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Educar Adolescentes

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Prévia do material em texto

EDUCAR ADOLESCENTE 
 
 
 
Equipe de Elaboração 
Grupo ZAYN Educacional 
 
 
Coordenação Geral 
Ana Lúcia Moreira de Jesus 
 
 
Gerência Administrativa 
Marco Antônio Gonçalves 
 
 
Professor-autor 
M.ª Jéssica de Freitas Lopes 
 
 
Coordenação de Design Instrucional do Material Didático 
Eliana Antônia de Marques 
 
 
Diagramação e Projeto Gráfico 
Cláudio Henrique Gonçalves 
 
 
Revisão 
Ana Lúcia Moreira de Jesus 
Mateus Esteves de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO ZAYN EDUCACIONAL 
Rua Joaquim Pinto Lara, N° 87 
 2ºAndar – Centro 
Piracema –MG 
CEP: 35.536-000 
TEL: (31) 3272-6646 
ouvidoria@institutozayn.com.br 
pedagogico1@institutozayn.com.br 
 
 
Boas-vindas 
 
 
Olá! 
 
 
É com grande satisfação que o Grupo ZAYN Educacional agradece por 
escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos seus estudos. Nós do ZAYN 
estamos empenhados em oferecer todas as condições para que você alcance 
seus objetivos, rumo a uma formação sólida e completa, ao longo do processo 
de aprendizagem por meio de uma fecunda relação entre instituição e aluno. 
Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de 
nossas atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o 
principal agente de sua formação e que, devido a isso, merece um material 
didático atual e completo, que seja capaz de contribuir singularmente em sua 
formação profissional e cidadã. Some-se a isso também, o devido respeito e 
agilidade de nossa parte para atender à sua necessidade. 
Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no 
processo de formação continuada de modo independente e eficaz, pautado 
pela assiduidade e compromisso discente. 
 Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer 
a você total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em 
consonância, a interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a 
modalidade de cursos on-line, você terá autonomia para formular seu próprio 
horário de estudo, respeitando os prazos de entrega e observando as 
informações institucionais presentes no seu espaço de aprendizagem virtual. 
 Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda 
licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional, 
esperamos que amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha 
aprimorado seu conhecimento crítico a cerca de temas relevantes ao exercício 
no trabalho e na sociedade que atua. Ademais, agradecemos por seu ingresso 
ao ZAYN e desejamos que você possa colher bons frutos de todo o esforço 
empregado na atualização profissional, além de pleno sucesso na sua 
formação ao longo da vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização do conteúdo: 
Prof.ª M.ª Jéssica de Freitas Lopes 
 
 
 
 
 
EDUCAR 
ADOLESCENTE 
GRUPO ZAYN 
EDUCACIONAL 
EMENTA: 
Na disciplina Educar Adolescentes 
será estudada algumas contribuições 
sobre sociedade e avanços 
tecnológicos; sociedade 
contemporânea; cultura e saberes; a 
sociedade e o conhecimento; missão 
da educação; educação, cultura e 
alguns desafios; cultura e suas 
carências. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
-Introdução: Sociedade e avanços 
tecnológicos; 
1. Sociedade Contemporânea; 
2. Cultura e saberes; 
3. A sociedade e o conhecimento; 
4. Missão da Educação; 
5. Educação, Cultura e alguns 
desafios; 
6. Cultura e suas carências; 
-Leitura Complementar; 
-Referências. 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA 
Disciplina: EDUCAR ADOLESCENTES 
 
EMENTA 
 
Na disciplina Educar Adolescentes, será estudada algumas contribuições sobre 
sociedade e avanços tecnológicos; sociedade contemporânea; cultura e 
saberes; a sociedade e o conhecimento; missão da educação; educação, 
cultura e alguns desafios; cultura e suas carências. 
 
OBJETIVOS 
 
Refletir sobre Educação de Jovens Adolescentes, cultura e sociedade. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
-Introdução: Sociedade e avanços tecnológicos; 
1. Sociedade Contemporânea; 
2. Cultura e saberes; 
3. A sociedade e o conhecimento; 
4. Missão da Educação; 
5. Educação, Cultura e alguns desafios; 
6. Cultura e suas carências; 
-Leitura Complementar; 
-Referências. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução: Sociedade e avanços tecnológicos 07 
1. Sociedade Contemporânea 08 
2. Cultura e saberes 09 
3. A sociedade e o conhecimento 10 
4. Missão da Educação 11 
5. Educação, Cultura e alguns desafios 12 
6. Cultura e suas carências 13 
Leitura Complementar 16 
Referências 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
EDUCAR ADOLESCENTES 
 
Introdução: Sociedade e avanços tecnológicos 
 
 
 
Fonte: Imagem retirada da internet 
 
Vivemos numa sociedade marcada por avanços tecnológicos que 
possibilitaram uma nova dinâmica nos fluxos de informação e na velocidade de sua 
produção, mas concomitantemente marcada por desigualdades sociais e 
econômicas que, juntamente com outros fatores, têm resultado na criação de uma 
forma específica de desigualdade: aquela que hierarquiza diferentes culturas e/ou 
limita o acesso aos bens culturais existentes. Esse último aspecto chama em 
particular nossa atenção (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 Dados do Ministério da Cultura demonstram que o acesso da população aos 
bens culturais é muito baixo, revelando um desconhecimento em relação à produção 
artística existente no Brasil, mesmo num contexto em que a proliferação da 
8 
 
 
informação é indiscutível. Tendo em vista esses dados, este ensaio coloca em pauta 
a questão da educação e da cultura na sociedade da informação (CARRARA, 
CARVALHO e LIMA, 2010). 
Argumentamos que, ao se propiciarem situações de aprendizagem que levem 
em conta o patrimônio cultural, criam-se possibilidades de contato com formas 
diferenciadas de se relacionar com o mundo, favorecendo-se a valorização da 
diversidade cultural existente e ampliando-se o acesso às manifestações e práticas 
culturais, aprendizagens cuja construção sinaliza o enfrentamento das 
desigualdades de acesso à cultura, assim como de suas hierarquizações 
(CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 
1- Sociedade contemporânea 
 
