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Semiologia do aparelho cardiovascular

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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Semiologia do aparelho cardiovascular 
 
ROTEIRO 
PRINCIPAIS QUEIXAS DO APARELHO 
CARDIOVASCULAR 
ANAMNESE 
→ Dor precordial 
→ Palpitação 
→ Dispneia 
→ Cianose 
→ Síncope 
→ Edema 
NOÇÕES DE ANATOMIA 
→ Localização 
→ Fisiologia 
EXAME FÍSICO 
→ Inspeção 
Coloração da pele 
Atitude do paciente 
Anormalidades da caixa torácica 
Tipo de tórax 
Ictus cordis ou choque da ponta 
Batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis 
Pesquisa de frêmito cardiovascular 
→ Palpação 
Ictus cordis 
Bulhas 
Frêmito cardiovascular 
Pulso jugular 
Pulso arterial 
→ Ausculta 
Componentes do estetoscópio 
Focos de ausculta 
Ambiente 
Regularidade 
Frequência 
B1 e B2 + Bulhas acessórias (B3 e B4) 
Estalidos e cliques 
Sopros 
PA 
MANOBRAS ESPECIAIS 
→ Handgrip 
→ Rivero Carvallo 
→ Valsalva 
→ Cócoras ou MMII elevados 
PRINCIPAIS SÍNDROMES CARDÍACAS 
→ Cardiopatia Isquêmica 
→ Cardiopatia Valvular 
→ Insuficiência Cardíaca 
→ Hipertensão Arterial Sistêmica 
Exame físico mínimo necessário, além da ausculta do 
tórax, para uma boa avaliação cardiovascular: 
Avaliação do nível de consciência 
Fácies 
Pele 
Esforço respiratório 
Extremidades 
Abdome 
Pulso venoso 
Pulso arterial 
Pressão arterial 
Análise da caixa torácica 
Ictus cordis 
Impulsões cardíacas 
 
PRINCIPAIS QUEIXAS DO APARELHO 
CARDIOVASCULAR 
Sempre devem ser comparadas com o nível de atividade 
basal do paciente 
DOR PRECORDIAL 
Queixa mais comum, principalmente em emergências 
Sinal de Levine – típico da dor precordial (tipo A; em aperto) 
 
Deve-se tentar identificar: 
− Localização 
 
2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
− Irradiação 
− Caráter 
− Duração 
− Intensidade, escala de 0-10 
− Fatores agravantes 
− Fatores aliviantes 
É típica em: 
→ Isquemia (Doença Arterial Coronariana), 
pericárdica, aórtica, muscular, psicogênica 
Obs: Dor clássica aos esforços, sensação de opressão ou 
desconforto torácico, nos ombros, dorso pescoço ou braço, 
acompanhado de dor anginosa, ocorre em cerca de 50% dos 
pacientes com IAM. Pode haver também descrições atípicas, 
como cãibras, sensação de aperto, dor perfurante e, em 
alguns casos, dor irradiante para os dentes, mandíbula ou 
maxilares 
Obs: Sempre que o paciente se queixar de dor torácica, deve-
se ter em mente diagnósticos eminentemente fatais, como 
angina instável, IAM, aneurisma dissecante de aorta e 
embolia pulmonar 
Obs: Dor na região anterior do tórax, de caráter dilacerante, 
irradiando-se para costas e/ou pescoço, ocorrem nos casos 
de dissecção aguda de aorta 
PALPITAÇÃO 
Queixa mais comum em consultórios – coração “pulando”, 
“acelerado”, “tremendo”, “batendo forte” 
As palpitações não são necessariamente sinais de 
cardiopatias 
Analisar: 
− Frequência 
− Ritmo, regular ou irregular (“batuque na mesa”) 
− Horário 
− Duração 
− Fatores agravantes 
− Fatores aliviantes 
− Sintomas associados 
Obs: Sinais ou sintomas de ação cardíaca irregular 
constituem indicação de realização de eletrocardiograma 
(ECG) 
Pode ser de: 
→ Causas cardíacas – Arritmia, IC, miocardiopatias 
→ Causas não cardíacas: 
HAS 
Hipertireoidismo 
Atividade física 
Psicogênica 
Tóxica (estimulantes) 
DISPNEIA 
Dispneia é a percepção consciente e desconfortável da 
respiração incompatível com o nível de esforço realizado 
pelo paciente – de falta de ar; 
*É completamente diferente de fadiga e astenia 
Precisa tentar identificar: 
− Duração 
− Evolução 
− Posição do paciente 
− Esforço 
Grandes esforços, médios esforços, pequenos 
esforços 
- Ortopneia: dispneia em decúbito – ocorre com o 
paciente deitado e melhora quando ele se senta; é 
comum na IC ventricular esquerda, na estenose 
mitral e na DPOC 
- Dispneia paroxística noturna: episódios de 
dispneia e ortopneia súbitas, que despertam o 
paciente do sono, cerca de uma ou duas horas após 
deitar-se; comum na IC ventricular esquerda e na 
estenose mitral (pode ser confundida com crises 
asmáticas noturnas) 
SÍNCOPE 
Questionar: 
− Duração do desmaio, se acordou sozinho, se foi à 
emergência acompanhado 
− Convulsão 
− Incontinência urinária/fecal 
− Sudorese 
− Palidez 
− Pródromos (sintomas prévios ao episódio) 
Pode ser de causa: 
→ Cardíaca 
Arritmogênica (mais perigosa) 
 DC – quando há alteração em via de saída do VE, 
como estenose aórtica e causar a síncope 
 retorno venoso 
 volume sanguíneo 
→ Não cardíaca 
Hipotensão postural (balanço mais lento dos 
barorreceptores, uso de medicações – 
principalmente uso de diuréticos em idosos -, calor 
excessivo, esforços físicos excessivos) 
 
