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Direito Penal – Das Penas 
Teoria da pena 
Acerca das teorias existentes sobre o fundamento do direito de punir, Mirabete nos ensina que: 
“investigando-se o direito de punir do Estado (também dever de punir), que nasce com a prática 
do crime, surgiram três correntes doutrinárias a respeito da natureza dos fins da pena, quais 
sejam, as teorias absolutas, as relativas e as mistas” (grifou-se). 
TEORIAS ABSOLUTAS OU RETRIBUTIVAS 
As teorias absolutas ou retributivas têm como fundamento a retribuição jurídica e a punição do 
delito praticado como finalidade da pena. 
A sanção é simplesmente a consequência jurídica do delito, isto é, a exigência do 
restabelecimento da ordem jurídica infringida; 
Pune-se o agente porque cometeu um crime. 
Nos dizeres de Mirabete, “ao mal do crime impõe-se o mal da pena do que resulta a igualdade 
que trará a justiça”. 
TEORIAS RELATIVAS, UTILITÁRIAS OU PREVENCIONISTAS 
Surgiram em contraposição as teorias absolutas ou retributivas; 
Apontam como finalidade fundamental da pena o seu sentido preventivo e de utilidade 
social; 
Enquanto as teorias absolutas (ou retributivas) visam a retribuição do fato criminoso cometido, as 
teorias relativas (ou preventivas) buscam prevenir contra a ocorrência de novos crimes; 
Nos dizeres de Magalhães de Noronha, “as teorias relativas procuram um fim utilitário para a 
punição. O delito não é causa da pena, mas ocasião para que seja aplicada. Não repousa na 
idéia de justiça, mas de necessidade social (punitur ne peccetur). Deve ela dirigir-se não só ao 
que delinquiu, mas advertir os delinquentes em potencial que não cometam crime”. 
Essa teoria se divide em prevenção geral (negativa e positiva) e em prevenção especial 
(negativa e positiva); 
Prevenção geral: consiste basicamente em uma advertência a todos os membros do grupo 
social para não delinqüirem; 
A prevenção geral negativa se dá através da própria aplicação da pena ao autor da infração 
penal; tal sanção acaba por causar reflexos na sociedade, pois é consiste numa prevenção por 
intimidação (visa intimidar quem está pensando ou quem está praticando algo ilegal, com o 
exemplo semelhante ao de quem foi punido pela infração penal realizada); 
A prevenção geral positiva tem como objetivo conscientizar a sociedade para que não siga o 
exemplo do infrator; 
Prevenção especial: destina-se exclusivamente ao autor do delito, para que este não volte a 
delinquir; 
A prevenção especial negativa é aquela que neutraliza o autor da infração penal, retirando-o 
do convívio social, o que, conseqüentemente, o impede de cometer novamente uma conduta 
criminosa. 
A prevenção especial positiva, por seu turno, é o procedimento que permite a reflexão do 
infrator mediante o ato praticado, possibilitando uma ressocialização de seu caráter, para que 
não cometa, mais uma vez, atos ilícitos dentro da sociedade. 
TEORIAS MISTAS, UNITÁRIAS OU ECLÉTICAS 
A pena está associada a um fim útil e a um conceito retributivo; 
Para a teoria mista ou eclética a pena é tanto uma retribuição ao condenado pela realização 
de um delito, como uma forma de prevenir a realização de novos delitos; 
De acordo com Magalhães Noronha, "as teorias mistas conciliam as precedentes. A pena tem 
índole retributiva, porém objetiva os fins da reeducação do criminoso e de intimidação geral. 
Afirma, pois, o caráter de retribuição da pena, mas aceita sua função utilitária”. 
Brasil: as penas possuem caráter predominantemente de retribuição, acrescentando-se a elas 
uma finalidade de prevenção e ressocialização do criminoso. 
