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Economia e Negocios EAD

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· MÓDULO 1 - O PROBLEMA ECONÔMICO
 Recursos Limitados versus Necessidades Ilimitadas
 
A Economia é a área do conhecimento (e, mais especificamente, das Ciências Sociais) que investiga como produzir bens e serviços para atender necessidades ilimitadas dados os recursos que são escassos e finitos. Por isso mesmo, por muitos ela é chamada de Ciência da Escassez. Vamos explicar isso melhor...
 
Imagine um indivíduo há cinquenta anos. Será que ele precisava ter um computador pessoal em casa? Ele precisava de celular? Ele precisava de uma televisão de plasma? Claro que não. Mas, porque ele não precisava? Porque não havia necessidade desses bens ou porque ele ainda não havia descoberto esses bens e tampouco descoberto a utilidade desses bens?
 
O capitalismo vive exatamente de descobrir novas necessidades e de oferecer bens e serviços que possam suprir essas necessidades. Imagine que terrível para o mundo dos negócios se ficássemos satisfeitos em ter o mesmo aparelho celular por anos e anos! Portanto, o consumo é fundamental para o funcionamento do sistema. Para consumir cada vez mais, é importante descobrir cada vez mais outras necessidades que possam ser satisfeitas mediante o ato do consumo envolvendo a troca do bem por um valor monetário.
 
Em contrapartida, os recursos disponíveis para a produção desses bens e serviços não são infinitos e não crescem conforme vão surgindo novas necessidades. Em verdade, é historicamente provado que cada vez o estoque desses recursos necessários é cada vez menor.
 
O que fazer então? Essa é uma resposta que os economistas pretendem oferecer. É uma resposta que você também deverá oferecer quando trabalhar numa empresa e atuar no mundo dos negócios.
 
Pense na seguinte questão:
Leia o seguinte texto: “Cada habitante da Grande SP tem até 201 mil litros de água por ano, menos de um décimo dos 2,5 milhões de litros usados como referência pela Organização Mundial da Saúde para regiões autossustentáveis. O Ceará tem 2,2 milhões de litros por ano, a Paraíba, 1,3 milhão de litros por ano e o Rio de Janeiro, 2,18 milhões de litros por ano. Embora haja hoje um relativo equilíbrio entre oferta e demanda, trata-se de uma equação frágil, pois uma seca prolongada levará à falta de água, avalia o superintendente de produção da Região Metropolitana da Sabesp, Hélio Castro. ‘É bastante preocupante a situação por causa da baixa disponibilidade. Já trazemos de outra bacia [do Piracicaba] 50% da água. Não tem jeito, dois anos de seca já afetariam [o abastecimento]’, diz Castro. Para ele, caso não haja problemas, o sistema atual deve suportar até dez anos. ‘Mas até lá teremos disputa pela água com outras regiões. Teremos percalços políticos a enfrentar’, diz o superintendente. Castro fala em política, porque já em 2014 a Grande SP terá pela frente uma disputa com a região de Campinas pela água que é importada da bacia do Piracicaba, pois a outorga (espécie de acordo que divide a água do Piracicaba) será renovada e a região de Campinas já convive com escassez que afeta seu crescimento econômico”
A escassez é o problema econômico fundamental. Esse conceito implica que:
 
I. Há sempre mais recursos do que necessidades econômicas a serem satisfeitas por uma coletividade.
II. As necessidades humanas são ilimitadas e incapazes de serem atendidas com os poucos recursos comparativos disponíveis pela sociedade para a geração de bens e serviços.
III. Há sempre menos recursos disponíveis do que os necessários para o atendimento a alguns, mas não todos, tipos de necessidades humanas.
 
Podemos, então, considerar que:
a)         apenas a I está correta
b)         apenas a II está correta
c)         apenas a III está correta
d)         todas estão corretas
e)         todas estão incorretas
 
A resposta correta para essa questão é a alternativa B. A afirmativa I está incorreta, porque não há mais recursos do que necessidades; ainda, há sempre menos recursos, sejam lá quais forem as necessidades, o que torna a III incorreta. Dessa forma, apenas a II está correta.
 
Os Fatores de Produção: Capital, Recursos Naturais, Força de Trabalho, Tecnologia, Capacidade Empresarial
 
Denominamos os recursos para a produção de bens e serviços de fatores de produção. A esses recursos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais chamaremos de terra, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial.
 
§         Por terra entende-se as terras destinadas à agricultura e pecuária, ou seja, terras cultiváveis, florestas, minas e outros produtos provenientes da utilização do solo.
§         Por trabalho entende-se a mão de obra empregada na produção de mercadorias ou na prestação de serviços. Portanto, o homem.
§         Por capital, entenderemos o capital financeiro, ou seja, o dinheiro necessário para dar impulso a qualquer empreendimento industrial, comercial ou qualquer outro que seja. Também consideramos como capital as máquinas, os equipamentos e as instalações.
§         Por tecnologia, entenderemos as máquinas e equipamentos necessários à produção das mais diversas mercadorias. Também chamamos de tecnologia as técnicas de produção utilizadas pelas empresas, ou seja, o know how relativo à técnica de produção e ao conhecimento científico.
§         Por capacidade empresarial entenderemos as habilidades e ações empresariais, quer dizer, os frutos do empreendedorismo dos empresários, ou daquelas pessoas disponíveis a empreender um novo investimento ou aptas a abrir uma empresa.
 
Cada um destes fatores de produção – quando empregados na produção de qualquer mercadoria – deve receber alguma remuneração. Assim:
 
§         À remuneração do fator de produção terra damos o nome de aluguel.
§         À remuneração do fator de produção trabalho, chamaremos salário.
§         O capital recebe sua remuneração na forma de juros.
§         Tecnologia utilizada na produção de mercadorias recebe a remuneração em forma de direito à propriedade.
§         A capacidade empresarial recebe lucros na forma de remuneração.
 
Agora, faça o exercício abaixo:
 
Por que os diamantes são mais caros do que a água ou mesmo o ar, absolutamente imprescindíveis para a vida? A explicação que tem sido dada é que os diamantes existem em muito menor quantidade e, portanto, sua oferta é bem menor do que a procura, em relação aos outros dois bens. Na verdade, em várias partes do planeta é preciso pagar para obter ar de boa qualidade e próprio para a respiração, como ocorre, por exemplo, na Cidade do México, que conta com cerca de 19 milhões de habitantes e mais de 3 milhões de veículos, gerando poeira e chumbo. De acordo com o texto, podemos caracterizar que a preocupação fundamental da Economia aqui mencionada é relacionada com:
 
a)         Disseminação da pobreza pelas várias regiões do globo
b)         A necessidade de se manter um controle cada vez mais estrito e centralizado da produção de bens e serviços.
c)         A idéia de que a capacidade humana de desejar bens ou serviços usualmente supera a quantidade de recursos disponíveis para a sua produção, o que é denominado escassez.
d)         A obrigatoriedade de se aplicar uma taxação especial a todos os agentes econômicos que recebem qualquer espécie de renda.
e)         A intenção de se melhorar as condições ambientais A estrutura de mercado mais observada, de forma a reduzir os custos de obtenção de ar respirável.
 
A resposta correta é a alternativa C. O texto faz referência justamente à questão da escassez de diferentes produtos (da água, do ar ou do diamante), em diversas situações e regiões diferentes.
 
Curvas de Possibilidade de Produção
 
Você já entendeu que devem ser produzidos bens e serviços para atender necessidades ilimitadas. Também já entendeu que os recursos para essa produção – o estoque de fatores de produção – é limitado. Imagine agora uma economia em que só se produzam dois bens: café e milho. Poderíamos representá-la da seguinte forma:
 
Figura 1: Curva de Possibilidade de Produção
 
 
 As quantidades de café estão representadas no eixo vertical e asquantidades de milho estão representadas no eixo horizontal. Portanto, Y = toneladas de café e X = toneladas de milho. Essa Curva de Possibilidades de Produção (CPP), também chamada de Curva de Transformação, mostra as quantidades máximas que podem ser produzidas das duas mercadorias em um sistema econômico, dadas as combinações ótimas entre os seus fatores de produção disponíveis.
 
Dito de outra forma: ao simplificarmos demasiadamente a realidade, estamos supondo que para a produção de café e de milho seja necessária a utilização de quantidades de fatores de produção e que, nesse caso, todos os recursos disponíveis na economia estão sendo utilizados na produção dessas duas mercadorias. Estamos afirmando que todas as quantidades disponíveis de terra, de trabalho, de capital, de tecnologia e de capacidade empresarial foram destinadas à produção das máximas quantidades de cada uma dessas mercadorias em atendimento às necessidades de consumo da população.
 
Vejamos o que representa cada um dos pontos marcados. Os pontos A, B e C representam as combinações possíveis (e máximas) de produção das duas mercadorias. O ponto B mostra que há produção das duas mercadorias, tanto de café quanto de milho e o ponto C mostra que há produção das duas mercadorias, mas que a produção de uma só pode aumentar em detrimento da produção da outra. A origem dos dois eixos mostra que não há qualquer produção, nem de café nem de milho. Dessa forma, se houvesse um ponto situado na origem, ele representaria o total desemprego de recursos. Já o ponto D mostra a capacidade ociosa da economia, pois seria como se por ele passasse uma CPP imaginária, ou seja, um ponto para dentro daquela CPP que representa as quantidades máximas que essa economia pode produzir diante da disponibilidade total de fatores de produção. O ponto D mostra que há fatores de produção disponíveis que não estão sendo utilizados. Por fim, temos o ponto E, posicionado à direita na CPP. Esse ponto seria alcançado em uma situação de longo prazo, quando fossem aumentadas as quantidades de fatores de produção disponíveis na economia. O ponto E demonstra que houve um deslocamento das possibilidades de produção da economia no sentido de um aumento simultâneo nas quantidades produzidas das duas mercadorias.
 
