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Estratégias de leitura - texto e intertextualidade APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos trabalhar com o terceiro nível de uma leitura vertical, que é o nível cultural. Nele, procuraremos aperfeiçoar a leitura que fazemos do que está por trás das linhas de um texto. Para isso, necessita-se de conhecimento de mundo e de outros textos com os quais o texto lido está dialogando. A intenção é construir um julgamento sobre o que foi dito, levando-o a se posicionar diante de um fato. Vejamos, pois, que critérios usamos para isso. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Desenvolver leituras verticais adequadas aos objetivos do leitor;• Aprimorar as estratégias de leitura intertextual de um texto;• Elaborar e ler textos com foco nos elementos culturais relevantes a cada produção.• DESAFIO Monte Castelo - Renato Russo Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade O amor é bom, não quer o mal Não sente inveja ou se envaidece O amor é o fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria É um não querer mais que bem querer É solitário andar por entre a gente É um não contentar-se de contente É cuidar que se ganha em se perder É um estar-se preso por vontade É servir a quem vence, o vencedor É um ter com quem nos mata a lealdade Tão contrário a si é o mesmo amor Estou acordado e todos dormem Todos dormem, todos dormem Agora vejo em parte Mas então veremos face a face É só o amor! É só o amor Que conhece o que é verdade Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria A famosa canção de Legião Urbana, "Monte Castelo", alvo de muito sucesso nos anos de 1980, pela letra e pela melodia, é resultado de uma leitura anterior que seu autor, Renato Russo, fez da Bíblia. O seu desafio é encontrar o texto bíblico original que inspirou a canção e observar o tipo de diálogo que é construído entre os dois. INFOGRÁFICO Veja o infográfico a seguir e tenha uma visão esquemática a respeito das estratégias de leitura - texto e intertextualidade. CONTEÚDO DO LIVRO Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito da leitura intertextual, leia atentamente o capítulo Estratégias de Leitura – Texto e Intertextualidade da obra Comunicação e Expressão,base teórica dessa Disciplina. Boa leitura. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Letícia Sangaletti Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 S225c Sangaletti, Leticia. Comunicação e expressão [recurso eletrônico] / Leticia Sangaletti, Laís Virginia Alves Medeiros; [revisão técnica: Laís Virginia Alves Medeiros] . – Porto Alegre: SAGAH 2018. ISBN 978-85-9502-215-7 1. Comunicação. 2. Língua Portuguesa. I. Medeiros, Laís Virginia Alves. II. Título. CDU 81’38 Revisão técnica: Laís Virginia Alves Medeiros Mestra em Letras – Estudos da Linguagem: Teorias do Texto e do Discurso Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora: Português e Francês Estratégias de leitura – texto e intertextualidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Desenvolver leituras verticais adequadas aos seus objetivos como leitor. � Aprimorar as estratégias de leitura intertextual de um texto. � Elaborar e ler textos com foco nos elementos culturais relevantes a cada produção. Introdução Neste texto, você vai trabalhar com o terceiro nível de uma leitura vertical, que é o nível cultural. Assim, irá aperfeiçoar a leitura que faz do que está por trás das linhas de um texto. Para isso, você necessita de conhecimento de mundo e de outros textos com os quais o texto lido está dialogando. A intenção é construir um julgamento sobre o que foi dito, levando você a se posicionar diante de um fato. Concepção de intertextualidade A intertextualidade é um dos grandes temas a que a linguística textual tem se dedicado. Por isso, há várias pesquisas e estudos voltados ao assunto. No conjunto dos conhecimentos constitutivos do contexto, se destaca aquele referente a outros textos. Este consiste na intertextualidade. Para Roland Barthes (1988, p. 69), “[...] o texto é um tecido de citações, saídas dos mil focos da cultura [...]”