3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Metabólicas (hipotireoidismo, insuficiência renal) 
Neurogênicas 
Obstrução extracardíaca ao fluxo sanguíneo 
(estenose de carótida importante pode causar 
obstrução do fluxo sanguíneo e síncope) 
Psicogênica 
CIANOSE 
Mais comum em crianças 
− Duração 
− Hipocratismo digital 
− Central (mucosas) 
− Periférica (MMII) 
− Mista (mucosas + MMII) 
 
EDEMA 
O edema, quando relacionado a causas metabólicas e 
cardíacas, é resultado do aumento da pressão hidrostática 
nos capilares arteriais, a tal ponto que supera a pressão 
oncótica para o vaso, gerando um gradiente pressórico a 
favor do extravasamento de fluido plasmático para o 
interstício. 
Em regiões edemaciadas, geralmente a pele local é lisa e 
brilhosa e, quando se palpa a região, a digitopressão forma 
uma depressão local que se desfaz lentamente – Sinal de 
Godet ou do cacifo. 
Ao buscar por edema, deve-se comparar os membros 
quanto à sua simetria e se apresenta sinais flogísticos. 
Geralmente o edema de causa cardiovascular ou metabólica 
obedece a gravidade, acometendo primeiro as extremidades 
para depois chegar às regiões superiores. 
Os edemas são classificados em cruzes (0/++++) da 
seguinte maneira: 
− Somente nos pés, até o nível maleolar → + 
− Se estende até o terço médio da perna → ++ 
− Membro inferior até o nível do joelho → +++ 
− Todo o membro superior, da extremidade até a raiz 
da coxa → ++++ 
Obs: Edemas que se estendem superiormente, além da raiz 
da coxa, configuram quadro de edema generalizado, 
caracterizando o estado de anasarca 
 
Pode ser causada por: 
→ Ascite (se o paciente já chega em ascite, precisa-se 
afastar qualquer possível causa cardíaca) 
→ Derrame pleural 
→ Derrame pericárdio 
 
NOÇÕES ANATÔMICAS 
LOCALIZAÇÃO, ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
O coração é dividido em quatro cavidades, duas direitas e 
duas esquerdas. O coração direito recebe o sangue pouco 
oxigenado vindo da circulação sistêmica pelas veias cavas 
superior e inferior, e o bombeia através da artéria pulmonar 
para os pulmões, onde será oxigenado. O sangue retorna, 
então, para o átrio esquerdo através das veias pulmonares, 
dirige-se ao ventrículo esquerdo, e, por meio da artéria 
aorta, volta à circulação sistêmica. 
Portanto, átrios são responsáveis por receber o sangue, 
enquanto os ventrículos, em bombeá-lo para os demais 
tecidos e órgãos do corpo. 
Existem quatro valvas cardíacas, duas atrioventriculares 
(AV), tricúspide e mitral, e duas semilunares (SL), pulmonar 
e aórtica. Entre o AD e VD está a valva tricúspide e entre AE 
e VE está a valva mitral. As AV evitam o refluxo de sangue 
dos ventrículos para os átrios durante a sístole ventricular 
e as SL evitam o refluxo de sangue da aorta e das artérias 
pulmonares durante a diástole ventricular. 
 
4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Para que seu funcionamento ocorra corretamente e 
ritmicamente, o coração apresenta seu ciclo cardíaco, que é 
iniciado através de um potencial de ação no nodo sinusal, 
situado na parede lateral superior do AD, que se difunde 
rapidamente até o feixe atrioventricular, e a partir dele para 
os ventrículos. O ciclo é composto por três eventos básicos: 
contrações, relaxamento e o enchimento.EXAME FÍSICO CARDÍACO 
− Inspeção 
− Palpação 
− Percussão 
− Ausculta 
É necessário: Ambiente, técnica, postura/posição e 
equipamentos adequados 
INSPEÇÃO 
Tem início desde o primeiro contato do paciente, o 
examinador deve se posicionar à direita do paciente 
(padrão) 
Ideal: 
1º) Paciente sentado 
2º) Paciente deitado 
Observar: 
− Coloração da pele 
− Atitude do paciente 
− Anormalidades da caixa torácica 
− Impulsos – ictus, abaulamentos 
− Tipo de tórax, normal/barril/cifose/escavado/ 
carinado 
− Presença de abaulamentos – podem ser 
decorrentes do aumento do tamanho do coração, 
bem como de aneurismas da aorta 
− Análise do ictus cordis ou choque da ponta, 
quando o VE precisa de mais força para ejetar o 
sangue (esforço físico, estenose aórtica, HAS; 
também pode ser visto em pacientes muito 
magros) 
− Análise de batimentos ou movimentos visíveis ou 
palpáveis 
− Pesquisa de frêmito cardiovascular (palpação de 
sopro cardíaco) 
PALPAÇÃO 
Consiste, basicamente, na identificação de frêmitos e do 
ictus cordis 
ICTUS CORDIS 
Consiste em uma região geralmente pequena do tórax na 
qual é possível sentir claramente os batimentos cardíacos, 
decorrente do choque do coração com a parede torácica 
O ictus consegue ser palpado em torno de 50% dos pacientes 
– mais fácil em pacientes magros, homens e crianças 
Localizado no 4º ou 5º EIE em decúbito dorsal, ou lateral 
esquerdo, 6 a 10cm à esquerda da linha média (é mais fácil 
em decúbito lateral); Extensão de 2 a 3 cm 
Ao buscá-lo, deve-se procurar uma pulsação da pele na 
região e em suas proximidades. Identificando ou não o ictus 
só pela observação, deve-se palpá-lo com a região tenar e 
buscar sentir a pulsação com a região da transição 
metacarpofalangeana da mão 
Ao identificá-lo, analisar: 
− Localização exata com base nas linhas do tórax 
− Avaliar sua extensão (medida das polpas digitais – 
utiliza-se o indicador como medida, sendo 1 polpa 
digital = 2,5cm) 
− Intensidade pulsátil do ictus e classificá-lo pelo 
sistema de cruzes (0/++++, sendo o padrão de ++ 
considerado normal) – É propulsivo? 
− Mobilidade 
− Ritmo (galope? – paciente que tem a 3ª bulha) 
− Frequência 
 
