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Osteoartrite brait pdf

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INTRODUÇÃO 
É a mesma coisa que artrose. O nome passou a ser osteoartrite 
porque percebemos que a artrose também fazia processo 
inflamatório. Então, toda artrose pode fazer artrite/derrame 
articular junto? Sim! 
Para os pacientes continuamos a chamar de osteoartrose, 
porque se falar osteoartrite o paciente guarda apenas a palavra 
artrite e no fim ele conta para outros médicos que tem artrite 
reumatoide rs 
DEFINIÇÃO 
Afecção articular MAIS PREVALENTE no mundo, 
caracterizada pelo acometimento da CARTILAGEM 
ARTICULAR E OSSO SUBCONDRAL levando a limitação 
funcional 
Na osteoartrite tem acomentimento da CARTILAGEM e no osso 
subcondral (enquanto que na artrite reumatoide o 
acometimento é sinovial). Quanto mais grave a artrose, mais 
limitação funcional os pacientes tem, por isso gera tanto 
impacto na saúde pública. 
Lembrando: posso fazer artrite secundária a artrose? Sim! 
ASPECTOS GERAIS 
• Forma mais comum de artrite 
• Importante causa de absteísmo trabalhista 
• Sua prevalência aumenta com a idade: quanto mais 
idoso a população fica, mais aumenta o número de 
artrose 
• 30-40% das consultas de reumatologistas 
• A artrose começa a ser feita após os 40 anos, se tiver 
artrose em paciente jovem, temos que ligar um sinal 
de alerta (nesses casos, pensamos que ele pode ter 
outra patologia causando essa artrose secundária) 
• Não é mais considerada uma doença apenas 
degenerativa → existem varias outras doenças que 
podem atingir a cartilagem e gerar atrose 
CARTILAGEM 
TIPOS 
• HIALINA: articulações e vias aéreas → a artrose 
somente acomete a cartilagem hialina 
• Elástica: pavilão auricular, tuba auditiva 
• Fibrosa: discos intervertebrais, sínfise púbica 
FUNÇÃO (HIALINA) 
• Absorção de choques → resiliência 
• Superfície de resistência 
• Nutrição: membrana e líquido sinovial → por isso que 
pegamos muito no pé dos pacientes para eles fazerem 
atividade física, pois ela nutre a membrana 
melhorando o líquido sinovial 
 
Foto demonstrando os componentes da cartilagem, na 
cartilagem iremos ter a membrana extracelular, proteoglicanos 
formando essa membrana + água + colágeno. Com uma lente 
de aumento, conseguimos notar que os proteoglicanos formam 
uma haste com borda em escova. Essa haste é formado por 
ácido hialurônico e as bordas em escova são formadas por 
glicosamina, queratina e condroitina. 
ETIOPATOGENIA 
 
Foto demonstrando um joelho normal e um joelho com artrose. 
O acometimento será na região de CARTILAGEM. Essa 
cartilagem é recoberta pela sinóvia e pela capsula articular. 
Quando temos lesão por artrose, a “pele” que cobre o osso é 
retirada e o osso é exposto → nosso organismo entende que o 
osso está sendo lesado → começa a deposição de osso nessa 
região (que aparecem como áreas de esclerose no raio x) → 
noso organismo não entende que precisa parar esse proceso, e 
quando ele repoe esse osso começa a formar os osteófitos 
(conhecido como bico de papagaio) → logo, podemos formar 
cistos e esclerose no osso (devido a lesão) → o organismo tenta 
reparar e começa a se acumular interleucinas → gera processo 
inflamatório → sinóvia muda de tamanho, fica espessada → 
comprime a capsula e gera a dor. 
ETIOPATOGENIA 
• Insuficiência cartilaginosa 2ª fatores: 
► Biomecânicos: é o fator mais importante, 
pricipalmente em obesos, que gera 
sobrecarga nessas articulações; também 
podemos citar os atletas que geram impacto 
físico intenso 
► Hormonais 
► Metabólicos: muito comum pacientes com 
dislipidemias, diabetes, ácido úrico 
► Inflamatórios 
► Genéticos: artrose em joelhos e mãos é muito 
comum ter história familiar positiva 
• Vai ocorrer um desequilíbrio entre a degradação x 
reparação 
Obesos liberam leptinas, que ativam receptores presentes na 
cartilagem das mãos, causando o processo inflamatório 
Na artrite reumatóide a inflamação é na sinóvia, porém, caso 
não seja tratada, pode atingir a cartilagem devido a 
proximidade. 
Parte dessa cartilagem destruida nunca mais será reparada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O mais comum é fazer lesão na região medial. Ocorre 
diminuição do espaço, começam a formar osteófitos (que é o 
biquinho) e também esclerose (que é o organismo tentando 
reparar esse osso). 
 