. Quem pode decifrar as múltiplas vozes é o leitor, que deve ter a capacidade de perceber os “mil focos da cultura” no período da enunciação: “O leitor é o espaço mesmo onde se inscrevem, sem que nenhuma se perca, todas as citações de que é feita uma escritura.” (BARTHES, 1988, p. 70). Nessa perspectiva, a intertextualidade é possível no processo do texto, e no ato de leitura, quando se pode notar o intertexto. Outro renomado teórico da intertextualidade, Gérard Genétte (1992), diz que a intertextualidade é um dos fenômenos da transtextualidade. Marcuschi (2008, p. 130) explica que fazem parte dessa transtextualidade: � A intertextualidade, que supõe a presença de um texto em outro (por citação, alusão, etc.); � A paratextualidade, que diz respeito ao entorno do texto propriamente dito, sua periferia (títulos, prefácios, ilustrações, encartes, etc.); � A metatextualidade, que se refere à relação de comentário de um texto por outro; � A arquitextualidade, bastante mais abstrata, que põe um texto em relação com as diversas classes às quais ele pertence (por exemplo, um poema de Baudelaire se encontra em relação de arquitextualidade com a classe dos sonetos, com a das obras simbolistas, com a dos poemas, com a das obras líricas, etc.); � A hipertextualidade, que recobre fenômenos como a paródia, o pas- tiche, etc. Ao tratar os mecanismos da textualidade como critérios, Marcuschi (2008) ressalta que a intertextualidade é também um princípio constitutivo. Nesse sentido, ela compreende o texto como uma comunhão de discursos, e não como algo isolado ou apenas um simples critério de textualidade. Mas, afinal, você sabe o que é intertextualidade? Koch e Elias (2006) dizem que, para responder a essa pergunta, é necessário levar em conta outras duas perguntas: “Quantas vezes, no processo de escrita, constituímos um texto recorrendo a outro(s) texto(s)?” e “Quantas vezes, no processo de leitura de um texto, necessário se faz, para a produção de sentido, o (re)conhecimento de outro(s) texto(s) – ou do modo de constituí-los?”. Para Koch e Elias (2006, p. 59), “[...] todo texto é um objeto heterogêneo, que revela uma relação radical de seu interior com seu exterior; e desse exterior, evidentemente, fazem parte outros textos que lhe dão origem, que o prede- terminam, com os quais dialoga, que retoma, a que alude, ou a que se opõe.”. Já os estudiosos Beaugrande e Dressler (apud KOCH; TRAVAGLIA, 1997, p. 45) dizem que “[...] a intertextualidade se refere aos fatores que vão depender da utilização adequada de um texto e do conhecimento que se tenha de outros textos anteriores.”. Estratégias de leitura – texto e intertextualidade104 A intertextualidade ocorre quando há um texto inserido em outro texto que já foi reproduzido anteriormente e que faz parte da memória social de uma coletividade. Trata-se de um elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura. Além disso, abrange as diversas maneiras pelas quais a produção/recepção de um determinado texto depende de conhecimentos de outros textos por parte dos inter- locutores, ou seja, dos diversos e variados tipos de relações que um texto sustenta com outros textos (KOCH; ELIAS, 2006). Observe exemplos nas Figuras 1 e 2. Figura 1. Exemplo de intertextualidade em uma campanha de conscientização no trânsito. Fonte: Ester (2013). 105Estratégias de leitura – texto e intertextualidadeFigura 2. Exemplo de intertextualidade em uma campanha publicitária. Fonte: Simoni (2010). Você pode constatar, nos exemplos, que há o intertexto, ou seja, um texto inserido em outro, ambos constituídos a partir da memória social. No primeiro, há visualmente a imagem da personagem Pinóquio, que, quanto mais mente, mais aumenta o nariz. Já no segundo, há uma intertextualidade com o filme Kill Bill. Nesse caso, mesmo que não exista a explicação do texto-fonte, o leitor consegue constatar a intertextualidade, pois o texto-fonte faz parte da memória social, o que possibilita que seja facilmente recuperado (KOCH; ELIAS, 2006). Se o leitor não tiver