As sociedades contemporâneas estão sendo configuradas e reconfiguradas 
pelo contínuo e acelerado avanço científico e tecnológico e, em particular, pelas 
chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs) (CARRARA, 
CARVALHO e LIMA, 2010). 
Esse avanço possibilitou uma nova dinâmica dos fluxos de informação e 
potencializou as interações e trocas entre pessoas de todo o planeta, ao mesmo 
tempo em que valorizou o conhecimento, como principal ativo dos indivíduos e das 
sociedades, e as redes sociais, compreendidas como o modo mais eficaz de 
atuação nas relações pessoais e no mundo do trabalho (CARRARA, CARVALHO e 
LIMA, 2010). 
Nesse contexto, o tema da sustentabilidade permeia as agendas das diversas 
organizações societárias em face das contradições econômicas, sociais, ambientais, 
educacionais e culturais que afetam a humanidade. Ao lado da imensa produção de 
conhecimento e de riquezas tangíveis e intangíveis, vive-se simultaneamente uma 
época marcada por enormes desigualdades sociais e econômicas, que são visíveis 
não apenas em uma análise comparativa internacional, mas no interior mesmo de 
diversos países como o Brasil (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
9 
 
 
Os conflitos políticos, econômicos, étnicos e religiosos se fazem conflitos 
culturais que produzem e reproduzem a diferença sectária, o isolamento social dos 
vários grupos marginalizados, a guetificação e a violência. Perde-se o grande motor 
da cultura: a valorização da potência do ser humano. Valores, tradições e 
expressões culturais compartilhados são imprescindíveis para que os cidadãos se 
reconheçam pertencentes a uma história, território e grupo específicoe constituam, 
portanto, as identidades das diferentes nações e etnias. Vale lembrar que não se 
pode confundir tradições culturais com fundamentalismo cultural, este acirrado pelas 
desigualdades que depreciam as culturas de outros, consideradas estranhas e 
inferiores (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 
2- Cultura e saberes 
 
Fonte: Imagem retirada da internet 
 
Há na cultura – enquanto expressões, saberes e valores – uma dimensão 
secular que se apresenta como resistência, mobilizando sem cessar a solidariedade 
na convivência, o respeito à diferença, a decantação do belo e do justo, e não deixa 
10 
 
 
morrer a ética e a estética. O desafio da busca pela sustentabilidade, em todas as 
suas dimensões – política, econômica, social e ambiental – tem forte respaldo nessa 
força da cultura (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
É a partir desse paradigma que se faz necessário refletir sobre o contexto 
atual. A sociedade que nos toca viver é caracterizada pela sua complexidade: uma 
sociedade multifacetada, tecida pela velocidade de mudanças constantes e 
cumulativas, provocadas pelos avanços científicos e, sobretudo, pelo aumento das 
possibilidades de acesso às redes de informação e de consumo (CARRARA, 
CARVALHO e LIMA, 2010). 
Vivemos numa sociedade movida pelo conhecimento e pela informação; 
numa sociedade-rede, com novos atores e movimentos sociais que incidem cada 
vez mais o seu papel protagônico na definição da agenda política dos Estados. As 
organizações não governamentais, com todas as suas contradições e mesmo 
particularismos, alargam e revitalizam a esfera pública (CARRARA, CARVALHO e 
LIMA, 2010). 
 
3- A sociedade e o conhecimento 
 
A valorização do conhecimento e da informação nas sociedades 
contemporâneas recarrega a importância da educação e da cultura como temas 
prioritários das políticas públicas (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
A educação, em sentido abrangente, pertence à sociedade e se produz por 
um incansável movimento de realimentação sociopolítica, sendo impulsionada por 
um conjunto dinâmico e complexo de sujeitos e inter-relações: desde famílias, 
organizações do território, grupos sociais, organizações de ensino, movimentos 
sociais, coalizões, organizações multilaterais, institutos e fundações empresariais 
até órgãos governamentais de educação que a regulam e ofertam serviços 
educacionais (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 A educação, pela via de suas agências, desempenha um papel importante 
por ser a responsável oficial pela transmissão dos saberes socialmente valorizados 
11 
 
 
e considerados fundamentais às futuras gerações. Mas a sociedade de hoje, 
chamada sociedade do conhecimento, introduz novos modos instigantes de produzir 
conhecimento e, portanto, de aprender (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
Os fluxos e a distribuição da informação democratizaram-se de tal modo que 
podemos falar de uma sociedade não apenas de informações e conhecimentos 
compartilhados, mas de múltiplas possibilidades de aprendizados compartilhados. 
Somos todos aprendentes que circulam em uma roda de fluxos contínuos. Assim, o 
papel das instituições de ensino já não pode se restringir à transmissão de 
conteúdos: é tarefa infrutífera e pouco eficaz. As novas gerações são interativas, 
dialógicas, e portam uma nova racionalidade cognitiva em que o aprender se faz 
descentrado e difuso. São gerações competentes para acessar e processar um 
conjunto simultâneo de informações, conhecimentos e experiências. Na condição de 
aprendentes, circulam por espaços concretos e reais e também por meios e circuitos 
virtuais como twitter, orkut, facebook, celulares e outros (CARRARA, CARVALHO e 
LIMA, 2010). 
 
