Buscar

Dor abdominal e Exame abdominal agudo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
OBJETIVOS 
o Revisar as técnicas da inspeção, palpação, 
percussão e ausculta do abdome, utilizando os 
modelos. 
o Discutir em grupo como diferenciar pela anamnese 
e exame físico se o paciente e portador de dor 
abdominal de causa cirúrgica ou não cirúrgica. 
DOR ABDOMINAL 
É uma das principais causas de visitas a emergência 
apresentando um diagnóstico difícil devido a apresentações 
e etiologia bastante variada. Deve-se dobrar a atenção nos 
seguintes casos: 
1. Idosos – apresentam uma maior probabilidade de 
diagnostico ameaçador à vida como apendicite 
aguda ou isquemia mesentérica 
2. Pacientes imunodeprimidos – podem apresentar 
manifestações atípicas e sutis, confundindo o 
diagnostico 
3. Mulheres em idade fértil – aumenta o diagnostico 
diferencial (deve ser sempre levada em 
consideração gravidez ectópica) 
OBS: 
o Após radiografia de abdome, a USG costuma ser o 
exame de imagem de escolha 
o Analgésicos, antiespasmódicos e opioides devem 
ser usados para tratar os sintomas – não se deve 
deixar o paciente com dor 
o Pacientes com dor intensa deve-se avaliar os sinais 
vitais e estabilidade clínica com monitorização 
contínua. 
AVALIAÇÃO 
Ao avaliar pacientes com dor abdominal, deve-se enfatizar a 
importância de uma história clinica completa (melhor forma 
de diagnóstico preciso) associada ao exame clínico. 
Deve-se questionar: 
1. Antecedentes de cirurgias e comorbidades 
2. Localização e irradiação 
3. Intensidade 
4. Duração 
5. Forma de inicio 
6. Fatores associados a piora ou melhora da dor – 
posição, por exemplo 
7. Tipo da dor: 
a. Queimação, pontada, cólica ou pressão 
8. Dor aguda ou crônica 
9. Fatores temporais e modo de início, progressão e 
episódios anteriores 
 
 
 