Espécies 
As penas podem ser classificadas de acordo com o bem jurídico do condenado que será 
atingido; 
As penas em espécies se encontram regradas no art. 32 do Código Penal e assim são 
classificadas: 
 “Artigo 32 - As penas são: 
 I - privativas de liberdade; 
 II - restritivas de direitos; 
 III - de multa” ytfrews 
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (arts. 32 a 42 do Código Penal) 
O doutrinador Cesar Roberto Bitencourt ensina que a pena privativa de liberdade é a modalidade 
de sanção penal que limita a liberdade de ir e vir do condenado, em razão da prisão pelo 
tempo determinado na sentença condenatória; 
Em regra, a pena privativa de liberdade será cumprida em estabelecimento prisional; 
Atenção! As penas privativas de liberdade podem ser substituídas por restritivas de direito e 
multa; 
Espécies: as penas privativas de liberdade podem ser divididas conforme a classificação da 
infração penal: 
a) crime ou delito: pena de reclusão ou detenção; 
b) contravenção penal: prisão simples, cf. artigo 5º da Lei de Contravenções Penais (Decreto-
Lei 3.688/41). 
Regimes de cumprimento: o art. 33 do CP consagra os regimes de cumprimento de pena 
dependendo da modalidade a ser cumprida. 
 
✓ a) pena de reclusão: por ser mais severa é cominada aos delitos mais graves, devendo 
ser cumprida no regime fechado, semi-aberto ou aberto; 
✓ b) pena de detenção: deve ser cumproda em regime semi-aberto ou aberto, salvo 
necessidade de transferência do apenado para o regime fechado (devendo-se 
fundamentar e comprovar a necessidade da transferência para tal espécie). 
Fixação dos regimes: ocorre pautando-se em três fatores descritos no art. 33 do CP, quais 
sejam: quantidade da pena, circunstâncias judiciais e reincidência. A escolha do regime 
indica o grau de intensidade do delito praticado. 
Atenção! Para conduta delitiva considerada ou equiparada a crime hediondo, nos termos da Lei 
8.072/90, o regime será inicialmente fechado. 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (arts. 43 à 48 do CP) 
Também chamadas de penas alternativas, buscam evitar a desnecessária imposição da 
pena privativa de liberdade, quando preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal; 
Pretendem alcançar a ressocialização do condenado através da restrição de alguns de seus 
direitos, deixando a privação de liberdade reservada para situações excepcionais; 
São penas reservada aos indivíduos que estão envolvidos na prática de infrações penais de 
gravidade reduzida, cabendo ao juiz tal fixação; 
São penas autônomas e substituem as penas privativas de liberdade; 
 (Atenção! o preceito secundário do tipo pode cumular a uma pena de detenção, por exemplo, 
medidas assemelhadas, como demonstrado no art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro: “Art. 
302 – Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas – detenção, de dois a 
quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão para dirigir veículo automotor”) 
Espécies (art. 43 do Código Penal): 
a) Prestação pecuniária: é o pagamento em dinheiro que pode ter como beneficiários a vítima 
e seus dependentes ou as entidades públicas ou privadas, que tenham uma destinação social. 
Tal valor é fixado pelo juiz tendo como patamar a importância de um a 360 (trezentos e sessenta) 
salários mínimos; 
Caso haja consentimento do beneficiário o pagamento em dinheiro poderá ser substituído por 
outro tipo de prestação através de doação de cestas básicas, de material escolar, de 
equipamentos hospitalares ,de mão-de obra, etc, prática que vem sendo adotada nos Juizados 
Especiais Criminais. 
Espécies (art. 43 do Código Penal): 
b) Perda de bens e valores: 
Autorizada pelo art. 5º, XLVI , b, da Constituição Federal; 
Conforme Mirabete, a perda de bens e valores consiste “no confisco em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional de quantia que pode atingir até o valor referente ao prejuízo causado ou 
do proveito obtido pelo agente ou por terceiro em conseqüência da prática do crime, 
prevalecendo aquele que for maior”. (grifou-se) 
O Fundo Penitenciário Nacional objetiva a destinação de recursos para construção, reforma, 
ampliação e aprimoramento de estabelecimentos penais, programas de assistência aos 
presos, internados e vítimas do crime. 
