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Conforto Ambiental II: Térmico Victória Fagundes Clima .Aula 01 ● Classificação climática Köppen-Geiger - Baseia-se na teoria de que a vegetação natural de cada grande região da Terra é resultado do clima predominante. - Divide cada tipo e subtipo climático com um código de letras maiúsculas e minúsculas. ● Significado dos símbolos: 1ª letra – maiúscula, característica geral do clima A – Clima quente e úmido (tropical): - Climas megatérmicos (mesmo no frio, as temperaturas não são menores que 18°C). - Estação de inverno indefinida ou ausente. B – Clima árido ou semi-árido - Clima seco e com pouca precipitação de chuvas - Não possui cursos de água permanentes. C – Clima mesotérmico (subtropical e temperado) - Estações de Verão e Inverno bem definidas D – Continental (temperado frio) - Temperatura média do ar no mês mais frios < -3 °C. - Temperatura média do ar no mês mais quente > 10 °C. E – Glacial - Climas polares. - Verão pouco definido ou inexistente. 2ª letra – minúscula, representa o regime de chuva - f - Sempre úmido - m - monçônico e predominantemente úmido - s - Chuvas de inverno - s’ - Chuvas do outono e inverno - w - Chuvas de verão - w” - Chuvas de verão e outono 3ª letra – minúscula, representa a temperatura de uma região - h - Seco e quente - a - Verões quentes - b - Verões brandos - c - Verões curtos e frescos - d - Invernos muito frios - k - seco e frio ● Climas predominantes no Brasil Tropical Úmido (Af) - Quente, mas chuvoso - Vegetação em abundância - Pouca variação de temperatura entre o dia e a noite - Mais presente no litoral - Temperatura média anual de 27°C Na Arquitetura: - Proteção das chuvas (constante) - Proteção térmica (calor) - Construir casas em morros ou elevações onde há maior movimentação de ar - Edificações implantadas separadas para que o vento circule (corredores laterais) Tropical seco (Aw) - Clima megatérmico - Estação seca durante a época de Sol mais baixo e dias mais curtos (inverno), com média de precipitação mensal inferior a 60mm em pelo menos um mês do ano. - Proteção térmica (calor) - Tempo seco (poeira) Na Arquitetura: - Barreira de ar comprimido entre os elementos (paredes ou vidros). - Teto verde, além da evapotranspiração das plantas ajudar no resfriamento da casa, a espessura da laje é maior (todas as camadas). - Proteções solares para garantir uma ventilação natural sempre que possível, uso de beirais e brises. - As fachadas de uma edificação devem ser protegidas contra a radiação solar intensa. - A ventilação mecânica não é vilã, mas não deve ser a prioridade do projeto. Tropical Temperado (C) - Sul do Brasil. - Estações bem definidas: verão relativamente quente, outono com temperaturas gradativamente baixas ao passar dos dias e um inverno frio. - Frio mais intenso. Na Arquitetura: - Aproveitar fachadas quentes para posicionar as grandes aberturas. Barreiras como semiárido ● Incluído pelo Ministério da Integração Nacional na região que corresponde à zona mais seca país. ● Municípios do semiárido passam a ter acesso a recursos e programas específicos de convivência com a seca. - Longos períodos de estiagem - Chuvas escassas e mal distribuídas - Altas temperaturas (média anual de 27°) - Rios e riachos intermitentes - Cuidado especial com a insolação - Aproveitar ao máximo a ventilação e sombras (aberturas sombreadas) - Vegetação - Aproveitar a insolação para as placas solares - Captação de água Clima Glacial/polar (E) - Muita perda de calor - Fechamentos com grande resistência térmica - Reduzir a troca de calor entre ambientes - Aberturas muito pequenas para não perder o calor Temperado Frio (D) - Baixas temperaturas - Fechamentos com resistência térmica - Captação de radiação solar - Edificações suspensas para evitar o contato com a neve - Telhados inclinados - Espaços externos não sombreados Ambiência Urbana . O clima urbano é um sistema que abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização: MACROCLIMA - Descreve características gerais de determinada região como: sol, regime de chuvas, temperaturas, ventos, umidade. - Não deve ser usada para definir o entorno de um edifício. MICROCLIMA - É o conjunto de condições climáticas de uma área da cidade com características próprias - Escala próxima à edificação - Alterado pelo arquiteto Causas: - Topografia diferente - Asfalto, vidro reflexivo em edifícios - Poluição do ar - Excesso de área construída e/ou falta de áreas permeáveis - Praças arborizadas - Edificações altas que criam túneis de vento Aquecimento Global Aula 02 . - Aumento da temperatura média do planeta, causado pelas práticas humanas intensificando o efeito estufa. - O principal órgão responsável pelas informações sobre o assunto é o painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que é um órgão da ONU. - No cenário otimista, o IPCC defende que as temperaturas poderiam ser elevadas em 1°C até 2100. Já na perspectiva pessimista, esse aumento poderia chegar até 4°C no mesmo período, comprometendo as atividades humanas. ● Efeito Estufa - É um processo necessário para a vida no planeta uma vez que mantém a temperatura adequada no planeta. - O problema é que o aumento de gases poluentes se acumulam na atmosfera intensificando seu efeito e gerando uma maior retenção de calor na Terra. Causas: ● Emissão de gases poluentes (queima de combustíveis fósseis) na atmosfera. A Revolução Industrial é usada como parâmetro de comparação para notar os efeitos intensos que as indústrias têm na temperatura do planeta. (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) são gases que formam uma camada de poluentes que compõem uma grande ilha de calor, impedindo que a temperatura elevada se dissipe. ● Desmatamento e queimada das florestas: remove a vegetação que tem papel como controlador climático de temperaturas e dos regimes de chuva, no caso das queimadas, além de haver liberação dos poluentes a partir da queima e perda da vegetação. ● A poluição das águas: nos oceanos existem seres vivos responsáveis pela absorção de gás carbônico e emissão de oxigênio: os fitoplânctons e as algas marinhas. Portanto, a destruição de seus habitat também pode interferir diretamente na dinâmica atmosférica global. Consequências: ● Aumento do nível dos oceanos: o aumento da temperatura causa o derretimento das calotas polares, podendo causar no alagamento das cidades litorâneas. ● Crescimento e surgimento de desertos: as temperaturas elevadas causam a morte de diversas espécies de fauna e flora, desequilibrando o ecossistema que juntamente com o desmatamento pode aumentar as regiões desérticas no planeta. ● Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas. ● Ondas de calor ou frio : ondas intensas são mais frequentes provocando até mesmo mortes de idosos e crianças. Acordos e tratados internacionais Protocolo de Kyoto 2005 (sem apoio dos EUA) Conferência de Bali 2007 Conferência de Copenhage 2009 Acordo de Paris 2015 (EUA abandonando em 2017 – Retorna no governo Biden) É um dos maiores poluentes do planeta. Como combater? - Ações conjuntas e semelhantes. - Escolhas de fontes renováveis de energia. - Diminuição da produção de lixo (conscientização social e reciclagem) pois diminuiria a poluição e emissão de gases pelos aterros sanitários. - Preservação da vegetação. Arquitetura Muitas propostas já foram executadas, principalmente nos países mais desenvolvidos, onde evidências de riscos no horizonte já estão rendendo iniciativas práticas. ● Casa Flutuante: - Por ser um país baixo existe a preocupação com o aumento do nível do mar, por isso a empresa Dura Vermeer construiu 32 casas anfíbias, preparadas para boiar em caso de alagamento. (Lembra as palafitas). - As residências ficam em Maasbommel, uma vila cortada por vários rios e diques. - Os moradores que adquiriram um das casas pagaram cerca de 400 mil euros - Nível de águanormal – A casa e o alicerce se apoiam em pilares. - Nível de água elevado – Quando o nível sobe, a casa passa a flutuar. ● Museu de Arte Moderna de Londres: - Para evitar que o aquecimento global leve o rio a transbordar, o museu passou por uma reforma onde elevaram a altura da margem, e aumentaram a distância entre a construção e a beira do rio. ● Centros de resfriamento: com o aumento da temperatura em Toronto com sensações térmicas de 50°C foram construídos centros de resfriamento que são locais com acesso gratuito para quem precisa de conforto térmico (instalações temporárias). - Os centros de resfriamento canadenses contam com água gelada, lanche e aceitam animais de estimação. Arquitetura e Urbanismo - A construção desordenada sem a preocupação com os fatores climáticos causam desequilíbrio ao bem estar urbano. - A impermeabilização