lido ou visto a história do Pinóquio e visto o filme de Tarantino, não vai compreender a intertextualidade. Conforme Koch e Elias (2006), a intertextualidade pode ser implícita ou explícita, como você vai ver a seguir. Intertextualidade explícita e implícita A intertextualidade explícita ocorre quando se faz a citação da fonte do intertexto. Acontece, por exemplo, em discursos relatados, nas citações e referências, nos resumos, resenhas e traduções; e também nas retomadas de texto de parceiro para encadear sobre ele ou questioná-lo na conversação (KOCH; ELIAS, 2006). As teóricas explicam que a intertextualidade com explicitação da fonte aparece em diversos gêneros textuais. Porém, para que ocorra a produção de sentido, além da verificação do fenômeno, o leitor deve considerar a importância e a função da escolha realizada pelo autor. Isso quer dizer que o leitor deve se perguntar: por que e para que o autor citou a fonte, se ele poderia não citar? Estratégias de leitura – texto e intertextualidade106 A intertextualidade se constitui também de modo implícito. Pode ocor- rer com alusões, na paródia, em certos tipos de paráfrases e ironias. Essa intertextualidade se dá sem a citação da fonte. Assim, é responsabilidade do interlocutor recuperar na memória a informação e construir o sentido do texto. Quando isso não ocorre, grande parte ou mesmo toda a construção do sentido fica prejudicada (KOCH; ELIAS, 2006). Nas produções marcadas por esse tipo de intertextualidade, a fonte não é apresentada pelo autor, conforme as teóricas. Isso pois ele pressupõe que a informação já faça parte do conhecimento do leitor, que deve estabelecer “diálogo” entre os textos e a razão da recorrência implícita a outros textos, para que haja a produção de sentido. No que concerne à intertextualidade implícita, a manipulação operada pelo produ- tor do texto sobre texto alheio ou mesmo próprio possui a finalidade de produzir determinados efeitos de sentido. Esse recurso é usado bastante na publicidade, no humor, na canção popular e também na literatura, por exemplo (KOCH; ELIAS, 2006). Para você ver exemplos de intertextualida- des, leia a reportagem “Intertextualidades” (SOUZA, c2000-2015) neste link ou código: https://goo.gl/sbMOuZ Intertextualidade, leitura e produção de sentido Para o processo de compreensão do texto, além de conhecer o texto-fonte, Koch e Elias (2006, p. 85-86) afirmam que “[...] necessário se faz também considerar que a retomada de texto(s) em outro(s) propicia a construção de 107Estratégias de leitura – texto e intertextualidade novos sentidos, uma vez que são inseridos em outra situação de comunicação, com outras configurações e objetivos.”. Samoyault (2008) reúne em seu livro comandos a partir de orientações de teóricos como Genette e Champagnon. Conforme a pesquisadora, a partir do texto Palimpsestes, de Gérard Genette, se adquiriu o hábito de distinguir as práticas intertextuais em dois tipos: relação de copresença e relação de derivação. Na de copresença, há, por exemplo, o A presente no texto B. No caso da derivação, há A retomado e transformado em B, o que Genette chama também de prática hipertextual. A partir dessa distinção, se organizou uma tipologia, conforme descreve Samoyault (2008). A citação, a alusão, o plágio e a referência são práticas de intertextuali- dade nas quais se inscreve a presença de um texto anterior no texto atual. Nas palavras da teórica, “Essas práticas da intertextualidade dependem pois da copresença entre dois ou vários textos, que absorvem mais ou menos o texto anterior em benefício de uma instalação da biblioteca no texto atual ou, eventualmente, de sua dissimulação.” (SAMOYAULT, 2008, p. 48). A seguir, você pode compreender melhor algumas das categorias de intertextualidade. � Citação: é identificável de modo imediato, tendo em vista o uso de marcas tipográficas específicas, como aspas, itálicos, separação do texto citado. Para Samoyault (2008, p. 49), “Basta uma dessas marcas para assinalar a citação, a ausência total de tipografia própria transforma a citação em plágio, cuja definição mínima poderia ser a citação sem aspas, a citação não marcada.”