Quando o osso faz uma artrose grave, bilateral, destroi menisco, 
lesa tendão e por isso que a artrose é grave. No início 
dificilmente a pessoa tem sintomas; os sintomas aparecem 
quando a artrose já se tornou grave. 
FATORES DE RISCO 
• Ideade 
• Obesidade 
► São fatores muito importantes 
► Associado a: 
▪ AO joelhos (sobrecarga) 
▪ Mãos (leptina) 
► Maior progressão do dano articular nesses 
pacientes 
► Receptor de leptina: encontrada na 
cartilagem articular → gera inflamação 
Toda vez que tem inflamação ocorre mais destruição da 
cartilagem, por isso que a inflamação tem que ser tratada! 
BIOMECÂNICOS 
Perda da 
cartilagem
Exposição do osso 
subcondral 
(eburnação) --> 
SINTOMAS
Esclerose 
óssea
Exostose 
óssea 
(osteófitos)
Estresse biomecânico + outros fatores 
Matriz 
Degradação 
Colágeno e 
proteoglicanos 
Condrócito 
↑ 
metaloproteinas
es e citocinas 
Injúria da cartilagem articular 
(fibrilação/fenda/erosão) 
• Obesidade 
• Traumas repetitivos 
► Esporte 
► Atividades laboratorias 
• Fraqueza muscular 
• Alinhamento em varo/valgo 
• Hipermobilidade 
 
Foto mostrando um joelho normal, um genu valgum (a linha 
média se encontra) e um geno varum (a linha mediana da 
articulação se separa). O genu valgum não cavalga! 
 
SÍNDROME DE HIPERMOBILIDADE 
Paciente que tem 
hipermobilidade costuma 
fazer frouxidão do tendão 
(não é patológico), esse 
paciente consegue ter mais 
mobilidade que o normal. 
Pedismo para o paciente 
encostar o primeiro dedo da região do punho, ainda, podemos 
pedir para ele fazer uma hiperextensão do cotovelo, ou ainda 
fazer uma hiperextensão do joelho. Por fim podemos pedir para 
ele fazer uma extensão passiva do quinto dedo em direção ao 
punho. 3 testes positivos já conseguimos ver que o paciente tem 
hipermobildiade. Claro que dá para ver isso de diversas formas, 
mas essas são as formas preconizadas. Em crianças precisamos 
tomar cuidado proque existem outras doenças do colágeno que 
fazem isso, como a síndrome de Marfan por exemplo. Conforme 
a criança cresce ela vai perdendo essa mobilidade. 
 
CLASSIFICAÇÃO (ACR 1986) 
PRIMÁRIA (IDIOPÁTICA) 
• Localizada 
► Mãos 
► Coluna 
► Quadril 
► Joelho 
► Pés 
Não tem artroese primária em punhos, 
metacarpofalangeanas (que é muito atingido por artrite 
reumatoide), cotovelo e tornozelos 
• Generalizada 
► ≥ 3 sítios 
► Epônimos: Sd. Kellgren 
SECUNDÁRIA 
• Pós traumática 
• Congênita: geno varum ou valgo, lesão no parto 
• Doenças microcristalinas → Se no serviço de vocês 
metade das artroses não for por doenças 
microcristalinas, revejam porque está errado. São 
doenças que formam cristais na articulação, ex.: gota 
(destrói a articulação), doença do pirofosfato de 
cálcio, entre outras 
• Doenas ósseas: osteoporose (pode fazer alteração de 
corpo vertebral e gerar fratura assintomática) 
• Doenças inflamatórias: artrite reumatóide 
• Doenças endócrinas: diabetes (destrói tensão, gera 
artropatia de Charcot), triglicérides e colesterol 
alterados 
• Artropatias neuropáticas / miscelânia 
QUADRO CLÍNICO 
• Assintomáicos: no inicio eles são assintomáticos 
• Sintomáticos (conforme faz a inflamação) 
► Dor mecânica: dor quando se movimenta 
► Creptação 
► Rigidez articular matinal < 30 min (na artrite 
reumatóide essa rigidez é maior que 1 hora) 
► Rigidez após período imóvel ( 
“congelamento”) 
► Dor e rigidez protocinética → paciente que 
está sentado e está bem, ao levantar o joelho 
doi, porém ao se movimentar a dor melhora. 
► Instabilidade articular (“falseio”) 
A dor inflamatória é aquela que piora no repouso, ao conrtário 
da dor mecânica.Essa dor inflamatória é mais grave, ela deve 
ser investigada! 
EXAME FÍSICO 
• Sinais inflamatórios ausentes ou discretos 
• Quando presentes: unicompartimental 
• Dor a palpação e movimentação articular 
• Creptação 
• Hipotrofia/atrofia muscular 
• Diminuição da rotação interna (quadril) 
• Diminuição da amplitude de movimento → anquilose 
(esses pacientes podem perder o movimento 
articular) 
Para avaliar a rotação interna pedimos 
para o paciente flexionar o joelho e 
fazemos uma rotação externa do pé! 
 