Obs: O impulso de VD é fisiologicamente presente em 
pacientes magros; 
Obs: Pacientes com doenças miocárdicas que cursam com 
dilatação, como quadros de insuficiência cardíaca, pode-se 
encontrar um ictus cordis localizado além dos limites 
esperados, além de uma extensão aumentada – 
principalmente em decúbito lateral esquerdo 
Obs: Ictus apical propulsivo pode ser decorrente de 
hipertrofia ventricular esquerda 
 
5 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Obs: Deslocamento lateral e inferior do ictus pode ser 
decorrente de dilatação do ventrículo esquerdo 
Obs: Ictus pré-sistólico proeminente pode ser decorrente de 
hipertensão, estenose aórtica e miocardiopatia hipertrófica 
Obs: Ictus sistólico apical duplo pode ser decorrente de 
miocardiopatia hipertrófica 
Obs: Ictus proeminente na borda esternal inferior esquerda 
pode ser decorrente de hipertrofia ventricular direita 
Obs: Ictus discinético (abaulamento externo) pode ser 
oriundo de aneurisma ventricular, grande área discinética 
após IAM e miocardiopatia 
BULHAS 
Pode-se conseguir palpar as bulhas: 
BULHAS FISIOLÓGICAS 
 B1: fechamento vv atrioventriculares 
Ápice cardíaco → calcificações, hipercinese (pode 
ser causada por esforço físico ou febre) 
 B2: fechamento vv semilunares 
Base cardíaca →  pressão sistólica 
BULHAS PATOLÓGICAS 
 B3: logo após B2 
Presente em falência ventricular e em alguns idosos 
– quando o coração contrai para ejetar o sangue, 
ele não terá força suficiente para enviar todo o 
volume de sangue. Então, o coração joga o sangue, 
mas ainda resta um volume sanguíneo. O sangue 
que entrará no coração choca com o remanescente, 
gerando a 3ª bulha (“galope”) 
*Há volume diastólico final aumentado 
 B4: antes de B1 
Presente em contração atrial, ventrículos com 
miocárdios espessados, HAS – choque do sangue 
remanescente com o sangue que entra no coração 
durante a contração atrial 
FRÊMITO CARDIOVASCULAR 
Frêmitos são sopros palpáveis 
O sopro é o som auscultado do sangue passando por uma 
área estreitada ou por uma área que ele não deveria passar 
– presença de turbilhonamento sanguíneo. Ele pode ser 
patológico ou fisiológico, mas, quando o sopro pode ser 
palpável (frêmito cardiovascular), ele é patológico 
Os frêmitos são palpados com a mão espalmada, dando 
preferência ao contato da transição metacarpofalangeana 
da mão com o tórax o paciente 
Geralmente são mais facilmente palpados em posições que 
acentuam os sopros, como com o tronco do paciente 
inclinado para frente 
Exemplo: Sopro de via de saída – Estenose aórtica 
PULSO JUGULAR 
Reflexo das cavidades direitas 
− Onda A: sístole atrial 
− Onda C: pulso carotídeo 
− Descenso X: diástole atrial 
− Onda V: enchimento atrial 
− Descenso Y: abertura da tricúspide 
 
 
Obs: Onda a ampla, que pode ser decorrente de estenose 
tricúspide, estenose pulmonar, dissociação atrioventricular 
(o átrio direito contrai com a valva tricúspide fechada) 
Obs: Onda v ampla, que pode ser decorrente de insuficiência 
tricúspide e de defeito septo atrial 
Obs: Descenso y abrupto, que pode ser decorrente de 
pericardite constritiva 
Obs: Descenso y lentificado, que pode ser oriundo de uma 
estenose tricúspide 
 
6 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
PULSO ARTERIAL 
Reflexo das cavidades esquerdas 
É uma onda de pressão dependente da pressão arterial, logo, 
é sincrônico com o batimento cardíaco 
Busca-se avaliar os pulsos arteriais quanto à sua presença ou 
ausência, sua simetria e seu enchimento e amplitude, uma 
vez que possíveis diferenças podem estar presentes por 
conta de obstruções parciais ou por vasoconstrições e 
diferenças de fluxo, como ocorre na dissecção de aorta. O 
exame de simetria deve ser feito comparando cada pulso 
com o seu contralateral, podendo avaliar cada pulso 
separadamente ou comparando-os de modo simultâneo 
Deve-se palpar os pulsos: 
− Radiais 
− Pediosos 
− Carotídeo 
− Femoral 
− Pulso 
A simetria dos pulsos pode ser classificada e registrada da 
maneira com o uso das cruzes, sendo utilizado o seguinte 
sistema: 
→ Pulso normal: (++) 
→ Diminuído: (+) 
→ Ausente: (-) 
→ Não foi possível a verificação: ( ) 
*Deve-se palpar pulsos profundos em pacientes em suspeita 
de parada cardíaca 
*É mandatório palpar pulso femoral em crianças – em 
Coarctação da Aorta estará diminuído 
 
AUSCULTA 
 
FOCOS DE AUSCULTA CARDÍACA 
1) Aórtico – FAo – 2º EID, na região justaesternal (é o 
único do lado direito) 
Obs: Muitos dos fenômenos sonoros relacionados à 
valva aórtica podem ser mais bem auscultados no 
foco aórtico acessório, localizado entre o 3º e 4º EI, 
na região justaesternal 
2) Pulmonar – FP – 3º EIE, junto do esterno 
3) Mitral – FM – 4º ou 5º EIE na linha hemiclavicular, 
correspondente ao ictus cordis 
4) Foco tricúspide – 4º e 6º EIE, na área paraesternal, 
correspondendo à base do apêndice xifoide 
Obs: Fenômenos sonoros advindos da valva 
tricúspide, como sopro sistólico, decorrente de 
insuficiência da valva tricúspide, são mais bem 
auscultados nas proximidades do foco mitral 
Também existem outras regiões estratégicas que podem ser 
auscultadas, como as regiões laterais do pescoço, 
importantes para a caracterização de sopro de estenose 
aórtica, com irradiação seguindo a direção do fluxo 
sanguíneo ejetado pelo ventrículo esquerdo. Temos também 
as regiões interescapulovertebrais, principalmente a 
esquerda, na qual melhor se ausculta o sopro da persistência 
do canal arterial em recém-nascidos 
 
 
A partir da ausculta também pode-se identificar para onde 
está seguindo o fluxo sanguíneo. 
FISIOLOGIA DOS SONS CARDÍACOS 
Durante a diástole, o átrio esquerdo se encontra cheio de 
sangue,de modo que a pressão em seu interior supera 
discretamente aquela do ventrículo esquerdo relaxado. Isso 
 
7 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
propicia um gradiente pressórico que promove a passagem 
do sangue do átrio esquerdo para o ventrículo homolateral 
por meio da abertura da valva mitral. Um pouco antes do 
início da sístole ventricular, a contração atrial provoca um 
pequeno aumento da pressão nas duas câmaras. 
 
Durante a sístole, tem-se o início da contração ventricular 
esquerda, de modo que a pressão ventricular supera 
rapidamente a atrial, promovendo o fechamento da valva 
mitral. Esse fechamento da valva mitral produz a primeira 
bulha cardíaca, denominada B1, a qual define a duração da 
sístole. 
 
A pressão ventricular esquerda continua a aumentar, 
ultrapassando a pressão da raiz da aorta, induzindo a 
abertura da valva aórtica. Em condições patológicas, um 
sopro de ejeção protossistólico (logo após B1) acompanha a 
abertura da valva aórtica. Normalmente, a pressão 
ventricular esquerda máxima corresponde à pressão 
arterial sistólica. 
 
Começa a ocorrer a queda da pressão ventricular à medida 
que o ventrículo esquerdo ejeta a maior parte do volume 
sanguíneo armazenado. Quando a pressão ventricular 
esquerda cai abaixo da pressão aórtica, ocorre o 
fechamento da valva aórtica. Esse fechamento da valva 
aórtica produz a segunda bulha cardíaca, denominada B2, 
a qual define a duração da diástole. 
 
Durante a diástole, a pressão ventricular continua a cair, 
alcançando níveis inferiores ao da pressão atrial esquerda, 
ocorrendo novamente a abertura da valva mitral. Tal 
evento costuma ser silencioso, mas pode ser audível como 
um estalido de abertura patológico, caso haja alguma 
restrição à movimentação das válvulas das valvas cardíacas, 
como ocorre na estenose mitral. 
 
A quarta bulha (B4) assinala a contração atrial, que ocorre 
após o enchimento ventricular rápido, a fim de ejetar o 
restante de sangue contido no átrio esquerdo. Geralmente, 
ela não é audível em adultos e, quando é auscultada, precede 
B1 do batimento cardíaco seguinte, refletindo uma alteração 
patológica na complacência ventricular. Ou seja: temos uma 
contração atrial em direção a um ventrículo rígido, podendo 
ocorrer em casos de estenose aórtica, hipertensão arterial, 
miocardiopatia hipertrófica e doença arterial coronariana. 
 
Obs: B3 e B4 são mais bem auscultadas com a campânula 
As bulhas devem ser classificadas quanto à sua fonética 
(normo, hiper ou hipofonéticas), quanto ao seu ritmo (se 
regular ou arrítmico) e quanto ao seu tempo (em dois ou três 
tempos). Com isso, em pacientes com exame normal, temos 
a famosa anotação dos prontuários de Bulhas Rítmicas, 
Normofonéticas em dois tempos, ou BRNF2T. 
Existem alterações semelhantes com as estruturas do 
coração direito (átrio e ventrículo esquerdo e valvas 
tricúspide e pulmonar). Contudo, as pressões direitas são 
consideravelmente menores quando comparadas às 
correspondentes do lado esquerdo. Além disso, os eventos 
do lado direito ocorrem um pouco mais tarde do que os do 
 
8 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
lado esquerdo. Por isso, em algumas situações, pode-se 
auscultar em uma única bulha dois componentes distintos, 
sendo o primeiro derivado do fechamento da valva aórtica 
(A2) e o segundo do fechamento da valva pulmonar (P2). 
Durante a inspiração, ocorre o aumento do tempo de 
enchimento do coração direito, de modo a incrementar o 
volume sistólico ventricular direito, fazendo com que a 
duração da ejeção ventricular direita dure mais do que a 
esquerda, de modo a retardar o fechamento da valva 
pulmonar, gerando o chamado desdobramento de B2 em 
dois componentes audíveis, por isso o desdobramento de B2 
é mais bem percebido nesse foco. 
Quanto a B1, também existem dois componentes: o som da 
valva mitral, mais precoce, e o da valva tricúspide, mais 
tardio. Em comparação com o som oriundo da valva 
tricúspide, o fechamento da valva mitral tende a ser mais 
hiperfonético, refletindo a alta pressão do coração 
esquerdo. Logo, como o som tricúspide é mais suave, o 
desdobramento de B1 é mais bem auscultado no foco 
tricúspide, ao longo da borda esternal inferior esquerda. 
Diferente do desdobramento de B2, o de B1 não varia com 
a respiração. Ela reflete um discreto e normal assincronismo 
da contração ventricular, podendo ser auscultada em jovens 
e em crianças. No caso de o desdobramento ser muito 
amplo, levanta-se a suspeita de bloqueio de ramo direito. 
 
Para a realização da ausculta é necessário, idealmente: 
 Local adequado (silêncio) 
 O exame deve ser iniciado pela base ou ápice do 
coração 
 O paciente deve estar sentado ou em decúbito 
dorsal a 30° 
 Ao auscultar as bulhas, deve-se comparar a sua 
ocorrência com as dos pulsos arteriais, podendo 
usar como parâmetro o pulso carotídeo ou radial 
 Realizar manobras mais indicadas 
Os sons cardíacos devem ser classificadas quanto: 
- REGULARIDADE 
- FREQUÊNCIA CARDÍACA 
- IDENTIFICAÇÃO DE B1 E B2 
Diafragma do estetoscópio (sons de alta frequência) 
 B1 é mais hiperfonética no ápice e B2 na base 
- BULHAS ACESSÓRIAS 
Campânula (sons graves): ápex ou paraesternal, s/n DLE 
 B3 logo após B2 – falência ventricular 
 B4 antes da B1 – contração atrial 
- ESTALIDOS E CLIQUES 
 Estalidos: logo após B2 – som de tonalidade mais 
aguda e mais audíveis na borda esternal inferior 
esquerda e no ápice, nos casos de estenose mitral 
(nesse caso, quanto mais grave for a estenose, mas 
curto será o intervalo entre B2 e o estalido de 
abertura) 
 Cliques: logo após B1 - som mais agudo, sendo mais 
audíveis na borda esternal esquerda, podendo ser 
observados na dilatação do anel aórtico ou da 
artéria pulmonar, e na estenose desses vasos (*na 
estenose da artéria pulmonar o clique diminui com 
a inspiração) 
 
- SOPROS 
Se diferenciam das bulhas tanto pela duração quanto pelo 
timbre 
São manifestação sonora do turbilhonamento do sangue 
Podem ser causados por lesões valvares, hiperfluxo 
sanguíneo e redução da viscosidade sanguínea 
Para melhor auscultar sopros aórticos, pode-se pedir para o 
paciente sentado se inclinar um pouco para frente, 
pedindo-se para que o paciente expire completamente e 
prenda a respiração. Após isso, ausculta-se a região da 
borda esternal esquerda e do ápice, interrompendo o 
exame momentaneamente para que o paciente respire 
normalmente. 
 
Deve-se avaliar: 
 Características do sopro 
Situação no ciclo cardíaco: sistólico ejetivo (em 
saída) ou regurgitação (voltou para onde não 
deveria), diastólico, sistodiastólico ou contínuo 
 Localização de maior intensidade 
Deve ser identificado de acordo com o espaço 
intercostal e com a linha imaginária do tórax 
correspondente 
 
9 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Exemplo: O sopro de valva aórtica geralmente é 
mais bem auscultado no 2º EID 
 Irradiação 
Ou ponto de intensidade máxima do sopro – reflete 
o local de origem a intensidade do sopro, assim 
como o sentido do fluxo sanguíneo 
Exemplo: Sopros de estenose aórtica costumam 
irradiar para o pescoço no sentido do fluxo arterial, 
especialmente no lado direito; já na regurgitação 
mitral, o sopro costuma irradiar para a axila, 
sugerindo participação de condução óssea 
 Timbre e tom 
Timbre: constante quanto à forma, crescente ou 
decrescente; agudos, médios ou graves; como jato 
de vapor, rude, ruflar ou musical 
 Intensidade 
Graduada em escala de 06 cruzes, que 
correspondem à intensidade do sopro em seu 
ponto máximo 
GRAU Descrição 
+ Muito suave, auscultado após o ouvinte ter se 
“sintonizado”; não é auscultado em todas as 
posições; difícil ausculta 
++ Baixo, mas auscultado imediatamente após se 
posicionar o estetoscópio sobre o tórax; mais 
evidente 
+++ Moderadamente forte; alta intensidade 
++++ Forte, com frêmito palpável;estetoscópio na pele 
+++++ Muito forte e acompanhado por frêmito; pode 
ser auscultado com o estetoscópio parcialmente 
fora do tórax (a 45°) 
++++++ Muito alto e com frêmito; pode ser auscultado 
com o estetoscópio totalmente fora do tórax (não 
toca a pele) 
 
 Localizar o sopro eventos: 
- Holo, proto, meso, tele 
- Sistólico ou diastólico 
 Identificar se o sopro tem o desdobramentos de B2 
 
 Exemplo de descrição de um sopro: 
→ Sopro diastólico intermediário, ++/6, 
aspirativo, em decrescente, no 4º EIE, com 
irradiação para o ápice – descrição 
corresponde a uma sopro de regurgitação 
aórtica 
 
BULHAS 
1ª bulha 
− Ocorre no fechamento das valvas mitral e tricúspide 
− Timbre grave, duração maior que a 2ª bulha 
− É mais intensa no foco mitral 
2ª bulha 
− Fechamento das valvas aórtica e pulmonar 
− Timbre agudo 
− Componente P (FP), componente Ao (todos os 
focos) 
− Componente Ao precede o P 
TUM-TA; TUM-TA; TUM-TA 
3ª bulha 
TUM-TA-TU; TUM-TA-TU; TUM-TA-TU 
− Gerada pelas vibrações da parede ventricular na 
fase do enchimento rápido 
− Ruído protodiastólicos de baixa frequência 
− Melhor audível com campânula no DLE 
− Pode ser achado normal em crianças e adultos 
jovens 
− Pode gerar o ritmo de galope 
4ª bulha 
− Gerada pela brusca desaceleração do fluxo 
sanguíneo mobilizado pela contração atrial e massa 
sanguínea que já se encontra no ventrículo 
− Ruído no fim da diástole ou pré-sístole 
− Melhor audível com a campânula no DLE 
SOPRO SISTÓLICO : EJETIVO X REGURGITAÇÃO 
 
*Auscultado na sístole 
SOPRO DIASTÓLICO 
 
*Auscultado na diástole 
 
10 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
SOPRO CONTÍNUO 
 
*Auscultado na sístole e diástole 
SOPRO FUNCIONAL X SOPRO ORGÂNICO 
Funcional Orgânico 
SEM alterações estruturais COM alterações 
estruturais 
Hipercinese Sem relação com a FC 
SEM frêmitos PODE ter frêmitos 
SEM foco Foco ESPECÍFICO 
Sistólico Sistólico ou diastólico 
OUTROS SONS: 
1) Atrito pericárdico 
− Três fases: 01 sistólica e 02 diastólicas 
− Bifásico: sistólica e pré-sistólica 
− Aumenta com posições que aproxime o VD 
− Variável – muda muito com a posição 
SOPRO SISTÓLICO – EJETIVO 
1) Estenose aórtica 
− Em crescendo e decrescendo (diamante) 
− Fao’, irradiação para os vasos do pescoço 
2) Estenose pulmonar 
− Semelhante ao da Ao 
 
SOPRO SISTÓLICO – REGURGITAÇÃO 
1) Insuficiência mitral 
− Pode ocupar toda a sístole 
− FM com irradiação para a axila 
2) Insuficiência tricúspide 
− Pode ocupar toda a sístole 
− FT, pode ser audível também no FM 
SOPROS DIASTÓLICOS 
1) Estenose mitral 
− “Ruflar”, inicia pouco depois da 2ª bulha, som 
de baixa frequência, com reforço pré-sistólico 
− Área mitral, com pequena irradiação, 
apresenta 
 
2) Insuficiência aórtica 
− Aspirativo, alta frequência, tonalidade aguda 
− Fao ou Fao’, irradiando-se para a ponta do 
coração 
 
SOPROS CONTÍNUOS 
Podem ser ouvidos tanto durante a sístole quanto na 
diástole. 
Tem como causas: 
1) PCA (sopro em maquinaria) 
2) Janela aorto-pulmonar 
3) Tronco arterioso 
4) Fístulas arteriovenosas 
5) Zumbido venoso 
MANOBRAS 
HANDGRIP 
O paciente deve fechar as mãos e pressioná-las por 20 
segundos 
Leva a: 
−  resistência arterial e pós carga 
−  ejeção de sangue pela Ao (redução do fluxo 
aórtico 
−  volume do VE (aumento da regurgitação mitral) 
Essa manobra leva ao aumento da ausculta de sopros 
ocasionados por insuficiência aórtica ou insuficiência mitral. 
 IM -  
 CIV -  
 EAo -  
 
11 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
RIVERO CARVALLO 
Utilizada principalmente para diferenciar insuficiência 
tricúspide e mitral 
O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal e deve 
ser auscultado pelo examinador. Após a ausculta, o 
examinador solicita que o paciente inspire profundamente 
e, durante a inspiração, é possível perceber a alteração na 
ausculta 
Leva a: 
−  pressão intratorácica e consequente  retorno 
venoso 
− Sopros e bulhas do lado direito  (ocasionados, 
principalmente, por insuficiência da tricúspide, 
estenose tricúspide e estenose pulmonar) 
− Sopros por alteração mitrais são  
Também possibilita diferenciação do desdobramento 
fisiológico do patológico na 2ª bulha do foco pulmonar 
Diz-se que a manobra é negativa se não houver alteração ou 
se houver diminuição do sopro (em área tricúspide). Se o 
sopro na área tricúspide aumenta com a manobra, diz-se que 
é positiva, sendo indicativo de insuficiência tricúspide 
 