Da Curva de Possibilidades de Produção apresentada, chegamos a mais um importante conceito em Economia, qual seja, o conceito de custo de oportunidade.Assim, o conceito de custo de oportunidade diz respeito às quantidades de uma mercadoria que deixam de ser produzidas para que sejam produzidas maiores quanti dades de outra mercadoria. O custo de oportunidade pode ser entendido também como uma taxa de sacrifício: para satisfazer as necessidades de consumo da sociedade por uma maior quantidade de determinada mercadoria, devemos sacrificar essa mesma sociedade com a menor produção de alguma outra mercadoria.Podemos dizer que quando aumentamos em uma unidade a produção de milho, ou seja, quando passamos a economia do ponto A para o ponto B, sacrificamos a sociedade em duas toneladas de café. Há, portanto, um custo de oportunidade de 2 toneladas de café para a produção de 1 tonelada de milho.Quando essa economia avança do ponto C para o D, o custo de oportunidade de se produzir milho aumenta. Passa agora a ser de 3 toneladas de café, ou seja, foram aumentadas as taxas de sacrifício em trocar a produção de café pela de milho. Podemos ainda conceituar o custo de oportunidade como o que deixamos de produzir de uma mercadoria para que seja aumentada a quantidade produzida de alguma outra. A pergunta que você deve estar se fazendo agora é: como calcular o custo de oportunidade da degradação ambiental?
 
Pense a respeito: muitos classificam a Economia como sendo uma ciência preocupada, fundamentalmente, com a Lei da Escassez : há sempre pouco para muitos. Esses pensadores admitem que:
 
a)         Os recursos existentes na natureza, apesar de abundantes e sempre renováveis, não conseguem, muitas vezes, saciar os desejos humanos.
b)         Os recursos somente permitem a obtenção do indicado na alternativa (a), anterior, quando se referem a fatores de produção utilizados pelos agentes econômicos.
c)         Mesmo nas modernas sociedades, a Lei da Escassez está presente, independentemente do avanço da tecnologia dos povos.
d)         Entre os fatores de produção requeridos para o atendimento às necessidades dos agentes econômicos, a maior preocupação é com o trabalho, em função da diminuição da população mundial nas últimas décadas.
e)         Não existiriam recursos escassos, se a terra fosse de propriedade comum aos agentes econômicos.
 
A resposta correta é a alternativa C.
 
Na alternativa A, os recursos da natureza são tidos, erroneamente, como sempre renováveis; em B, é incorreto afirmar que os recursos da natureza são abundantes e escassos apenas quando em relação a fatores de produção; em D, é incorreto afirmar sobre a diminuição da população mundial nas últimas décadas; em E, é incorreta a idéia de que se a terra fosse de propriedade comum, ela não seria escassa: quer dizer, a escassez não tem relação alguma com a posse ou propriedade.
 
Necessidades Humanas e Bens
 
Temos as mais variadas necessidades. Para cada uma delas, é produzido um bem ou serviço que possa satisfazê-la. Agora, gostaríamos de falar um pouco sobre os vários tipos de bens e serviços.
 
Qual a diferença entre bens e serviços? Os bens são tangíveis, podem ser tocados, são materiais. Os serviços são intangíveis. Exemplos? Uma camiseta é um bem e a assistência que o dentista presta ao paciente é um serviço.
 
Dentre os bens, temos os livres e os bens econômicos. Os bens são livres quando não representam custo para o seu consumo. Os bens são econômicos quando envolvem uma relação de pagamento para que possam ser consumidos.
 
Os bens também podem ser intermediários e os finais. Os intermediários, como o próprio nome diz, são aqueles que serão usados como materia prima para a produção de outros bens. Os finais são aqueles prontos para consumo, e eles podem ser usados tanto para produzir outros bens (sendo, portanto, bens de capital) como podem ser usados para o consumo das pessoas. No último caso, temos então bens de consumo durável (que têm durabilidade, não sendo consumidos imediatamente) e os bens de consumo não-durável (que são destruídos com o consumo).
 
Faça agora o exercício a seguir:
 
Do ponto de vista econômico o conceito ‘escassez’ é definido como o desejo de possuir os frutos da natureza em um montante que ultrapassa a capacidade de produzir bens, sendo assim um conceito que pode ser atribuído:
 
a)         à natureza e à natureza humana
b)         apenas à natureza.
c)         apenas à natureza humana.
d)         à sociedade industrial.
e)         aos limites territoriais das nações
 
A resposta correta é a alternativa A. A escassez física dos recursos diz respeito à natureza, enquanto a capacidade de produzir bens diz respeito à natureza humana.
· MÓDULO 2 - O SISTEMA ECONÔMICO
As questões centrais: o quê, como e para quem produzir
Como, afinal, administrar os recursos escassos de forma a atender às necessidades ilimitadas? Quer dizer, estamos perguntando como dar resposta ás seguintes questões: o quê e quanto produzir? Como produzir? Para quem produzir?
Em primeiro lugar vamos lembrar que o problema econômico fundamental origina-se da escassez de recursos que é o objeto de investigação da Ciência Econômica.Dessa forma, a sociedade como um todo deve ser capaz de organizar um sistema que assegure a produção de bens e serviços suficientes para a sua sobrevivência. Mais: a sociedade deve ser capaz de ordenar os frutos de sua produção de forma a permitir a continuidade da produção e de forma a distribuir o resultado da produção de forma equitativa entre todos os membros dessa sociedade. Como a procura de recursos para a produção significa a distribuição dos próprios frutos da produção, a tarefa é monumental.
 
A questão referente ao quê e quanto produzir diz respeito a quais mercadoriasdevem ser produzidas pelas empresas de um país e em quais quantidades. A questão referente ao como produzir diz respeito à mobilização de esforços, ou seja, diz respeito a qual técnica de produção utilizar na produção de determinadas mercadorias. A questão referente ao para quem produzir diz respeito às opções políticas que, necessariamente, devem ser feitas. A quem priorizar? A qual segmento da sociedade deve-se atender? De todas as demandas feitas por uma sociedade, qual deve ser prioritária e qual deve ser postergada? Quem precisa de mais serviços de saúde: a população dos centros urbanos ou da periferia? Deve-se construir escolas de primeiro ou de segundo grau? Quais são, afinal, as necessidades mais prioritárias e a quem devemos atender primeiro?
 
Assim, reencontramos o foco da investigação econômica dirigido ao estudo das instituições humanas dedicadas à produção e distribuição de riqueza.
 
Responda agora ao exercício a seguir:
 
A tabela abaixo, considerada por uma empresa preocupada em decidir “o que produzir”, apresenta a distribuição etária da população de um país, em percentual, ao longo do tempo (com previsão para os próximos 20 anos). Nesse país, a taxa de crescimento populacional prevista é zero. Após analisar a tabela, indique a resposta correta:
 
	FAIXAS ETÁRIAS
	1940
	1960
	1980
	2000
	2020
	0 a 9 anos
	30
	31
	26
	18
	12
	10 a 19 anos
	24
	22
	24
	20
	19
	20 a 39 anos
	30
	28
	29
	34
	36
	40 a 64 anos
	12
	14
	15
	20
	23
	65 anos ou mais
	4
	5
	6
	8
	10
 
Como resultado da análise do quadro acima:
 
a)      se esta empresa for um fabricante de sabão em pó, troca a abordagem de propaganda comparativa dos seus comerciais por um tom irônico;
b)      se esta empresa for um fabricante de balas e doces, decidiria abrir uma rede de lojas próxima a colégios;
c)      se esta empresa for um fabricante de fraldas infantis, passa a produzir, fraldas geriátricas;
d)      se esta empresa for fabricante de bicicletas, lança uma linha esportiva para esportes radicais;
e)      se esta empresa for fabricantes de refrigerantes, descontinua a sua linha diet;
 
Alternativa correta: C
Comentário: A empresa poderá trocar a produção de fraldas infantis pela de fraldas geriátricas, já que diminuirá a proporção da população com menos de oito anos e aumentará a população mais idosa.
 
Formas de organização: livre iniciativa, planificação central e sistemas mistos
 
Vamos agora analisar as formas de organização da sociedade econômica.
 
Estabeleceremos aqui duas formas de organização da atividade econômica: uma forma centralizada, predominantemente no caso cubano (um dos últimos exemplos de economias centralizadas que temos à disposição) e uma forma descentralizada, predominante nas economias ocidentais.
 
A forma centralizada pressupõe uma intervenção total do Estado na economia. O Estado é planejador e produtor: não apenas normatiza o mercado, mas é o único agente a tomar as decisões pela sociedade como um todo. Apenas para dar um exemplo: desde a revolução que destituiu Batista e levou Fidel Castro ao poder, é o governo quem decide o que cada um deve produzir e o que cada agente deve consumir. O príncípio que norteia essas decisões é o do princípio socialista, que prevê que cada um deve contribuir/consumir de acordo com sua capacidade e de acordo com seu trabalho. Do ponto de vista prático, as vendas são realizadas através de libretas, criadas em 1962, e que representam o conjunto de mercadorias que podem ser consumidas por cada pessoa.
 