 
Manobra de Patrick Faber 
paciente faz o 4 com a perna e 
sente dor na região da virílha 
anterior. 
 
• Deformidades / desalinhamentos / instabilidade 
► Nódulos de heberden (interfalangeanas 
distais) e bouchard (interfalangeanas 
proximais) nas mãos 
► Geno varo e valgo 
► Subluxação 
 
Artrite reumatóide não inflama interfalanges distais! Além disso 
a consistência do nódulo é diferente, na AR é de consistencia 
emborrachada enquanto que na artrose é um nódulo duro 
 
DIAGNÓSTICO 
• Clínico + radiológico 
• Laboratório sem alterações: pode até alterar um 
pouco as provas inflamatórias em períodos de 
inflamaão 
• Ausencia de auto-anticorpos 
• Classificação radiológica – Kellgren & Laurenc 
CLASSIFICAÇÃO RADIOLÓGICA 
• 0 → normal 
• 1 → possíveis osteófitos 
• 2 → osteófitos definidos 
• 3 → diminuição do espaço articular 
• 4 → acentuada diminuição do espalo articular e 
esclerose óssea 
 
• GRAU 1: começa a ter osteófitos (é o bico), tem a 
cartilagem dos dois lados envolvendo o osso, e no 
meio tem o espaço sinovial. 
• GRAU 2: olha como a cartilagem foi ficando bem 
esbranquiçado (esclerose óssea = reparação do tecido 
ósseo), vai formando mais osteófito, porém o espaço 
articular ainda está preservado 
• GRAU 3: não tem mais espaço articular, o osteófito 
ficou maior ainda 
• GRAU 4: o osso está praticamente junto, tem área de 
esclerose (bem esbranquiçada, reparo ósseo 
importante) e cheio de osteófitos ao redor. 
 
Observe o bico de papagaio, perdeu o espaço interfalangeano 
distal, se notarmos, quando começa a fazer essas linhas de 
esclerose, elas lembram uma asa de gaivota. Então toda vez que 
tiver essa linha de esclerose no osso subcondral é sinal que está 
tendo reparação óssea → é patognomônico da artrose 
RIZARTROSE (OA DE TRAPEZIOMETACARPIANA) 
A artrose pode pegar a 
primeira 
metacarpofalangeana, 
é a única que ela pega. 
Ocorreu redução de 
espaço, olhe como o 
osso está bem branco 
(reparação óssea) 
 
 
Olhe o lado direito, temos um espaço ainda, uma linha branca 
(que é a região de reparo), compare com o outro lado, não dá 
pra ver onde tem osso e onde tem articulação (falamos que já 
fez uma anquilose da articulação) 
 