do solo e o desmatamento resultaram em um baixíssimo percentual de cobertura vegetal, superaquecendo os centros urbanos. - A priorização do transporte individual (moderno) negativa o espaço público. - Alguns edifícios receberam referências internacionais de peles de vidro que não correspondem à realidade do clima brasileiro. - A Arquitetura brasileira contemporânea tornou-se difusora do chamado conceito "Ice-T": o paradoxal princípio de aquecer um líquido para depois resfriá-lo (ar condicionado). - Na tentativa de diminuir a sensação de estufa no interior do edifício, foi passado a utilizar o vidro reflexivo, no entanto ao jogar o calor para o exterior cria-se um microclima extremamente quente. - Tradicionalmente tem-se a vegetação como desperdício de espaço e que não possui valor econômico, no entanto isso tem começado a mudar uma vez que o verde está se tornando "tendência" na arquitetura, porém traz inúmeros benefícios para a cidade inteira. (sem a vegetação existe a impermeabilidade do solo, falta de escoamento, aumento de temperatura). - No Brasil, poucas obras são construídas nessa linha de pensamento que busca a mais profunda integração da construção, da arte e da natureza, do público e do privado (uma pequena construção pode influencia no microclima dos vizinhos) - O desenho da fachada como separação entre o público e o privado, torna-se crucial para o desenvolvimento inteligente do espaço urbano. - Os edifícios e suas áreas livres não podem mais ser vistos simplesmente como objetos solitários, isolados e fechados. É importante enxergá-los integrados à cidade, à paisagem urbana (e ao meio ambiente urbano) e ao mundo. Interagindo com o planeta em relação recíproca, como partes de um mesmo organismo - Integração da vegetação na arquitetura, como ação de interesse público e privado. - Pequenos espaços de contemplação urbana, ligados ao bem-estar e à qualidade climática. Consumo energético Aula 03 - A energia tem sido considerada como insumo básico para o desenvolvimento humano. - Um grande desafio é encontrar soluções econômicas e significativas para superar as dificuldades em relação ao cenário energético e hídrico que preocupa a sociedade e influencia nosso desenvolvimento econômico. ● Energia Hidrelétrica: Apesar de ser uma fonte renovável de energia, não significa que não seja degradante ambientalmente. Ela prejudica a fauna e a flora da área alagada que constitui o reservatório. O principal aspecto positivo é a produção mais barata de energia em relação aos custos da produção de eletricidade via energia nuclear. ● Energia Termoelétrica: São unidades de geração de energia elétrica, que utilizam combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral, óleo diesel, óleo combustível) para operação. ● Energia Nuclear: produzir energia elétrica a partir de reações nucleares. As reações nucleares de elementos radioativos produzem uma grande quantidade de energia térmica. Por ser uma fonte de energia altamente concentrada tem elevado rendimento. Energias “limpas” - São energias renováveis que não causam poluição pela emissão de substâncias - São elas: - Energia solar; - Energia eólica; - Energia geotérmica; - Energia maremotriz. As mais usadas são: ● Energia Solar: proveniente da luz e do calor do Sol é aproveitada e utilizada por meio de tecnologias, diferentes principalmente como o aquecimento solar, energia solar fotovoltaica, entre outras. - É renovável - Não gera poluentes para o meio ambiente. - Baixo custo de manutenção dos equipamentos usados - O equipamento pode ser instalado em residências, baixando o custo da conta de energia elétrica. ● Energias Eólica: Energia gerada pelo vento. Desde a antiguidade este tipo homem, principalmente de energia, é utilizado pelo nas embarcações e moinhos. Arquitetura Ecológica Aula 04 Ecologia é a ciência entre as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que estão inseridos. ● A arquitetura ecológica é aquela que tem cuidado especial com a integração do edifício com o meio ambiente, procurando causar o menor impacto possível à natureza. - Técnicas passivas de construção - Iluminação e ventilação natural - Estratégias verdes (jardim vertical ou telhado verde) - Aproveitamento de água da chuva - Uso de materiais locais e naturais (a terra, o bambu, tijolos ecológicos, etc) ● Materiais locais: - É um resgate de técnicas