"A quantidade e tipos de produtos foram os seguintes: Em todo o território nacional, 2 libras de gordura comestível, óleo ou banha de porco ao mês; 6 libras de arroz por pessoa ao mês; 13 libras e meia de feijões de qualquer tipo, grão-de-bico, ervelhas ou lentilhas por pessoa nos nove mêses seguintes. Na cidade de Havana, (...) uma barra de sabão por pessoa ao mês; um pacote médio de detergente por pessoa ao mês; um sabonete por pessoa ao mês; um tubo grande de creme dental para cada duas pessoas ao mês. Na cidade de Havana, três quartos de libra de carne de gado por pessoa por semana; 2 libras de frango por pessoa ao mês; meia libra de peixe de escama, limpo e em posta, por pessoa ao mês; cinco ovos por pessoa ao mês; um litro de leite diário para cada criança de menos de sete anos e um litro diário para cada 5 pessoas maiores de 7 anos" (Piñeda, 2001 apud Carcanholo e Nakatani, 2001, p. 142)[1]
 
A forma descentralizada, também chamada de economia de mercado, reúne três elementos principais: livre iniciativa, presença do Estado e elementos de uma economia capitalista. Vamos examinar detidamente cada um destes elementos.
 
No caso da livre iniciativa, nenhum agente econômico – empresas como produtoras ou vendedoras de mercadorias ou famílias como fornecedoras de fatores de produção e consumidores de mercadorias – se preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços. Preocupam-se em resolver, isoladamente, seus próprios negócios.
 
Você já deve ter percebido: temos raríssimos casos de economias que funcionam apenas contando com o sistema de livre iniciativa. Na maioria das sociedades modernas, o Estado cumpre com suas funções alocativas, distributivas e estabilizadoras, planejando e intervindo no mercado. Afinal, cabe a ele corrigir as falhas do mercado e agir mediante ações corretivas.
 
Faça agora o exercício abaixo:
 
Em uma Economia de Mercado:
 
a)      A divisão social e técnica da produção, bem como a do produto, ocorrem através das relações de troca que os agentes encontram em mercado;
b)      A divisão social e técnica da produção ocorrem através das determinações do Estado enquanto a divisão social do produto ocorre através das relações de troca que os agentes encontram em mercado.
c)      A divisão social e técnica da produção ocorrem através das relações de troca que os agentes encontram em mercado enquanto a divisão social do produto ocorre através das determinações do Estado.
d)      A divisão social e técnica da produção, bem como a do produto, ocorrem através das determinações do Estado.
e)      A divisão social e técnica da produção ocorre através das determinações do Estado.
 
Alternativa correta: A
Comentário: Em uma economia de mercado, são as relações de troca entre os agentes que definem a divisão social e técnica da produção, bem como a do produto. Numa economia centralizada, todas essas decisões cabem ao Estado.
 
Fluxos fundamentais: real e monetário
 
Podemos identificar, numa economia, dois fluxos fundamentais: o fluxo real, que é o Fluxo do Produto; e o fluxo monetário, que é o Fluxo Circular da Renda. Na figura abaixo, podemos ver o modelo esquemático desses dois fluxos.
 
 
O fluxo circular da renda acima representa o funcionamento de uma economia de mercado, e essa representação está bastante simplificada já que deixa de fora o governo, os bancos, os mercados de ações e outras partes do sistema financeiro. Outra questão de vital importância: nosso modelo pressupõe uma economia “fechada", sem contato com o exterior e auto-sustentável do ponto de vista dos recursos naturais.
 
Estudemos, portanto, nosso modelo simplificado. As empresas destinam bens e serviços às famílias. Como as famílias consomem os bens e serviços que são destinados pelas empresas, as famílias também destinam algo às empresas. Neste caso, as famílias geram as receitas das empresas. As receitas representam as formas de pagamento dos bens e serviços que são efetuados pelas famílias.
 
Para que as empresas produzam bens e serviços que serão destinados às famílias, as empresas necessitam empregar fatores de produção. As empresas necessitam então adquirir terra, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial, recursos esses que são providos pelas famílias. As famílias destinam fatores de produção às empresas e como as empresas precisam remunerar a utilização destes fatores de produção, também há a contrapartida: as empresas fazem a remuneração dos fatores de produção que foram destinados às famílias. O total desta remuneraçãoé denominado renda.
 
Vejamos então que na linha interna do fluxo circular da renda há o destino de bens e serviços das empresas às famílias, ao mesmo tempo em que há também o destino de fatores de produção das famílias às empresas. À essa linha interna chamaremos Fluxo Real. Na linha externa do fluxo da renda há a geração de receitas, por parte das famílias, às empresas, ao mesmo tempo em que há a geração, por parte da empresas, de rendas às famílias. Esses movimentos são chamados de Fluxo Monetário. Percebemos então que o fluxo monetário complementa o fluxo real, sendo válido também o contrário.
 
Agora que você já entendeu os movimentos dos fluxos de uma economia, faça o exercício abaixo.
 
Para entender o funcionamento do sistema econômico, usamos o modelo do Fluxo Circular da Renda e seus subfluxos (real e monetário). 
No Fluxo Circular da Renda, por simplificação, os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares) e as empresas (unidades produtoras). As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às unidades de produção (empresas) no mercado dos fatores de produção. As empresas, pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. 
Quanto aos fatores de produção, considere as seguintes afirmativas:
 
 I-                   São considerados fatores de produção, a terra, o trabalho, o capital, a tecnologia e a capacidade empresarial;
 II-                Toda a produção de bens e serviços demanda algum ou de alguns desses fatores de produção;
 III-              O grau de escassez de cada um desses fatores é variável, ou seja, relativo;
I V-             As firmas são as proprietárias desses fatores de produção.
 
Assinale a alternativa correta:
 
a)      apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
b)      apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c)      apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
d)      todas as afirmativas, exceto a afirmativa IV, estão corretas.
e)      todas as afirmativas estão corretas.
 
Alternativa correta: D
Comentário: A afirmativa I lista os fatores de produção. A II afirma, corretamente, que toda a produção, e de qualquer bem ou serviço, demanda algum ou alguns desses fatores que será, ou serão, de escassez relativa. A IV comete o erro de afirmar que apenas as firmas são proprietárias dos fatores de produção, omitindo as famílias.
 
Setores de produção: primário, secundário e terciário
 
Veja os quadros abaixo. O primeiro mostra, em termos mundiais, o comportamento dos setores agropecuário, industrial e de serviços. O segundo mostra a distribuição da população brasileira por setor da economia.
 
Quadro 1 - Setores da Economia
Quadro 2 – População brasileira por setor da economia
Vejamos, inicialmente, o que são esses setores: eles são o resultado da divisão da economia em setores e, para isso, são utilizados os critérios de produtos produzidos e os modos de produção associados à essa produção.
 
O setor primário reune a produção realizada por meio da exploração dos recursos da natureza. Assim, ele envolve a agricultura, a mineração, o extrativismo vegetal e a pecuária. Como você pode perceber, é o setor responsável pela matéria-prima que será utilizada pela indústria. Ter uma economia baseada, em grande parte, no setor primário, representa riscos: em primeiro lugar, é o setor que produz mercadorias que agregam menos valor; em segundo, é um setor que depende das condições naturais para que possa se desenvolver; em terceiro, é o setor mais vulnerável à flutuação de preços nos mercados internacionais, já que normalmente envolve commodities.
 
O setor secundário é o da indústria. É o setor de transformação, responsável pela produção de todos os produtos industrializados que consumimos. Geralmente, uma proporção elevada desse setor em um país revela desenvolvimento econômico, já que a exportação dos produtos industrializados é favorecida pelo elevado valor agregado que esses produtos costumam apresentar.
 
O setor terciário é o de serviços. São os bens intangíveis sobre os quais já falamos anteriormente: serviços de educação, de saúde, bancários, do comércio, entre outros. Costumamos distinguir, nesse setor, três subáreas: a) o terciário inferior, que representa o comércio varejista e o serviço doméstico; b) o terceiário superior, que representa os serviços de bancos e seguros, quer dizer, os serviços que envolvem um maior nível técnico; c) o terciário tecnológico, que envolve serviços tecnológicos e de ensino.É evidente que, quanto maior o setor de serviços de uma economia, mais desenvolvida e mais aparelhada do ponto de vista tecnológico ela é.
 
O que os quadros nos mostram? O quadro 1 nos mostra que o setor primário vem caindo em termos de participação, desde o século XIX. Também revela que o setor secundário percebeu um crescimento até a década de 1960, passando a perder importância a partir dessa data. Em contrapartida, percebe-se que o setor de serviços vem crescendo cada vez mais. O quadro 2 repete, com algumas poucas diferenças, a situação descrita no primeiro. Aqui no Brasil, a diminuição de participação do setor primário e a transferência do setor secundário, em termos de importância, para o setor terciário, que vem crescendo de forma consistente e sistemática.
 
