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Marianna Lopes – 6° semestre FTC S E M I O L O G I A HISTÓRIA CLÍNICA Quando referido algum sintoma, é preciso relacioná- lo com tempo, evolução, localização, características, intensidade e fatores de melhora e piora • Sintomas: Dor torácica, dispneia, tosse, expectoração, vômica, hemoptise, sibilância, entre outros o Vias aéreas superiores: Obstrução nasal, rinorreia anterior e posterior, prurido nasal e ocular, espirros, epistaxis, dor de garganta, rouquidão, entre outros Causas de dor torácica • Parede torácica o Processos inflamatórios superficiais o Lesões traumáticas o Distensão muscular o Neoplasias ósseas o Espondiloartrose cervical e torácica o Hérnia de disco o Compressões radiculares o Neuralgia herpética o Dorsalgia • Traqueia, brônquios, pulmões e pleuras o Traqueítes e bronquites o Neoplasias e câncer de pulmão o Pneumonias o Embolia pulmonar o Infarto pulmonar o Pleurites o Pneumotórax espontâneo o Traumatismos torácicos • Causa psicogênica o Tensão nervosa o Neurose de ansiedade e/ou depressão o Síndrome do pânico Hábitos de vida História ocupacional Cigarro eletrônico • Risco cardiovascular • Risco de explosão e queimadura • Risco citotóxico e genotóxico o Fragmentação do DNA o Redução da viabilidade celular o Presença de flavorizantes e mentol • Associação comum ao uso de álcool, maconha e energéticos Narguilé (waterpipe) • Risco de intoxicação por CO • Redução da capacidade aeróbia • Alterações periodontais • ECG: QT, P-wave e T² Cigarro de maconha • Evidências A o Os efeitos histopatológicos da maconha são semelhantes ao do cigarro comum o A maconha contém vinil-clorido, dimetil- nitrosamina e outros carcinógenos o O número e a frequência de exposição não estão relacionados com a frequência das lesões encontradas • Evidências B o A maconha pode causar declínio na função pulmonar (efeito pode chegar a 2 vezes mais que o cigarro comum) o O uso de mais de 20 baseados/ano se associa ao dobro do risco de desenvolver obstrução de vias aéreas Cigarro comum e fogão à lenha O risco para DPOC e bronquite é medido por exposição (em mulheres) e Odds ratio (IC 95%) • Lenha: 3,92 (1,7 - 9,1) • Lenha (bronquite): 15,0 (5,6 - 40,0) Marianna Lopes – 6° semestre FTC • Lenha (DPOC): 75,0 (18,0 – 306,0) • Cigarro comum: 2,4 (1,2 – 5,5) Carga tabágica (unidade ano-maço) Nº de maços por dia X Nº de anos fumando = CT (1 maço é considerado como 20 cigarros) EXAME FÍSICO Adicionar linhas de referência oblíqua e posterior Inspeção estática Basicamente analisa a aparência do tórax, avaliando lesões elementares, forma (atípica/ barril/ carinatum/ escavatum/ cifótico/ escoliótico/ instável traumático), abaulamentos, retrações, cicatrizes e coloração, além de observar se há desvios da coluna (escoliose, cifose ou lordose – podem causar insuficiência respiratória) e a estrutura óssea (esterno, costelas e vértebras) • Formato do tórax: o Atípico (normal) o Tonel (ex. DPOC e enfisema) o Funil (escavatum) o Tórax de pombo o Peito em quilha • Tipo de tórax: • Deformidades ou assimetrias: • Baqueteamento digital: Alteração típica de algumas alterações (ex. câncer de pulmão) e as pontas dos dedos se dilatam, deixando a unha em forma de vidro de relógio • Cianose Inspeção dinâmica Define o padrão respiratório (eupneico, taquipneico e bradipneico), tipo respiratório (abdominal, torácica ou tóroco-abdominal), amplitude (respiração profunda ou superficial), simetria e se existe uso da musculatura acessória (tiragem intercostal, retração subdiafragmática, retração supraesternal e retração da fúrcula esternal) • Frequência respiratória (normal: 14-20ipm) o Taquipnéia (>20ipm): Rápida e superficial → Doença pulmonar restritiva, dor torácica pleurítica ou elevação diafragmática o Bradipnéia (<14ipm) → Depressão respiratória e HIC • Padrões respiratórios: o Tipo respiratório: Costal superior ou toracoabdominal o Ritmo respiratório • Amplitude e simetria torácica • Uso de musculação acessória • Presença de ruídos audíveis sem estetoscópio Alterações no ritmo respiratório • Dispneia: Movimentos respiratórios amplos e rápidos, tendo típica falta de ar • Dispneia suspirosa: Inspirações profundas, esporádicas, em meio a um ritmo respiratório normal (distúrbios psicológicos ou pela simples emoção) o Síndrome do suspiro em indivíduos com muito estresse • Ritmo de Biot: Ritmo respiratório totalmente irregular (frequência e amplitude – choque, HIC e lesões do sistema nervoso