 
4- Missão da Educação 
 
 
 
Fonte: Imagem retirada da internet 
 
A missão da educação continua sendo formar pessoas capazes de construir 
sua vida e o mundo com ética e dignidade. É dessa compreensão que surgem os 
12 
 
 
quatro pilares da educação promulgados pela Organização das Nações Unidas para 
a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO: aprender a conhecer, aprender a ser, 
aprender a fazer e aprender a conviver. Nessa perspectiva, a cultura não é apenas 
mediação privilegiada para a educação (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
Cultura e educação se vinculam irrevogavelmente. Acessar, fruir, processar e 
criar são uma mesma espiral cultural e educacional. Essa tessitura conjunta constrói 
conhecimentos e saberes, vivências e valores, objetividade e subjetividade 
(CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
A cultura expressa os diversos modos de existir dos diferentes grupos 
humanos, incluindo os modos de lidar com a natureza, as manifestações imateriais – 
os jeitos de cozinhar, dançar e tantos outros –, bem como os produtos materiais que 
resultam das produções concretas e das construções empreendidas pelo seres 
humanos. Dessa noção, deriva a compreensão de patrimônio cultural como o 
conjunto de elementos da cultura que é valorizado como bem a ser preservado e 
ensinado (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 
5- Educação, cultura e alguns desafios 
 
Ao refletirmos sobre a importância dos processos educacionais e da cultura 
no cenário contemporâneo, assim como a potência da arte para propiciar 
conhecimentos diversificados, nos deparamos com alguns desafios que ainda 
dificultam a articulação dos saberes do campo da educação e da cultura 
(CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
O acesso da população brasileira a grande parte das produções culturais – 
sejam elas peças teatrais, shows ou apresentações musicais, espetáculos ou 
mostras de dança, exibições de filmes, acesso a livros e outros bens culturais – é 
assustadoramente baixo: (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 • apenas 13% dos brasileiros frequentam cinema alguma vez por ano; 
 • 92% nunca frequentaram museus; 
13 
 
 
 • 93,4% jamais foram a uma exposição de arte; e 
 • 78% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança. 
Os fatores que geram esse baixo acesso da maioria da população às 
produções culturais envolvem o preço dos ingressos e produtos – livros, CDs, DVDs 
e outros- e o desconhecimento da população sobre as produções artísticas 
existentes nas diferentes regiões e comunidades brasileiras. (CARRARA, 
CARVALHO e LIMA, 2010). 
 
6- Cultura e suas carências 
 
 
Fonte: Imagem retirada da internet 
 
Além do custo de algumas produções ser elevado, muitas pessoas nunca 
tiveram a oportunidade de assistir a uma peça teatral ou escutar outros tipos de 
música além daqueles que seu grupo social mais próximo – família e amigos, por 
exemplo – costuma ouvir (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
14 
 
 
Esse grande desafio é também uma grande oportunidade. Oportunidade para 
que nós, profissionais comprometidos com a formação de pessoas e envolvidos 
direta ou indiretamente com a educação, possamos ampliar o acesso à arte, às 
manifestações tradicionais, às produções experimentais e ao grande universo de 
produções artístico-culturais do Brasil e da humanidade (CARRARA, CARVALHO e 
LIMA, 2010). 
 Colocar em contato “aprendentes” de diferentes regiões, idades, gêneros e 
origens étnicas, estimulando a troca de saberes e experiências e propiciando o 
reconhecimento e a valorização das diferenças e semelhanças culturais existentes, 
é uma tarefa fundamental para se promover conhecimentos significativos e o 
fortalecimento de vínculos essenciais à cidadania (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 
2010). 
Acessar, interagir e construir novos conhecimentos a partir da diversidade 
cultural expressa nas produções artístico-culturais e nas relações com pessoas 
pertencentes a outros contextos culturais é um caminho decisivo para a integração 
entre cultura e educação e, principalmente, para a promoção do desenvolvimento 
sustentável do ser humano no planeta (CARRARA, CARVALHO e LIMA, 2010). 
 
Para finalizar esta apostila destaco um de meus poemas: 
 
Título: Versos de LivrAMENTOSAutora: Jéssica de Freitas Lopes 
 
Livrai-nos 
de prisões perpétuas, 
vozes caladas, 
palavras emudecidas. 
Que suma o riso forçado, 
15 
 
 
a alegria fingida, 
abraço que “aperta” 
e está longe de ser apertado. 
Todo grito seja escutado 
e que ninguém se veja 
entre grades e cadeados. 
Liberdade, liberdade! 
eu te escrevo 
nas palmas de minhas mãos. 
 
De minha boca 
não faço sair canção, 
mas é no papel 
que me arranco da prisão. 
Liberdade, liberdade! 
Livrai-nos de um mundo em prosa, 
assim lhe peço noite e dia. 
Sou poeta e vivo solta 
só me prendo à poesias. 
 IN: Darandina Revisteletrônica, UFJF, 2018. 
 