 
Além disso, avaliar também sintomas abdominais que 
podem acompanhar a dor: 
1. Distensão abdominal: 
a. Regra dos 5F e 1 T 
i. Fluid, fetus,flatus, fat, feces 
ii. Tumor 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
2. Náuseas e vômitos 
3. Dispepsia e desconforto abdominal 
4. Sangramento intestinal (alto e baixo) ou vaginal 
5. Diarreia ou constipação 
6. Emagrecimento inexplicado 
7. Sintomas urinários associados 
O exame físico completa a história do paciente, sendo 
importante acompanhar as manifestações faciais do 
paciente durante os procedimentos 
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
Existem três tipos de dor: 
Dor visceral – relacionada com inervação de fibras aferentes 
de órgãos intra-abdominais, podendo ocorrer por distensão 
de órgãos por gás, fluidos ou distensão de cápsulas de órgãos 
por edema, sangue, massa ou abcesso. Geralmente é uma 
dor mal localizada 
Dor somática – ocerre pela irritação do peritônio parietal, 
geralmente sendo de forte intensidade e a dor à 
descompressão brusca costuma estar presente 
Dor referida: dor diferente de seu local de origem como a 
dor nos ombros por irritação diafragmática 
4 grandes categorias podem gerar uma dor abdominal: 
1. Trauma 
2. Obstrução 
a. Pode haver uma distensão abdominal – as 
alças aumentam seu peristaltismo e 
aumento dos RHA, como no fecaloma 
3. Inflamação 
a. Pode haver diminuição do peristaltismo na 
tentativa de deixar o intestino em repouso 
e evitar a doe 
4. Causa extra-abdominal 
a. RHA presentes e normais na maioria das 
vezes 
b. Exemplo: infarto, angina e esofagite 
CAUSAS MAIS COMUNS DE DOR ABDOMINAL 
1. Gastrite e DRGE (Doença do refluxo 
Gastresofágico) 
a. Queimor, ardência 
b. Com ou sem azia/pirose 
c. Estão muito associadas a doenças do 
estomago ou duendeno: DRGE, Esofagite 
de Refluxo, Gastrite Aguda e Úlcera 
Péptica (ulcera gástrica perfurante). 
2. Gastroenterite 
a. Dor em cólica, periumbilical 
b. Associada a diarreia, com ou sem vômitos, 
sejam alimentares (intoxicações) ou 
infecciosas 
3. Apendicite aguda 
a. Dor localizada na parte inferior do abdome 
– em torno do umbigo 
b. Caráter progressivo tornando-se, muitas 
vezes, intensa e com tendência a se 
localizar na FID. 
c. Alguns sinais característicos: febre, 
náuseas, vômitos e anorexia. 
d. A apendicite pode restringir-se ao órgão 
inflamado ou pode provocar sua ruptura. 
Quando isso acontece as defesas do 
organismo costumam bloquear a infecção 
em torno do apêndice originando um 
abscesso. 
e. Quando o organismo não bloqueia a 
infecção, o conteúdo da mesma espalha-
se pelo abdome provocando um quadro 
grave de peritonite aguda → dor difusa 
intensa, febre alta e quadro tóxico grave, 
exigindo intervenção cirúrgica imediata e 
uso de antibióticos. 
4. Outras situações inflamatórias agudas: 
a. Pancreatite 
i. Associada a alcoolismo + litíase 
biliar (passagem de cálculos pelo 
colédoco) 
ii. Esta é localizada no andar 
superior do abdome, geralmente 
na região epigástrica e com 
irradiação para flancos e dorso, 
podendo ser disposta “em faixa” 
/dor em barra. 
b. Colecistite aguda 
i. Inflamação aguda da vesícula 
biliar, que ocorre pela obstrução 
do ducto cístico (via de entrada e 
saída de bile para a vesícula biliar) 
geralmente causada por um 
cálculo biliar. 
5. Constipação e Obstruções intestinais 
6. Parasitose Intestinal 
a. Causa comum em criança. 
7. Causas ginecológicas 
a. Salpingite, preenhez ectópica, torção de 
ovário. 
8. Síndrome do Intestino Irritável 
a. Diagnóstico de exclusão, associado a 
aspectos emocionais. 
 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
EXAME FÍSICO DO ABDOME 
PONTOS DE REFERÊNCIA ANATOMICOS DO 
ABDOME 
1. Rebordas costais 
2. Ângulo de Charpy 
3. Cicatriz umbilical 
4. Cristas e espinhas ilíacas anteriores 
5. Ligamento inguinal ou de Poupart 
6. Sínfise Pubiana 
REGIÕES DO ABDOME 
Limite superior do abdome: linha circular que passa pela 
junção xifoesternal e pela apófise espinhosa da sétima 
vertebra dorsal. 
Limite inferior do abdome: linha que passa pela apófise 
espinhosa da quarta vertebra lombar, cristas ilíacas, 
espinhas ilíacas anteriores, ligamentos inguinais e sínfise 
púbica. 
 
PROJEÇÃO DOS ÓRGÃOS 
Em condições normais: o baço não é percutível e a área 
esplênica apresenta som timpânico (espaço de traube) + não 
é palpavel o polo inferior do baço. 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
Paciente em decúbito dorsal, deve-se investigar: 
FORMA E VOLUME DO ABDOME 
Variam de acordo com a idade, sexo e o estado de nutrição 
do paciente 
Podem ser classificados em: 
1. Atípico ou normal 
Suas principais características são simetria e levemente 
abaulado, porém tem grandes variações em cada individuo 
2. Globoso ou protuberante 
Abdome globalmente aumentado com diâmetro 
anteroposterior predominando em relação ao transversal 
Pode ser observado na gravidez 
avançada, ascite, obesidade e 
distensão gasosa 
 