Espécies (continuação): 
c) Prestação de serviços à comunidade ou às entidades públicas: consiste na atribuição deafazeres ao condenado, de forma gratuita, para estabelecimentos de cunho assistencial ou que 
possua programas comunitários. Visa propiciar ao condenado um trabalho reparador em 
benefício da sociedade; 
Espécies 
d) Interdição temporária de direitos: tem como finalidade impedir o exercício de determinada 
função ou atividade por um período de tempo determinado, bem como impedir a frequência a 
determinados lugares; 
Pode consistir em: proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como 
mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou oficio que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; suspensão de autorização ou de 
habilitação para dirigir veículo; proibição de freqüentar determinados lugares; proibição de 
inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos. 
Espécies 
e) Limitação de fim de semana: imputa ao condenado permanecer nos sábado e domingos, 
pelo período de cinco horas diárias, em casa de albergado, ou outro local adequado, com a 
finalidade de participar de palestras ou cursos e de desenvolver atividades educativas. 
PENA DE MULTA (arts. 49 a 52 do CP) 
É uma sanção de cunho patrimonial e consiste no pagamento de determinado valor em favor 
do Fundo Penitenciário Nacional, calculado na forma de dias-multa; 
A pena de multa não pode ser confundida com prestação pecuniária e perda de valores, porque 
não tem a natureza de pena restritiva de direitos embora situada como pena alternativa; 
Obedece ao sistema bifásico de aplicação, no qual o juiz estabelece o número de dias-multa, 
que varia de 10 a 360 , e quando definida a quantidade, fixa o valor de cada dia-multa; 
O valor fixado leva em conta a situação econômica do acusado, porém não poderá ser 
inferior a um trigésimo do valor do maior salário mínimo mensal vigente à época do fato e nem 
superior a cinco vezes esse mesmo salário (art. 49, §1º, CP); 
A quantidade de dias-multa deve levar em consideração a culpabilidade do agente. 
Alternativas ao Controle Penal 
Qual a verdadeira finalidade da pena? Muitos doutrinadores e estudiosos defendem que a 
finalidade da pena deva ser repensada. 
Pretensão social ao “castigo”: encontra legitimação na justa reparação que deve ser imposta 
ao condenado, em razão da ruptura das normas de convívio social; 
Sistema punitivo adotado: historicamente, o único sistema punitivo que tem se mostrado 
condizente com os imperativos do Estado Democrático de Direito (explicitamente trazido pela 
nossa Carta Magna) é aquele que propicia as bases para uma real integração do indivíduo 
infrator à sociedade. 
Pena privativa de liberdade: 
a) Cristalizou-se, em termos históricos, como a modalidade por excelência de controle social 
no mundo moderno, na medida em que pôs fim ao chamado teatro do suplício, que marcou a 
cena punitiva da Idade Média; 
b) Vai dando mostras cada vez mais inequívocas de esgotamento histórico, considerando-se 
que as promessas da retribuição e da ressocialização não se cumpriram; 
c) O ideal punitivo almejado na atualidade versa em torno da certeza da punição, em prol de 
uma política que tenha no centro as penas restritivas de direito. 
Prisão x Alternativas Penais: 
Prisão: o mestre Evandro Lins e Silva defende que a prisão "perverte, corrompe, deforma, avilta, 
embrutece. É uma fábrica de reincidência, é uma universidade às avessas, onde diploma o 
profissional do crime”; 
Alternativas Penais: representam, para seus defensores, um dos meios eficazes de prevenir a 
reincidência criminal, pois enseja que o infrator, cumprindo sua pena em liberdade, seja 
monitorado pelo Estado e pela sociedade, ampliando-se assim, as possibilidades de sua 
reintegração social.

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