 
 
16 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
 
 
 
CULTURA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 
 
 
 
Patrícia Miranda Ribeiro 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O artigo buscou através da pesquisa bibliográfica, mostrar que o intercâmbio entre 
Cultura, Trabalho e Educação, e que para isso é necessário à consolidação do 
desenvolvimento integral do indivíduo. A inter-relação desses fatores agrega, 
juntamente, valores aos segmentos estipulados, e atua de forma atuando como 
aceleradores de suas ações. O artigo será discorrido sobre a diversidade cultural e 
educacional, a cultura escolar e da escola. Busca analisar a juventude, o trabalho e 
escola, observando o sujeito na educação bem como a organização dos processos 
pedagógicos e a relação entre cultura, trabalho e educação. Pesquisar o assunto foi 
fundamental para compreender como se dão as relações culturais no interior da 
escola, visto que este espaço é de relações sociais que marcam e estruturam o 
processo de socialização do sujeito. Palavras-Chave: Cultura. Diversidade. Inter-
relação. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 O Brasil, ao longo de sua história, tem enfrentado o problema da exclusão 
social que gerou grande impacto nos sistemas educacionais. Hoje, milhões de 
brasileiros ainda não se beneficiam do ingresso e da permanência na escola, ou 
seja, não têm acesso a um sistema de educação que os acolha. 
17 
 
 
É direito do cidadão e dever do Estado, ter e oferecer boa educação, fazer 
com o que esse direito seja cumprido é um processo difícil e necessita de decisões 
adequadas. 
Hoje a educação tem como processo pedagógico sistematizado de 
intervenção na vida social das pessoas, é considerado elemento importante de 
estudos científicos para definir as politicas estratégicas para o desenvolvimento de 
toda da sociedade, ou seja, vem como mediação básica da vida social de toda a 
sociedade. A reavaliação, que levou à sua revalorização, não pode, no entanto, 
fundar-se apenas na operacionalidade para ter eficácia funcional do sistema 
socioeconômico, como muitas vezes tendem a vê-la as organizações oficiais, 
grandes economistas e outros especialistas que focam a questão sob a perspectiva 
da teoria do capital humano. 
O presente artigo, tem como objetivo, tecer algumas considerações sobre a 
significação da educação como mediação concreta da existência exata da sociedade 
brasileira, no quadrante histórico atual. Para tanto, inicia de uma configuração da 
situação em que se encontram as relações entre educação, sociedade e trabalho, 
que logo em seguida desenvolve considerações sobre o que é necessário para 
redimensionamento de seu papel, em face das exigências postas pela significação 
da condição humana, fundada na iminente dignidade dos seres humanos como 
pessoas. 
 
CULTURA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 
 
 Nos debates atuais, a relação entre diversidade e desigualdades tem, 
ocupado um lugar de maior destaque. No que se refere à diversidade, Abramowicz, 
Rodrigues e Cruz (2011) pensam que o seu debate, com ênfase na diversidade 
cultural que marca a sociedade atual, é efetivada em aversão ao modelo de Estado 
nação contemporâneo, liberal e ocidental e se faz presente em grande parte do 
mundo. 
Dos ensinamentos das autoras, extrai-se ainda a advertência para o fato de 
que a discussão sobre a diversidade se caracteriza em cada país conforme o seu 
momento de emergência e vivência, as razões fundamentais que provocam ou 
18 
 
 
estabelecem debate sobre determinados grupos, identidades culturais, espaciais e 
territoriais, discriminação, entre outros. 
 Gênero, raça, imigração, língua, sexualidade, etnia, territórios são alguns dos 
fatores fundamentais e temas que influenciaram o processo de discussão e 
mobilização sobre a diversidade, mesmo que em diversas situações e contextos 
esses fatores estão inter-relacionados. 
A diversidade, apreendida como organismo histórico, social, cultural e político 
das diferenças, concretiza-se em meio às relações de poder e ainda ao 
desenvolvimento das desigualdades e da crise econômica que se salientam tanto no 
contexto nacional como no contexto internacional. 
É inegável, que os debates, as consequências da desigualdade 
socioeconômica sobre toda a sociedade e, especialmente, sobre os diversos grupos 
sociais. Deste modo, o exame do enredo diversidade e desigualdade, deve-se ser 
analisado e realizado levando-se em conta a sua inter-relação com determinados 
fatores, como: os desafios da articulação entre politicas de identidade ou 
reconhecimento da diferença global e politicas de igualdade, a desigualdade na 
distribuição de renda da população e o acirramento da pobreza, a indispensável 
reinvenção do Estado em direção à emancipação social, os desafios dos setores 
populares e atuais melhorias dos movimentos sócias em relação ao acesso a 
educação, à saúde, ao trabalho, a moradia e aos bens culturais, bem como os 
impactos da relação entre desigualdade, diversidade e igualdade nas políticas 
públicas. 
 
