Buscar

Dermatofitoses e Malasseziase em Animais

Prévia do material em texto

Dermatofitoses 
Acometem regiões corneificadas: pelos, unhas e 
camadas superficiais da pele. 
Causada por fungos; 
É uma zoonose – prevenir que a infecção 
contamine os tutores. 
Acomete animais jovens e idosos, 
imunossuprimidos, animais de pelos longos, 
gatos persas. 
Agentes mais comuns: 
Microsporum canis (mais comum em gatos) 
Microsporum gypsium (está no solo, ocorre 
quando o animal cava o solo contaminado), 
Tricophyton mentographytes (Avaliar contato 
direto ou indireto com roedores) 
A lâmpada de Wood só serve para Microsporum 
canis. 
Ficam na camada superficial da pele, nos pelos 
e unhas. 
Lesões 
• Acomete o folículo por isso o pelo cai ou 
fica quebrado 
• Causa hiperplasia epidérmica 
(inflamação, queda de pelo) e infiltração 
inflamatória 
• Invadem os folículos pilosos normais 
• Destruição parcial do folículo piloso 
• Perda de pelo 
• Formação de plug folicular e crostas 
Possuem uma enzima de invasão ectótrica, 
penetração da cutícula do pelo se multiplicam na 
haste pilosa, antraconídeos exterior do pedículo 
piloso, com hifas penetrando, que passam a se 
acumular em massas ou padrão de mosaico 
sobre o pelo. 
Transmissão 
A transmissão pode ser direta ou através de 
fômites. Os fungos vivem 24 a 36h fora do 
hospedeiro ou até 18 dias em condições normais 
Microsporum canis: zoofilico (animal - animal). 
Felinos jovens podem ser endêmicos e adultos 
assintomáticos. Fluorescência verde-amarelada 
na base do pelo na lâmpada de Wood. 
Trichophyton mentagraphytes: zoofílico. Secas 
escamosas difusas, resistentes ao tratamento. 
Unicomicose: Unhas secas deformadas e 
frágeis, inflamação ou ulceração na pele 
margem da unha. 
Sinais clínicos 
Depende da interação hospedeiro-fungo, 
resposta inflamatória e imune do animal 
• Prurido leve, ocasionalmente intensa. 
• Alopecia circular com presença de 
crostas e escamas 
 
• Região cefálica, membros, tórax e 
cervical 
• Lesões irregulares ou difusas com 
escalonamento variável 
• Pelos remanescentes podem estar 
quebrados 
Raspado é feito na periferia 
Onicodistrofia – unhas com crescimento 
exagerado 
Paroníquia em um ou mais dígitos 
Lesões mais crostosas com foliculite 
Kérions – nódulo alopécico exsudativo 
Muitos animais são assintomáticos ou com 
apenas algumas descamações e pelos quebrados. 
Mas podem transmitir. 
Diagnóstico 
Histórico, sinais clínicos 
Lâmpada de Wood – Microsporum canis 
• Ligar 5 min antes 
• Leitura em sala escura 
• Falso positivo: escamas + sebo 
Raspado cutâneo/tricograma – não dá 
diagnóstico conclusivo 
- Periferia e áreas adjacentes a lesão 
(microscópio – clarificar lâmina com KOH falso 
negativo) 
Cultura fúngica - conclusiva 
Selecione os pelos sob a lâmpada de Wood 
Passar uma escova dental nova ou carpete 
forração autoclavado (patch) várias vezes sobre 
as lesões ou por todo corpo no caso dos 
assintomáticos 
Unhas – lixadas ou cortadas 
Tratamento 
Ambiente + paciente (interno e externo) + 
contactantes. 
 
Uso externo 
Descontaminação ambiental com água 
sanitária (hipoclorito de sódio 5%); 
Higienizar ou descartar fômites; 
Tratar os acometidos e contactantes; 
Combinação do tratamento interno e externo 
Xampu para remoção das escamas, crostas e 
exposição dos folículos 
Xampu antimicóticos: cetoconazol 2% 
clorexidine 2%, miconazol 2% a cada 3 dias e 
secar bem 
Loções e cremes: iconazol nitraro (Dermolen) 
ou manipular: nitrato de miconazol 2%, creme 
Uso interno 
O tratamento tópico não chega na raiz do pelo 
Itraconazol: 5mg/kg SID PO 
Ocasionalmente, Prurido e reação de 
hipersensibilidade 
Gatos: semana alternadas, 3 a 4 ciclos 
(medicação para fungo pode causar hepatopatia) 
Cetoconazol 5mg/kg SID PO 3 a 4 semanas 
• Associar com dieta ácida melhora a 
absorção: suco de tomate 
• Efeito colateral: anorexia, hepatopatia, 
teratogênico. Evitar em gatos (anorexia) 
Terbinafina 30-40mg/kg SID 
Alilaminas inibe ergosterol 
fungistática/fungicida 
• Menos interações medicamentosas (liga-
se fracamente ao citocromo p-450) 
• Efeitos colaterais: hepatotoxicidade, 
êmese, diarreia 
Griseofulvina 25-60mg/kg cada 12h vo 
Luferon – anticoncepcional de pulga 
 