Faça agora o exercício a seguir:
 Considere inicialmente a seguinte matéria veiculada no jornal Folha de São Paulo, domingo, 30 de março de 2008, caderno Dinheiro, página B2, escrita por Guilherme Barros, cujo título é Grandes bancos lucram mais no governo Lula que no FHC:
 
“Os quatro grandes bancos brasileiros registraram um lucro maior nos cinco anos do governo Luis Inácio Lula da Silva do que nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Os quatro bancos são Bradesco, Itaú, Unibanco e Banco do Brasil. No governo Lula, os quatro lucraram R$ 84,5 bilhões, 198,5% acima do resultado nos anos FHC. Se for excluído o Banco do Brasil, que registrou grandes prejuízos (...), os bancos lucraram 46,2% a mais no governo Lula. O trabalho foi elaborado pela consultoria Economática, tendo como base os valores dos bancos ajustados pelo IPCA até 31 de dezembro de 2007. De acordo com Einar Rivero da Economática, várias razões explicam esse desempenho recorde dos bancos brasileiros no governo Lula, apesar da queda dos juros. Em primeiro lugar, o aquecimento da economia do país contribuiu fortemente para esse comportamento favorável dos bancos (...) Outro ponto importante é que, no início do governo Lula, os juros ficaram muito altos durante um bom tempo, segundo a análise, o que também foi um fator que ajudou a engordar o lucro dos bancos. Também auxiliou bastante o desempenho dos bancos (...) a criação de novos tipos de empréstimos, principalmente os da área de previdência privada (...) A queda do dólar também foi outro fator a atrair recursos de fora para investir no país”.
 
Diante desta leitura, podemos afirmar que:
 
 
a)      são argumentos normativos que demonstram dados de um setor da economia da forma como eles aconteceram e não como deveriam se comportar;
b)      são argumentos negativos que demonstram dados de um setor da economia da forma como eles aconteceram e não como deveriam se comportar;
c)      são argumentos sem relevância para o estudo da Ciência Econômica, uma vez que a investigação econômica preocupa-se somente com a produção de bens e não com o comportamento dos bancos, pois as decisões destes, de forma geral, em nada afetam o cotidiano das famílias, das empresas tão pouco do governo;
d)      são argumentos impregnados de juízo de valor, uma vez que o autor simplesmente relata o que ele acha que ocorreu com o setor bancário;
e)      são argumentos positivos, pois demonstram dados de um setor da economia da forma como eles aconteceram e não como deveriam se comportar; os argumentos positivos não devem envolver juízo de valor, e referem-se a proposições objetivas;
 
Alternativa correta: E
Comentário: O texto mostra como se comportou o setorbancário, sem estabelecer qualquer juízo de valor. Os argumentos utilizados são positivos, ao contrário dos normativos que, justamente, estão impregnados de juízo de valor e costumam fazer referência ao que “deveria ser”.
· MÓDULO 3 - INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA
3.1. A curva de demanda
Em uma economia de mercado, os preços se formam por meio do encontro dos interesses dos compradores e dos vendedores. Isso quer dizer que, teoricamente, se os vendedores ofertarem seus produtos a preços acima do desejado pelo mercado consumidor, os produtos não serão vendidos, forçando os vendedores a baixar seus preços. Da mesma forma, se os consumidores desejarem comprar produtos a preços que não interessam aos vendedores, haverá falta de produto no mercado.
 
Esse mecanismo pressupõe, portanto, que haja uma determinada quantidade de bens que seja oferecida a um determinado preço que interessa tanto aos compradores quanto aos vendedores. Mas, para que possamos entender isso melhor, devemos inicialmente compreender como é que se forma a demanda.
 
Dizemos que a demanda reflete a escolha do consumidor. Quais as variáveis que afetam essa escolha? De forma simplificado, são as seguintes:
 
a)      a renda: quanto o consumidor tem disponível para a aquisição de bens e serviços que lhes são necessários;
b)      os preços dos bens e serviços: quanto custarão, para ele, os bens e serviços dos quais ele tem necessidade;
c)      suas preferências: que marcas o consumidor prefere? Das alternativas existentes no mercado, quais são as suas prediletas?
d)     a r elação de substitutibilidade ou complementariedade entre os bens e serviços que o consumidor deseja comprar: o bem que ele deseja pode ser substituído por outro? O bem que ele quer consumir precisa ser consumido em conjunto com outro?
 
Como você pode ver, são muitos os fatores que determinam a demanda de um bem ou serviço. 
Para simplificar mais, faremos o seguinte: consideraremos, para a nossa análise, apenas a quantidade demandada de um bem em relação ao seu preço. 
Ao representarmos essa relação, teremos a curva abaixo:
O gráfico acima nos permite visualizar que à medida em que o preço sobe, a quantidade demandada diminui. Isso é possível de ser constando no mundo real: quanto maior o preço, menos as pessoas estão dispostas a consumir determinado bem ou serviço. Por isso, a inclinação da curva de demanda é negativa.
 
O que pode provocar um deslocamento da curva de demanda? Mudanças naquelas variáveis que havíamos deixado de fora da nossa análise. Dessa forma, mudanças na renda, nos preços dos bens substitutos e complementares e mudanças nos padrões de preferência provocarão deslocamentos da curva de demanda.
 
Vejamos agora um exercício: o que acontece com a curva de demanda quando há uma mudança nos padrões de preferência dos consumidores?
 
Resposta: Caso haja um aumento de preferência dos consumidores por determinado produto, a curva de demanda sofrerá um deslocamento para a direita. Nesse caso, todo o mercado estará disposto a consumir mais quantidade do bem para um certo preço. Caso haja uma diminuição de preferência dos consumidores por certo bem, a curva de demanda sofrerá um deslocamento para a esquerda. Assim, todo o mercado estará disposto a consumir menos bens para um certo preço.
 
3.2. A curva de oferta
 
Da mesma forma como a curva de demanda é formada a partir das preferências dos consumidores, a de oferta se explica pelas escolhas que as empresas fazem no esforço de oferecer bens e serviços ao mercado.
 
Como as empresas decidem quais as quantidades ofertar ao mercado? São inúmeras as variáveis:
 
a)      os preços praticados no mercado;
b)      o quanto de lucro elas pretendem no mercado;
c)      a estrutura de custos da produção dos bens e serviços;
d)      a concorrência;
e)      a oferta e os preços dos fatores de produção.
Para que possamos simplificar nossa análise, consideraremos a quantidade ofertada de um bem ou serviço como função única e exclusiva dos preços. Se representarmos essa relação, teremos a curva abaixo.
 
 
Como você pode verificar, a curva de oferta tem inclinação positiva. Isso quer dizer que quanto maiores os preços praticados no mercado, mais a empresa tem interesse em ofertar os bens e serviços. O que pode provocar um deslocamento da curva de oferta? Mudanças naquelas variáveis que havíamos deixado de fora da nossa análise. Dessa forma, mudanças na concorrência e na oferta de fatores de produção podem deslocar a curva da oferta para a direita ou para a esquerda..
 
Vejamos agora um exercício: o que acontece com a curva de oferta quando há uma mudança no estoque de determinado fator de produção?
 
Resposta: Vamos imaginar que haja escassez de determinado fator de produção. A oferta como um todo diminuirá e a curva de oferta se deslocará para a a esquerda. Caso haja um aumento na oferta de determinado fator de produção, a curva se deslocará para a esquerda.
 
3.3. A situação de equilíbrio
 
Como ocorre então a situação de equilíbrio entre a demanda e a oferta? Graficamente, ela se identifica com o ponto de encontro entre as duas funções. Veja na figura abaixo:
  
É importante ressaltar que essa situação de equilíbrio é uma construção teórica. No mercado real, no mundo real, o que temos são movimentos em torno desse ponto de equilíbrio. Quer dizer, esse ponto de equilíbrio é uma meta ideal para o mercado consumidor e para o mercado vendedor. Do ponto de vista teórico, o ponto de equilíbrio representa a situação em que, a um determinado preço e a uma determinada quantidade, compradores e ofertantes ficam igualmente satisfeitos.
 
É evidente que mudanças nas curvas de demanda e de oferta podem deslocar esse ponto de equilíbrio, e isso veremos no tópico a seguir. O importante agora é você ser capaz de identificar esse ponto como sendo aquele de coincidência de interesses.
 
3.4. Deslocamentos do ponto de equilíbrio
 
Como falamos no tópico anterior, deslocamentos nas curvas de demanda e oferta podem alterar o ponto de equilíbrio. Vejamos esses deslocamentos de uma forma simplificada, em termos das consequencias para o preço e para a quantidade de equilíbrio:
 
	Curva da Demanda
	Curva da Oferta
	Novo preço de equilíbrio
	Nova quantidade de equilíbrio
	Deslocamento para a direita
	Sem deslocamento
	Maior do que na situação anterior
	Maior do que na situação anterior
	Deslocamento para a esquerda
	Sem deslocamento
	Menor do que na situação anterior
	Menor do que na situação anterior
	Sem deslocamento
	Deslocamento para a direita
	Menor do que na situação anterior
	Maior do que na situação anterior
	Sem deslocamento
	Deslocamento para a esquerda
	Maior do que na situação anterior
	Menor do que na situação anterior
 
Faça agora o seguinte exercício: o que aconteceria com o ponto de equilíbrio caso a curva de oferta não se altere, mas os consumidores aumentem a preferência pelo bem ou serviço?
 