DIVERSIDADE CULTURAL E EDUCACIONAL 
 
A escola é um ambiente sociocultural, em que é presumível o encontro na 
diversidade. Ela é ao mesmo tempo, um lugar caracterizado por símbolos, crenças, 
valores e grande diversidade de culturas. Nesse contexto, a abordagem sobre a 
diversidade cultural no ambiente escolar é muito importante, pois, desafia a escola a 
rever pontos de vistas e modelos utilizados como padrão, e também instituir espaços 
inclusivos, de modo a respeitar e valorizar a diversidade cultural dos alunos. 
Desse modo, o grande desafio é para os educadores, que necessitam 
descobrir e aplicar algumas estratégias de ensino diversificado que ultrapassem 
19 
 
 
programas, ementas e conteúdos, ou seja, deve empenhar e buscar mecanismos e 
metodologia que atendem a diversidade cultural dos seus alunos. 
Soares (2003, p.165), refletindo sobre a diversidade cultural presente no 
cotidiano escolar, ressalta que “o grande desafio que se coloca é a necessidade de 
entender a relação entre cultura e educação. De um lado está a educação e do outro 
a ideia de cultura como lugar ou fonte, de que se nutre o processo educacional, 
onde se formam pessoas e consciência”. 
Surge então, a necessidade de uma educação escolar completa, direcionada 
para a diversidade, que respeite a pluralidade cultural, étnica e religiosa que existe 
no ambiente escolar, para então compreender e valorizar a complexa realidade dos 
educandos, no sentido de promover a convivência fraterna, e portanto a paz e a 
justiça social. 
Entende-se que sugerir um ensino que respeite a diversidade cultural dos 
educandos, significa perceber cada realidade social e cultural desses, com a 
apreensão e interesse de delinear um projeto pedagógico para atender a todos sem 
restrição. 
É preciso ter consciência de que a diversidade é cheia de conflitos, tensões e 
resistências. Conforme assinalam Moreira e Candau (2005, p. 78), “as instituições 
de ensino sempre tiveram dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença, 
tendendo para a homogeneização e padronização”. 
No entanto, no contexto social, a diversidade não constitui em apenas um fato 
ou num fato novo, como se sabe, as diferenças são intrínsecas ao ser humano, 
todos são diferentes, e deste modo falar de diversidade é falardo coletivo, e no meio 
desse coletivo encontram-se muitas diferenças subjetivas. 
 É importante ressaltar com base em Moreira e Candau (2005), que hoje a 
diversidade cultural se tornou muito complexa, considerando-se alguns elementos 
que contribuíram para a sua expansão, tem-se como os mais importantes, a 
globalização e os movimentos migratórios, que ao aproximarem os povos e suas 
culturas, trouxe como consequência a contribuição para a diversificação do modo de 
ser dos seres humanos. 
 
 
 
20 
 
 
CULTURA ESCOLAR E DA ESCOLA 
 
 A reflexão sobre escola e cultura é essencial a todo processo educativo. 
Esse tema é aplicável ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico. Pois, 
é impossível imaginar uma experiência pedagógica sem cultura, em que a referência 
cultural não esteja presente. 
 A escola é uma instituição cultural, as relações entre escola e cultura não 
podem ser arquitetadas como dois pontos independentes, e sim como universos 
interligados. Ao partir dessas afirmações, aceita-se a íntima coligação entre escola e 
cultura, apontando suas relações como essencialmente características do universo 
educacional, mas, compete indagar por que atualmente essa comprovação parece 
se cobrir de novidade, sendo mesmo analisada por diversos autores como sobretudo 
desafiadora para as práticas educativas. 
Historicamente construída no contexto da modernidade, a escola é uma 
instituição avaliada como intervenção privilegiada no desenvolvimento de uma 
função social essencial: transmitir cultura, proporcionando às novas gerações o que 
a humanidade produziu de mais significativo culturalmente. 
Conforme sustenta Sacristán (2001, p. 21): 
 
A educação contribuiu consideravelmente para fundamentar e 
para manter a ideia de progresso como processo de marcha 
ascendente na História; assim, ajudou a sustentar a esperança 
em alguns indivíduos, em uma sociedade, em um mundo e em 
um porvir melhores. A fé na educação nutre-se da crença de 
que esta possa melhorar a qualidade de vida, a racionalidade, 
o desenvolvimento da sensibilidade, a compreensão entre os 
seres humanos, o decréscimo da agressividade, o 
desenvolvimento econômico, ou o domínio da fatalidade e da 
natureza hostil pelo progresso das ciências e da tecnologia 
propagadas e incrementadas pela educação. Graças a ela, 
tornou-se possível acreditar na possibilidade de que o projeto 
ilustrado pudesse triunfar devido ao desenvolvimento da 
inteligência, ao exercício da racionalidade, à utilização do 
21 
 
 
conhecimento científico e à geração de uma nova ordem social 
mais racional. 
 
Essa é a fantasia que carregou e carrega a educação escolar até hoje. Esse 
tem sido, resumidamente, sua perspectiva de significado. É esse o modelo cultural 
que vem decorrendo, no meio de crises e conflitos, no seu dia-a-dia. Esse modelo 
escolhe conhecimentos, valores, aprendizados e outros, relativo ao que analisa 
como adequados ao seu desenvolvimento. Determina-se sobre a imaginação da 
equidade e do direito de todos à educação e à escola, conforme é determinado na 
Constituição Federal do Brasil. 
 Porém, diversos estudos evidenciam que essa perspectiva acaba por 
conduzir a uma visão uniforme dos conteúdos e dos indivíduos presentes no 
processo educacional, admitindo uma visão monocultural da educação e, 
especialmente, da cultura escolar. 
É necessário ressaltar que o que distingue o universo escolar é a relação 
entre as culturas, relação essa, citada anteriormente, atravessada por crises e 
conflitos, e que se salienta quando as culturas crítica, acadêmica, social e 
institucional, fortemente articuladas, tornam-se hegemônicas e tendem a ser 
absolutizadas em detrimento da cultura experiencial, que, por sua vez, possui 
profundas raízes socioculturais. 
 
