Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE PSICOSSOMÁTICA FACULDADE UNINASSAU CURSO DE PSICOLOGIA - NATAL/RN AS PRINCIPAIS ESCOLAS DE PSICOSSOMÁTICA • HÁ PRINCIPALMENTE TRÊS ESCOLAS, que podem ser agrupadas em duas: ➢EUA ✓A Escola de Chicago; ✓A Escola de Boston; ❖ Ambas marcadas pela visão médica. ➢FRANÇA ✓A Escola Psicossomática de Paris. ❖ predominando a escuta do sujeito. A Escola de Chicago • Na América, o interesse pela psicossomática surge por volta dos anos 30, com Alexander e Dunbar da Escola de Chicago. • Eles consideram que os transtornos psicossomáticos seriam consequência de estados de tensão crônica, relativa à expressão inadequada de determinadas vivências que seriam derivadas para o corpo. A Escola de Chicago • De acordo com a hipótese da especificidade, as diferentes doenças psicossomáticas corresponderiam a diferentes fatores psicológicos, que para Dunbar seriam os tipos de personalidade e para Alexander os conflitos ou situações de vida significantes. A Escola de Chicago •Alexander faz uma distinção entre sintoma conversivo e neurose vegetativa. O sintoma conversivo é uma expressão simbólica de um conteúdo psicológico emocionalmente definido, cuja finalidade é expressar e aliviar tensões emocionais. A neurose vegetativa é uma resposta fisiológica dos órgãos vegetativos a estados que podem ser ou não constantes. A Escola de Chicago • Alexander cria a noção de neurose orgânica, que abrange todos os distúrbios funcionais dos órgãos vegetativos, causados por impulsos nervosos, originados por processos emocionais que ocorrem em algum lugar nas áreas cortical e subcortical do cérebro. • Logo, a tensão emocional proveniente de conflitos vivenciados ou afetos específicos reprimidos estimulariam a função de órgãos específicos, A Escola de Chicago • Alexander divide os distúrbios emocionais das funções vegetativas em duas categorias: ➢ A primeira se refere às atitudes emocionais de preparação para luta ou fuga. ➢A Segunda, à retirada da atividade dirigida para o exterior. A Escola de Chicago ✓As atitudes emocionais da primeira categoria, estão sob o comando do sistema nervoso simpático; ✓ A segunda categoria, sob o sistema nervoso parassimpático. A Escola de Chicago ✓As doenças relacionadas ao sistema nervoso simpático como respostas ativas; ✓ As doenças relacionadas ao sistema nervoso parassimpático como respostas passivas. ✓O primeiro grupo incluiria doenças como a hipertensão arterial, a diabetes, a epilepsia; ✓Enquanto do segundo grupo fariam parte afecções como asma, as colites (inflamação do intestino grosso), a úlcera, etc. A Escola de Chicago • Para Alexander a especificidade orgânica seria responsável pela fragilidade de terminados órgãos. A Escola de Chicago • Dunbar explora e desenvolve a noção de perfil de personalidade, enquanto fator pré-mórbido determinante no aparecimento de certas doenças psicossomáticas. • Ela procura associar a um perfil psicológico uma patologia orgânica precisa. A Escola de Chicago • O perfil do paciente coronariano parece ser o mais precioso. • Para Dunbar, este paciente demonstra ser uma pessoa constantemente batalhadora. Apresenta um elevado grau de controle e persistência e, também, uma aparência distinta, tendo como objetivo primordial o sucesso e a realização e, para atingir estes objetivos, o mesmo planeja a longo prazo. A Escola de Chicago • O paciente fraturado, ao contrário dos pacientes coronarianos, tendem a agir sob impulso repentino e, frequentemente, manifestam hostilidade mal controlada contra pessoas em posição de autoridade; ao mesmo tempo, seu comportamento é motivado por sentimentos de culpa e mostra uma tendência a autopunição. A Escola de Chicago • Através destes estudos de perfis, Dunbar, conclui que determinados tipos de personalidades tenderiam a assumir ou não ocupações de responsabilidade. A Escola de Boston • Jonhn Nemiah e Peter Sifneos constataram, por meio do estudo de entrevistas psiquiátricas, com pacientes de alguma doença psicossomática clássica, que dezesseis desses pacientes demonstraram uma impressionante dificuldade de expressar ou descrever suas emoções através da palavra, assim como uma acentuada diminuição dos pensamentos fantasmáticos. A Escola de Boston • Posteriormente, concluíram que os pacientes com doenças psicossomáticas clássicas, ao contrário dos pacientes psiconeuróticos, apresentavam frequentemente uma desordem específica nas suas funções afetivas e simbólicas, acarretando uma forma de se comunicar confusa e improdutiva. A Escola de Boston •A esta maneira peculiar de se comunicar desses pacientes, Sifneos denominou de alexitimia. ALEXITIMIA A = falta de LEXIX = palavra THYMOS = emoção “Falta de palavras para as emoções” A Escola de Boston •Estudos atuais demonstraram que essa maneira peculiar de se comunicar não é específica dos pacientes com doenças psicossomáticas clássicas, mas, a contribuição de Nemiah e Sifneos é de importância fundamental, pois chamaram a atenção para um aspecto do funcionamento psíquico relevante tanto para a medicina psicossomática quanto para a psicanálise. A Escola de Boston •De acordo com Mc Dougall, no fenômeno alexitímico o corpo segrega seus próprios pensamentos. • Sendo este corpo sentido como se pertencesse a alguém (mãe) ou a alguma coisa (mundo externo). A Escola de Boston •O fenômeno alexitímico acontece em decorrência de perturbações da relação mãe-filho, sendo esse fenômeno uma patologia pré neurótica extremamente precoce dominada pelos mecanismos de defesa e de identificação projetiva. A Escola de Boston • Krystal (1973) estudou toxicômanos, vítimas de holocaustos e indivíduos psicossomáticos, e concluiu que a alexitimia é mais que uma defesa, é uma parada do desenvolvimento afetivo decorrente de uma traumatismo infantil, ou uma regressão da função afetiva-cognitiva. A Escola de Boston • Nemiah e Sifneos perceberam que, enquanto os pacientes neuróticos se queixavam de sintomas emocionais e dificuldades psicológicas, os pacientes alexitímicos se queixavam de sintomas somáticos, onde na maioria das vezes não há qualquer ligação entre os sintomas e qualquer doença física que pudessem ter. A Escola de Boston • A maneira como esses pacientes se comunicavam se caracterizava por um pensamento simbólico em que as pulsões, os sentimentos e os desejos não apareciam. Sendo esse um pensamento vulgar, particular, preocupado com detalhes e acontecimentos externos, ou seja, voltado para o mundo exterior em detrimento do mundo interior. A Escola Psicossomática de Paris • Em uma reversão de perspectiva das escolas americanas, no final dos anos 50, a França, a partir de nomes como: Marty, Uzan, Fain e David, inicia uma investigação em psicossomática. • Esses autores, ao utilizarem uma escuta analítica dos sujeitos, ao invés de escutar o sujeito via órgão , diferenciaram-se substancialmente da escola psicossomática americana. A Escola Psicossomática de Paris • O termo psicossomático se refere à designação de uma abordagem de pacientes, de uma técnica psicoterápica e de uma teoria, cujo interesse é a compreensão do que ocorre na mente dos sujeitos que respondem aos conflitos e aos acontecimentos somatizando. A Escola Psicossomática de Paris •Apresenta as seguintes características: dificuldade de fantasiar livremente, pobreza de associações subjetivas, dificuldade de estabelecer uma transferência, pobreza de investimentos libidinais e ausência de reações afetivas diante de perdas e outros acontecimentos traumáticos. •A este grupo de características, nomearam de relação branca, vida operatória. A Escola Psicossomática de Paris • O conceito de pensamento operatório surgiu nos últimos anos como consequência do desenvolvimento da escola francesa e americana, para designar a forma de pensar e de lidar com emoções de pacientes definidos como psicossomáticos. • Para eles um pensamento consciente que se organizaria por causa da falha do pré-consciente, acarretando assimimpossibilidade de comunicação entre o consciente e o inconsciente. A Escola Psicossomática de Paris •Os sujeitos que apresentam esse estilo peculiar de pensamento teriam uma pobreza fantasmática e uma precária vida onírica. Portanto, a capacidade simbólica e o valor de sublimação seriam quase inexistentes acarretando um prejuízo considerável da capacidade de produção, quer científica quer artística, desses sujeitos. A Escola Psicossomática de Paris •Essa estrutura de pensamento apresenta duas características fundamentais: ➢A primeira, se refere a um pensamento consciente que se manifesta sem vínculo algum com o orgânico e sem atividade fantasmática de considerável valor; ➢A segunda, diz respeito ao fato do pensamento reproduzir simplesmente uma ação, ou seja, não há significado para o ato, mas apenas a palavra ilustrando a ação.
Compartilhar