construtivas tradicionais que utilizam de materiais locais naturais e por isso, com praticamente nenhum impacto ambiental. - Na Alemanha, na cidade de Weilburg, está o prédio mais alto da Europa construído de terra crua (taipa-de-pilão). Com 7 andares, o prédio já resistiu a um incêndio e tem quase 200 anos. ● O projeto: - Avaliação do impacto sobre o meio buscando evitar danos ao meio ambiente, considerando o ar, a água, o solo, a flora, a fauna e o ecossistema. - Implantação e análise do entorno - Seleção de materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis - Minimizar a produção de resíduos - Redução do consumo de água São objetos estratégicos da arquitetura ecológica • Projeto • Planejamento • Pós-ocupação • Manutenção • Novo uso • Desmonte São procedimentos de um movimento cíclico , como a vida, que inicia no nascimento, segue todas as etapas até a morte do edifício. ● Exemplos: Tijolos ecológicos - Composto por solo-cimento - O solo mais indicado é o arenoso - São comprimidos em uma prensa mecânica e não precisam ser queimados, o processo de secagem é natural - Após a conformação, o tijolo ecológico permanece umedecido durante vários dias, para que ocorra a 'cura' do solo-cimento, com o consequente endurecimento do tijolo. - A economia em relação a massa de assentamento, pois os tijolos ecológicos possuem um encaixe. - A durabilidade é até 6x maior do que os tijolos convencionais - Os tijolos só necessitam de um impermeabilizante como acabamento - Formam um isolamento acústico e térmico, pois possuem apenas dois furos, diminuindo assim o ruído provocado no interior da casa. - O valor gira em torno de um pouco mais que o dobro do valor dos tijolos convencionais, no entanto os tijolos convencionais são metade do tamanho dos tijolos ecológicos e são mais agressivos ao meio ambiente, Casas com garrafas de plástico - Tateh Lehbib Breica, um refugiado de um campo do Saara Ocidental, constrói moradias resistentes com garrafas de plásticos que iriam para o lixo. - O material permite erguer residências mais resistentes às chuvas e às tempestades de areia da região. - Além de ter maior resistência estrutural à água, a casa circular de paredes espessas provou ser melhor para bloquear a areia e a poeira das “haboobs”. Casas no Vietnã - Por causa das inundações foram construídas das fortes no Vietnã, casas flutuantes de bambu com um sistema de construção simples para ajudar e rápido. - Feitas de bambu e conseguem suportar inundações de até 1,50m² - Foram projetadas como espaço multifuncional e podem ter diversos usos. - Possui um sistema de captação de águas pluviais. Albergue ecológico - Construído em bambu em Morro de São Paulo. O bambu foi escolhido como sistema construtivo para albergue este ecológico por ser um produto abundante naregião, mas não havia mão de obra no lugar, especialistas montaram um centro de capacitação na obra e ensinaram aos locais este e outros métodos construtivos. Arquitetura Sustentável Aula 04 A sustentabilidade é a capacidade de manter-se. Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. - Preservação ambiental - Viabilidade econômica - Valorização social - Ecologicamente correto - Economicamente viável - Socialmente justo - Culturalmente diverso Os princípios da Arquitetura Sustentável incluem: - Considerar as condições climáticas, dos ecossistemas e do entorno para diminuir o impacto - A eficácia no uso dos materiais de construção (baixo consumo energético) - Ter salubridade, conforto térmico e lumínico. - Propor soluções que abrangem os pontos sociais, culturais e econômicos. - É um projeto que está em constante desenvolvimento que progride conforme os recursos tecnológicos ficam disponíveis. Projeto de arquitetura sustentável: - As preocupações devem começar desde antes do projeto, prosseguirem durante a construção e participarem da etapa de utilização. - Deve considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo seu uso, manutenção e sua reciclagem ou demolição. Recomendações básicas segundo a ASBEA: - Avaliação do impacto sobre o meio (considerando o ar, água, fauna, flora) - Implantação e análise do entorno - Valorização da inteligência nas edificações para otimizar o uso - Promoção da eficiência energética com ênfase em fontes alternativas - Redução do consumo de água - Promoção da qualidade ambiental interna - Uso de arquitetura