JUVENTUDE: TRABALHO E ESCOLA 
 
 
As ligações entre o estudo e o trabalho são complexas e variadas. Para os 
jovens, a escola e o trabalho são projetos que se priorizam ou poderão sofrer várias 
ênfases, conforme o período do ciclo de vida e as condições sociais que lhes 
consintam viver a condição juvenil. 
Desse modo, o mundo do trabalho / emprego surge como uma intervenção 
essencial e simbólica na experiência e expectativa da condição juvenil, podendo-se 
afirmar que "o trabalho também faz a juventude", mesmo considerando a diversidade 
existente de situações e posturas por parte dos jovens em relação ao trabalho 
(SPOSITO, 2005). 
22 
 
 
É sabido que o trabalho é considerado, como uma ação de mudanças dos 
fatos, numa resposta aos desafios da natureza, relação lógica entre teoria e prática. 
Desse modo, pelo trabalho, o homem se autoproduz, transformando sua visão de 
mundo e de si mesmo: do mundo cultural-educativo. Nesta perspectiva, pode-se 
afirmar que a educação coincide com a existência humana. 
Saviani (1994, p. 148), afirma que: 
 
A educação coincide com a própria existência humana (…) as 
origens da educação se confundem com as origens do próprio 
homem. À medida em que determinado ser natural se destaca 
da natureza e é obrigado, para existir, a produzir sua própria 
vida, é que ele se constitui propriamente enquanto homem (…) 
O ato de agir sobre a natureza, adaptando-a às necessidades 
humanas, é o que conhecemos pelo nome de trabalho. Por 
isto, podemos dizer que o trabalho define a essência humana. 
Portanto, o homem, para continuar existindo, precisa estar 
continuamente produzindo sua própria existência através do 
trabalho. Isto faz com que a vida do homem seja determinada 
pelo modo como ele produz sua existência. 
 
Para esse autor, o trabalho constitui-se um acontecimento fundamental para 
se compreender a educação. Com isso, há uma íntima relação entre o trabalho e a 
educação. 
Compreender as relações entre juventude, trabalho e escola demanda grande 
empenho. A hipótese fundamental para se entender a questão da relação entre 
juventude, escola e trabalho é que as condições e trajetórias do jovem se articulam e 
norteiam à desigual estruturação econômica, social e política historicamente dada 
como capitais sócio/político/econômico/culturais. 
 
 Um dos grandes desafios que compõe a educação é a necessidade, cada vez 
mais latente, de qualificação e conhecimento do indivíduo para a inserção no 
mercado de trabalho. Isso, conforme aponta Kuenzer (2003), determina um novo 
principio educacional pelo qual a sociedade procura formar 
23 
 
 
intelectuais/trabalhadores e cidadão/produtores com a finalidade de atender as 
novas demandas impostas pela sociedade, globalização e pela grande dialética 
produtiva. 
É importante salientar e ressaltar que os jovens, sobretudo os procedentes 
das classes sociais mais abastadas, tem ingressado cada vez mais cedo no 
mercado de trabalho. A juventude se coloca no mundo do adulto assumindo 
responsabilidades que não compete ao seu mundo, isso é reflexo do que esta 
acontecendo no mercado de trabalho e globalização, pois cada vez esta sendo mais 
exigentes. 
Como apontam Abramo e Branco (2005), a desigualdade de capitais de 
linhagem proporciona chances bem diferentes aos jovens. Equipara-se a uma 
competição com obstáculos, na qual se despontam de forma acentuada, além da 
desigualdade de capital e renda, as condições culturais, de raça, cor, gênero e 
território. Essa desigualdade social que se anuncia faz com que haja no Brasil 
diversas juventudes, como chamam a atenção os autores acima citados, ao 
assegurar que é importante diferenciar “condição juvenil e situações juvenis”. 
De acordo com Abramo (2005), a noção de condição juvenil leva ao 
entendimento que, primeiramente, é uma fase do ciclo de vida, de ligação entre a 
infância e a vida adulta, permitindo a elaboração para o exercício das dimensões de 
produção, representação e participação na sociedade. 
Assim, a condição juvenil é composta de diversas grandezas que podem ser 
compreendidas a partir do contextosociocultural mais amplo, onde os jovens vêm 
construindo sua experiência, o que produz certas características às vivências 
juvenis: tempo de tensão entre o presente e o futuro, de instabilidade e de 
incertezas. Tais características repercutem na constituição da condição juvenil nos 
seus tempos e espaços. 
Agrupam-se a elas as mudanças no mundo do trabalho devido à 
desorganização do mercado de trabalho, o que tem causado desemprego, 
desassalariamento e precários postos de trabalhos, abrangendo sobretudo, os 
jovens carentes. As probabilidades de os jovens estabelecerem carreiras lineares 
são mínimas, salientando a vulnerabilidade e imprevisibilidade nas trajetórias juvenis 
(DAYRELL, 2007). 
 