Resposta: No novo ponto de equilíbrio, tanto o preço como a quantidade serão maiores do que na situação anterior.
Faça agora os exercícios previstos para esse módulo. Bom trabalho!!!
· MÓDULO 4 - O MERCADO
4.1. O que é Mercado
Mercado é um local de encontro entre alguém que oferece algo para outro alguém que desse algo necessita. Assim, mercado é um local de trocas: trocas de produtos, trocas de serviços, trocas de informações.
Podemos pensar, por exemplo, no mercado de trabalho. O trabalho aqui já foi definido com um fator de produção. Um fator primordial de produção de que as empresas necessitam. Um fator primordial de produção para que a sociedade possa obter renda. O mercado de trabalho é constituído por ofertantes de força de trabalho, mão-de-obra, e demandantes de tal fator. Como as empresas necessitam do trabalho para por em prática seu processo produtivo, ofertam vagas para que sejam preenchidas pelas famílias que oferecem às empresas a sua riqueza, o trabalho.  Assim, de forma conduzida pela mão invisível, conforme explicado por Adam Smith, as empresas e as famílias se encontram em tal mercado. Mas, ondese dá tal encontro? Não necessariamente em um espaço local específico. Portanto, entende-se por mercado um local imaginário onde são efetuadas tais trocas.
Outro exemplo é o mercado de crédito. Tal mercado é constituído por agentes superavitários, ou seja, poupadores, que colocam a disposição dos bancos um volume de moeda para que seja emprestada a deficitários. Tais agentes necessitados de moeda recorrem ao mercado de crédito para obter tal recurso. Este mercado é mais visível pois é percebido nas atividades dos bancos e das sociedades de crédito.
Podemos ainda classificar os mais diversos mercados em mercados concentrados e mercados não concentrados para melhor entender como se dá o padrão de concorrência entre empresas e é neste âmbito que entra a discussão sobre Estruturas de Mercado. A partir disto, podemos melhor entender como são divididas as mais variadas atividades econômicas e de que forma são identificadas as diversas empresas existentes num sistema econômico. Tal classificação dá-se em função do poder que é exercido por algum agente econômico, no caso poder de compradores e de vendedores e, mais especificamente, por parte dos vendedores.
As várias formas ou estruturas de mercado dependem, fundamentalmente, de três características:
a) número de empresas que compõe o mercado;
b) tipo de produto;
c) existência de barreiras ao acesso de novas empresas;
São basicamente quatro as estruturas de mercado mais predominantes: o mercado de Concorrência Perfeita, o mercado de Monopólio, a Concorrência Monopolística e o Oligopólio.
4.2. A Concorrência Perfeita
Iniciamos a partir do mercado não concentrado, chamado mercado Concorrência Perfeita. Para que um mercado seja classificado desta forma, algumas características devem ser reunidas.
Um mercado de Concorrência Perfeita é um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, é insignificante, não afetando os níveis de oferta de mercado e, consequentemente, o preço de equilíbrio.
É um mercado atomizado, pois é composto de um número expressivo de empresas e de compradores, como se fossem átomos. Um mercado de concorrência perfeita reúne algumas características, como por exemplo:
a) grande quantidade de compradores para uma grande quantidade de vendedores;
b) produto homogêneo;
c)  mercado transparente;
d) liberdade aos agentes econômicos quanto a entrada e a saída de novos participantes;
- mercado atomizado.
Neste tipo de mercado, no longo prazo, não existem lucros extraordinários (onde as receitas superam os custos), mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do empresário. Do ponto de vista da Teoria Microeconômica, a estrutura de Concorrência Perfeita é uma construção teórica, simplificadora da realidade.
Construção teórica ou não, o fato é que uma empresa atuando nesse mercado também terá o objetivo de lucro. Melhor ainda, terá como objetivo a maximização de seu lucro e, desta forma, precisa decidir quais quantidades produzidas são aquelas que atingem o objetivo. Como se trata de um mercado em que há muitos vendedores de um mesmo produto, a margem de manobra quanto ao preço de venda da mercadoria fica bastante prejudicada sendo, dessa forma, o preço estabelecido pelo mercado.
Dado o padrão da curva de demanda nesse mercado, uma reta constante num preço fixado, todas as firmas componentes desse mercado tornam-se tomadoras de preços. Nenhuma firma, isoladamente, tem condições de alterar o preço ou praticar preço superior ao estabelecido no mercado. Contudo, a esse preço dado pelo mercado, ela poderá vender quanto puder, limitada apenas por sua estrutura de custos.
Em concorrência perfeita, como a quantidade demandada e a quantidade ofertada da mercadoria dependem de muitos compradores e de muitos vendedores, o preço da mercadoria é estabelecido a partir do encontro das curvas de demanda e de oferta. Portanto, o preço da mercadoria é estabelecido pelo mercado e, a partir disso, as firmas seguem o preço estabelecido. Dessa forma, são também chamadas de seguidoras ou tomadoras de preços.
4.3. O Monopólio
De forma oposta à do mercado de concorrência perfeita, temos o mercado de Monopólio, quer dizer, o mercado em que ocorre um único poder. O mercado de Monopólio apresenta condições diametralmente opostas às da Concorrência Perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, portanto, produto substituto perfeito ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou simplesmente deixarão de consumir o produto.
Para existir monopólio, deve haver barreiras que impeçam a entrada de novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir de diversas formas, sendo o monopólio puro ou natural uma delas. Este caso ocorre quanto o mercado, por suas próprias características, exige a instalação de grandes plantas industriais que operam normalmente como economias de escala e custos unitários bastante baixos, possibilitando à empresa cobrar pecos baixos por seu produto, o que acaba praticamente inviabilizando a entrada de novos concorrentes.
Podemos ainda elencar como barreiras o elevado volume de capital requerido para montar uma indústria monopolista, as marcas e patentes, o controle de matéria-prima básica, bem como as instituições. A legislação brasileira acerca do tema proíbe a existência de monopólio, permitido apenas para aqueles segmentos de mercado onde, para um perfeito funcionamento, deve existir apenas uma empresa. São os chamados monopólios institucionais ou estatais, considerados estratégicos ou de segurança nacional. Porém, observa-se atualmente que há uma movimentação para que segmentos monopolizados sejam privatizados.
Como existem barreiras à entrada de novas empresas, os lucros extraordinários devem persistir também a longo prazo em mercados monopolizados. Nessa estrutura de mercado, a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a empresa não estará sujeita aos preços vigentes. Isso não significa que poderá aumentar os preços indefinidamente. Deve, de alguma forma, se adequar aos padrões de demanda dos consumidores.
4.4. O Oligopólio e a Concorrência Monopolista
Outra estrutura de mercado é aquela formada pelos são Oligopólios. O Oligopólio é um tipo de estrutura caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilística, ou então, onde há um grande número de empresas, mas poucas dominam o mercado, como a indústria de bebidas.
No Oligopólio, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas, muitas vezes, por meio de conluios ou cartéis. Normalmente, as empresas discutem suas estruturas de custos, embora isso não ocorra com relação a sua estratégia de produção e de marketing.  Há uma empresa líder que, via de regra,  fixa o preço, respeitando as estruturas de custos das demais, e há empresas satélites que seguem as regras ditadas pelas líderes. Esse é o modelo chamado de liderança de preços.
Estrutura intermediária entre a Concorrência Perfeita e o Monopólio, mas que não se confunde com o Oligopólio, é a Concorrência Monopolista. Nessa estrutura, há um número relativamente grande de empresas com poder concorrencial, porém com segmentos de mercado e produtos diferenciados, seja por características físicas, pelas embalagens ou pela prestação de serviços.
Tais empresas  detém alguma margem de manobra para fixação dos preços que não é muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado. Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o mercado seja competitivo.
4.5. Exercícios Resolvidos
Exercício 1
As operações, trocas, realizadas no mercado estão condicionadas à estrutura em que este mercado opera. Assim, por exemplo, a existênciade muitos ofertantes e  muitos demandantes caracteriza a concorrência perfeita como uma particular estrutura de mercado. Mas há também mercados que operam com base em uma estrutura  do tipo concorrência imperfeita. O monopólio  é uma estrutura de mercado do grupo de concorrência imperfeita e, nela:
a) O produtor é basicamente um tomador de preços para os seus bens, incapaz de influenciar os seus valores.
b) O consumidor, na verdade, é quem estabelece o preço que irá vigorar no mercado.
c) Os preços dos bens são estabelecidos mediante acordos e associações entre os seus fabricantes.
d) O produtor forma o preço no mercado, desde que apoiado pelo governo, mas  independentemente dos desejos de compra dos consumidores.
e) O produtor determina o preço do seu bem ou serviço no mercado, subordinando-se, porém, de alguma forma,  às condições de demanda dos seus bens e serviços
Alternativa correta: E.
Comentário: A alternativa A está incorreta, pois reúne características da Concorrência Perfeita. A B também está incorreta pois os consumidores, isolados e em qualquer mercado, não determinam preços. A alternativa C está incorreta pois acordos e associações ocorrem em mercados de Oligopólio. A alternativa D também está incorreta:  monopolistas devem, de alguma forma, adequar o preço do que oferta às condições da demanda.
Exercício 2
(Adaptado de Provão-MEC, Administração, 1999). Um ponto importante a considerar quando do desenvolvimento de um novo produto ou até da penetração em um mercado já existente, é que cada empresário deve ter noção das diferentes estruturas de mercado e do padrão de concorrência que enfrentará. Assim, o conhecimento das condições concorrenciais em mercados concentrados ou não concentrados é de extrema importância para o sucesso de qualquer empreendimento. Suponha que você seja gerente de uma empresa que opera com um determinado produto em um mercado em Concorrência Pura (ou Perfeita). Para que você melhor enquadre a empresa no mercado, em relação aos itens diferenciação e preço de produto, a combinação que deve ser feita correspondente ao produto é:
a) não diferenciado e preço abaixo da média dos concorrentes;
b) não diferenciado e preço no nível dos concorrentes;
c) diferenciado e preço no nível dos concorrentes;
d) diferenciado e preço abaixo da média dos concorrentes;
e) diferenciado com preço acima da média dos concorrentes;
Alternativa correta: C.
Comentário: A alternativa A está incorreta porque a venda de um produto idêntico ao concorrente a preços mais baixos derrotam lucros. A alternativa B também está incorreta pois, ao se cobrar o mesmo que um concorrente por um mesmo produto ou serviço, não há posicionamento algum que seja melhorado. As mesmas considerações devem ser efetuadas para as alternativas D e E, também incorretas.
Exercício 3
Qual das alternativas a seguir é necessária para um setor se aproximar da competição perfeita?
a) Falta de um acordo explícito para a determinação dos preços.
b) A existência de muitas empresas.
c) Uma curva de demanda de mercado altamente elástica.
d) A existência de mercado relevante em que os agentes são tomadores de preços.
e) Não existe uma regra única para estimar a existência da competição perfeita.
Alternativa correta: D
Comentário: A alternativa D é a única que reúne uma característica do mercado de Concorrência Perfeita.
Exercício 4
Qual a principal diferença entre a concorrência perfeita e a concorrência monopolista no que diz respeito à homogeneidade (ou falta de) dos produtos?
Resposta: Na concorrência perfeita, todos os produtos são homogêneos. Na concorrência monopolista, os produtos se diferenciam em função de qualidade ou marca.
· MÓDULO 5 - INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
5. O Setor Público
5.1. O papel do Estado
 
