Buscar

Caderno Gestão de Conflitos - 2022

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Estudo do Direito, Gestão de Conflitos e Negociação
Trilhas de Estudo – EAD 2022
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
• Entendendo e Conceituando o Direito;
• Como o Direito pode ser Concebido;
• Fontes do Direito.
ENTENDENDO E CONCEITUANDO O DIREITO
O ser humano é um ser social, ou seja, ele necessita de constantes trocas de relacionamento para garantir sua sobrevivência e a própria perpetuação da espécie.
Sob esse aspecto, o ser humano vive em uma constante interação com seu semelhante, seja no convívio de sua vida privada, seja no seu envolvimento com questões culturais, seja nas relações de emprego ou de negócios etc.
Essa concepção social do ser humano pode ser vista nas palavras de Reinhold Zippelius:
[...] ao afirmar que o homem é feito para a vida em comunidade e é apenas por meio dela que se pode alcançar o pleno desenvolvimento de nossas aptidões, ou seja, o exercício mesmo de nossas experiências sociais. (ZIPPELIUS, 2006, p.1)
Para manter o ser humano em constante convívio social, faz-se necessário, dentro de uma perspectiva harmônica, a existência de regras disciplinando esse convívio, algo que é necessário e fundamental.
Reconhecendo esta necessidade de formação de uma “paz social”, à qual demos o nome de “harmonia”, é que o Direito tem seu foco de atuação, estando, de um modo ou de outro, sedimentado em qualquer cultura social, independente das condições culturais, econômicas ou de qualquer forma que permita uma distinção entre os seres humanos.
O Direito está arraigado à condição social do ser humano, que o desenvolveu de forma natural, independente e, por vezes, surgiu sem qualquer influência externa.
Por estarmos inseridos numa Sociedade, nós nos deparamos com o Direito a todo momento, pois estamos nos relacionando com outras pessoas, com Empresas, com Órgãos Públicos etc.
Por exemplo, o simples ato de ir a uma padaria e comprar pão para nosso café da manhã já representa uma relação com o Direito.
Primeiro, no deslocamento de nossa casa até a Padaria: esse ato representa um direito inerente a todos, denominado liberdade de locomoção, que se trata de um Direito Fundamental do ser humano, reconhecido em nossa Constituição, bem como o direito à segurança da nossa vida ou patrimônio durante esse deslocamento.
Vejamos o Caput do Artigo 5º da Constituição Federal com relação a essa afirmação:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]
Dando continuidade ao exemplo, você entra na Padaria, dirigindo-se ao balcão no qual pede pães: nesse momento, surge um fato jurídico consubstanciado num “Contrato de Venda e Compra”, no qual o comerciante entrega a mercadoria a você e você paga a ele o preço por ela.
Assim, podemos perceber que estamos em constante contato com o Direito, sem que exista a necessidade de sermos estudiosos da “Ciência Jurídica”.
Cabe destacarmos as palavras de Maximilianus Fuher e Édis Milaré, a respeito do que estamos tratando:
Não é exagero mesmo afirmar que todos sentem o Direito e que, de certo modo, todos sabem o que o Direito é. Vocábulo corrente, empregado a todo instante nas relações da vida diária para exprimir sentimento que todos já experimentamos, está gravado na mente de cada um, representando ideia esboçada em traços mais ou menos vagos e obscuros. “Isto é direito”, “o meu direito foi violado”, “o juiz reconheceu o nosso direito”, são expressões cotidianas ouvidas, que envolvem a noção vulgar a respeito do fenômeno jurídico. (FUHER; MILARÉ, 2015, p. 27).
Mas efetivamente o que é Direito? Como podemos conceituá-lo?
Muitos têm a concepção de que o Direito é o que está disposto em uma “Lei”.
Com relação a esse entendimento, preliminarmente, podemos dizer, que a “Lei” integra o Direito, sendo que num Estado Democrático de Direito, como o Brasileiro, ela é uma das principais Fontes do Direito, mas não representa o Direito como um todo; somente o integra.