24 
 
 
SUJEITO DA EDUCAÇÃO 
 
 A escola é um espaço social intercalado por imensuráveis relações 
constituídas e fundamentadas em assimilações fiéis dos seus espaços, princípios, 
práticas e saberes que representam a vida escolar dos sujeitos inseridos no seu 
cotidiano (DAYRELL, 1996). 
O perfil social da escola para seus educandos é algo individual expresso nas 
assimilações que cada um faz da sua trajetória escolar diante do seu processo de 
formação e de aprendizagem. 
Entender a importância e necessidade da escola para os jovens durante as 
fases de sua vida, o subsídio e aprendizagem das informações obtidas nela para o 
seu dia-a-dia e a relevância dela na vida de seus sujeitos é o ponto de análise desse 
grupo. 
O processo de escolarização narrado por Patto (1995), tem em seus 
caminhos, mecanismos de exclusão que vinculam o preconceito e a discriminação 
por classes sociais, gênero, raça, cultura e diversos modos de aprendizagem. 
Como é observado, sentimentos de exclusão vivenciados por crianças, jovens 
e adultos, induzindo-as a formarem um autoconceito negativo concernente à 
impotência. A discriminação e o preconceito que o negro e/ou pobre e/ou a mulher 
e/ou crianças sofrem no seu dia-a-dia, provocam sofrimento e angústia. 
Acredita-se que a escola como um espaço educativo pode ser transformadora 
nesse sentido. Visto que, por ser um palco de experiências com as diversidades 
socioculturais, afetivas, cognitivas e morais, dos alunos e professores, é um espaço 
excepcional para a constituição da ética no relacionamento com os outros e consigo 
mesmo. Essa diversidade é percebida como parte da complexidade dos atributos 
humanos e sociais e não devendo ser apreendida como carência ou algo a ser 
suprimido deixando exposto o coletivo/normativo. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
ORGANIZAÇÃO DOS PROCESSOS PEDAGÓGICOS 
 
 
As tendências pedagógicas determinam o papel do homem e da educação no 
mundo, na sociedade e na escola, o que repercute na prática docente em sala de 
aula graças a elementos constitutivos que envolvem o ato de ensinar e aprender. 
Muito se tem debatido sobre a organização histórica do processo pedagógico, 
podendo adquirir dois rumos diferentes. Um alicerçado no modelo 
newtonianocartesiano, em que o ensino é direcionado ao repasse de informação 
num processo reprodutivo e mecanizado. Os métodos e conteúdos de ensino não se 
conectam com a realidade social dos alunos. A prática pedagógica com 
embasamento nessa perceptiva conservadora distinguiu a tendência tradicional, a 
tendência escolanovista e a tendência tecnicista. O outro modelo caracterizado 
como inovador, tem como foco principal à produção do conhecimento, denominada 
com “paradigma emergente” (BEHRENS, 2003, p.14). 
É importante ressaltar que a expressão “tendência”, de modo geral, significa 
permanência, seguimento, duração histórica, descrições indispensáveis de 
informações que originaram e desenvolveram num determinado contexto social e de 
época. 
Desse modo, há diversas tendências na educação brasileira, que foram 
influenciadas pelos grandes movimentos educacionais internacionais, reguladas nas 
especificidades da história política, social e cultural conforme o período a ser 
analisado. 
Para melhor entender essas “tendências”, recorre-se à obra de Libâneo 
(1994), que classificou em seus estudos duas grandes tendências: a Pedagogia 
Liberal, agrupando as linhas: ensino tradicional, renovada progressista, renovada 
não diretiva e a tecnicista; e a Pedagogia Progressista, incluindo as linhas: 
libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. 
 Assim, o século XX foi caracterizado pela construção de grandes sistemas 
educacionais. Também nesse período, houve diversas discussões em torno das 
dimensões político pedagógica do profissional da educação. Por muito tempo, 
acreditou-se na função civilizadora da escola, na qual o ensino se restringia a 
metodologias reprodutivas de caráter instrucional. 
26 
 
 
Para encarar o desafio de ensinar a todos os alunos, os educadores devem 
ter acesso a ações de formação como ponto de partida de seu desenvolvimento 
profissional. 
A organização do trabalho pedagógico deve ser refletida em função de que as 
crianças sabem de seus conhecimentos e aprendizagem, essa relação de 
conhecimentos e conteúdos são considerados importantes para que elas aprendam 
e apliquem no seu dia a dia. 
 Para Veiga (2000) a avaliação da gestão em uma escola que se pretende ser 
democrática, não é só dos aspectos burocráticos que compõe administração da 
escola, mas do Projeto Político Pedagógico como um todo, tendo claro, que o mais 
importante e essencial é qualidade do ensino praticado e relação democrática entre 
professor/aluno. 
 A relação família-escola cumpre papel de destaque nesse processo, é certo 
que nem todas famílias participam, ou podem participar, mas vale a pena incluí-las 
no planejamento escolar, através de solicitações/convite para serem participativa na 
escola de seu filho, pois é interessante entender sobre modo de funcionamento, 
gostos, histórias, profissões, pensamento entre outros pontos, pois tudo isso está 
ligado às histórias da vida das crianças, e assim, traz uma melhor relação entre 
escola/professor/aluno. 
 
RELAÇÃO ENTRE CULTURA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 
 
 
Os vocábulos educação e cultura, no entendimento geral, balançam entre a 
assimilação e a radical caracterização. Nos discursos, sobretudo no de caráter 
político, a educação é distinguida com a escola ou a escolaridade, e a cultura com a 
ciência ou o volume de informação. 
 A educação é um processo duplo ou, se desejar seguir um modelo 
comparativo, recorre-se à ideia de sistema, considerando-a como efeito de dois 
princípios em constante intercâmbio. 
Em que incidam as análises feitas por alguns autores à teoria de sistemas 
adota o modelo para o esclarecimento simples de relações entre elementos 
complexos ainda é um subsídio indutivo correto. 
27 
 
 
Nessa linha de pensamento, fica evidente que a educação não pode ser 
simplesmente igualada à escola e à cultura, mas, procede desta última e, ao mesmo 
tempo, a retroalimenta. A cultura do grupo proporciona os objetivos e adapta os 
procedimentos grupais no desenvolvimento educacional do homem. 
De acordo com Maia (2002), o conceito de cultura identifica-se com o de 
herança social, algo que as novas gerações recebem das que as antecederam. A 
cultura é, por conseguinte, cumulativa. Se não conservada, se destrói; se não 
renovada, desgasta-se em um processo autofágico. 
 
