +, com maior risco de cronificação) e superinfecção (pegou primeiro a B e depois foi infectado pela D = anti-HBc IgM - e anti-HD +, com maior chance de evoluir para fulminante). → HEPATITE E: Diferente da hepatite A não acomete só humanos e tem rara chance de cronificação (comum em imunossuprimidos). O diagnóstico baseia na realização de sorologias. OBS.: o tratamento não confere imunidade, podendo o paciente ser reinfectado pelo vírus.