Buscando o significado da expressão, podemos afirmar que a palavra “Direito” é oriunda do latim directus, que significa colocado em linha reta, direito, certeiro ou preciso. O vocábulo vem do verbo derigere ou dirigere, que possui o sentido de endireitar, dirigir, ordenar.
A expressão “Direito”, em sua origem etimológica, significa o que é reto, o que não se desvia, seguindo uma só direção, ou seja, pode ser entendido como tudo aquilo que é conforme a razão, a justiça e a equidade (SILVA, 1967, p. 528).
Um conceito direcionado ao que estamos tratando, pode ser visto nas palavras de Vicente Ráo:
É o direito um sistema de disciplina social fundado na natureza humana que, estabelecendo nas relações entre os homens uma proporção de reciprocidade nos poderes e deveres que lhes atribui, regula as condições existenciais dos indivíduos e dos grupos sociais e, em consequência, da sociedade, mediante normas coercitivamente impostas pelo poder público. (RÁO, 1991, p. 31)
Assim, podemos entender que o Direito se trata de um fato social, cuja origem se dá no convívio do ser humano em Sociedade, na qual cada indivíduo mantém relações permanentes, seja com outros indivíduos, seja com o Poder Público, este responsável por manter a paz social, inclusive com o emprego de medidas coercitivas, isto é, fazer cumprir.
Uma concepção doutrinária do que vem a ser “Direito”, de cunho filosófico, pode ser extraída da denominada “Teoria Tridimensional do Direito”, de grande importância na compreensão e no estudo da “Ciência do Direito”, cuja referência é o jurista brasileiro Miguel Reale:
Encontraremos sempre estes três elementos, onde quer que se encontre a experiência jurídica: - fato, valor e norma. Donde podemos concluir, dizendo que a palavra Direito pode ser apreciada, por abstração, em tríplice sentido, segundo três perspectivas dominantes:
 1) O Direito como valor do justo, estudado pela Filosofia do Direito na parte denominada Deontologia Jurídica, ou, no plano empírico e pragmático, pela Política do Direito; 
2) o Direito como norma ordenadora de conduta, objeto da Ciência do Direito ou Jurisprudência; e da Filosofia do Direito no plano epistemológico; 
3) o Direito como fato social e histórico, objeto da História, da Sociologia e da Etnologia do Direito; e da Filosofia do Direito, na parte da Culturologia Jurídica. (REALE, 2002, p. 50)
Resumindo as palavras de Miguel Reale, podemos entender que o Direito é formado por três elementos, cuja existência e relacionamento são dependentes:
Os fatos sociais devem ser apreciados como uma realidade compreendida, ou seja, acontecimentos no mundo fenomênico (mundo em que vivemos), devendo ser apreciado sob um ponto de vista axiológico (um juízo de valor).
Quanto aos valores, eles levam em consideração senso de justiça e moralidade. Os valores se modificam a todo momento, pois, as relações sociais têm perfil dinâmico.
Assim, podemos dizer que os valores, como relações econômicas, culturais, religiosas e políticas, entre outras, estão a todo momento acontecendo e se aprimorando.
Por último, a Norma, cuja origem é um dos Poderes do Estado (Legislativo), é influenciada pelos fatos e pelos valores sociais.
Repare que a Teoria não trata de uma questão fundamental, que deve ser agregada à norma: que esta seja dotada de coercibilidade, ou seja, que a norma detenha mecanismos que imponham respeito da Sociedade o que ela determina.
Fazendo uma conexão entre todos os aspectos abordados com relação ao estudo do Direito, podemos concebê-lo como sendo um conjunto de regras postas e aceitas por determinada Sociedade, com o objetivo de harmonizar as relações sociais, sendo este Direito dotado de coercibilidade.
COMO O DIREITO PODE SER CONCEBIDO
Como condutor das relações sociais, o Direito pode ser visto sob diversos aspectos e, dentre eles, podemos ver uma de suas concepções: o direito subjetivo e o direito objetivo.
Para tanto, vamos apreciar a imagema seguir:
A imagem retrata uma situação que acontece várias vezes por dia nas ruas: um acidente de trânsito.
Suponhamos que uma das partes prejudicadas atribui ao outro motorista a responsabilidade pelo acidente e, consequentemente, pelo dano em seu veículo, exigindo daquele a responsabilidade de arcar com os prejuízos materiais decorrentes.
