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Síndrome de Cushing Definição: Excesso de cortisol (hipercortisolismo); Pode ser ACTH dependente e independente: ACTH dependente – Ex. de tumor que esteja na hipófise fazendo com que aumente ACTH e que esse estimule ainda mais o córtex adrenal a produzir cortisol; ACTH independente – Ex. de tumor que esteja no córtex adrenal estimulando ou produzindo cortisol de forma independente de ACTH. Etiologia: Endógenas: 1)ACTH-dependentes: Tumor (adenoma) na hipófise (70% dos casos de hipercortisolismo) Síndrome do ACTH ectópico (produção de ACTH em outro local, como um câncer de pulmão pode produzir ACTH, tendo cerca de 10% dos casos) 2)ACTH-independente: Adenoma do córtex adrenal (10% dos casos) Carcinoma do córtex adrenal (cerca de 5% dos casos) Causas congênitas e hereditárias de hiperplasia do córtex adrenal, estimulando a produção de cortisol (menos de 2% dos casos) Epidemiologia: A doença de Cushing é um tumor hipofisário produtor de ACTH (micro adenoma menor que 10mm). Mais prevalente em mulheres, tendo proporção de 3,5 : 1 e que é entre 20 e 40 anos. Quadro clínico: Face edemaciada (em lua cheia) e vermelhidão facial (pletórica fácil). Acúmulo de gordura na região supra clavicular (coxins de gordura) e na corcova de búfalo. Depósito de gordura centrípeta, na região abdominal e ao mesmo tempo, esse cortisol em excesso pode causar atrofia da musculatura de membros superiores e inferiores. Alterações da pele, pois o cortisol em excesso pode causar fragilidade na pele, pi seja, qualquer trauma na pele vai ter rompimento de capilar e formando equimoses. Estrias violáceas ou vermelhas Alterações psiquiátricas Pacientes que vão fazer uso de corticoide por longo tempo é importante fazer dosagem de vitamina D (dosando cálcio) e quando repõe cálcio com dose de 500mg por dia + vitamina D 400 unidades por dia. Isso é para prevenir osteoporose induzida pelo uso de corticoides prolongado. Exoftalmia: acúmulo de gordura na região retrocular vai empurrar o globo ocular para frente. Diabetes mellitus e hipertensão secundários a hipercortisolismo Obesidade centrípeta com estrias Face em lua cheia Pseudo Cushing: São determinadas doenças que conseguem simular a doença de Cushing, tanto clinicamente como laboratorialmente. Porém, quando a doença de base é resolvida, todos os sintomas da síndrome de Cushing e valores laboratoriais desaparecem. Quais condições são essas? Alcoolismo, anorexia, depressão. Esses problemas podem induzir uma liberação de CRH lá na hipófise e estimular o cortisolismo por consequência. Síndrome de Cushing cíclica: Existe uma doença chamada hiperplasia pigmentosa primária que promove uma hiperplasia do córtex adrenal e faz secreções cíclicas do cortisol. Portanto, ele passa semanas produzindo cortisol, depois para de produzir e após isso volta novamente (cíclico). Esses intervalos podem ser de semanas e meses ou até mesmos em anos. Para flagrar isso, a dosagem do cortisol precisa ser seriada. Diagnóstico: O primeiro passo é afastar o uso exógeno de corticoide. O paciente faz uso de corticoide? Suspender para investigar. 3 pontos para diagnosticar: 1-Caracterizar a perda do ritmo circadiano do cortisol (aumenta a produção de manhã e vai caindo ao longo do dia, até que chega meia noite e o paciente está com o menor nível de cortisol). Para caracterizar isso, o paciente com Cushing o paciente vai ter o cortisol lá em cima o tempo todo. Então com isso, é necessário dosar o cortisol salivar e o sérico, pois eles estão em equivalência e por isso que se faz a dosagem de cortisol meia noite para saber se o paciente vai ter ele elevado, e se estiver com esse aumento nesse momento, está sendo provado que tem uma perda do ciclo circadiano do cortisol. 2-Identificar se há hipercortisolismo através da dosagem de cortisol urinária de 24 horas por pelo menos três amostras. 3-Identificar a perda da retroalimentação negativa do cortisol. Como isso acontece? Quando for meia noite, vai colocar 1mg de dexametasona no paciente. Se estamos dando cortisol para o paciente, o ACTH e CHA vão diminuir e estimular a adrenal para que ele pare de produzir o cortisol. Depois de tudo isso, quando fizer a dosagem no outro dia pela manhã, o cortisol vai estar baixo por conta do feedback negativo se caso o paciente esteja normal. No caso do paciente com síndrome de cusching, depois de fazer tudo isso, o cortisol pela manhã continuará alto, ou seja, não vai ter inibição do neuro eixo pelo feedback negativo. →Teste de cateterismo bilateral de seios petrosos sob estímulo com CRH ou DDAVP para coleta de ACTH: Para que serve esse teste? Vai servir para diferenciar se a síndrome de Cushing tem seu problema com um tumor hipofisário ou na produção ectópica (algum tumor de pulmão que consiga produzir). Por isso que esse cateterismo vai dosar lá nos seios petrosos, bem próximo da hipófise e comparar com o ACTH que está sendo coletado no sangue periférico. Se o gradiente for alto, a hipófise é o problema, mas se for baixo antes e depois, o problema é ectópico. (método invasivo e é feito em centros médicos maiores). Exames de imagem: Últimos exames que a endocrinologia usa para diagnosticar. Isso porque pode ser que em exames de ressonância magnética de sela túrcica, por exemplo, se encontre um incidentaloma na região que possa estar suspeitando, mas que não é o responsável pela secreção do hormônio. Tratamento: É a retirada do tumor pela base do crânio (cirurgia transesfenoidal). Essa cirurgia tem baixa mortalidade e altos índices de remissão. Quando não consegue tratar cirurgicamente, existe alguns medicamentos que conseguem reduzir secreção de hormônio hipofisário e hipotalâmico e bloquear a esteroidogênese adrenal. Radioterapia – radiar a hipófise e sela túrcica Adrenaletomia bilateral – retirar as adrenais do paciente, porém isso pode gerar problemas como aumento de ACTH e CAH, pois eles querem produzir hormônio já que está com ausência de cortisol e com essa hiperprodução de ACTH devido ao feedback negativo, a glândula pode crescer (síndrome de Nelson) Algumas terapias que podem ajudar a diminuir a secreção de cortisol, ou seja, inibindo a esteroidogênese adrenal.
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