bioclimática. Estratégias para o desenvolvimento das edificações sustentáveis: - Uso da tecnologia (novos materiais) - Reutilização de materiais (demolição) - Vegetação e drenagem da chuva - Iluminação e ventilação natural - Técnicas de isolamento - Uso das cores - Uso de energias consideradas limpas - Reutilização das águas - Materiais naturais ou à base de água ou mineral - Vegetação cria ou aproveita um microclima - Nas coberturas elas oferecem um conforto térmico e acústico para edificação - Pensar na iluminação natural em etapa projetual, para que ela seja aproveitada em pontos cruciais da edificação reduz o uso da forma artificial e, automaticamente, o consumo energético. - Ventilação natural também pode ser aproveitada naturalmente, minimizando o consumo energético. - Um local bem ventilado minimiza a umidade reduzindo os danos da construção. - Técnicas de isolamento apenas a ventilação natural é suficiente para garantir o conforto térmico na edificação, por isso, a utilização de materiais com isolamento ajuda a reduzir a perda de calor no inverno e os ganhos durante o verão. - Com o isolamento térmico o ambiente consegue manter uma temperatura constante em seu interior, o que evita o uso de aparelhos elétricos para equilibrar o clima. - Uso das cores colaboram no conforto térmico e ajuda a economizar, pois cores mais claras absorvem bem menos calor solar (principalmente brancas). - Uso de energias consideradas limpas, como a energia solar. O sistema de energia solar, de modo geral, é feito para durar 25 anos com manutenção mínima, basta uma limpeza com água a cada 6 meses em média, e caso necessário, algumas placas podem precisar ser trocadas a cada 5 ou 10 anos. - O uso de equipamentos que tenham baixo consumo energético como as lâmpadas de LED, por exemplo, possuem um consumo em média 7 vezes mais baixo do que as lâmpadas comuns. - A drenagem em locais em que o uso de vegetação fica inviabilizado podemos utilizar pisos drenantes que escoam a passagem da água para o solo de maneira gradativa, evitando a possibilidade de alagamentos. - O sistema de reuso da água implica em recolher e escoar a água da chuva na cobertura da construção para então ser armazenada em cisternas para que possa ser reutilizada em descarga ou para irrigação, por exemplo. - O uso de espelhos d’água umidificam o ar e baixam a temperatura A preocupação social: - Conscientização da sociedade - Edificações sustentáveis institucionais - Edificações sustentáveis também de uso de interesse social - Edifícios de uso multifuncional - Edifícios habitacionais de diferentes tipologias - Utilizar de mão de obra local Arquitetura Bioclimática Aula 04 Bioclima diz respeito à relação do clima com os organismos vivos. Clima definido com base no desenvolvimento dos seres vivos presentes em determinada área. - A arquitetura bioclimática consiste no projeto levando em consideração as condições climáticas, utilizando as informações colhidas na fase pré-projeto, de levantamento e os recursos disponíveis na natureza (sol, vegetação, chuva, vento) visando assim minimizar os impactos ambientais e reduzir o consumo energético. - Envolve também o desenvolvimento de técnicas e equipamentos necessários para melhoria do conforto ambiental e da eficiência energética nas edificações com o aproveitamento de recursos naturais. Quatro princípios básicos da Arquitetura Bioclimática: - Criação de espaços em ambiente saudável para os moradores e usuários - Eficiência energética e consideração do ciclo de vida da estrutura edificada - Minimização de desperdícios - Uso de fontes renováveis de energia e materiais que não agridem o meio ambiente Como diretrizes podemos ter - Projeto Solar Passivo - compreensão da geometria solar - variação do movimento aparente do sol ao longo das estações do ano - aplicada à edificação, para que esta receba adequadamente iluminação natural e condicionamento térmico (que a aqueça no inverno e a refresque no verão) - Envoltória da edificação com materiais que promovam o correto isolamento e inércia térmica - Ventilação Natural – captação, circulação cruzada, exaustão e barreiras de vento. - Aquecimento de água - com o aproveitamento térmico de lareira e/ou energia solar - Geração própria de energia elétrica limpa (solar). Variantes humanas, elementos e fatores climáticos, calor e troca térmica Aula 05 - Conforto