No Direito, a busca da reparação imediata do dano pode ser descrita como direito subjetivo, ou seja, o meu direito em razão do dano provocado.
O direito subjetivo também é denominado facultas agendi e se refere à possibilidade de a pessoa exigir o seu direito.
Independentemente da existência de uma Norma Jurídica, as pessoas, de modo geral, em razão dos aspectos culturais, têm a concepção de que quem provoca dano a outrem tem por “justiça” o dever de reparar os prejuízos causados.
Por outro lado, essa faculdade da pessoa de ressarcimento do prejuízo encontra amparo na Norma Jurídica, ou seja, na Lei. Esta previsão denomina-se direito objetivo.
Com relação ao exemplo, vejamos o que dispõem, respectivamente, os artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
(...)
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.[...]
Assim, objetivamente, sem avaliação de qualquer fato concreto, a Norma Jurídica prevê a obrigação de reparação do dano e, dessa forma, subjetivamente, cabe ao lesado a possibilidade de exigir sua indenização, inclusive recorrendo judicialmente para o cumprimento da Norma.
Diante da complexidade do Direito, em virtude de serem imensuráveis as quantidades de situações de interesse jurídico existentes, para que ele possa ser estudado e aplicado efetivamente, a Doutrina e a Jurisprudência reconhecem a necessidade, inicialmente, de classificar o Direito em dois grandes ramos.
A esses ramos do Direito, damos o nome de Direito Público e de Direito Privado.
Para entendermos o Direito Público do Direito Privado, vamos recorrer às explicações de Miguel Reale. O autor entende que para distinguir Direito Público e Direito Privado, devem ser observados dois fatores.
Primeiramente, devemos considerar o alcance da Norma, isto é, quando a Norma regula interesses de particulares, estamos diante do Direito Privado; já quando os interesses tiverem caráter de atendimento geral, estaremos diante do Direito Público.
Em outra distinção, leva-se em consideração a subordinação à Norma, isto é, quando existe a ampla necessidade de subordinação ao mandamento da norma, não permitindo nenhum juízo de valor, estaremos tratando do Direito Público e, a contrário sensu, o Direito será Privado (REALE, 1984, p. 336).
Mesmo reconhecendo que existem dois grandes grupos inseridos no campo do Direito, podemos preencher cada um deles com ramos específicos desse mesmo Direito, o que amplia ainda mais o conhecimento e seu emprego na busca da harmonização social.
Assim, vamos encontrar, no grupo que integra o Direito Público, o Direito Penal, o Direito Constitucional, o Direito Tributário etc.
E junto ao Direito Privado temos o Direito Civil, o Direito Empresarial etc.
Outra forma de apreciarmos o Direito é por meio do que denominamos Direito Natural e Direito Positivo.
Com relação ao Direito Natural, podemos ter como entendimento o ideário de uma “justiça universal”, inerente e arraigada na própria condição humana. Ela está incorporado a ele, tal como o direito a respirar, o direito à vida etc.
O estudo do Direito Natural, de suas características e de seus princípios encontra-se em uma área do estudo do Direito chamada de Jusnaturalismo.
Pode-se dizer que o Direito Natural, em um Estado Democrático de Direito, como é a situação do Estado Brasileiro, está cingido ao conceito de “Dignidade da pessoa humana”.
Com relação ao direito natural, vale à pena apreciar as palavras de Javier Hervada: O direito natural é o núcleo de juridicidade que é próprio da dignidade da pessoa humana, isto é, o núcleo jurídico da ordem do dever-ser que é inerente ao estatuto ontológico ou dignidade do homem. Dado, então, que o direito natural é a expressão jurídica da dignidade da pessoa humana de seu estatuto ontológico, pode-se dizer que a pessoa é o fundamento do direito natural, enquanto inere a ela e é expressão de sua ordem do dever-ser. (HERVADA, 2008, p. 355).
No tocante ao Direito Positivo, cria-se uma corrente doutrinária denominada Juspositivismo. Essa forma de apreciar o Direito tem como distinção do Direito Natural a origem do Direito.