Ora, cultivar e restaurar são ideias contraditórias e quase 
reciprocamente excludentes. Entretanto, cabe à educação 
harmonizá-las e torná-las realidade. A educação tem, portanto, 
papel decisivo com relação à cultura, pois, ao mesmo tempo 
em que é responsável pela transmissão dos processos e dos 
produtos culturais (desde a linguagem até os conhecimentos 
científicos e filosóficos e os padrões estéticos expressos na 
arte) deve, também, desenvolver a criatividade para renovar 
esses mesmos processos e produtos (MAIA, 2002, p. 8). 
 
É importante ressaltar que ainda que a escola seja o local excepcional da 
apropriação doconhecimento, ela não é o único na sociedade. Existem vários locais 
de acesso ao conhecimento, que podem vir por meio da internet e de todas as 
tecnologias hoje disponíveis. 
Nesse contexto, um caminho para aproximar educação e cultura implica a 
junção da escola com os diversos locais de conhecimento, equipamentos e projetos 
de cultura, de forma que esta aliança ocasione um impacto positivo, dinâmico, 
interessante e eficaz na aprendizagem das pessoas, seja ela de qualquer faixa 
etária. 
Em termos práticos, a ideia é que a escola tenha facilidade e conhecimento à 
cultura de sua região, e que na elaboração da grade curricular valorize a diversidade 
e pluralidade regional, e também a relação da escola com os produtores de cultura 
são itens que deverá ser observado para elaboração da grade e ainda caminhos 
para unir a cultura e educação, trazendo como consequência a qualidade no ensino 
28 
 
 
e trabalho. Pois, a concepção de trabalho é essencial para se compreender o que é 
cultura, e o trabalho constitui-se um fenômeno básico para se compreender a 
educação. 
Através do trabalho o homem estabelece relações sociais, comportamentais e 
cria vínculos nas instituições e nos saberes. O caminho da humanização do homem 
é potencializado pelo seu ato de trabalhar, pois o trabalho é considerado como ação 
transformadora das realidades. 
Percebe-se que, pelo trabalho, o homem se autoproduz, podendo transformar 
sua visão de mundo e de si mesmo: do mundo cultural-educativo, do mundo 
econômico, político, social, com perspectivas éticas e com direitos econômicos da 
humanização, como prática do capital global. 
Assim, a possibilidade de melhor compreensão do mundo quando o mesmo 
transforma pelo trabalho, descobrindo outro sentido histórico, o estado da liberdade 
que só será real quando a natureza for humanizada pelo trabalho, quando o 
reconhecimento da consciência realizar-se pela mediação da obra comum. Com 
isso, abre-se o caminho à consciência da liberdade. 
 
CONCLUSÃO 
 
O enfoque da diversidade cultural na escola se concretiza a partir do encontro 
de nossos valores simbólicos, econômicos, socioculturais e do outro lado o ser 
humano (criança, adolescente, jovem, adultos e idosos). 
Difundir o olhar rumo ao reconhecimento das diferenças e dos diversos 
aspectos das desigualdades (socioculturais, raciais, econômicas etc.) nos leva a 
rever alguns valores morais e sociais que foram colocados e estudados no campo 
da cultura. A diversidade cultural como princípio educativo ultrapassa a noção de 
identidade nacional e se consolida por meio das experiências socioculturais que 
abrangem os indivíduos na sociedade. 
Acredita-se que a cultura, o trabalho e a educação sejam inseparáveis, pois 
se completam, visto que através do trabalho criam-se as relações sociais, que são 
exemplos de comportamento obtidos através das instituições das quais se faz parte. 
A educação repassa esses comportamentos de geração para geração através da 
29 
 
 
cultura ou seja, tudo que o homem pratica; as crenças, os costumes, os hábitos e as 
leis. 
Observou-se que a escola é uma instituição cultural. Assim, as relações entre 
escola e cultura não podem ser idealizadas distintamente, ao aceitar a agregação 
entre escola e cultura vê-se suas relações como atributos da natureza educacional. 
 Conclui-se que sob o ponto de vista da diversidade cultural como princípio 
educativo interessa-nos limitar sobre quais são os valores socioculturais que 
produzem o currículo formal da educação escolar. Afinal, é papel da escola, através 
da prática educativa, transmitir as diversas contribuições socioeconômicas e 
culturais dos distintos grupos que compõem nossa sociedade. 
 
 
 
Texto disponível em: http://revistacientifica.facmais.com.br/wp-
content/uploads/2015/08/artigos/cultura_trabalho.pdf. 
 
 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR: 
 
VÍDEO: A Educação proibida 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ceIuwmpyIX0. 
 
 
___________________________________________________________________ 
 
 
 
Referências 
 
CARRARA, Ana Regina; CARVALHO, Maria do C. B; LIMA, Tais. Cultura e 
educação na sociedade contemporânea. 2010. Disponível em: 
http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/cadernos/article/view/59/74. 
Acesso em 05 de fevereiro de 2018. 
 
http://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2015/08/artigos/cultura_trabalho.pdf
http://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2015/08/artigos/cultura_trabalho.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=ceIuwmpyIX0
http://cadernos.cenpec.org.br/cadernos/index.php/cadernos/article/view/59/74

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