Se há falhas nos mercados, e já estudamos isso em módulo anterior, como lidar com elas? Cuidar dessas falhas deve ser responsabilidade dos próprios mercados? E se  os mercados não forem capazes de lidar com suas imperfeições? E se os mercados, deixados por sua conta e risco, não forem capazes de garantir o bem estar de todos? 
Embora a mídia (e alguns políticos) insistam no mito da “mão invisível”, é evidente que cabe ao Estado intervir na economia quando da necessidade de corrigir os efeitos das falhas dos mercados. Assim, fica sob sua responsabilidade as políticas que combatem a desigualdade social, o desemprego, a inflação e o desenvolvimento.
Vejamos algumas situações em que é fundamental a interferência do Estado na economia:
a) há determinados tipos de bens que são consumidos por toda a sociedade e mesmo os indivíduos que não percebam renda (ou que não contribuam com o pagamento de impostos) têm o direito de usufruir esses bens; cabe ao Estado, portanto, oferecer esses bens a todos;
b) há determinadas situações que favorecem a existência de monopólios naturais quando da produção de bens e serviços, especialmente quando os investimentos são vultosos e requerem retorno de escala; nesses casos, compete ao Estado ou produzir e ofertar os bens e serviços ou, por meio de agências reguladoras, identificar ou punir abusos que possam prejudicar a sociedade;
c) há determinadas situações em que o consumo de um bem ou serviço gera externalidades: por exemplo, há uma externalidade positiva quando se amplia a rede de ensino de uma determinada cidade (todos se beneficiam, e não apenas aqueles que estudam na rede de ensino) e é natural que o Estado chame para si os investimentos que possam gerar essa externalidade; por outro lado, há externalidade negativa quando o consumo de bebida ou cigarro onera os cofres públicos em função do impacto do consumo nos serviços públicos de saúde Também nesse caso, é natural que o Estado busque interferir no consumo desses bens, em particular por meio de políticas tributárias;
O Estado também pode intervir quando há assimetria de informação (por exemplo, quando agentes possuem menos informações que outros e, em função disso, percebem desvantagens nas relações econômicas), quando há necessidade de políticas que garantam o desenvolvimento, quando há necessidade de estabelecer equidade entre os vários setores da sociedade.
5.2. A contabilidade do setor público
Como qualquer outro agente econômico, o Setor Publico deve cuidar de sua contabilidade. Para efeitos contábeis, portanto, foram desenvolvidos mecanismos capazes de mensurar:
 
a) o Produto ou produto agregado, obtido por meio da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no período de um ano.
b) a Renda ou renda agregada, obtida por meio da soma das remunerações de todos os fatores de produção;
c) a Despesa ou despesa agregada, obtida por meio da soma dos gastos com consumo e investimento privados e públicos.
Assim, o PNB e o PIB são medidas usualmente utilizadas para mensurar a atividade de um país. O PNB per capita e o PIB per capita dão a noção de média de apropriação do produto por habitante: o PNB per capita dá o valor de cada parcela de PNB apropriada por habitante; da mesma forma, o PIB per capita dá o valor de cada parcela do PIB apropriada por habitante. Vejamos, então, a diferença entre os dois conceitos:
O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços produzidos no país (ou na região considerada) em determinado período de tempo. Para o seu cálculo, ele descarta a renda do exterior, tanto a recebida quanto a enviada. Considerando-se N o número de habitantes, o PIB per capita será dado por:
PIB per capita = PIB/N
O PNB (Produto Nacional Bruto) difere do PIB porque ele considera tanto as rendas enviadas para o exterior quanto as recebidas pelo exterior. Assim:
PNB = PIB – Ree (receita enviada para o exterior) + Rre (receita recebida do exterior).
O PNB per capita será dado por:
PNB per capita = PNB/N
Nos países em desenvolvimento, o PNB é menor do que o PIB. Isso ocorre porque, nesses países, há considerável remessa de lucros para o exterior.
Faça agora dois exercícios:
Exercício 1: Por que o Estado deve intervir quando se trata de oferecer à sociedade benspúblicos?
Resposta: Todos os individuos que pertencem à sociedade se beneficiam e usufruem os bens públicos, inclusive aqueles que não pagam por esse consumo. Assim, todos que estão na praia se beneficiam da limpeza e da conservação das praias, mesmo que não paguem os impostos que recolhem os recursos necessários para a obtenção da limpeza e da conservação. Como se trata de bens públicos, cabe ao Estado prover a demanda da sociedade por esses bens e serviços.
Exercício 2: O PIB pode ser usado como uma medida de desenvolvimento?
Resposta: Como o PIB mede o produto interno bruto produzido num determinado país, num determinado período de tempo, ele é usado como parâmetro de crescimento. Em suma, ele mostra o quanto cresceu (ou decresceu) a produção interna bruta de um país.
· MÓDULO 6 - MOEDA E BANCOS
Funções e evolução da moeda: caracterização e funções básicas; evolução histórica da moeda e dos sistemas monetários. 
 Banco Central e Bancos Comerciais
Texto 1 - Banco Central
                O Banco Central, na qualidade de Autoridade Monetária em um dado país, assume algumas funções. Dentre elas, a) ser emissor de papel-moeda, ou seja, detém o monopólio de emitir quantidade de moeda suficiente para ajudar nas trocas de mercadorias entre os agentes, b) ser controlador da liquidez da economia zelando pela permanência do valor do dinheiro no tempo enquanto manutenção do poder de compra, c) ser banqueiro dos bancos fiscalizando as operações bancárias com relação à administração dos recursos que seus correntistas lhe confiam, d) regulador do sistema financeiro com vistas a manter harmonia e garantia no sistema e e) depositário de reservas internacionais em que administra o volume de moeda internacional que dado país consegue internalizar por intermédio das exportações que efetua.
 
                Basicamente, e de forma bastante generalizada, pode-se dizer que uma das principais funções do Banco Central é zelar pela liquidez da economia e, em se tratando de liquidez estamos nos referindo à Base Monetária e aos meios de pagamento. Como vimos, a autoridade monetária emite moeda manual mas somente parte desses recursos encontram-se a disposição do público pois parcela de tal emissão fica a cargo do caixa do Banco Central sendo que outra parte é retida pelos bancos comerciais na forma de encaixe técnico. Assim, torna-se necessário conhecer os agregados monetários ou também chamados de meios de pagamento e são classificados, por ordem, da maior liquidez para menor liquidez.
 
                Conforme Carvalho et al (2007) o primeiro agregado monetário é denominado de M1 e é representado pelo Papel Moeda em Poder do Público somado aos depósitos à vista efetuados nos bancos comerciais. O segundo agregado monetário é denominado M2 e agrega, além do M1, os depósitos especiais remunerados, depósitos de poupança e os títulos emitidos por instituições depositárias. Quanto ao M3, é representado pelo M2 somado às quotas de renda fixa e operações compromissadas registradas no sistema Selic. Por fim, o meio de pagamento M4 agrega o M3 somando os títulos públicos de alta liquidez.
 
Texto 2 – Bancos comerciais
 
                Os bancos comerciais desempenham importante papel nas economias capitalistas e junto ao sistema financeiro pois, são uma instituição de criação de depósitos à vista e, dessa forma, expandem meios de pagamento de forma escritural. Basta que um agente econômico efetue depósito de qualquer valor numa conta corrente de qualquer banco que o banco tratará desse numerário. De que forma? Parte desse numerário deve ser repassada ao Banco Central em função do recolhimento compulsório. Outra parte, o banco comercial tratará de encaixar como forma de manutenção de sua liquidez futura fazendo “fundo de caixa”. A isso, dá-se o nome de encaixe técnico. A parte restante, o banco comercial tem a sua disposição para comercializar. Assumindo que, em economia, saldo superavitário de um agente representa o saldo deficitário de outro, os saldos de depósitos á vista que estão à disposição dos bancos comerciais serão canalizados, via crédito, a outros agentes que, ao efetuarem suas compras ou despesas, ensejam outros depósitos à vista e assim de forma indefinida.
 