Desse modo, o Direito Positivo tem por origem a formação de uma vontade popular, no sentido de estabelecer regramentos que permitam o convívio social, e tem uma ligação muito grande com o ideário democrático, no qual existe a participação direta ou indireta do cidadão na formação da “vontade geral” do Estado, ou seja, na formação de seu Sistema Jurídico.
Muitos afirmam que o Direito Positivo “trata-se do direito posto”, ou seja, do Direito escrito num Estatuto Legal.
Entretanto, a concepção dada ao Direito Positivo é de que ele tem por origem ser formado por uma imposição social e, desse modo, até os Costumes poderiam ser tidos com integrantes do Direito Positivo, ou mesmo os contratos frutos de uma vontade decorrente da vontade popular.
Na visão de Paulo Nader o Direito Positivo, pode assim ser entendido: Positivo é o Direito institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica obrigatória em determinado lugar e tempo. (NADER, 2012, p. 29)
FONTES DO DIREITO
Saber quais são as denominadas “Fontes do Direito” é de suma importância para o conhecimento do próprio Direito, pois lidamos com elas a todo momento.
O emprego da expressão “Fonte” trata-se de uma metáfora, que tem por objetivo determinar de onde o Direito provém.
O termo “fonte”, etimologicamente, vem da palavra latina, fons, ou fontis, que tem por significado “nascente de água”.
Como vimos, o Direito nasce de uma consequência natural de o ser humano viver em Sociedade. Assim, a origem do Direito é sempre uma origem social.
Creio que as palavras de Hugo de Brito Machado, no tocante ao conceito do que são as Fontes do Direito, são bastante esclarecedoras.
Vamos a elas: A fonte de uma coisa é o lugar de onde surge essa coisa. O lugar de onde ela nasce. Assim, a fonte do Direito é aquilo que o produz, é algo de onde nasce o Direito. Para que possa dizer o que é fonte do Direito é necessário que se saiba de qual direito. Se cogitarmos do direito natural, devemos admitir que sua fonte é a natureza human. Aliás, vale dizer, é a fonte primeira do Direito sob vários aspectos. (MACHADO, 2000, p.57).
O Artigo 4º da Lei de Introdução ao Código Civil nos dá uma boa ideia de quais seriam às fontes do direito:
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
A norma apresenta a “Lei” como a principal forma do representante do Poder Judiciário, dotado de poder de jurisdição, de “dizer o direito” e, assim, decidir ante os conflitos que lhe são apresentados.
Entretanto, o dispositivo em apreço menciona que, quando não for possível exercer a jurisdição, o magistrado poderá empregar: 
• Analogia;
• Costumes;
• Princípios Gerais do Direito.
Para especificarmos ainda mais quais são as Fontes do Direito, podemos classificá-las como Primárias e Secundárias.
A Lei trata-se da fonte primária do direito.
Na condição de fonte secundária do Direito, encontramos:
• Doutrina;
• Analogia; 
• Costumes;
• Jurisprudência;
• Princípios Gerais do Direito.
LEI – FONTE PRIMÁRIA
Em virtude da influência da Lei num Sistema Jurídico, ela é tida como a principal
Fonte do Direito.
A Lei, por ser produzida a contar de um processo descrito de modo rigoroso,
emanada por autoridade competente, tem por objetivo produzir segurança em qualquer Sistema Jurídico.
Como sedimentadora principal de um Sistema Jurídico de certo Estado, bem como especificamente do próprio Direito, aLei deve tratar, de modo igualitário, questões futuras, abstratas e gerais, alcançando a todos.
De modo geral, denominamos Lei, em sentido amplo, qualquer norma sistematizada por órgão e autoridade competente que tenha por escopo delimitar comportamentos, isto é, conduzir as relações socais.
Em sentido estrito, denominamos de “Lei” as normas produzidas pelo Poder Legislativo ou com a interferência direta dele.