central) • Ritmo de Cantani: Amplitude dos movimentos respiratórios aumentada de modo regular e, consequentemente, acidose metabólica (cetoacidose diabética e insuficiência renal) Marianna Lopes – 6° semestre FTC • Ritmo de Kussmaul: Alternância sequencial de apneias inspiratórias e expiratórias (agravamento de acidoses metabólicas) • Ritmo de Cheynes-Stockes: Alternância entre períodos de apneia, seguidos por hiperpneia crescente e decrescente (amplitude variável), até a instalação de nova apneia (ICC grave, lesões do SNC e HIC) Palpação Avaliação das condições das partes moles e arcabouço ósseo, atentando-se para sensibilidades, enfisema subcutâneo, contratura e atrofia musculares, calos ósseos, expansibilidade, complacência pulmonar, pesquisa de pontos dolorosos e frêmito tóraco-vocal • Expansibilidade: Deve ser realizada no ápice, com as mãos na base do pescoço, polegares juntos no processo espinhoso e dedos acima da escápula, na base e entre elas, sempre pedindo que o paciente realize movimentos inspiratórios e expiratórios profundos • Frêmito tóraco-vocal: Vibração sentida quando o paciente emite um som estridente (“33”), que auxilia diagnóstico de processos patológicos, tais como derrame pleural (diminuído – líquido entre a pleura e o pulmão dificulta propagação do som) ou consolidações pulmonares (aumentado – sólido da consolidação permite maior transmissibilidade por meio da árvore brônquica – pneumonia) Percussão Com a falange digital (3º dedo) da mão dominante devem ser realizadas batidas na falange (2 ou 3º dedo) da mão dominante, realizando-se sempre a comparação entre os sons produzidos na porção de um hemitórax com a do outro • Som claro pulmonar: Som normal definido entre macicez e timpanismo • Som timpânico: Som de estruturas "ocas", ou seja, com grande quantidade de ar (enfisema pulmonar, pneumotórax e abdome) • Som submaciço: Ocorre quando há líquido interposto entre o parênquima pulmonar e a parede torácica (derrame pleural) • Som maciço: Obtido quando se percute regiões mais densas (tumores periféricos, pneumonias – consolidação – e fígado) • Hipersonoridade pulmonar: Alteração por percussão aumentada por excesso de ar (ex. hemitórax) Ausculta Com o paciente realizando inspirações e expirações profundas com a boca entreaberta, sem realizar barulho, ausculta-se som traqueal, respiração brônquica e murmúrios vesiculares Preferencialmente entre os espaços intercostais e próximo ao corpo esternal • Murmúrio vesicular: Som normal dos pulmões, que representa a entrada e saída de ar deles, podendo ser ausente ou diminuído Ruídos adventícios • Estertor fino (crepitações – “cabelos”): Tipo de som nítido e descontínuo, gerados no final da inspiração, quando o ar entra em um alvéolo pulmonar que contenha líquido • Estertor grosso: Som menos agudo e mais durador que os finos (no início da inspiração e durante toda a expiração), que sofre nítida alteração com a tosse, podendo ser ouvido em todas as regiões do tórax, e tem origem na abertura e fechamento de vias aéreas contendo secreção viscosa e espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas (bronquite crônica e bronquiectasias)• Ronco: Ruído longo, grave e musical, que aparece na inspiração e, com maior frequência, na expiração e é gerado pelo turbilhão aéreo que se forma com a movimentação de muco e/ou líquido dentro da luz das vias aéreas, que geralmente são brônquios de grosso calibre, sendo que podem surgir e desaparecer em curto espaço de tempo (asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas) • Sibilo: Som contínuo, musical, bem distribuído e de longa duração, causado em vias aéreas estreitas, que, com o fechamento prévio (ponto de oclusão) dos brônquios, o fluxo aéreo em alta velocidade faz as paredes das Marianna Lopes – 6° semestre FTC vias aéreas vibrarem, por isso, para haver sibilância, deve haver alguma doença que abstrói o fluxo aéreo (DPOC – asma e bronquite) • Atrito pleural: Ocorre por um processo inflamatório das pleuras visceral e parietal, que torna a superfície das pleuras irregulares, gerando atrito (“pano velho”) • Estridor: Tipo especial de sibilo com maior intensidade na inspiração, sendo audível à distância, e acontece nas obstruções altas da laringe ou da traqueia (laringites agudas, câncer da laringe e estenose da traqueia) A propedêutica pulmonar deve ser feita em todas porções, comparando um hemitórax com o outro e atentando-se para a escápula
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