Não tem mais espaço articular, falamos que houve redução do 
espaço articular com uma intensa linha de esclerose. Começou 
a fazer osteófito na ponta já. Observe que na maioria das vezes 
mesmo sendo em região medial, pode acontecer de ter na região 
lateral, como na foto (só que o mais comum é acometimento 
medial). 
Foto da coluna: esses 
pacientes também 
fazem reparo ósseo 
na coluna, olhe os 
bicos de papagaio, 
forma a linha de 
esclerose, o osso vai 
reparando até formar 
esse osteófito. 
Quando eu penso em 
doenças autoimunes 
(como espondilite 
anquilosante) não 
tem osteófito e sim 
sindesmófito (que cresce para cima em direção ao ligamento) → 
raio X com osteófito quer dizer que está fazendo artrose. Ainda, 
podemos ter o SÍNAL DO VÁCUO: é o ar entre as vertebras, 
isso nos fala que o paciente ainda está em processo de 
reparação óssea (é sinal de osteoartrose de coluna) 
Espondilose = OA de coluna 
TRATAMENTO 
• Não medicamentoso 
► Mudança de hábitos de vida 
► Fisioterapia / programa de fortalecimento 
► Órteses / auxiliadores da marcha 
• Medicamentos 
• Cirúrgico 
MUDANÇAS NOS HÁBITOS DE VIDA 
• Perda de peso com manutenção na faixa normal ou 
proxima do normal 
• Atividade física regular 
► Mínimo de 3x na semana por 30-40 min 
► Baixo impacto articular 
► Preferência do paciente 
• Fisioterapia/fortalecimento muscular 
► Ótimos para OA de joelhos, quadril e coluna 
► Monitorado e orientado por profissional 
• Órteses / auxiliadores de marcha 
► Punhos 
► Cotovelos 
► Dedos 
► Joelhos 
 
Bengalas são outro tipo de tratamentos que fornecem muita 
estabilidade para o paciente. 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
• Analgesicos 
► Ação rápida (analgésicos e AINES) 
► Facilita o início da atividade física 
Sempre deixamos os analgésicos e pedimos para eles realizarem 
a atividade física, porque eles podem tomar depois de praticar o 
exercício para melhorar a dor. 
• Condroprotetores 
► Teoria: diminuir progressão radiológica e 
analgesia 
► Na prática: atua apenas ana analgesia 
► Exemplos: glicosamina, condroitina, 
diacereína, extrato de abacate e soja. 
Glicosamina e condroitina: hoje está sendo muito discutido o uso 
desses dois medicamentos, achando que eles não tinham mais 
efeitos sobre a articulação, porém na prática a professora usa, 
com excelentes resultados, principalmente nas artroses iniciais 
(essas duas são medicações um pouco mais caras do que a 
diacerína e o extrato de abacate e soja) 
O colágeno ainda é uma polêmica e não se tem estudos grandes 
sobre o uso dele. Hoje temos colágenos hidrolisados ou não, 
temos colágenos que vem com outras vitaminas, colágeno com 
magnésio (que está em estudo). Tudo começou com os pacientes 
que chegavam ao ambulatório e relatavam que o magnésio 
melhorava a dor. Então, quando for passar colágeno para o 
paciente, passar junto com o magnésio. 
O extrato de abacate e soja é fitoterápico, porém o custo é atlo, 
acaba que não usamos (cerca de 300 reais por mês); 
• Infiltração intra-articular 
► Corticoide (analgesia e anti-inflamatório) 
► Ácido hialurônico (condroprotetor e 
analgésico) 
Pode ser que a infiltração também não melhore, por isso sempre 
temos que orientar esses pacientes. 
TRATAMENTO CIRURGICO 
► Casos mais graves e complicados 
► Osteotomias 
► Artrodese 
► Próteses 
Essas próteses devem ser 
trocadas a cada 10 anos, 
pode gerar calcificações 
e ainda, fora todo o risco 
da cirurgia em si. Quanto 
mais tratamento clínico 
a gente conseguir, 
melhor! 
 
PREVENÇÃO 
• Manter hábitos de vida saudáveis 
• Atividade física regular 
• Diminuir ou eliminar fatores de sobrecarga mecânica 
O calçado é fundamental, ele faz o equilíbrio da coluna. Pessoas 
que usam salto altos desestabilizam o eixo da coluna forçando a 
região anterior do pé. O ideal é um salto de 2-3 dedos, quadrado 
e confortável. 
SUMÁRIO 
• Termo correto: osteoartrite 
• Forma mais comum de artrtite (extremamente 
prevalente) 
• Na grande maioria das vezes não há erosão 
• Lesão primária: cartilagem e osso subcondral 
• Exemplo clássico de OA primária: nódulos de 
heberden (IFD) e Bouchard (IFP) 
• Obesidade: FR OA qualquer sítio (leptinas) 
• Clínica: dor mecânica e rigidez procinética 
• Diagnóstico: clínico + radiológico 
• Condroprotetores: função analgésica; ácido 
hialurônico melhor resultado 
• Prevenção: hábito de vida, proteção articular

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