Dessa forma, podemos categorizar a lei da seguinte maneira:
• Leis ou Normas Constitucionais: Fundamentais em qualquer Sistema Jurídico, por ter o condão de produzir e refletir nele deliberações que devem ser seguidas e respeitadas, pois é por meio da Constituição e de outras normas constitucionais, isto é, suas “emendas”, que se organiza o Estado, descrevem--se os Direitos Fundamentais e se impõem os objetivos permanentes dele, entre outros;
• Leis Infraconstitucionais: Nesta categoria, encontram-se as normas produzidas pelo Poder Legislativo no exercício de sua atividade típica, com a formação de Leis Ordinárias, Leis Complementares e Leis Delegadas, bem como normas que possuem interveniência do Poder Legislativo, como o que acontece com as Medidas Provisórias;
• Decretos Regulamentares: São Normas produzidas pelo Chefe do Poder Executivo, com o fulcro de dar cumprimento à determinada Lei Infraconstitucional, pelos Agentes Públicos e pelos Órgãos do Poder Executivo.
Para findarmos o estudo sobre a Lei como Fonte do Direito, vamos apreciar o conceito de George Dell Vecchio: 
[...] é o pensamento jurídico deliberado e consciente, formulado por órgãos especiais, que representam a vontade predominante numa sociedade.(DELL VECCHIO, 1972, p. 148).
ANALOGIA
A Analogia, como Fonte do Direito, permite que em eventuais fatos jurídicos, isto é, acontecimentos relevantes para o Direito que não encontram normas específicas para a solução de certo conflito, possam ser utilizados um que trata de situação semelhante, preenchendo, assim, eventual “lacuna” legislativa.
Para Miguel Reale, deve ser empregada a analogia como concepção de um processo interpretativo destinado a solucionar determinado fato jurídico que apresente um conflito entre as partes envolvidas (conflito de interesses, também denominado lide).
Assim dispõe o mencionado autor:
[...] pelo processo analógico, estendemos a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para outro semelhante, em igualdade razões. (REALE, 1984, p. 298)
Um exemplo com relação ao emprego da Analogia pode ser visto no disposto no Artigo 499 do atual Código Civil:
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
Ao empregar a expressão “cônjuges”, a Norma Jurídica nos demonstra que a situação abstrata descrita por ela tem como sujeito pessoas casadas, ou seja, trata da possibilidade de um fato jurídico vir a ocorrer na vigência de um “casamento”.
O casamento é um dos institutos do denominado “Direito de Família”, regulado a partir do Artigo 1511 do Código Civil:
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Com relação à questão da compra e venda de bens de pessoas não casadas na forma da Lei, mas que mantenham união estável de convivência, como ficaria o emprego do mencionado dispositivo do Artigo 499?
A resposta pode ser dada por intermédio do emprego da Analogia, já que a situação dos cônjuges é muito similar a das pessoas companheiras em União Estável.
Soma-se a esta possibilidade o que prevê a Constituição em seu Artigo 226, §3º:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(...)
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
COSTUMES
Com menor segurança jurídica do que a encontrada na Lei ou na Analogia, os Costumes surgem de maneira difusa.
São gerados pela Sociedade quando esta adota determinado comportamento como de respeito geral e obrigatório. Por exemplo, a adoção das filas, que estabelecem uma ordem de chegada a certo evento cultural.
Nada impede, entretanto, que um costume venha a ser tratado, posteriormente, por Norma Legislativa adequada, deixando de ser Fonte Secundária e passando à condição de Norma Primária.
Sobre os costumes, vamos destacar o que afirma Paulo Nader ao abordar o tema:
[...] conjunto de normas de conduta social, criadasespontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza deobrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado. (NADER, 2012, p.156)
JURISPRUDÊNCIA
Ao falarmos em Jurisprudência, estamos nos referindo a uma forma de manifestação escrita do Direito, por intermédio do exercício da Jurisdição estatal, ou seja, na forma que o Estado, por meio dos Órgãos que compõem o Poder Judiciário, interpreta e aplica o Direito.
Trata-se de um conjunto de julgamentos emanados dos Tribunais que defendem de modo uníssono a forma de “ver o Direito”.
Um dos papéis da jurisprudência é o de dar dinamismo ao Direito, vez que as Leis, principais fontes do Direito, não acompanham na sua produção ou adaptação a mesma rapidez com que se alteram as relações sociais.