VALSALVA 
O paciente deve realizar uma expiração forçada contra 
resistência (soprar contra a mão) por 20 segundos. 
Leva a: 
−  da pressão intratorácica 
−  da resistência vascular periférica 
−  do retorno venoso 
Essa manobra reduz a intensidade de sopros em estenose 
aórtica, estenose pulmonar e estenose tricúspide; e 
aumenta a intensidade em casos de prolapso da valva mitral 
 IM -  
 EAo -  
CÓCORAS OU MMII ELEVADOS 
O paciente se agacha, ficando de cócoras ou em decúbito 
dorsal elevando os MMII 
Leva a: 
−  do retorno venoso (compressão dos vasos dos 
MMII e abdominais) 
A mudança da posição ortostática para a posição de cócoras 
intensifica o sopro presente em insuficiência mitral. E da 
posição de cócoras para a posição ortostática (ficar em pé 
subitamente), há atenuação do mesmo 
 
PRINCIPAIS SÍNDROMES CARDÍACAS 
CARDIOPATIA ISQUÊMICA 
O exame físico pode ser inocente; 
Vários fatores influenciam – idade*, comorbidade*, situação 
de estresse, fatores aliviantes e estimulantes, entre outros; 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
− Localização da dor 
Retroesternal 
Obs: Existem algumas cardiopatias que podem se manifestar 
sem dor, sendo com dispneia – mais comum em idosos e 
mulheres 
− Pode ser irradiada 
Pavilhões auriculares, ombros, membros 
superiores, região epigástrica 
 
*C – mais comum 
 
12 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
− Duração 
2 – 3 minutos, podendo chegar a 20 minutos 
Mas se IAM, pode ser continua 
− Intensidade 
Leve, moderada e intensa (sudorese, palidez, 
angústia e morte iminente) 
− Fatores desencadeantes ou agravantes 
Esforço físico, emoções, taquicardia, frio, 
alimentações copiosas. 
− Fatores atenuantes 
Repouso e vasodilatadores. 
− Manifestações concomitantes 
Precordialgia intensa, náuseas, vômitos e sudorese 
fria (diaforese) 
 
Sinal de Levine – Punho fechado sobre esterno – 
típico/clássico de dor precordial 
 
Obs: Dor musculoesquelética – também muito comum nas 
emergências (exercícios físicos) – o paciente consegue 
indicar/tocar na dor 
 
*Importante para saber para onde encaminhar o paciente 
 
 
CARDIOPATIA VALVULAR 
 
ESTENOSE AÓRTICA 
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
− Pulso “parvus et tardus” – pulso lento e tardio 
porque na estenose há diminuição da luz aórtica, o 
que leva a menor passagem de sangue 
 
− Ictus hiperdinâmico e desviado (patologia que 
exige mais força do coração) 
− Presença de frêmito (sopro palpável – patológico) 
no foco aórtico 
AUSCULTA 
− Clique de ejeção próximo à 1ª B1 
− Sopro sistólico ejetivo em crescendo e 
descrescendo em Fao, FAo2 com irradiação 
− B4 
− Se calcificação – apagamento da B2 
 
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 
O sopro ocorre na diástole 
 
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
− Pulso de Corrigan 
Distensão abrupta e colapso rápido (martelo d’água 
ou em canhão) 
 
13 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
− Sinal de Musset 
A cabeça do paciente balança a cada batimento 
cardíaco 
− Sinal de Traube 
Sons sistólico e diastólico na artéria femoral (“sons 
de tiro de pistola”) 
− Sinal de Muller 
Pulsações visíveis na úvula 
− Sinal de Landolfi 
Mudança do tamanho sincrônico da pupila de 
acordo com o batimento cardíaco 
− Sinal de Rosenbach 
Pulsação hepática de acordo com o batimento 
cardíaco 
− Dança das artérias 
Batimento rápido das artérias (pescoço) 
[https://www.youtube.com/watch?v=7UXVnIHbfH
w] 
AUSCULTA− Sopro Holodiastólico 
Aspirativo (ausculta a 1ª bulha, mas não ausculta a 
2ª porque é “engolido” pelo sopro diastólico) 
− Valvar 
Mais intenso no foco aórtico acessório (BEEM) 
− Dilatação da aorta 
Mais audível no foco aórtico (BEDA) 
− Sopro de Austin-Flint 
O jato regurgitante diastólico que vem da aorta 
pode alcançar o folheto anterior mitral, 
promovendo redução da abertura desta valva na 
diástole e mimetizando um sopro diastólico de 
estenose mitral – Estenose Mitral dinâmica 
(Causado pelo folheto que foi jogado na parede 
anterior pela regurgitação do sangue) 
− Presença de B3 
Sobrecarga volumétrica 
− Sopro sisto-diastólico 
Hiperfluxo da valva 
aórtica 
ESTENOSE MITRAL 
Como a valva mitral está 
estenosada, vai provocar um 
ruído quando o sangue passar – é 
um sopro diastólico 
 
AUSCULTA 
− B1 hiperfonética 
− Estalido de abertura (flexibilidade) 
− Sopro diastólico (ruflar) 
Mais bem auscultado com a campânula, com 
paciente em decúbito lateral esquerdo, durante a 
expiração e após exercícios 
INSUFICIÊNCIA MITRAL 
Sopro sistólico de regurgitação 
 
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
− Inspeção e palpação do ictus cordis 
Precórdio hiperdinâmico, bem visível e notado, e 
ictus desviado para esquerda e para baixo – DVE 
− Presença de frêmito 
AUSCULTA 
− B1 ausente, hipofonético ou abafado pelo sopro 
− Sopro sistólico de regurgitação de alta frequência, 
holossistólico em FM com irradiação 
*Sopro Holossistólico – não se altera com a 
inspiração profunda; diferença da IT 
− Click mesossitólico 
Produzido pela vibração do aparelho mitral no 
momento do prolapso. Vasalva e posição 
ortostática antecipam o click e decúbito e posição 
de cócoras retardam o click 
− Presença de B2 
Diferente da IC sistólica, a B3 é simplesmente pela 
sobrecarda de volume crônica – o fluxo da fase de 
enchimendo rápido do VE é muito intenso, 
levando à vibração da parede ventricular 
ESTENOSE PULMONAR 
Sopro em via de saída, 
semelhante ao aórtico, 
mas geralmente não se 
irradia 
Ocorre durante a sístole 
e pode gerar frêmito ou 
não 
 
 
 
 
14 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
ASPECTOS CLÍNICOS 
− Estenose leve 
− Estenose moderada 
− Estenose grave 
As queixas são presentes apenas em casos mais graves, 
sendo cansaço e dispneia ao esforço 
Em crianças, pode haver ICC e cianose se PCA (Persistência 
do Canal Arterial) e CIA (Comunicação Interatrial) 
 
AUSCULTA 
− Estalido de abertura 
− Geralmente não se irradia 
− Sopro sistólico em crescendo e decrescendo 
− FC 
 
INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE 
Ocorre durante a sístole 
É muito mais raro do que a mitral 
− FT 
− SS 
− Aumenta com a manobra de Rivero Carvallo (se 
aumentar, é tricúspide- aumenta todos os sopros 
do lado direito) 
 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
 
ICC – SINAIS ATRIBUÍVEIS AO CORAÇÃO 
− Cardiomegalia 
− Taquicardia 
− Ritmo de galope 
− Pulso alternante 
− Hiperfonese de P2 
− Sopros sistólicos 
− Arritmias 
− Intolerância aos esforços 
ICC DIREITA 
− Já apresenta mais sinais periféricos 
− Apresenta turgência jugular 
− Tem hepatomegalia e refluxo hepatojugular 
− Já apresenta grau de ascite 
− Tem edema 
ICC ESQUERDA 
− Tem mais queixas pulmonares do que a direita – 
apresentação principal é a dispneia, que pode ser 
de esforço ou não 
− Pode apresentar respiração de Cheyne-Stokes 
− Apresenta tosse, que piora quando se deita 
(“Pulmão molhado” – asma cardíaca) 
− Pode abrir quadro de edema pulmonar agudo 
− Pode abrir quadro de insuficiência ventricular 
esquerda 
− O paciente ainda não tem sinais periféricos da ICC 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
MATERIAIS PARA AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
− Esfingo 
Manguito adequado 
Manômetro 
Bulbo 
 
15 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Vias de pressão 
Válvulas de pressão 
− Digital 
Precisa ser regulado e ter seu resultado 
confirmado 
 
TÉCNICA DE AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
− Explicar o procedimento ao paciente 
− Certificar-se de que o paciente não está com a 
bexiga cheia, não praticou exercícios físicos (ideal – 
por pelo menos 12 horas), não ingeriu bebidas 
alcoólicas, café, alimentos, se fumou, entre outros 
− Deixar paciente descansar por 5 a 10 minutos em 
ambiente calmo e com temperatura agradável 
 
1) A circunferência do braço deve ser determinada no 
ponto médio entre o acrômio e o olecrano 
2) Selecionar o manguito adequado para a 
circunferência determinada 
3) O manguito deve ser colocado há 3cm da fossa 
cubital 
4) O meio da parte compressiva do manguito deve ser 
colocado sobre a artéria braquial 
5) A pressão arterial sistólica deve ser estimada pela 
palpação do pulso arterial 
6) O diafragma do estetoscópio deve ser colocado 
sobre a artéria braquial 
7) Insuflar 20 a 30mmHg acima do valor estimado pela 
palpação do pulso radial para não entrar no hiato 
auscultatório 
8) Desinsuflar lentamente até a ausculta do primeiro 
som (fase I de Korotkoff). Este primeiro som 
determina a pressão arterial sistólica 
9) A pressão arterial diastólica é determinada pelo 
desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff) ou 
seu abafamento (fase IV de Korotkoff) 
10) Deve-se auscultar até 20 a 40mmHg abaixo do 
último som 
11) Medir pelo menos 2x, assim como medir em ambos 
os braços. Deve-se utilizar o maior valor encontrado 
12) Informe a medida ao paciente 
13) Não arredonde valores 
 
Os sons auscultados na aferição da PA são os sons de 
Korotkoff: 
Fase I – Aparecimento do 1º ruído, passagem do primeiro 
fluxo, turbulento → Pressão sistólica 
Fase II – Sons da fase I seguidos de sons sibilantes ou sopro 
Fase III – Amplificação dos sons da fase II 
Fase IV – Abafamento dos sons 
Fase V – Cessam os sons, fluxo laminar → Pressão diastólica 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
PA = DC x RVP 
Sempre lembrar da palpação dos pulsos e da ausculta, 
porque se o paciente estiver taquicárdico, com B2 
hiperfonético e com B4, pode haver alteração do resultado 
da aferição.

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