Malasseziase 
(malasseziose) 
Malassezia pachydermatis é uma levedura 
encontrada na pele de cães normais 
principalmente em ouvidos, perioral, perianal e 
dobras úmidas; 
O que provoca o excesso de Malassezia? 
Por algum motivo o animal não conseguiu 
controlar a quantidade de Malassezia da pele e 
ela se multiplicou. 
• Excesso de umidade: Altera a camada 
lipídica da pele, vai interromper a 
integridade do extrato córneo que é uma 
barreira natural de proteção da pele; 
• Doenças parasitárias, alérgicas: 
escoriações, aumento de umidade pelo 
excesso de lambedura e altera a camada 
lipídica da pele. 
• Endocrinopatias: hiperadrenocorticismo 
e hipotireoidismo – alteram a 
característica do sebo e a função do 
estrato córneo 
• Seborreia – excesso de oleosidade 
Sinais clínicos 
Prurido intenso, eritema difuso 
A pele pode estar oleosa ou seca, com 
descamação variável, escamas de amarela a 
cinza. Hiperpigmentação, alopecia traumática e 
liquenificação. 
Pode ocorrer pioderma secundário: pápula, 
pústulas, colerettes epidérmicos. 
Pododermatite 
Isolada é relacionada a alergia 
Mordedura ou lambedura da pata 
Paroníquia (inflamação do leito ungueal) 
Coloração marrom avermelhada ou gorduroso 
ou inflamação de tecido mole 
Diagnóstico 
História e aspecto e lesões; 
Fatores subjacentes 
Visualização da levedura: coleta por fita 
adesiva, swab 
Mais de 5 leveduras em um aumento de 400x 
Tratamento 
Semelhante ao dermatófitos 
Candidíase 
Doença mucocutânea provocada pela levedura 
do fungo Candida sp, habitante normal da 
nasofaringe, trato gastrointestinal e genitais. 
Pouco frequente em cães e gatos; 
Relacionada a uma causa secundária: trauma, 
umidade persistente, administração prolongada 
de corticoides, imunossupressão 
Sinais clinícos 
Comum em revestimentos mucosos e 
mucocutâneo: lábios, bochechas e superfície 
ventral da língua 
Aumento de volume. inchaços, erosões ou 
placas cinzas, branco acinzentadas, envolvidas 
por uma área de mucosa inflamada 
Diagnóstico 
História e aspecto da pele e lesões 
Citologia do exsudato: inflamação supurativa 
com numerosas leveduras 
Tratamento 
Tópico antifúngicos dependendo da região 
Uso interno 
Cetoconazol 
Itraconazole 
Fluconazole 5mg/kg 
 
Esporotricose 
Sporotrix schenkii 
Zoonose 
Presente em vegetação em decomposição 
Infecção ocorre através da introdução do fungo 
por espinhos, farpas, arranhões em brigas. 
Animal infectado transmite o fungo para 
humanos e outros animais em secreções de 
lesões – exsudato contem conídios em forma de 
charuto ou ovalados – principalmente gatos 
Diagnóstico 
Histórico de ferimento perfurante na área 
acometida; 
Citologia do exsudato corado: conídios em 
forma de charuto ou ovalados, não hifas 
Cultura do exsudato 
Biopsia: histopatologia - o fungo pode estar 
presente nas formas redonda e oval 
Tratamento 
Iodetos inorgânico: iodeto de potássio 
manipulado 
Cão - 40mg/kg, a cada 8-12h, durante no 
mínimo 60 dias e 30 dias após cura aparente 
Efeito colateral: iodismo 
Cão: pelagem ressecada, corrimento nasal ou 
ocular, vômitos, depressão interromper 
tratamento por 1 semana. 
Cetoconazol 
Gatos: 5-10mg/kg cada 12h junto com a comida 
durante 30 dias após a cura aparente 
Itraconazol é primeira escolha pra gato 
Cão e gato: 5 – 10mg/kg a cada 12-24h junto 
com comida, durante no mínimo 60 dias após a 
cura aparente

Mais conteúdos dessa disciplina