. � Alusão: remete a um texto anterior sem marcar a diferença da citação. De acordo com Samoyault (2008), às vezes não é intertextual propriamente dita, sendo exclusivamente semântica, como o enunciado “ele só pensa naquilo”, uma alusão erótica. Mas pode ser também uma alusão intertextual, como a realizada por James Joyce (apud SAMOYAULT, 2008, p. 50) em Ulysses, quando se refere à “Helena de Argos, a jumenta de Troia que não era de madeira e que alojou tantos heróis nos seus flancos.”. Aqui, há uma alusão mitológica e alegórica que não é plenamente visível. Esse tipo de intertextualidade depende muito do efeito de leitura. Ela é frequentemente subjetiva e raramente é necessário desvendá-la para compreender o texto. � Plágio: trata-se de uma retomada literal, porém sem marcas, o que torna a designação do heterogêneo nula. Quando ocorre a apropriação total, questões jurídicas devem ser levantadas a seu respeito, considerando que coloca em causa a propriedade literária, mais ou menos legitimada. Para a Estratégias de leitura – texto e intertextualidade108 teórica, os termos de roubo e fraude são associados ao plágio e deslocam com mais frequência a questão do literário para o jurídico: “Introduzindo problemáticas ligadas à autoridade, à assinatura e à originalidade que ele anula, [...] o plágio merece assim ser mantido na tipologia, quando mesmo outras noções parecem poeticamente mais exatas ou mais eficazes para descrever certas operações de empréstimo.” (SAMOYAULT, 2008, p. 63). � Referência: constitui-se também de intertextos ambíguos, assim como a alusão e o plágio. Para identificá-la, é necessário que o leitor possua de- terminada cultura e sagacidade, tornando a relação intertextual aleatória. As práticas de relação de derivação entre textos podem implicar uma transformação quando se encontra uma paródia, ou uma imitação, que é o pastiche do texto anterior. � Paródia: transforma uma obra precedente de modo a fazer uma caricatura ou reutilização de qualquer forma, transpondo-a. Sua construção visa à ludicidade, à subversão, de modo a desviar o hipotexto para zombar dele, e ainda à admiração. Possui caráter comum ao do patrimônio parodiado, o que possibilita aos leitores reconhecerem o hipotexto facilmente. � Pastiche: imita o hipotexto, remetendo “[...] menos a um texto preciso do que ao estilo característico de um autor e, para isso, o sujeito pouco importa.” (SAMOYAULT, 2008, p. 55). O pastiche admite variantes. Integração e colagem estão entre as operações de absorção de um texto por outro. De acordo com Samoyault (2008), a partir dos diversos fenômenos de integração e colagem, poderia se construir outra tipologia dos intertextos, que está ligada aos mecanismos próprios da escritura intertextual, diferenciando os fenômenos de integração e colagem. � Integração: seus operadores atuam nos textos que absorvem mais ou menos o texto anterior, em benefício da biblioteca no texto atual 109Estratégias de leitura – texto e intertextualidade e, em seguida, de sua dissimulação, eventualmente (SAMOYAULT, 2008). � Colagem: nessas operações, o texto principalé colocado ao lado do intertexto e não o integra, o que valoriza o fragmentário e o heterogêneo. Elas podem aparecer acima do texto, como a epígrafe, e no meio do texto, como imagens colocadas no texto (SAMOYAULT, 2008). � Epígrafe: destacada do texto que ela antecede e introduz, a epígrafe é constituída, geralmente, por uma citação, com referência do autor e do texto do qual foi retirada. É uma colagem feita acima do texto, na sua abertura (SAMOYAULT, 2008). Para saber mais sobre o processo de intertextualidade, leia o texto “Intertextualidade e produção textual” (FRANCO, 2011). CARPINEJAR, F. Somos todos Chapecoense. O Globo, Rio de Janeiro, 29 nov. 2016. Disponível em: <http://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/somos- -todos-chapecoense.html>. Acesso em: 08 out. 2017. ELEUTÉRIO, J. M. Categorias de análise textual aplicadas à leitura e à produção de textos. Linguagem, São Carlos, v. 17, 2010. Disponível em: <http://www.letras.ufscar. br/linguasagem/edicao17/art_eleuterio.pdf>. Acesso em: 08 out. 2017. JUBA CRUZZ COVERS MUSICAIS. Texto e contexto: Prof. Pasquale explica! [S.l.]: YouTube, 2015. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=h8XgdSDSbzU>. Acesso em: 08 out. 2017. KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2006. LAERTE. [Estatuto da Família]. [S.l.]: JusLiberdade, 2015. Charge. Disponível em: <http:// jusliberdade.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Redu%C3%A7%C3%A3o-da- -Maioridade-4.jpg>. Acesso em: 08 out. 2017. LATUFF. Sartori e o piso dos professores. [S.l.]: Sul21, 2014. Charge. Disponível em: <https:// www.sul21.com.br/jornal/sartori-e-o-piso-dos-professores/>. Acesso em: 08 out. 2017. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Penso, 1998. Estratégias de leitura – texto e intertextualidade110 DICA DO PROFESSOR Assista ao vídeo a seguir referente aos assuntos abordados nesta unidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para Brasileiro (2013), uma das tarefas mais difíceis do pesquisador, na fase inicial do trabalho, é a de caracterizar a metodologia da sua pesquisa quanto aos fins, meios e abordagem. No trecho destacado acima, o tipo de intertextualidade do qual a autora lançou mão foi: A) Bricolagem. B) Alusão. C) Citação. D) Epígrafe. E) Paródia. 2) O chefe da seção disse à equipe: “Vamos juntos, turma! Um galo sozinho não tece uma manhã”. No trecho destacado acima, o tipo de intertextualidade do qual o autor lançou mão foi: A) Alusão. B) Paráfrase. C) Paródia. D) Pastiche. E) Epígrafe. 3) - [...] Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e que um dia serão felizes para sempre. Mas, enquanto isso não acontece, o negócio é viver cada experiência livre e sem culpa. Suas avós eram consideradas mulheres de verdade: cuidavam dos filhos e da casa, tal qual a Amélia da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração seguinte exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade de direitos entres os sexos, deixando para as filhas um campo menos minado no trajeto para o sucesso profissional. [...] (OROSCO, 2003) Ao mencionar a personagem Amélia, da canção de Mário Lago e Ataulfo Alves, a autora pretende: A) Diferenciar o modelo de mulheres de verdade, as avós, das mulheres da sociedade contemporânea. B) Apresentar um modelo de mulher que vive sem culpa. C) Fazer uma citação de uma famosa canção para comprovar a sua tese. D) Mostrar uma geração que exorcizou a desigualdade entre os gêneros. E) Remover a ideia da existência de um príncipe encantado e do “felizes para sempre”. 4) Ao observar as duas imagens de Mona Lisa, a de Leonardo da Vinci e a outra uma paródia de Salvador Dali, é possível constatar a construção da arte por meio de: A) Paródia. B) Paráfrase. C) Epígrafe. D) Pastiche. E) Alusão. 5) Quando lemos um texto e, direta ou indiretamente, remetemo-nos a outro, deparamo- nos com o fenômeno linguístico da intertextualidade, que é o diálogo entre textos. Leia os três fragmentos seguintes, retirados de textos de Drummond, Chico Buarque e Adélia Prado: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida. (ANDRADE, 1964) II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, 1989) III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO,1986) Chico Buarque e Adélia Prado estabelecem respectivamente, em relação a Carlos Drummond de Andrade, os seguintes tipos de intertextualidade: A) Paráfrase e paródia. B) Alusão e paráfrase. C) Alusão e citação. D) Epígrafe e paródia. E) Bricolagem e paráfrase. NA PRÁTICA Veja agora como a leitura intertextual está presente em nosso dia a dia. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Intertextualidade, leitura e produção textual Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Intertextualidade Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Intertextualidade: textos "conversam" entre si Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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