térmico é a satisfação do ser humano com o ambiente que está inserido. - Desconforto térmico é quando o corpo não consegue dissipar o calor produzido por seu metabolismo (calor) ou perde calor para o ambiente (frio). - Neutralidade térmica é o estado em que o calor gerado pelo organismo é trocado na mesma intensidade com o ambiente ao redor. A temperatura corporal é constante. Neutralidade térmica é uma condição necessária mas não suficiente para que uma pessoa esteja em conforto térmico. Variantes do conforto térmico: Variantes humanas - Homeotérmico: mantém a temperatura interna dentro de certos limites sem depender da temperatura externa, controlado por um sistema termorregulador (vasodilatação e vasoconstrição), e tem como principal órgão a pele. (o suor é o calor do corpo saindo para a superfície). Já com o frio, o corpo diminui o volume de sangue sob a pele, causando arrepios e tremores para tentar gerar calor. - Cada tipo de roupa possui uma resistência térmica (tabelado) - Mecanismos instintivos de ventilação ou de abrigo do frio - Outras variantes humanas: idade, raça, hábitos alimentares, altura, sexo, etc. Variantes Ambientais - Clima, microclimas, temperatura, velocidade e umidade relativa do ar também interferem na sensação de conforto. - Elementos climáticos: são grandezas atmosféricas possíveis de serem medidas e mensuradas que variam no tempo e no espaço que se configuram como atributo básico definindo o clima da região. - Radiação: é o efeito dos raios solares sobre a superfície da terra, sendo o calor recebido da atmosfera, não somente do sol. Se apresenta com intensidades diferentes nas diversas áreas do planeta criando as zonas térmicas ou climáticas. - Temperatura: é a mensuração do calor na atmosfera e é influenciada por quase todos os elementos e fatores climáticos. - Pressão atmosférica: é a força que o ar exerce na superfície (o ar possui massa, portanto, peso),varia de acordo com a altitude, a Terra possui uma camada de ar de 800 km de espessura, em regiões de grande altitude existe uma menor quantidade de partículas de ar por unidade de volume, sendo assim, a pressão diminui. - Umidade: é a quantidade de água gasosa presente na atmosfera e varia de acordo com fatores como vegetação, hidrografia, etc. As plantas contribuem por meio da evapotranspiração emitindo umidade, esse vapor de água resulta na umidade atmosférica, podendo ser relativa ou absoluta. - Umidade Absoluta: é a quantidade total de água na atmosfera, porém existe um limite de vapor que ela suporta antes de precipitar (virar chuva, neve ou granizo) e quando chega nesse limite, ela atinge o seu ponto de saturação. - Umidade Relativa: é onde a gente tá de distância até chegar no ponto de saturação (%), o total necessário para haver chuva. - Fatores climáticos: são condições que interferem nos elementos climáticos e os climas resultantes, explicando o porquê de uma região ser mais quente e úmida ou fria e seca, interferindo na radiação, na atmosfera e umidade. Como por exemplo: latitude, altitude, maritimidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e relevo. - Latitude: está ligada às diferenças de radiação solar sobre à Terra, quanto mais próximas à linha do equador (latitudes baixas) mais intensas serão as temperaturas comparado às zonas polares, que recebem uma radiação menor (latitudes mais altas). - Altitude: é a distância vertical em relação ao nível do mar de um determinado local. Nas regiões mais altas, o vento e as precipitações são mais presentes, a pressão atmosférica e a radiação costumam ser menores, portanto as temperaturas são mais baixas. Logo, quanto menor menor a altitude, mais intensas são as temperaturas. - Maritimidade e continentalidade: o solo costuma se aquecer ou se resfriar mais rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior amplitude térmica (diferença entre a maior e menor temperatura) ao longo do ano em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas. - Massas de ar: devido às diferenças de massas de pressão atmosférica, ocorre a movimentação do ar, que se forma em um local e transportam as características climáticas para outro local. As massas de ar frio e úmido resfriam o local por onde passa, igual as massas quente e seca aumentam as temperaturas. O encontro de duas massas diferentes formam as frentes de ar. - Vegetação: interferem