                Diante tal operação, e conforme os lançamentos que são efetuados no balancete dos bancos comerciais, o banco comercial desenvolve o conceito de multiplicador bancário. O multiplicador bancário nada mais é do que a representação do limite do processo de multiplicação monetária efetuada pelos bancos comerciais por meio de seus dos depósitos à vista que recebem e do montante de crédito que geram a partir deles. Para cada depósito o banco comercial reserva parte como encaixe técnico e outra parte como recolhimento compulsório diretamente com o Banco Central e conforme coeficiente por esse determinado. Várias são as interpretações acerca do papel desempenhado pelos bancos comerciais numa economia capitalista e, dentre essas visões, estão a abordagem neoclássica da firma bancária bem como a teoria keynesiana da firma bancária e seu pressuposto da preferência pela liquidez dos bancos.
Texto 3 – Sistema financeiro
 
                A estrutura atual do Sistema Financeiro Brasileiro é composto pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Banco do Brasil, os Bancos Comerciais, os Bancos de Desenvolvimento, Bancos de Investimentos, Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos, as Sociedades de Crédito, financiamento e investimento, os Bancos Múltiplos e as Instituições do Mercado de ações, além de demais instituições que atuam no mercado financeiro, a exemplo das companhias de seguro.
 
            Conforme Carvalho et al (2007, p. 251), o sistema financeiro se divide em instituições bancárias e instituições financeiras não-bancárias. Entre as primeiras, o principal tipo de instituição é o banco comercial, pois captam não apenas depósitos à vista, mas também depósitos a prazo, o que lhes permite fazer aplicações de mais longo prazo que aquelas que seriam convenientes se sua única fonte de captação fossem depósitos à vista. Bancos de Investimentos têm uma forma de operação bastante diversa da do banco comercial. Sua principal fonte de captação são os depósitos a prazo e a emissão de títulos, mas, no curto prazo, dependem também da oferta de crédito por parte dos bancos comerciais. Entre as instituições financeiras não-bancárias temos as companhias de crédito, financiamento e investimento e as corretoras e distribuidoras de valores.
 
Cada uma dessas instituições desenvolvem suas operações no mercado conforme o próprio mercado se moderniza e da forma com que os agentes modificam suas relações com a moeda. Assim, em diferentes momentos as instituições desempenharam papéis diferentes, conforme bem descreve a abordagem de Gurley-Shaw e a evolução do Sistema Financeiro Brasileiro desde o império, passando pelo período da Grande Depressão, o período pós-guerra e as reformas de 1964-1965 até assumir a forma da atualidade.
Texto 4 - bancos e intermediação
 
                A intermediação financeira é muito importante para dar fluidez ao sistema bem como para que uma economia possa aprofundar na divisão do trabalho. A canalizar recursos captados junto aos agentes superavitários para os deficitários, os intermediários financeiros operacionalizam os fluxos de financiamento indireto e da economia.
               Assim, os agentes econômicos superavitários ofertam recursos financeiros aos intermediários que fazem tais recursos chegarem às mãos dos agentes econômicos deficitários que representam os demandantes de recursos financeiros que necessitam cobrir seus déficits orçamentários. Independentemente da estrutura institucional do sistema financeiro da economia, a função essencial da intermediação financeira é a de processas os fluxos de financiamento indireto da economia, promovendo, assim, diversos benefícios ao sistema e aos agentes. Lopes eRossetti (2002, p. 415) sistematizam a segmentação do mercado financeiro quanto aos tipos e às finalidades das operações de intermediação praticadas, conforme pode-se observar no quadro que se segue.
	Segmentos principais
	Caracterização e tipos de operação de intermediação
	Mercado Monetário
	Segmento em que se realizam operações de curto e de curtíssimo prazo. É por meio deste mercado que aos agentes econômicos e os próprios intermediários financeiros suprem suas necessidades momentâneas de caixa. A liquidez desse segmento de mercado é regulada por operações abertas, conduzidas pelas autoridades monetárias, via colocação, recompra e resgate de títulos da dívida pública de curto prazo.
	Mercado de Crédito
	Segmento que atende aos agentes econômicos quanto às suas necessidades de crédito de curto e de médios prazos. Particularmente, são atendidas solicitações de crédito para financiamento da aquisição de bens duráveis pelos consumidores e do capital de giro das empresas. A maior parte do suprimento desse tipo de crédito é feita por intermediários financeiros bancários; complementarmente, podem ocorrer suprimentos via intermediários não bancários.
	Mercado de Capitais
	Segmento que atende aos agentes econômicos produtivos quanto às suas necessidades de financiamento de médio e, sobretudo, de longo prazos, essencialmente relacionados com investimentos em capital fixo. A maior parte dos recursos financeiros de longo prazo é suprida por intermediários financeiros não bancários. As operações que se realizam nas bolsas de valores são parte integrante desse mercado.
	Mercado Cambial
	Segmento em que se realizam operações de compra e venda de moedas estrangeiras conversíveis. Podem ocorrer operações a prazo para suprimento de necessidades momentâneas de moedas estrangeiras, por exemplo, para fechamento de câmbio de importações; inversamente, podem ser adquiridas divisas por antecipação, por exemplo, de exportadores que trocam, antecipadamente, por moeda corrente do país, as divisas estrangeiras que receberão. As operações nesse segmento de mercado são feitas sob a intermediação de instituições financeiras autorizadas, bancárias e não bancárias.
 
Texto 1 - Moeda
 
Inicialmente, vamos refletir sobre o que vem a ser moeda. A moeda é um artigo utilizado para efetuar trocas. Dá-se moeda em troca de algo. Trabalhamos em troca de moeda. O termo moeda designa moedas metálicas e papel moeda, as cédulas que utilizamos. 
Vamos pensar um pouco. A moeda tem valor? Você, por acaso, já encontrou alguém nas ruas de sua cidade vendendo moedas, vendendo dinheiro? Possivelmente não. Por qual motivo? Antes da resposta, reflita mais um pouco! Qual o valor de uma cédula, nota, de R$ 20,00? Quanto vale uma nota de R$ 100,00? Qual o valor de uma moeda metálica de R$1,00? Parece estranho dizer, mas, nas economias modernas, as notas bem como as moedas não têm qualquer valor. Representam valor!!! Representar valor significa ter poder aquisitivo. Uma cédula de R$ 50,00 representa um poder de compra de cinqüenta unidades monetárias. Uma cédula de R$ 10,00 representa um poder de compra de dez unidades monetárias e assim por diante. Esse deve ser o motivo pelo qual não encontramos pessoas nas ruas vendendo moedas, pois qualquer pessoa não aceitaria vender uma nota de R$ 100,00 por um valor mais baixo do que ela vale e também ninguém aceitaria pagar mais do que esse valor pela nota.
 
Podemos pensar que a moeda seja uma mercadoria. Mas não qualquer mercadoria. Uma mercadoria específica que reúne a propriedade de ser trocada por qualquer outra mercadoria. Basta ter em mãos cédulas ou moedas metálicas para poder trocar por qualquer artigo que represente exatamente as unidades monetárias incorporadas na moeda. Se tivermos em mãos R$ 80,00, podemos adquirir qualquer mercadoria que tenha um preço idêntico ou menor do que esse valor e que esteja disponível para venda, obviamente.
 
A especial característica que a moeda reúne é a de ser aceita em qualquer situação. Veja um exemplo: seria muito difícil, numa economia moderna, adquirir mercadorias pagando, ou trocando, por outras mercadorias como à época do escambo. Caso você queira um sapato novo, você não conseguirá trocar no mercado pelo seu trabalho direto. Haveria a necessidade de dupla coincidência de desejos: o seu desejo em ter os sapatos e o do vendedor em utilizar sua força de trabalho. Agora, de posse da moeda, tudo fica mais fácil. Se o vendedor coloca à venda os sapatos que você deseja, basta que você tenha poder de compra, representado pela moeda, e os compre, pagando em moeda. Pronto. Efetuamos uma troca indireta. Moeda por mercadoria, no caso do comprador e mercadoria por moeda, no caso do vendedor.
 
Texto 2 – Funções e características da Moeda
 
Se a moeda, então, pode ser pensada como uma mercadoria, mas uma mercadoria especial, ela deve também desempenhar algumas funções. Devido o desenvolvimento da divisão do trabalho que especializou pessoas e empresas enquanto produtores de mercadorias, nas economias modernas há um volume absurdamente grande de mercadorias a disposição da sociedade. Ainda mais. Com a divisão do trabalho, os agentes econômicos tornaram-se cada vez mais interdependentes uns dos outros em que cada um depende do trabalho do outro ou depende, para seu bem-estar, da produção do outro. Dessa forma, um volume grandioso de trocas indiretas são realizadas e, nesse aspecto, a moeda desempenha uma de suas principais funções: ser intermediária de trocas (meio de trocas).
 
A função intermediário de trocas, ou, se preferir, meio de troca ou ainda meio de pagamento, permite que mercadorias sejam compradas e vendidas em diferentes períodos de tempo sem depender da coincidência de desejos. Além de servir como intermediário de trocas a moeda exerce ainda outras duas funções básicas: servir como unidade de conta e também como reserva de valor.
 
A função unidade de conta da moeda está representada nos diversos contratos existentes na economia. Em um contrato de trabalho, por exemplo, a função unidade de conta aparece no valor do salário ali grafado: x unidades monetária. Num contrato de prestação de serviços, também desempenha sua função unidade de conta no valor que será pago pelo contratante, ao contratado, mediante o serviço prestado. Está ainda representada nos preços dos produtos. Uma camisa, por exemplo, que está a disposição numa vitrine de uma loja qualquer. Lá está, possivelmente numa etiqueta, a indicação do valor daquele produto. Tantas unidades monetárias. Lá está, portanto, a moeda exercendo sua função de unidade de conta. Outro nome que pode ser atribuído a esta função da moeda é moeda de conta. A moeda de conta que aparece ou nos contratos ou nos preços dos produtos determina qual o montante de moeda corrente necessário para aquela troca.  
 
Uma última função desempenhada pela moeda é servir de reserva de valor. De posse de unidades monetárias, e dada a existência de mercados à vista e a prazo, seu possuidor tem o direito de reservar tal moeda para consumo ou para pagamento futuro. Em economias com estabilidade monetária (sem inflação), a moeda consegue exercer tal função, de poder reservar, ou preservar seu valor ao longo do tempo. Em períodos de inflação elevada, a erosão dos ativos monetários será uma consequência.
 
Para que a moeda desempenhe suas funções, algumas características, particulares devem ser reunidas. Dentre as características estão as econômicas, entendidas como custo de estocagem e custo de transação negligenciáveis ou próximos de zero. O que isso significa? Significa que para manter moeda seu custo é zero e que transportar moeda também tenha um custo zero. As outras características da moeda, as físicas, dizem que a moeda deve ser divisível, durável, que haja dificuldade em falsificação, que exista manuseabilidade e que também seja favorecida sua transportabilidade. Somente reunindo características físicas e econômicas a moeda consegue exercer suas funções de intermediário de trocas, unidade de conta e reserva de valor.
 
Texto 3– Evolução histórica da moeda 
É necessário efetuar um passeio pela história e conhecer as diversas formas que a moeda assumiu ao longo dos tempos. Desde a antiguidade os povos utilizam moeda para efetuar trocas de mercadorias. Inicialmente as trocas eram efetuadas de forma direta, pois o homem vivia em pequenas comunidades, nas mais primitivas culturas, em que a economia funcionava à base de escambo. Esse sistema exigia a coincidência de desejos pois apenas produtos encontravam-se disponíveis para trocas.  Conforme Otto Nogami e Carlos Passos no livro Princípios de economia (2003, p. 446),
 
 
“imaginem um indivíduo que tenha maçãs e queira castanhas. Seria uma coincidência fora do comum encontrar um outro indivíduo que tivesse gostos exatamente opostos, ansioso por vender castanhas e comprar maçãs. Ainda que aconteça o fora do comum, não há garantia de que os desejos das duas partes, no que se refere às quantidades e aos termos de troca exatos, coincidam. Da mesma forma, a menos que um alfaiate faminto encontre um fazendeiro nu que tenha alimentos e o desejo de ter um par de calças, nenhum dos dois pode realizar o negócio”.
 
Percebe-se, então, que com o desenvolvimento da divisão do trabalho e a maior especialização na produção de mercadorias, a prática rudimentar de escambo é dificultada.  Nos primórdios, o homem vivia em pequenas comunidades de uma única família, e se utilizava da vegetação e da caça disponíveis na região que habitava. Esses recursos eram os únicos com os quais contava para a sua subsistência. Imagine um agricultor de cenouras, por exemplo. Se ele produz cenouras, o produto de seu trabalho são cenouras. Só que, não só de cenouras vive tal agricultor e sua família. Dependem da produção alheia para sobreviver. Dependem, portanto, da troca de seu excedente pelo excedente de produção de outra pessoa. Suponha que tal agricultor de cenouras precise adquirir carne para sua alimentação. O que ele tem para trocar são cenouras e precisará encontrar no mercado algum produtor que venda carnes e que deseje cenouras em troca. Fácil, não? Não!, não é fácil. E o manuseio? E o transporte? E a durabilidade, características físicas da moeda? E a divisibilidade? Parece realmente não ser fácil.
 
Assim, as sociedades se empenharam para desenvolver um sistema em que um equivalente geral fosse aceito como meio de trocas, iniciando, assim, um sistema de trocas indiretas que passa a ser intermediado por algum bem que representasse aceitação e curso geral. Estamos tratando da Era Mercadoria-Moeda ou, simplesmente, Moedas-Mercadorias. Foram utilizadas como Moeda Mercadorias o gado, o fumo, o azeite de oliva, os escravos, o sal dentre outros produtos.
 
Para que uma mercadoria possa ser utilizada como moeda, ela deve apresentas as características de durabilidade, divisibilidade, homogeneidade bem como facilidade no manuseio e transporte, características que não eram reunidas em alguns dos exemplos anteriormente citados, apesar de as Moedas Mercadorias terem facilitado um pouco a vida dos agentes.
 
Outra forma de moeda utilizada pelas sociedades antigas foram as Moedas Preciosas, representando a Era da Moeda Metálica ou do Metalismo, notadamente pelo uso do ouro e da prata. Também fizeram parte desse período o cobre, o bronze, o ferro. O ouro, em barra, tem um valor incorporado. O mesmo ocorre com as unidades de prata. São mercadorias que, por não apresentarem depreciação, carregam seu valor ao longo dos tempos, permitindo às pessoas guardá-las para serem utilizadas em trocas de mercadorias no melhor momento. Apesar de mais se assemelhar com as funções e características da moeda, são também  mercadorias que, para serem trocadas por outras, dependem da dupla coincidência de desejos.  Novamente: e o manuseio? E o transporte? E a durabilidade, características físicas da moeda? E a divisibilidade? Parece que o ouro e a prata também não foram as melhores alternativas para a moeda, daí então que a sociedade caminha para outra forma alternativa: a Era da Moeda-Papel
 
Conforme Otto Nogami e Carlos Passos .(2003, p. 451),
 
“a moeda representativa ou moeda-papel veio eliminar, portanto, as dificuldades que os comerciantes enfrentavam em seus deslocamentos pelas regiões européias, facilitando a efetivação de suas operações comerciais e de crédito, especialmente entre as cidades italianas e a região de Frandes. A sua origem está na solução encontrada para que os comerciantes pudessem realizar os seus empreendimentos comerciais. Em vez de partirem carregando a moeda metálica, levavam apenas um pedaço de papel denominado certificado de depósito, que era emitido por instituições conhecidas como ‘Casas de Custódia’, e onde os comerciantes depositavam as suas moedas metálicas, ou quaisquer outros valores, sob garantia”.
 
                Tal modalidade de moeda, um papel, um certificado de depósito, desempenhava boa função. Tinha nele incorporado um valor representativo, inicialmente com lastro de 100% e garantia de aceitação vez que representava ali uma determinada quantidade de valor. Desta modalidade, a sociedade avança para outro tipo de moeda: A Moeda Fiduciária ou Papel-Moeda. Moeda Fiduciária, de fidúcia, garantia. Para Lopes e Rossetti (2002, p. 33),
 
“a experiência de custódia e da conversibilidade mostrou que o lastro metálico integral (de 100%) em relação aos certificados em circulação não era necessário para a operacionalização desse novo sistema monetário. Essa constatação decorreu da percepção de que a reconversão da moeda-papel em metais preciosos não era solicitada por todos os seus detentores ao mesmo tempo. Além disso, enquanto uns solicitavam a reconversão, outros ensejavam novas emissões, levando às casas de custódia novas quantidades de ouro e prata para depósito”.
 
Vamos entender melhor isso!!  As casas de custódia funcionavam como uma espécie de banco, onde alguns agentes depositavam  barras de ouro bem como suas peças de prata e, em troca, recebiam um papel representando aquele valor. Quilos de ouro x preço do ouro = valor do ouro. Valor do ouro depositado = um papel escrito o quanto vale. De posse de tal documento, Papel-Moeda, exerciam suas trocas comerciais. O recebedor de tal documento possuía agora o direito de ir até a casa de custódia e resgatar o valor ali identificado. Tal reconversão nem sempre era necessária de forma que grande quantidade de ouro permanecia depositada em tais casas e os “guardiões dos metais preciosos” podem começar a emitir papéis não mais lastreados (Lopes e Rossetti, 2002, p. 33). Inaugura-se, então, um período em que a emissão de papel moeda será exercida por particulares até que o governo chame para si tal responsabilidade.
                Da modalidade de Moeda Fiduciária (Papel-Moeda) até a modalidade da Moeda Bancária, manual ou escritural, como conhecemos na atualidade foi questão de tempo.
 
Texto 4 – Criação de meios de pagamento e sistema monetário.
 
                Consideradas todas as formas que a moeda assumiu durante os tempos, podemos verificar as formas que assume numa economia moderna como a de nossos tempos. Assim, podemos dizer que o montante de moeda que temos a nossa disposição, os meios de pagamento (MP) dividem-se em papel moeda em poder do público (PMPP) e os depósitos à vista nos bancos comerciais (DVbc). Portanto,
 
	MP = PMPP + DVbc
  
Ademais, podemos considera ser PMPP moeda manual (cédulas e moedas metálicas) e DVbc moeda escritural (depósitos ou representação de saldos positivos e/ou negativos em contas correntes). Para que PMPP seja efetivamente utilizado pela coletividade, o Banco Central, na qualidade de Autoridade Monetária precisa emitir moeda, PME, ou seja, Papel Moeda Emitido. Mas, nem todo PME converte-se em PMPP pois o próprio Banco Central retém parte desses recursos. Portanto,
 
	Papel Moeda em Circulação = Papel Moeda Emitido – Caixa do Banco Central (retenção)
 
Por sua vez, os bancos comerciais também não colocam a disposição da sociedade todo o volume monetário de que o Banco Central injetou. Parte desses recursos

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