3. Abdome em ventre de batráquio 
Paciente em decúbito dorsal, há um franco predomínio do 
diâmetro transversal sobre o anteroposterior 
É observado na ascite em fase de regressão (consequência 
da pressão exercida pelo liquido sobre as paredes laterais do 
abdome) 
4. Abdome pendular ou ptótico 
Paciente em pé, as vísceras pressionam a parte inferior da 
parede abdominal, produzindo uma protusão 
Sua causa mais comum é a 
flacidez do abdome no 
período puerperal 
 
 
 
5. Abdome em avental 
É encontrado em pessoas com grau de obesidade elevado – 
consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede 
abdominal 
 
6. Abdome escavado (escafoide ou côncavo) 
Parede abdominal retraída – típico de pessoas muito 
emagrecidas, portadoras de doenças consuntiva (neoplasias 
malignas do sistema digestivo) 
CICATRIZ UMBILICAL 
Normalmente, apresenta forma plana ou levemente retraída 
Protusão: geralmente indica a existência de uma hérnia ou 
acúmulo de liquido na região – aparece também na gravidezInfecções do umbigo, frequentes em criança, podem 
acompanhar de secreção serosa ou seropurulenta 
Sinal de cullen – equimose periumbilical. É resultado de 
hemorragia retroperitoneal. Podem surgir na pancreatite 
aguda e na ruptura da gravidez ectópica 
Sinal de Gray-Turner: equimose dos flancos, podendo 
ocorrer na pancreatite necro-hemorrágica e indica grave 
comprometimento da víscera 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
 
ABAULAMENTOS OU RETRAÇÕES LOCALIZADAS 
Em condições normais: abdome tem forma regular e 
simétrica, sendo comum apenas uma leve proeminência na 
sua parte média e inferior 
Abdome assimétrico e irregular provocados por 
abaulamentos ou retrações de uma determinada região – 
indicam alguma anormalidade como hepatomegalia, 
esplenomegalia, útero gravídico ou tumores 
VEIAS SUPERFICIAIS 
Circulação colateral: quando as veias se tornam visíveis 
 
Tipo porta ou cabeça de medusa 
CICATRIZES DA PAREDE ABDOMINAL 
Dependendo da localização podem fornecer informações 
uteis sobre cirurgias anteriores 
 
INSPEÇÃO DINÂMICA 
SOLUÇÕES DE CONTINUIDADE DA PAREDE 
É representada pela presença de diástase dos músculos 
retos anteriores do abdome e hernias 
Manobra: paciente em decubito dorsal, pede-se para 
contrais a musculatura abdominal – seja elevando as duas 
pernas estendidas ou levantando a cabeça do travesseiro, 
sem mover o tórax 
Hernias inguinais e crurais: tornam-se evidentes quando o 
paciente sopra com força sua porpria mão posicionada na 
boca 
 
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS 
Respiração toracoabdominal: é normal, principalmente nos 
homens. São movimentos respiratórios no andar superior do 
abdome 
Esses movimentos costumam desaparecer nos processos 
inflamatórios do peritônio → rigidez da parede abdominal 
PULSAÇÕES 
Podem ser observadas e palpadas no abdome de pessoas 
magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta 
abdominal 
Pulsações na região epigástrica: pode significar hipertrofia 
do ventrículo direito 
Podem ser observados também pulsações na área 
correspondente a aneurismas da aorta abdominal. 
MOVIMENTOS PERISTÁLTICOS VISÍVEIS (“ONDAS 
PERISTALTICAS”) 
É um importante achado semiológico. Porém, é preciso 
lembrar que em pessoas magras podem ser observadas sem 
indicar anormalidade. É necessário relacionar o quadro 
clinico do paciente ao achado – pode indicar estenose 
pilórica e de oclusão intestinal 
Ondas peristálticas podem ocorrer espontaneamente ou 
após alguma manobra provocativa. A mais simples consiste 
em aplicar alguns piparotes na área suspeita. 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
Movimentos peristálticos visíveis indicam obstrução em 
algum segmento do tubo digestivo; por isso, ao encontrá-los 
o examinador deve analisar: localização e a direção das 
ondas peristálticas: 
i. Obstrução pilórica: evidenciam-se ondas 
peristálticas que se localizam na região 
epigástrica e em suas proximidades que se 
dirigem de cima para baixo e da esquerda para 
a direita 
ii. Obstruções do intestino delgado: as ondas 
peristálticas se localizam na região umbilical e 
imediações, não têm direção constante e, além 
disso, podem ser observadas mais de uma 
onda ao mesmo tempo. 
iii. Obstrução do intestino grosso: são mais bem 
observadas no cólon transverso nos casos em 
que a sede da obstrução se localiza no ângulo 
esplênico ou abaixo dele. Neste caso, 
deslocam-se da direita para a esquerda. 
 