na elevação da umidade por meio da evapotranspiração, e diminuem a incidência dos raios solares na superfície. - Relevo: podem facilitar ou dificultar a passagem das massas de ar, criando regiões mais secas. - Correntes marítimas: são as massas de água que migram para outros locais, é resultado da influência dos ventos, ou movimentos terrestres (rotação). Tem condições específicas de temperatura, influenciando o clima. Podem ser tanto quentes ou frias: correntes frias com origem nas zonas polares e migram em sentido às regiões equatoriais. Esses componentes são naturais, mas as ações humanas influenciam na transformação do clima formando fenômenos como ilhas de calor e inversão térmica, entre outros. - Temperatura e calor: tudo é formado por moléculas que sempre se movimentam, e quanto mais quente, maior é a agitação das moléculas, e quanto mais frio menor é a agitação. - Calor: é um tipo de movimento, energia em trânsito entre corpos que apresentam diferentes temperaturas. Um corpo com maior energia térmica vai passar calor para o corpo com menor energia (temperatura). Num dia quente, ocorre a passagem de calor do ambiente para o nosso corpo. Fontes de calor: todo elemento é capaz de produzir aumento de temperatura, podendo ser natural ou artificial. Calor sensível, gera uma quantidade de calor mas não muda o estado do corpo. Calor latente, é transmitida uma temperatura que gera a mudança de estado físico. Trocas térmicas: ● Secas: é o calor sensível porque há diferenças de temperatura entre o corpo e o ambiente. - Condução: Quando o calor passa de molécula a molécula do material; - Convecção: um corpo troca calor com outro de temperatura diferente e acaba esquentando ou esfriando. Quando o ar entra em contato com uma superfície quente, a densidade diminui, ele se eleva saindo do ambiente por aberturas superiores e o ar frio “desce” resfriando o ambiente. - Radiação: troca de calor por meio de ondas eletromagnéticas. - Condução: O coeficiente de condutibilidade térmica da matéria é o fluxo de calor que passa, na unidade de tempo, através da unidade de área de uma parede com espessura unitária e dimensões suficientemente grandes para que fique eliminada a influência de contorno. ● Úmidas: é o calor latente pois envolve mudanças de fase. - Evaporação: mudança do estado líquido para gasoso, é necessário um consumo de energia. - Condensação: mudança de estado gasoso para líquido, a temperatura que essa mudança acontece é chamada de ponto de orvalho. É o que acontece em cozinhas e banheiros quando o vapor de água se torna líquido nas superfícies, podendo ser evitada com uma ventilação adequada. Carta psicrométrica e estratégias de ventilação l Aula 06 - Psicometria é o estudo das propriedades do ar, envolve temperatura, umidade, ponto de orvalho, etc. - Temperatura do Bulbo Seco (TBS): temperatura do ar medida com um termômetro comum - Temperatura do Bulbo úmido (TBU): temperatura do ar medida com um termômetro comum, mas com o bulbo de vidro coberto por uma gaze úmida. A redução de temperatura do bulbo úmido depende do teor de umidade do ar, quanto maior a umidade, maior a redução de temperatura. - A diferença entre TBS e TBU fornece a Umidade Relativa - A carta psicrométrica é um diagrama que simplifica o estudo das propriedades do ar 1. Zona de conforto: probabilidade de conforto térmico dentro do ambiente (20% a 80% de umidade relativa e 18° a 29°C de temperatura). 2. Zona de ventilação, ideal para trabalhar ventilação cruzada (temperatura maior que 29°C e umidade superior a 80%). 3. Zona de resfriamento evaporativo: utiliza a evaporação da água para resfriamento, uso de vegetação, fontes de água, espelhos d’água. 4. Massa térmica para resfriamento: uso da inércia térmica de uma edificação diminuindo a amplitude térmica entre exterior e interior. (uso de parede dupla, aumentando a barreira). 5. Ar condicionado: regiões com clima muito severo que inviabiliza uso de estratégias passivas (pode ser presente com outras zonas). 6. Zona de umidificação: temperatura média com ar seco, utilizar fontes de água e vegetação (ambientes herméticos com vapor das plantas). 7. Massa térmica com aquecimento solar: com ganho térmico ele armazena o calor do sol retido nas paredes, e como isolamento térmico ele evita que esse calor saía para o exterior. 