Como tratado, a jurisprudência é uma consequência do exercício da função estatal denominada “jurisdição”, conclusão esta que podemos retirar das palavras de Hugo de Brito Machado:
A palavra jurisprudência pode ser empregada em sentido amplo, significando a decisão ou o conjunto de decisões judiciais, e em sentido estrito, significando o entendimento ou diretiva resultante de decisões reiteradas dos tribunais sobre um determinado assunto. (MACHADO, 2000, p.63)
Desse modo, pode-se dizer que a Jurisprudência acaba por ser uma Fonte escrita do Direito, tendo como propósito demonstrar a forma como o Órgão Jurisdicional “enxerga” o Direito, ou seja, o real alcance de determinada Norma ou Instituto do Direito aplicado à solução de conflitos.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Por princípio podemos entender, inicialmente, que se trata do começo, do início de algo ou, ainda, de um determinado valor que se tem com relação a uma certa forma de comportamento.
No caso do Direito, os Princípios indicam o caminho que o operador do Direito, pode utilizar para interpretar o Sistema Jurídico como um todo.
Com relação ao emprego dos Princípios como Fonte do Direito, alguns doutrinadores reconhecem que eles representam um determinado padrão de justiça e equilíbrio, que deve estar presente nas relações sociais.
Nesse sentido, o uso dos Princípios pelos operadores do Direito deve ser despojado de qualquer subjetivismo, devendo seu emprego ser justificado por questões de Fato e de Direito.
Desse modo, a utilização dos Princípios como Fonte do Direito não pode ser o primeiro fundamento para qualquer decisão que um magistrado venha a tomar, pois seu emprego na solução de conflitos deve ser precedido pelas tentativas de utilização da Analogia, da Jurisprudência e dos Costumes.
Tal condição é muito bem tratada por Maria Helena Diniz: 
Quando a analogia e o costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre a deficiência da ordem jurídica, adotando princípios gerais do direito, que, às vezes, são cânones que não foram ditados, explicitamente, pelo elaborador da norma, mas que estão contidos de forma imanente no ordenamento jurídico. (DINIZ, 2003, p.458).
Um destaque a ser dado aos “Princípios” é que eles não podem ser utilizados somente para a interpretação do Direito. Eles têm o condão de fornecer ao legislador o direcionamento a ser dado para a inovação do Sistema Jurídico, vez que a efetiva compreensão dos princípios permite identificar a forma que devem ser entendidos determinados institutos do Direito.
A seguir, vamos conhecer alguns desses Princípios Gerais do Direito, nos quais se pode perceber o alcance pela simples compreensão do que descrevem:
• “Todos devem ser tratados como iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
• “Todos são inocentes até prova em contrário”.
• “Ninguém deverá serobrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtude da lei”.
• “Nas declarações de vontade deverá ser mais considerada a intenção do que o sentido literal da linguagem”.
• “Não há crime e não a pena sem lei anterior que o defina”.
• “Irrenunciabilidade de direitos”.
• “In dubio pro operário”.
• “Ninguém deve ser responsabilizado de mais de uma vez pelo mesmo fato”.
DOUTRINA
A Doutrina, como Fonte do Direito, pode ser compreendida como uma produção científica dada pelos cientistas da Ciência do Direito que, ao apreciarem certo Sistema Jurídico por intermédio do emprego de métodos científicos, definem seu entendimento e o alcance de suas Fontes do Direito, apresentando fórmulas de compreensão de seus Institutos jurídicos.
Um dos papéis da Doutrina é incentivar a pesquisa sobre a Ciência do Direito, permitindo avanço na sedimentação de interpretações, por intermédio de pensamento reflexivo, fazendo surgir novas propostas de melhorias das Normas primárias e das Jurisprudências dos Tribunais.
Paulo Nader apresenta um conceito simples, mas objetivo, sobre qual o papel da Doutrina na condição de Fonte do Direito:
[...] como fonte do direito, é o conjunto de regras, ideias e princípios jurídicos extraídos das obras dos jurisconsultos. (NADER, 2012, p.211).
2
 
.MsftOfcThm_Text1_Fill_v2 {
 fill:#000000; 
}

Outros materiais