Abdome rígido + peristaltismo visível => OBSTRUÇÃO 
(Ondas de Kusmaul) 
A presença de peristaltismos visíveis em região 
mesogástrica no indivíduo magro com abdome flácido 
pode ser normal. 
AUSCULTA 
É importante fazer a ausculta antes da palpação e percussão, 
pois estas podem estimular o peristaltismo e encobrir uma 
hipoatividade dos ruídos hidroaéreos 
A ausculta do abdome fornece informações importantes a 
respeito da movimentação de gases e líquidos no trato 
intestinal. 
 
 
Técnica: usa-se 
o receptor 
diafragma. 
Permanência 
por 2 minutos 
em cada 
quadrante ou 
até ouvir o ruído 
hidroaéreo 
(RHA) 
Sentido horário 
Em condições normais, ocorrem mais ou menos a cada 5 a 
10 s ruídos de timbre agudo, de localização variável e de 
aparecimento imprevisível, decorrentes da movimentação 
dos líquidos e gases contidos no trato gastrintestinal 
Maior intensidade dos RHA (borborigmos) – resultado do 
aumento do peristaltismo como ocorre na diarreia e de 
oclusão intestinal 
Silencio abdominal: ocorre no íleo paralítico, síndrome 
caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo 
intestinal. 
Podem ser ouvidos também sopros sistólicos ou 
sistodiastólicos (contínuos) - estreitamento do lúmen de um 
vaso (artéria renal ou aorta abdominal) ou de fístula 
arteriovenosa. 
PERCUSSÃO 
Tem por objetivo a determinação do limite superior do 
fígado e da área de macicez hepática, a pesquisa de ascite e 
a avaliação da sonoridade do abdome. 
Técnica: Paciente em decúbito dorsal sendo outras posições 
necessárias na pesquisa de ascite 
 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
Podem ser percebidos sons: 
1. Som timpânico 
a. Indica a presença de ar dentro de uma 
víscera oca 
b. Em condições normais é percebido em 
quase todo o abdome, porém é mais nítido 
na área de projeção do fundo do estômago 
(espaço de Traube). 
2. Hipertimpanismo 
a. Ocorre quando há um aumento da 
quantidade de ar como na obstrução 
intestinal ou gastrectasia 
3. Som submaciço 
a. Menor quantidade de ar ou superposição 
de uma víscera maciça sobre uma alça 
intestinal 
4. Som maciço 
a. Resultado da ausência de ar, como se 
observa nas áreas de projeção do fígado, 
baço e útero gravídico 
b. Condições anormais: ascite, tumores e 
cistos contendo líquido 
DETERMINAÇÃO DO LIMITE SUPERIOR DO FIGADO E 
DA AREA DE MACICEZ HEPÁTICA 
Percute-se o hemitórax 
direito no nível da linha 
hemiclavicular direita 
desde sua origem na 
clavícula até o 
quarto/quinto espaço 
intercostal; a partir daí, 
desvia-se para fora 
De início, obtém-se som 
claro pulmonar; em 
seguida, em condições 
normais, na altura do 5o 
ou 6o espaço 
intercostal, observa-se 
som submaciço. Este 
ponto corresponde ao 
limite superior do fígado 
O limite superior do fígado estando abaixo do quinto/sexto 
espaço intercostal direito significa ptose hepática ou 
diminuição do volume do fígado. 
Continuando-se a percussão para dentro, para baixo ou para 
fora, consegue-se delimitar com facilidade a área de macicez 
hepática. 
 
Não encontro da macicez hepática: pode indicar acentuada 
atrofia hepática; interposição de alça intestinal entre o 
fígado e a parede costal; e pneumoperitônio (causada pela 
perfuração do tubo gastrintestinal → Sinal de Jobert, que 
consiste no desaparecimento da macicez hepática, dando 
lugar a timpanismo) 
PESQUISA DE ASCITE 
É o acúmulo de líquido (ascítico) que contém proteínas 
dentro do abdômen. Dependendo do grau pode avaliar-se 
por: 
GRAU I 
▪ Leve, visível apenas na USG (menos de 500 ml de 
liquido 
GRAU II 
▪ Detectável pelo abaulamento dos flancos e 
submacicez móvel ao exame físico 
▪ Submacicez móvel: 
o Primeiro percuti todo o abdome com o 
paciente em decúbito dorsal (determina 
macicez nos flancos e som timpânico na 
parte média do abdome) 
o Depois, posiciona-se o paciente em 
decúbito lateral direito e percute-se todo 
o abdome; havendo ascite, encontra-se 
timpanismo no flanco esquerdo e macicez 
no flanco direito. 
o Em seguida, o paciente adota o outro 
decúbito lateral, percutindo-se de novo 
todo o abdome; se, de fato, houver ascite, 
o resultado desta percussão será o 
contrário do obtido na etapa anterior da 
manobra, ou seja, haverá timpanismo no 
hemiabdome direito e macicez no 
esquerdo 
o Na posição ortostática: sinal de piparote 
no baixo ventre 
 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDESDO N. SILVA 
 
GRAU III 
▪ Claramente visível (aspecto de abdome globoso - 
ascites maiores do que 1,5L) + aumento da 
resistência da parede abdominal, a cicatriz 
umbilical torna-se plana ou protrusa 
▪ Percussão por piparote: 
o o paciente em decúbito dorsal e ele 
próprio ou um auxiliar coloca a borda 
cubital da mão sobre a linha mediana do 
abdome, exercendo uma ligeira pressão 
de modo a impedir a transmissão pela 
parede abdominal do impacto provocado 
pelo piparote. 
o O examinador coloca-se do lado direito do 
paciente e repousa a mão esquerda no 
flanco do outro lado 
o Passa-se então a golpear com o indicador 
a face lateral do hemiabdome direito. Se 
houver líquido em quantidade suficiente 
na cavidade peritoneal, a mão esquerda 
captará os choques das ondas líquidas 
desencadeadas pelos piparotes 
 
PALPALÇÃO 
Normalmente, se faz com o paciente em decúbito dorsal, 
usando-se a técnica da mão espalmada 
Tem por objetivo: 
1. Avaliar o estado da parede abdominal 
2. Explorar a sensibilidade abdominal, provocando ou 
exacerbando uma dor 
3. Reconhecer as condições anatômicas das vísceras 
abdominais e detectar alterações de sua 
consistência 
Em condições normais, não se consegue distinguir pela 
palpação todos os órgãos intra-abdominais. Nas pessoas 
magras, se a parede abdominal estiver bem relaxada, é 
possível reconhecer o fígado, os rins, a aorta abdominal, o 
ceco, o cólon transverso e o sigmoide. 
PALPAÇÃO SUPERFICIAL 
 
SENSIBILIDADE 
Se a palpação despertar dor é porque existe hiperestesia 
cutânea ou tem origem em algum órgão abdominal (pode 
fazer também roçando algum objeto pontiagudo na parece 
abdominal) 
 
 
Sinal de Murphy: com o paciente em decúbito dorsal, pede-
se para o paciente fazer uma respiração profunda ao mesmo 
tempo em que se comprime o ponto cístico → Sinal positivo 
quando há parada da inspiração devido a dor à compressão 
→ Indicativo de irritação da vesícula biliar (como na 
colecistite aguda) 
Sinal de Blumberg: Dor que ocorre à descompressão brusca 
da parede abdominal. Essa manobra – descompressão 
rápida – pode ser aplicada em qualquer região da parede 
abdominal, e seu significado é sempre o mesmo, ou seja, 
peritonite. Nos casos de peritonite generalizada, o sinal de 
Blumberg é observado em qualquer área do abdome em que 
for pesquisado. 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
Sinal de Rovsing: compressão lenta e contínua do ponto 
apendicular/ McBurney → indicativo de apendicite aguda 
Em pacientes com apendicite aguda, a dor pode ser 
desencadeada ou exacerbada por algumas manobras: 
▪ Teste do psoas. Dor no quadrante inferior direito 
que ocorre ao se fazer flexão ativa ou 
hiperextensão passiva do membro inferior direito. 
 
▪ Teste do obturador. Dor no quadrante inferior 
direito ao se fazer flexão passiva da perna sobre a 
coxa e da coxa sobre a pelve com rotação interna 
da coxa. 
 
RESISTÊNCIA DA PAREDE 
Normais: a resistência da parede abdominal é a de um 
músculo descontraído 
Se encontrar um musculo contraído: diferenciar a contração 
voluntaria da involuntária (indicativo de peritonite). Se essa 
defesa for generalizada – abdome e tábua → Desvie a 
atenção do paciente por meio de alguns expedientes, tais 
como conversar com ele sobre outros assuntos, solicitar-lhe 
que respire profundamente ou pedir-lhe que flexione as 
pernas. 
CONTINUIDADE DA PAREDE ABDOMINAL 
É feita deslocando-se a mão que palpa por toda a parede e, 
ao encontrar uma área de menor resistência, tenta-se 
insinuar uma ou mais polpas digitais naquele local. Desse 
modo, é possível reconhecer diástases e hérnias. 
Diástase dos músculos retos: consiste na separação desses 
músculos, quer abaixo ou acima da cicatriz umbilical, sendo 
possível insinuar-se um ou mais dedos entre eles. Diferencia-
se de uma grande hérnia por não haver saco herniário nem 
anel palpável 
 
Hérnias: são alterações da parede abdominal caracterizadas 
basicamente por haver, em alguma parte, uma solução de 
continuidade por onde penetram uma ou mais estruturas 
intra-abdominais 
 
PULSAÇÕES 
Dados semióticos essenciais são a localização e as 
características táteis das pulsações. 
PALPAÇÃO PROFUNDA 
Investigam-se 
os órgãos 
contidos na 
cavidade 
abdominal e 
eventuais 
“massas 
palpáveis” ou 
“tumorações”, 
devendo ser 
anotado a: 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
▪ Localização 
▪ Forma e volume 
o Recorre a designações comparativas - 
tamanho de azeitona, limão, laranja 
▪ Sensibilidade 
▪ Consistência 
o Cística, borrachosa, dura ou pétrea. 
▪ Mobilidade 
o Ela ocorre em função dos movimentos 
respiratórios ou se depende apenas da 
palpação. 
▪ Pulsatilidade 
o inicialmente, diferenciar pulsações 
próprias de pulsações transmitidas. 
PALPAÇÃO DO FÍGADO 
▪ TÉCNICA DE LEMOS-TORRES 
 
▪ TÉCNICA DE MATHIEU 
 
As informações clínicas são obtidas da análise da borda e da 
superfície do fígado 
Borda - sua distância da reborda costal, a ser referida em 
centímetros ou, como é mais usual, em dedos transversos 
(tomando como referência o prolongamento da linha 
hemiclavicular direita) → Indica o volume do fígado: 
▪ Pequenas hepatomegalias são aquelas em que o 
fígado pouco ultrapassa – até dois dedos 
transversos – a reborda costal no final da inspiração 
▪ Hepatomegalias médias - o fígado dista da reborda 
costal em torno de quatro dedos transversos; 
▪ Grandes hepatomegalias - a borda da víscera situa-
se a mais de quatro dedos e pode alcançar a cicatriz 
umbilical ou o quadrante inferior direito. 
Analisa ainda: espessura (fina ou romba), a superfície (lisa ou 
nodular), a consistência (diminuída, normal ou aumentada) 
e a sensibilidade (indolor ou dolorosa). 
PALPAÇÃO DO BAÇO E OUTROS ÓRGÃOS 
Mesma tecnica para palpar o fígado com a exceção de que 
se trata do quadrante superior esquerdo 
 
MANOBRAS ESPECIAIS 
1. Palpação bimanual para avaliar defesa localizada 
da parede abdominal 
Deve ser efetuada sempre que se suspeitar de maior 
resistência em determinada área da parede do abdome. 
Procede-se da seguinte maneira: o examinador coloca 
ambas as mãos longitudinal e paralelamente no sentido 
craniocaudal e, enquanto uma das mãos palpa a região 
suspeita, a outra examina a região homóloga, com seguidos 
movimentos alternados, isto é, quando uma das mãos 
comprime a parede, a outra não o faz 
Confirmando-se a presença de defesa localizada, é justo 
levantar a hipótese de uma afecção na própria parede ou na 
cavidade abdominal (peritonite localizada). 
2. Manobra do rechaço 
Com a palma da mão comprime-se com certa firmeza a 
parede abdominal, e com a face ventral dos dedos e polpas 
digitais provoca-se um impulso rápido na parede, 
retornando-se os dedos à posição inicial sem afrouxar a 
compressão da parede abdominal. 
Há rechaço quando, imediatamente após a impulsão, 
percebe-se um choque na mão que provocou o impulso → 
Indica a presença de órgão ou tumor sólido (fígado, baço ou 
neoplasia) flutuando em um meio líquido, representado por 
ascite. 
3. Pesquisa do vascolejo 
Denuncia a presença de líquido no interior do estômago → 
pode ser normal (depois da ingestão de liquido) ou levantar 
a suspeita de estase líquida em um estômago atônico ou 
quando há estenose pilórica. Resta assinalar que o sinal de 
vascolejo desaparece quando o paciente vomita 
EXAME NO ABDOME AGUDO LETÍCIA FAGUNDES DO N. SILVA 
 
Pode ser efetuada de duas maneiras: Prende-se o estômago 
com a mão direita, movimentando-o de um lado para o 
outro, ao mesmo tempo que se procura ouvir ruídos 
hidroaéreos nele originados OU pela manobra de patinhação 
(Repousa-se a mão sobre a região epigástrica e executam-se 
rápidos movimentos compressivos com a face ventral dos 
dedos e as polpas digitais, tendo-se o cuidado de não 
deslocar a palma da mão). 
Quando se ouvem ruídos delíquidos sacolejando, diz que há 
vascolejo. 
4. Sinal de Gersuny. 
É encontrado nos casos de fecaloma. 
Sua pesquisa consiste em palpar o “tumor fecal” na 
topografia da sigmoide. Quando positivo, ouve-se ligeira 
crepitação, decorrente do ar interposto entre a parede 
intestinal e o fecaloma. 
EXAME DOS RINS 
1. INSPEÇÃO 
Paciente sentado com o tronco inclinado para a frente → 
protusão do abdome superior indica o rim aumentado de 
tamanho (tumor, cisto, hidronefrose...) 
2. PALPAÇÃO 
Em geral, não são palpáveis. Contudo, em pessoas magras 
do sexo feminino, pode se palpar o polo inferior do rim 
direito no decúbito dorsal. 
 
3. PERCUSSÃO DOS RINS 
Técnica do punho percussão 
 
O examinador deve aplicar um golpe com a superfície ulnar 
de seu punho, usando uma força suficiente para produzir 
uma vibração perceptível, porém, indolor → Em casos de 
desconforto doloroso (dor agudo, em pontada) diremos 
que o Sinal de Giordano é positivo, sendo sugestivo de 
pielonefrite. 
4. AUSCULTA 
Serve para pesquisar sopros (podem ter relação com 
anormalidades da artéria renal)

Outros materiais