8. Aquecimento solar passivo: isolamento térmico rigoroso com superfícies envidraçadas orientadas para o sol e menores nas regiões de sombra. Adequada orientação e cor, aberturas zenitais, painéis refletores, coletores de calor externos. 9. Aquecimento artificial: necessário em locais com temperaturas inferiores a 10,5°C combinado com o uso de aquecimento solar passivo. 10. Interseções entre estratégias: adota-se uma das estratégias ou ambas simultâneas. Para posicionar uma cidade na carta bioclimática: - São necessários valores MENSAIS de: - Temperatura média do ar - Temperatura média das máximas - Temperatura média das mínimas - Umidade relativa do ar média Estratégias de ventilação - Anemômetro - Cata-vento - Biruta - Site de previsão do tempo (buscar média anual) ● Ventilação cruzada: saber a direção e velocidade dos ventos - É a movimentação do ar no interior dos edifícios em sistemas mecânicas - Abertura em faces opostas ou paredes diferentes ● Efeito chaminé: aberturas em diferentes níveis podem gerar um fluxo de ar ascendente tirando o ar quente por aberturas zenitais, ela é potencializada com o aumento da distância entre as aberturas inferiores e superiores, sendo mais favoráveis as edificações com pé direito duplo. -Mansardas, lanternim, shed, átrio, domo ● Pátio interno: a ventilação vai depender principalmente da proporção entre altura e largura do pátio - A orientação do pátio 45° em relação aos ventos predominantes é ideal para ventilação no pátio e ventilação cruzada dos ambientes internos. ● Coberturas ou paredes ventiladas: pode ser construída com uma parede dupla criando uma segunda camada em relação à parede da fachada. - O princípio fundamental das fachadas ventiladas é seu sistema de juntas abertas, que permite que o espaço entre as placas não receba vedação completa nas aberturas inferiores e superiores, possibilitando, assim, a criação da lâmina de ar na cavidade entre as duas paredes. Essa cavidade tem largura média entre 10 e 15 centímetros. ● Resfriamento evaporativo: consiste na retirada de calor do ar pela evaporação da água ou de plantas no ambiente. - Utilização de espelho d’água, vegetação adequada, superfícies gramadas como telhados verdes, jardins verticais. - Em um clima úmido, pode acabar fazendo a umidade prejudicar a salubridade da edificação. ● Ação dos ventos: a ventilação deve ser pensada para favorecer o conforto da edificação. - Ventos indesejáveis de inverno podem ser reduzidos ou afetados e os ventos refrescantes do verão podem ser dirigidos a uma estrutura. Um quebra-vento reduzirá a 75% a velocidade do vento por distância de 10 a 15 vezes sua altura. Carta Solar Aula 07 - Solstício: é quando os raios solares incidem de forma diferente em um dos dois trópicos, verão em um hemisfério e inverno no outro. - Equinócio: quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do equador (dias e noites com a mesma duração). - Posicionar o ângulo das latitudes no decorrer do ano. - Posicionar as horas do dia Estratégias de sombreamento Aula 08 ● Sombreamento com vegetação: é um eficiente elemento externo de proteção solar e auxilia no resfriamento devido a evapotranspiração. É necessário planejar seu posicionamento de acordo com a dimensão das copas e áreas de sombra ao longo do ano. ● Varandas e beirais: a forma da volumetria e composição de fachadas com beirais causam sombreamento na edificação. ● Uso de pérgolas: é o conjunto de brises horizontais alinhados que cria um sistema que favorece o sombreamento se posicionado em aberturas, permitindo a ventilação natural. As proteções horizontais são mais favoráveis ao sombreamento das fachadas norte e sul. As proteções verticais são eficientes para o sombreamento das fachadas leste e oeste, ou para as fachadas em que os percursos solares estão, na maior parte, na diagonal em relação à fachada (Nordeste, Sudoeste, Sudeste). ● Uso de cobogós: ● Prateleiras de luz: uma prateleira horizontal dividindo a abertura em duas partes, onde a parte superior reflete iluminação para o ambiente enquanto que a inferior é sombreada. ● Cortinas ou proteções externas: é importante que os materiais utilizados nas proteções solares sejam de baixa capacidade térmica para assegurar que irão resfriar rapidamente com o pôr do sol. Não precisa haver este tipo de preocupação para as superfícies sombreadas das proteções solares, que nesse caso podem ter cores claras. ● Brises: