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Resumo Semiologia

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1
Semiologia e Semiotécnica Aplicada à Odontologia 2
Fundamentos da Semiologia
Nos primeiros relatos da humanidade, o médico era
uma mistura de mágico e sacerdote. Com a
civilização grega e com Hipócrates (460-355 a.C.),
surge a medicina empírica devido a valorização da
observação clínica pela anamnese e o exame físico.
Nesta época, é introduzido o diagnóstico, palavra
derivada do grego diagnosis, que significa “ato de
discernir”.
Tríade Patologia – Semiologia – Diagnóstico
➢ Verdadeira,
➢ Necessário tê-la sempre mente,
➢ Meta diagnóstico,
➢ Alcançada através do conhecimento.
Patologia ⇿Semiologia
Nomenclaturas
Patologia: estudo das doenças.
Semiologia: estudo dos Sinais e Sintomas.
➢ Sinais: Aspecto Objetivo ( espontâneo ou
provocado).
➢ Sintomas: Aspecto Subjetivo.
Estomatologia: derivado do grego (stoma, stomus =
boca, logus = estudo) refere ao estudo das afecções
da boca.
Semiotécnica: técnica ou método de obtenção dos
sinais e sintomas.
Propedêutica Clínica: análise e valorização
dos dados obtidos relacionando-os com as
possíveis causas e efeitos de uma lesão, propondo
um diagnóstico diferencial.
Semiogênese: são os mecanismo de formação dos
sinais e sintomas (etiofisiopatogenia).
Sintomatologia ou Quadro Clínico: conjunto de
sinais e sintomas.
Síndrome: conjunto de sinais e/ou sintomas que
caracteriza uma doença.
Prodrômicos: sinais ou sintomas que precedem o
aparecimento da doença.
Diagnóstico Diferencial: que corresponde às
hipóteses diagnósticas para uma lesão.
Diagnóstico Clínico ou hipótese diagnóstica:
identifica uma doença pela anamnese e exame físico
(exame clínico), dentre aqueles relacionados no
diagnóstico diferencial que apresenta maior
coincidência de detalhes de uma determinada
doença.
Diagnóstico Definitivo: é o descobrimento ou
reconhecimento de uma lesão, através da análise dos
dados clínicos e exames complementares.
Patognomônico: sinais ou sintomas que por si só
definem uma doença.
Saúde e Doença: A OMS define como saúde o
estado de completo bem estar físico, mental e social e
não a mera ausência de doença ou invalidez.
Portanto, a doença corresponde tanto a perda da
função biológica quanto do equilíbrio psíquico e da
sociabilidade do indivíduo. A palavra doença,
entretanto, deriva do latim doentia que significa dor,
sofrimento.
Ficha Clínica ou Prontuário
➢ Documento no qual são registrados todos dados
do paciente durante seu tratamento.
➢ Minuciosamente preenchida, pois auxilia CD a se
recordar de procedimentos realizados.
➢ Constituir documento com valor jurídico.
2
Exame Clínico
O início do diagnóstico se dá através da coleta de
dados que caracterizam a sintomatologia da doença
presente, e isto é feito através do Exame Clínico.
Ele é dividido em duas partes:
➢ Anamnese ou exame subjetivo: grego
“anamnésis”, recordação, reminiscência, na qual o
paciente relatará sua percepção sobre os sinais e
sintomas.
➢ Exame Físico ou exame objetivo: onde o
profissional irá descrever detalhadamente os
sinais e pesquisará os sintomas relatados pelo
paciente.
Anamnese
Identificação do Paciente
Queixa Principal: queixa atual, transcrita com as
palavras do paciente e de forma sucinta.
Sintomas mais importantes: Dor, Queimação,
Paralisia, Anestesia, “Ferida”, “Caroço”, “Bola”,
“Bolha”, Mancha.
História da doença atual (H.D.A.) ou História da
Lesão: resulta no histórico completo e detalhado de
queixa apresentada e toda sua evolução temporal e
sintomatológica.
ANAMNESE – H.D.A.
Que proporciona a verificação da tríade:
➢ Como: refere-se à lesão inicial, nódulo, mancha...
➢ Quando: determina o tempo de evolução podendo
relacionar-se com terapêutica.
➢ Onde: local acometido inicialmente.
Anamnese
História BucoDental: refere-se às experiências com
sistema odonto estomatognático.
➢ Frequência de visitas ao dentista.
➢ Higiene oral.
➢ Trauma.
➢ Uso de próteses.
➢ Cirurgia.
➢ Intercorrência.
História Médica: deve ser obtida tanto no sentido da
verificação dos antecedentes atuais e pregressos,
quanto para possível correlação lesão/doença
sistêmica.
Hábitos e Vícios: anotar tipo de hábito e/ou vício, há
quanto tempo e quantidade utilizada dia.
➢ Exemplos: Etilismo, Hábitos Sexuais,
Tabagismo, Interpor objetos entre dentes,
Drogas…
História Familiar: possibilita a verificação da mesma
doença na família ou de doenças que pode ter caráter
hereditário e que tem significado na análise final das
informações.
➢ Exemplos: Cardiovascular, Câncer, Diabete
mellitus, Tuberculose, Distúrbios Hemorrágicos,
Doenças Alérgicas e Nervosas…
3
Exame Físico
Requisição Clínica/Preparo examinador:
Manobras Semiotécnicas
Inspeção:
“Não basta olhar, há que se ver, não basta ver, há que
se analisar, não basta analisar, há que se
compreender, não só uma parte, mas o todo”
Palpação: corresponde tato e à pressão.
➢ O que analisar: Consistência, Limites, Pulsação,
Flutuação, Mobilidade, Temperatura, Sensibilidade
Textura Superficial, Infiltração.
Tipos de palpação:
➢ Digital: pontual, áreas próximas tecidos ósseos.
➢ Bidigital: formato pinça, consistência...
➢ Dígito palmar: palpação glândulas salivares,
cervical...
➢ Indireta: utilização de instrumentos.
Percussão: ato ou efeito de percutir (bater, tocar)
Auscultação: ato de ouvir sons e ruídos produzidos
no organismo.
Olfação: utilização olfato (cheiro).
Punção: ato ou efeito de pungir ou puncionar; em
outras palavras: picar, perfurar.
Diascopia: significa “observar por meio de” e consiste
em visualizar uma determinada estrutura comprimida
por uma lâmina de vidro.
Ordenha: tipo específico de palpação que consiste no
ato de comprimir dinamicamente as glândulas
salivares.
Raspagem: ato de remover ou escarear áreas
superficiais da mucosa bucal.
Execução do exame físico
Exame Físico Geral:
➢ Biótipo;
➢ Ambulação e eventuais alterações marcha;
➢ Tegumento;
➢ Respiração.
Exame Físico ExtraBucal: Estrutura CxP
➢ Formato da Cabeça;
➢ Crânio x Face;
➢ Proporção Terço Superior x Médio x Inferior;
➢ Distribuição dos órgãos e sua equidistâncias;
➢ Coloração Tegumento.
4
Exame físico extrabucal
➢ Distribuição e quantidade de pelos.
Cadeias ganglionares:
● Linfonodos: Normal
➢ 1 a 3 mm (tamanho ervilha);
➢ N° variável;
➢ Consistência Firme;
➢ Móveis.
● Linfonodos: Inflamatório
➢ Dolorido;
➢ Pouco consistente;
➢ Fugaz;
➢ Liso.
● Linfonodos: Tumoral
➢ Indolor;
➢ Consistente;
➢ Fixo;
➢ Superfície irregular.
Palpação: Cadeias Linfáticas CxP
Cadeia Parotídea:
➢ Região anterior e inferior da orelha
➢ Nódulos pré auriculares e intra-auriculares.
➢ Partes moles do couro cabeludo, face, parótida,
conjuntiva ocular, canto lateral do olho e lábio superior.
➢ Cadeia Submentoniana
➢ Cadeia Submandibular
➢ Cadeia Cervical
Palpação Cervical: Técnica
➢ Suavemente;
➢ Paciente sentado e ereto;
➢ Livre de tensão.
Articulação Temporomandibular (ATM):
➢ Bilateral simultâneo;
➢ Dedos 1 cm anterior ao tragus (região pré
auricular);
➢ Abrir e fechar boca;
➢ Auscultação indireta estetoscópio
➢ Estalidos
➢ Sensação Crepitação
5
Exame físico extrabucal
➢ Glândula
salivares
maiores.
➢ Ossos.
➢ Músculos.
➢ Inervação
Exame físico intrabucal
O exame intrabucal é uma análise minuciosa da boca
do paciente que serve para verificar o estado da
saúde bucal e identificar possíveis disfunções.
Este exame irá averiguar os:
➢ Tecidos gengivais;
➢ Língua;
➢ Palato;
➢ Mucosa;
➢ Assoalho;
➢ Lábios;
➢ Maxilar;
➢ Mandíbula;
➢ Elemento
dental.
Diagnóstico
O diagnóstico é dividido em:
➢ Diagnóstico Diferencial.
➢ Diagnóstico Clínico.
➢ Diagnóstico Definitivo.
Causa e Erros
➢ Ignorância ou Falta de conhecimento;
➢ Exame mal feito, os mais comuns;
➢ Erro e interpretação de dados clínicos ou resultados
de exames complementares
Prognóstico
➢ Predição da evolução de uma doença e suas
consequências.
➢ Pode ser classificado em relação a vida, órgão e a
cura:
● Favorável;
● Reservado;
● Sombrio;
● Fatal.
TratamentoO tratamento ou terapêutica depende do diagnóstico
correto.
➢ Etiológico, específico ou causal;
➢ Suporte ou complementar;
➢ Sintomático ou paliativo;
➢ Alternativo;
➢ Expectante.
PROSERVAÇÃO ou SEGMENTO DO CASO
(follow-up)
É o acompanhamento clínico por período de
tempo estabelecido para cada caso, dependendo da
característica da doença, terapêutica instituída e
condições orgânicas do paciente.
6
Lesões Fundamentais
Definição
➢ São alterações morfológicas que ocorrem na
mucosa bucal e assumem características próprias,
individualizadas e padronizadas.
➢ Juntamente com outros dados clínicos, pode-se
identificar as patologias maxilofaciais.
Objetivo
Apresentar as lesões fundamentais que norteiam a
descrição visíveis nos tegumentos cutâneos mucosos.
Guia para o estudo clínico
Forma Localização
Limites Cor
Tamanho Base
Consistência Superfície
Textura Contorno
Borda Número
Abordados e discutidos
1. Mancha ou mácula 2. Pápula
3. Nódulo, nodosidade 4. Vegetação
5. Edema Vesícula, Bolha,
pústula
7. Erosão ou exulceração 8. Ulceração
9. Fissura ou rágade 10. Fístula
11. Atrofia 12. Cicatriz
Motivação
Todas as doenças se manifestam inicialmente através
de determinadas alterações (lesões fundamentais).
➢ Comunicação entre profissionais.
➢ Formulação de hipótese diagnóstica.
➢ Exame complementares adequados.
➢ Diagnóstico definitivo.
importância
Para o processo do diagnóstico, é necessário que o
acadêmico tenha conhecimento das diversas lesões
fundamentais ou elementares para se formular
hipóteses diagnósticas e se chegar a um diagnóstico
definitivo.
Deve-se observar e descrever cada detalhe da lesão
de forma minuciosa e clara. Elas podem ser primárias
ou secundárias. As primárias aparecem sem serem
precedidas por outra alteração, enquanto as
secundárias são a evolução das lesões primárias.
Guia para o estudo clínico
FORMA
Representa a forma geométrica com a qual a lesão se
assemelha.
Lentiforme; Cordiforme;
Circular; Oval;
Linear; Globosa;
Discóide.
LOCALIZAÇÃO
Localização anatômica exata da lesão.
➢ Observar lado direito ou esquerdo;
➢ Superior ou inferior.
➢ Quando as áreas forem extensas, descrever da
forma mais precisa.
Limites
São demarcadas as estruturas anatômicas
adjacentes à lesão.
➢ Nítidos;
➢ Imprecisos.
7
Cor
Descreve a cor predominante da lesão:
Esbranquiçada; Enegrecida;
Azulada; Avermelhada;
Amarelada...
Tamanho
É descrito em milímetros, medindo o eixo de maior
diâmetro ou extensão aproximada da lesão.
Base
De acordo com a inserção da lesão:
Séssil: quando o diâmetro da lesão é menor ou igual
que a base da lesão.
Pediculada: quando o diâmetro da lesão é maior que
a base de implantação.
Consistência
De acordo com a palpação da lesão.
Mole; Flácida;
Borrachóide; Fibrosa;
Dura…
SUPERFÍCIE ou TEXTURA
Depende características da superfície da lesão:
Lisa; Rugosa;
Brilhante; Opaca;
Áspera...
CONTORNO
Depende características da contorno da lesão:
Nítido; Difuso;
Regular; Irregular.
BORDA
Característica das úlceras:
Plana; Elevada; Evertida.
NÚMERO
Descreve a quantidade de lesões:
Única; Múltiplas.
LESÕES FUNDAMENTAIS OU
ELEMENTARES
MANCHA ou MÁCULA
Definição: Mancha e mácula são alterações de cor
da mucosa bucal ou da pele sem causar elevação ou
depressão no tecido. O que diferencia a mancha da
mácula é o seu tamanho. As manchas são maiores e
as máculas são menores. A cor depende do tipo de
comprometimento estrutural do epitélio ou devido à
presença de um pigmento. Elas podem surgir
sobrepostas a outro tipo de lesão fundamental. A sua
cor, tamanho e forma podem ser bastante variados.
As manchas podem estar associadas a diversas
causas. Exemplos:
Mancha ou mácula pigmentar: Aumento ou
diminuição de melanina no tecido. Exemplos: Vitiligo
(Hipocrômica) e Pigmentação melânica racial
(Hipercrômica).
Mancha ou mácula vascular: Alterações da
microcirculação da pele/mucosa. Nesse caso, uma
8
característica marcante é que elas desaparecem
quando submetidas à manobra da vitropressão.
Exemplos: Telangiectasia (dilatação de vasos
terminais com aspecto filamentoso, como as
microvarizes); Eritema (acúmulo de hemoglobina e
derivados na pele); Enantema (acúmulo de
hemoglobina e derivados na mucosa bucal).
Mancha hemorrágica: Acontecem por
extravasamento de sangue e não desaparecem com
a vitropressão. Sua coloração varia de
vermelho-arroxeado a amarelado.
Ela também se altera de acordo com o tempo de
evolução da lesão. São divididas em:
● Petéquias: quando em formato puntiformes.
● Víbices: quando assumem um formato linear.
● Equimose: quando em formato de placas.
Deposição pigmentar: Deposição de pigmentos
como Bilirrubina (icterícia); Corpo estranho
(tatuagem); Metálico (prata, ouro).
Exemplo 1: Mácula difusa tipo vascular na mucosa palatina
esquerda. Reprodução DOI: https://doi.org/10.1111/scd.12520
Exemplo 2: Múltiplas máculas avermelhadas no palato.
Reprodução DOI: https://doi.org/10.1111/scd.12520
Placa
Definição: Placa é uma lesão plana e pouco elevada.
Sua altura é pequena em relação à extensão. É uma
lesão em que ocorre um espessamento de tecido, o
que representa clinicamente a elevação.
A consistência é diferente do tecido normal.
A superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada,
lisa ou apresentar diversas combinações desses
aspectos. A forma, o contorno, o tamanho e a
coloração podem variar de caso para caso.
Outras lesões fundamentais podem estar associadas
às placas, tais como: manchas, erosões, ulcerações,
fissuras, nódulos, etc.
Exemplos: O exemplo mais clássico de uma placa é a
leucoplasia, mas outras doenças também podem se
apresentar lesões com esse aspecto, tais como: o
líquen plano e o carcinoma epidermóide.
Exemplo 1: Leucoplasia pilosa com candidíase hipertrófica
formando placa branca em borda lingual de paciente HIV
positivo. (Cortesia do Prof. L.A.G. Cabral UNESP.)
Exemplo 2: Leucoplasia pilosa com candidíase hipertrófica
formando placa branca em borda lingual de paciente HIV
positivo. (Cortesia do Prof. L.A.G. Cabral UNESP.)
https://doi.org/10.1111/scd.12520
https://doi.org/10.1111/scd.12520
9
Exemplo 3: Placa leucoplásica na região do dente 15. (Cortesia
da Prof. Carla Demarchi, UTP, PR.)
Pápula
Definição: Pequena proeminência achatada, elevada
acima da superfície epitelial. Medem até 5 mm de
diâmetro. São superficiais e circunscritas. Podem ser
únicas ou múltiplas. Tem coloração e superfícies
variadas. Quando múltiplas e aglomeradas, elas
constituem a chamada placa papulosa. A superfície
pode ser de aspecto liso, rugoso ou verrucoso.
Quanto à forma, elas podem ser arredondadas ou
ovais e, ainda, pontiagudas ou achatadas.
Exemplos: Grânulos de Fordyce, estomatite
nicotínica, líquen plano.
Exemplo 1: Pápulas em mucosa jugal, compatível com grânulos
de Fordyce. Fonte: Arquivo Profa Melissa R. de Araujo.
Nódulo
Definição: São lesões sólidas maiores do que 5 mm
e tem até 2 cm. Podem ser circunscritos e quanto à
base de sustentação, os nódulos podem ser
pediculados ou sésseis. A consistência da palpação é
muito variada, dependendo do tecido que o compõem
e do tempo de evolução.
Exemplos: Fibroma traumático, hiperplasias fibrosas
inflamatórias, metástases tumorais, lipoma. Dessa
maneira, os lipomas são nódulos “macios”; os
granulomas pirogênicos são flácidos; os fibromas são
mais consistentes e o tórus tem consistência dura e
similar ao osso.
Exemplo 1: Nódulo séssil gengiva vestibular compatível com
fibroma periférico de células gigantes.Fonte: Arquivo Profa
Melissa R. de Araujo
VEGETAÇÃO
Definição: É umalesão sólida caracterizada por
crescimento exofítico constituído por vários elementos
agrupados, de forma e tamanho variados produzidos
por fatores traumáticos, tóxicos ou infecciosos. As
lesões podem se apresentar agrupadas, salientes,
cônicas, filiformes ou em couve flor.
Exemplo: Lesões bucais por tuberculose,
paracoccidioidomicose, carcinoma espinocelular.
Exemplo1: Paracoccidioidomicose. Fonte: Arquivo Profa Melissa
R. de Araujo.
VESÍCULA E BOLHA
Definição: São lesões caracterizadas por elevações
circunscritas do epitélio contendo líquido em seu
interior. Seu revestimento pode ser fino ou espesso,
10
conforme sua localização. Diferem-se no tamanho e
na quantidade de cavidades
Vesículas
Possuem tamanho máximo de 3 mm e várias
cavidades. Em geral, elas costumam ser múltiplas.
Exemplos: Herpes recorrente , herpangina, herpes
zoster, reações alérgicas, dermatoses.
Exemplo 1: Vesículas em lábio inferior em um quadro de herpes
labial recorrente. Fonte: Arquivo Profa Melissa R. de Araujo.
As vesículas que contém pus em seu interior são
chamadas de pústulas.
Exemplos: Varicela, varíola, impetigo.
Exemplo 1: Caso de impetigo no queixo.
Bolhas
São constituídas por apenas uma cavidade e com
tamanho superior a 3 mm. As bolhas podem ser
múltiplas, mas frequentemente são mais espalhadas.
Essas lesões raramente são encontradas íntegras na
boca devido aos traumas funcionais, sendo as
subepiteliais as mais fáceis de serem localizadas em
sua plenitude.
Exemplos: Mucocele, pênfigo, penfigóide bolhoso e
rânula.
Exemplo 1: Bolha em assoalho da boca, diagnóstico clínico de
rânula. Fonte: Arquivo Profa Melissa R. de Araujo.
EROSÃO
Definição: É uma lesão caracterizada pela perda
parcial do epitélio sem haver exposição do tecido
conjuntivo adjacente. Em alguns casos, ela pode
estar associada a uma atrofia do epitélio. Não é
recoberta por camada de fibrina. O tecido de
revestimento se torna fino, plano e com aparência
frágil.
Exemplos: Líquen plano, a glossite migratória benigna
ou língua geográfica.
Exemplo 1: Glossite migratória benigna. Fonte: Arquivo Profa
Melissa R. de Araujo.
ÚLCERA E ULCERAÇÃO
Definição: São lesões que causam a perda da
continuidade do epitélio com exposição do tecido
conjuntivo subjacente.
úlcera
Tem caráter crônico, pois as lesões persistem há
semanas ou meses.
Exemplos: úlceras decorrentes de tumores malignos,
pênfigo vulgar, entre outras.
11
Exemplo 1:Úlcera em mucosa jugal esquerda em um líquen
plano erosivo ulcerado. Fonte: Arquivo Profa Melissa R. de
Araujo.
ulceração
Tem caráter agudo e de curta duração.
Exemplos: ulceração aftosa recorrente ou afta vulgar,
lesões traumáticas, gengivoestomatite herpética
primária, etc.
Exemplo 1: Ulceração traumática em mucosa labial. Fonte:
Arquivo Profa Melissa R. de Araujo
As úlceras podem assumir aspectos variados e são
descritas como exulcerações quando envolvem
grandes regiões da mucosa. Podem ainda aparecer
como fissuras quando acometem as regiões de
pregas e dobras na mucosa e pele.
ÚLCERA ➨ CRÔNICO
ULCERAÇÃO ➨ AGUDO
FÍSTULA
Definição: São orifícios na superfície cutânea ou
mucosa e representam o término de um trajeto
sinuoso que põem em contato com o exterior aos
focos ou cavidades supurativas internas; em fases
crônicas, ela aparece como pequena pústula.
Exemplo 1: Fístula em região de mento decorrente de infecção
odontogênica de dentes ântero-inferiores. Fonte: Arquivo Profa
Melissa R. de Araujo
Tumor
A denominação tumor costuma ser utilizada para
designar nódulos com diâmetro superior a 2 cm. Por
outro lado, o termo tumefação caracteriza um
acúmulo de água e eletrólitos no interior das células
ou do interstício, o que aumenta o volume e
proporciona um aumento volumétrico difuso de
determinado tecido (face, palato, língua). Podem ter
origem inflamatória, infecciosa ou neoplásica.
Exemplos: Tumores odontogênicos, tumores
malignos.
Exemplo 1: Tumefação/tumor que envolve terços superior, médio
e inferior da face. Ameloblastoma. Fonte: Cedido pelo prof.
Silvano Guzman.
Necrose
Definição: Caracteriza-se por aspecto enegrecido,
acinzentado ou amarelado, correspondendo à morte
súbita dos tecidos, com odor fétido.
12
Necrobiose
Definição: caracteriza-se por morte gradual dos
tecidos acompanhada de reparação tecidual.
Semiologia das Lesões
Brancas
Mancha Placa
Vesícula Bolha
Pápula Vegetação
Nódulo Úlcera
Tumefação
Classificação clínica das doenças dos
tecidos moles da boca
13
Candidíase Pseudomembranosa
Definição: É uma infecção aguda superficial da
mucosa, causada por um microrganismo fúngico,
Candida albicans. Os indivíduos mais afetados são
crianças antes do desenvolvimento do sistema
imunológico e os pacientes afetados por perda
repentina da imunidade. Pode ser causado por terapia
sistêmica com corticosteróides, quimioterapia, AIDS
ou doença debilitante aguda.
Características Clínicas:
❖ Múltiplas placas brancas, espessas, difusas,
puntiformes ou globulares;
❖ Afeta a língua, palato mole e mucosa jugal;
❖ Superfície rugosa ou gelatinosa;
❖ Dor (queimação dolorosa, relativamente suportável).
Características Histológicas:
❖ Pode ser observado hifas de Candida e leveduras.
Figura 7- Histopatologia da infecção por Candida albicans.
Coloração prata metenamina . Pseudo-hifas e hifas verdadeiras.
ASCP
Diagnóstico Diferencial:
❖ Queimaduras químicas na mucosa;
❖ Úlceras
Tratamento
Medicamentos Antifúngicos como:
❖ Nistatina;
❖ Agentes do Imidazol (Clotrimazol, Cetoconazol);
❖ Agentes do Triazol (Fluconazol).
Queimadura Química
Definição: São causadas por agentes químicos
corrosivos: Produtos de Limpeza, Agentes Cáusticos
(Aspirina, Peróxido de hidrogênio, Nitrato de Prata,
Fenol, Materiais Endodônticos), etc.
Características Clínicas:
❖ Película fina, delgada, homogênea e branca;
❖ Queimaduras por aspirina são focais, com bordas
nitidamente demarcadas, embora queimaduras mais
difusas sejam possíveis quando causadas por
exposição química extensa;
Características Histológicas:
Necrose de epitélio, tendo somente o contorno das
células epiteliais individuais e o núcleo como
remanescentes
14
Diagnóstico Diferencial:
❖ Candidíase pseudomembranosa;
❖ Úlceras.
Tratamento
Cuidados paliativos com anestésico tópico ou o uso
de uma base protetora para cobrir a lesão.
Úlcera
Definição: É definida como uma destruição do
epitélio.
Características Clínicas:
❖ Apresentam os sinais e sintomas clínicos da
inflamação aguda;
❖ São cobertas por um exsudato
amarelo-esbranquiçado e circundadas por um alo
eritematoso;
❖ São dolorosas;
❖ Superfície branca homogênea ou levemente
granulosa.
Características Histológicas:
São cobertas por uma membrana de fibrina com
neutrófilos. O epitélio superficial adjacente pode
apresentar hiperplasia leve com hiperceratose. A
base da úlcera consiste em tecido de granulação que
sustenta um infiltrado inflamatório misto.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Candidíase pseudomembranosa.
❖ Queimaduras Químicas.
Tratamento
A maioria das úlceras é tratada simplesmente com a
observação. Se a dor for intensa o tratamento
sintomático pode ser benéfico, podendo ser feita a
aplicação tópica de corticosteróides.
Hiperqueratose
Definição: Consiste em espessamento epitelial da
mucosa decorrente de uma ação de fricção local.
Queratose focal, hiperqueratose focal, hiperqueratose
friccional são denominados para determinar a
causa-efeito nessas lesões.
Linha alba de oclusão é uma forma de
hiperqueratose, localizado na mucosa jugal,
associada a pressão, irritação ou fricção ou trauma
por sucção da mucosa.
Morsicatio Buccarum é a denominação para
mastigação crônica da bochecha. Produzem lesões
15
localizadas na mucosa jugal, labial e no bordo lateral
da língua.
Características Clínicas:
❖ Opacidade de forma homogênea com uma
definição fina nas bordas.
❖ O processo é geralmente focal.
❖ Localizaçãopode estar diretamente
relacionada à fonte de fricção recorrente.
❖ Assintomático
Figura 3-5 Hiperqueratose focal causada por atrito crônico do
lábio contra os dentes.
Características Histológicas:
Hipertroceratose, Hiperparaceratose recobrindo a
mucosa oral normal. Ocasionalmente edema
intracelular do epitélio e uma inflamação crônica
moderada no tecido conjuntivo subjacente.
• Figura 3-8 Fotomicrografia de hiperqueratose focal. Observe
que a maturação do epitélio é normal.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Leucoplasia;
❖ Carcinoma de Células escamosas;
❖ Ulceração Focal.
Tratamento
Não é necessário nenhum tratamento das lesões
orais, se necessário apenas a remoção dos fatores
locais.
Leucoplasia (Displasia Epitelial ou
Carcinoma de Células Escamosas em Fase
Inicial)
Definição: É um termo clínico que indica uma
mancha ou placa branca na mucosa bucal, que não
pode ser removida facilmente e que, clinicamente,
não pode ser caracterizada como qualquer outra
doença.
Características Clínicas:
❖ Lesão considerada pré-cancerígena;
❖ Manchas brancas superficialmente semelhantes à
hiperqueratose;
❖ Textura superficial mais rugosa ou granulosa;
❖ Variações na cor: brancas com pequenas manchas
vermelhas;
❖ Ulcerações que refletem no espessamento epitelial;
❖ Bordas de contorno irregular ou indefinido; Indolor,
com evolução lenta;
❖ Faixa etária de 50 anos;
❖ Com história de uso de álcool e tabaco;
❖ Pode ocorrer no palato, língua, mucosa jugal e
retro-comissural e semimucosa labial inferior.
16
Características Histológicas:
Camada de ceratose mais espessa no epitélio
superficial (hiperceratose) e/ou uma camada
espinhosa mais espessa (acantose). Células
inflamatórias crônicas dentro do tecido conjuntivo
subjacente. A camada de ceratina pode consistir em
ortoceratina, paraceratina ou uma combinação de
ambas.
Fig. 5. Histologia de uma lesão de leucoplasia. Note a
Hiperplasia epitelial com hiperqueratose.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Hiperqueratose;
❖ Leucoplasia;
❖ Carcinoma de Células Escamosas;
❖ Líquen Plano;
❖ Queilite Actínica.
Tratamento
❖ Biópsia incisional nos casos de lesões grandes para
obter um diagnóstico definitivo de displasia ou
carcinoma de células escamosas.
❖ Para lesões até 1,5cm de diâmetro, consiste em
remoção cirúrgica com margem de segurança.
❖ Para lesões amplas pode-se optar pela excisão em
uma etapa e aguardar cicatrização por segunda
intenção, ou realizar em várias etapas até a excisão
total.
❖ Criocirurgia.
❖ Eletrocauterização.
❖ Deve-se eliminar os irritantes crônicos e corrigir as
condições sistêmicas do paciente.
Estomatite Nicotínica
Definição: É uma resposta da mucosa palatina à
irritação recorrente da fumaça do tabaco, geralmente
pelo hábito de fumar cachimbo ou charuto.
A combinação dos elementos carcinogênicos do
tabaco e o calor de sua queima intensifica-se pelo
hábito de fumar invertido, aumentando o risco de
conversão maligna.
Características Clínicas:
❖ Gênero Masculino;
❖ Faixa etária 45 anos de idade, com uso do tabaco a
longo prazo;
❖ Localizada no palato duro e palato mole;
Assintomática;
❖ Apresenta-se inicialmente mucosa palatina
eritematosa;
❖ Posteriormente ceratinização crescente;
❖ Na parte posterior do palato, notam-se pontos
vermelhos, que representam uma inflamação dos
ductos excretores das glândulas salivares.
Figura 3-12 Estomatite nicotínica.
Características Histológicas:
❖ Epitélio espessado com acantose moderada;
❖ Aumento da espessura de ortoceratina
suprajacente;
❖ Glândulas salivares menores com alteração
inflamatória em grau variado;
❖ Ductos excretores podem apresentar metaplasia;
❖ O tecido glandular contém células da inflamação
crônica e certa fibrose.
17
Figura 3-14 Espécime de biópsia de estomatite nicotínica
evidenciando metaplasia do ducto salivar e inflamação.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Displasia Epitelial;
❖ Neoplasia.
Tratamento
O paciente deve ser encorajado a parar de fumar.
Hiperqueratose causada por Tabaco sem
Fumaça
Definição: Espessamento epitelial semelhante a
placa causada pelo hábito de mascar tabaco.
As formas de câncer bucal causadas pelo uso de
tabaco sem fumaça são carcinomas de células
escamosas com baixo grau de malignidade ou
carcinomas verrucosos.
Características Clínicas:
❖ Lesões brancas hiperqueratóticas.
❖ Localizadas no fundo de saco vestibular da
mandíbula, região de incisivos ou de molares.
❖ Epitélio alterado com aspecto granular ou enrugado.
Geralmente assintomático.
Características Histológicas:
❖ Epitélio atrófico ou focalmente e irregularmente
hiperplásico.
❖ Apresentando paraceratose ou ortoceratose de
superfície de espessura variável.
❖ Característicos são a notável basofilia da
submucosa e o aparecimento de vasos
telangiectásicos.
Figura 3-11 Espécime de biópsia de lesão provocada por tabaco
sem fumaça evidenciando acantose e paraqueratose com
edema.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Displasia Epitelial;
❖ Neoplasia.
Tratamento
O paciente deve ser informado das consequências e
encorajado a parar de mascar o tabaco.
O fim do hábito leva à aparência normal da mucosa
dentro de algumas semanas. Se persistirem após um
mês, devem ser submetidas a biópsia e tratamento
apropriado.
18
Queilite Actínica
Definição: Representa uma degeneração tecidual
acelerada dos lábios, especialmente do lábio inferior,
secundária à exposição regular e prolongada à luz do
sol.
Características Clínicas:
❖ Vermelhidão dos lábios, com aspecto atrófico,
pálido, lustroso, com fissuração e enrugamento em
ângulo reto com a junção mucocutânea.
❖ Pode apresentar variações de manchas na
pigmentação da pele, manchas escamosas
atróficas, ou placas escuras espessas chamadas
queratoses seborréicas.
❖ Geralmente na raça branca, com pele clara;
❖ Faixa etária de mais de 60 anos;
❖ Associado a evidência de injúria solar na pele do
rosto. Condição cancerizável (depend. autores - 6 a
20% )
Figura 3-21 Queilite actínica.
Características Histológicas:
❖ Epitélio atrófico ou focalmente e irregularmente
hiperplásico;
❖ Apresentando paraceratose ou ortoceratose de
superfície variável;
❖ Alterações displásicas desde atipia leve até
carcinoma in situ;
❖ Característicos são a notável basofilia da
submucosa e o aparecimento de vasos
telangiectásicos.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Injúria aguda causada por queimadura solar;
Ressecamento ou rachadura;
❖ Lesões herpéticas;
❖ Hiperqueratose fisiológica no lábio;
❖ Carcinoma.
Tratamento
❖ Proteção solar;
❖ Uso de pomada que contenha o ácido
paraaminobenzóico (PABA) ou de seus derivados,
como filtro solar;
❖ Exames periódicos e biópsia caso a ulceração
persista; Uso da cirurgia a laser;
❖ Crioterapia.
Língua Pilosa
Definição: É caracterizada por acentuado acúmulo
de ceratina nas papilas filiformes da superfície dorsal
da língua.
Etiologia desconhecida, porém pode estar associado
a fumantes, terapêutica com antibióticos, higiene oral
deficiente, debilitação geral, radioterapia, uso de
bochechos com antiácidos ou oxidantes e proliferação
de bactérias ou fungos.
Características Clínicas:
❖ Afeta a parte mediana anterior às papilas
circunvaladas, espalhando-se para as bordas
laterais e anteriores.
❖ Superfície com uma cobertura espessa onde ficam
retidos resíduos celulares, bactérias, fungos e
material estranho;
❖ Sintomas geralmente mínimos, náuseas ou cócegas
quando do alongamento exagerado das papilas;
❖ Cor varia de castanho-amarelado ao
castanho-escuro ou negro.
19
Figura 3-18 Língua pilosa.
Características Histológicas:
❖ Papilas filiformes alongadas com hiperparaceratose;
❖ Contaminação da superfície por conglomerados de
microrganismos e fungos;
FIGURA 1 - A: leucoplasia pilosa oral clínica (caso 1) (H.E., 100 X)
B: leucoplasia pilosa oral subclínica (caso 3) (H.E., 100 X).
Diagnóstico Diferencial:
❖ Candidíase Generalizada;
❖ Leucoplasia Pilosa;
Tratamento
Não há indicação de tratamento, exceto pela melhora
dahigiene oral.
Candidíase Hiperplásica
Definição: Infecção crônica superficial da mucosa
bucal pelo fungo Candida albicans, que produz lesões
brancas com espessamento epitelial que não se
destaca.
Características Clínicas:
❖ Lesões brancas múltiplas ou difusas, com áreas
eritematosas ou atróficas na periferia das lesões
brancas;
❖ Bordas mal delimitadas;
❖ A língua é mais afetada, porém podem se
desenvolver em muitas superfícies da mucosa
bucal;
Características Histológicas:
❖ Presença de hifas de Candida associadas a lesão.
20
Figura 3-64 Candidíase oral. A, Padrão psoriasiforme. B,
Fotomicrografia em maior aumento evidenciando hifas do fungo
na camada de queratina.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Líquen Plano;
❖ Leucoplasia Pilosa;
Tratamento
Terapia com Antifúngicos tópicos e sistêmicos.
Líquen Plano Reticular
Definição: Doença mucocutânea inflamatória crônica
bastante comum. É causada por uma degeneração
imunomediada na interface da superfície do epitélio e
tecido conjuntivo.
Características Clínicas:
❖ As lesões mostram um entrelaçamento fino de
linhas brancas denominado estrias de Wickham;
❖ São pápulas poligonais pruríticas e purpúreas;
❖ Bordas podem ser bem delineadas ou desaparecer
gradualmente até ficar uma aparência normal;
❖ Freqüente em adultos de meia-idade, numa
proporção de 3:2 mulheres em relação aos homens;
❖ Acomete mais a mucosa jugal, sendo que, o palato,
assoalho de boca, língua e mucosa labial menos
comum..
❖ Assintomático.
Figura 3-41 A-C, Líquen plano oral reticular.
Características Histológicas:
❖ Hiperceratose;
❖ Vacuolização da camada basal com ceratinócitos
apoptóticos;
❖ Infiltrado linfofagocítico na interface tecido conjuntivo
e epitelial.
❖ No epitélio há um aumento no número de células de
Langerhans.
Figura 3-48 Espécime de biópsia de líquen plano oral
evidenciando hiperqueratose, infiltrado inflamatório linfocitário
justa epitelial e degeneração hidrópica com apoptose.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Nevo branco esponjoso;
❖ Leucoedema;
❖ Leucoplasia idiopática;
❖ Candidíase hiperplásica.
Tratamento
Corticosteróides tópicos e sistêmicos. Aplicação de
retinóides também tem demonstrado resolução
temporária das lesões bucais reticulares e papulares.
Leucoplasia Pilosa
Definição: Lesão branca que ocorre nas bordas
laterais da língua, comum em pacientes aidéticos.
Causada por uma infecção oportunista causada pelo
vírus Epstein-Barr (VEB) em indivíduos
imunodeprimidos.
Características Clínicas:
❖ Apresenta lesão branca bem delimitada, que varia
de uma arquitetura plana, semelhante a uma placa,
até projeções papilares/filiformes similares a pêlos;
21
❖ Pode ser unilateral ou bilateral, localizada nas
bordas laterais da língua, com extensão ocasional
para a superfície dorsal;
❖ Assintomática
Figura 3-16 Leucoplasia pilosa na borda e no ventre da língua.
Características Histológicas:
❖ Inclusões virais ou trocas periféricas de cromatina
com núcleos resultantes manchados são evidentes.
❖ Superfície hiperceratótica, com formações de
irregularidades e cristas ceratóticas na superfície.
❖ Escassez geral de células inflamatórias subepiteliais
e células de Langerhans esparsas.
• Figura 3-17 A, Leucoplasia pilosa revelando acantose,
paraqueratose e edema. B, Queratinócitos das camadas
superficiais exibindo inclusões nucleares virais. C, Hibridização
in situ mostrando a localização do vírus Epstein-Barr (EBV)
codificado por pequenos RNAs (EBER) nos núcleos dos
queratinócitos mais próximos da superfície epitelial.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Hiperqueratose fisiológica;
❖ Leucoplasia;
❖ Líquen Plano;
❖ Candidíase hiperplásica
Tratamento
Tratamento com antivirais: Aciclovir
Leucoedema
Definição: É uma opacificação generalizada na
mucosa jugal, pode ser relacionada a uma variação
do normal.
Possível relação entre a má higiene bucal e padrões
anormais de mastigação.
Características Clínicas:
❖ Superfície cinzento-branca difusa, nevoenta ou
leitosa, levemente rugosa da mucosa jugal, com
distribuição simétrica.
❖ Assintomático.
❖ Freqüente em indivíduos da raça negra.
22
Figura 3-1 Leucoedema. Uma fina coloração branca “leitosa” na
mucosa jugal. Observe que o paciente também tem gengivite.
Características Histológicas:
❖ Epitélio paraceratóticos e acantótico, com edema
intracelular acentuado das células espinhosas.
❖ As células epiteliais aumentadas apresentam núcleos
pequenos, picnóticos, em um citoplasma opticamente
vazio.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Leucoplasia;
❖ Nevo branco-esponjoso;
❖ Disceratose intra-epitelial benigna hereditária;
❖ Mordedura crônica da bochecha;
❖ Líquen plano.
Tratamento
Nenhum tratamento é indicado, pois as lesões são
inócuas.
Nevo Branco-esponjoso
Definição: É uma genodermatose (distúrbio de pele
geneticamente determinado) relativamente rara,
herdada como um traço dominante autossômico,
mostrando um alto grau de penetração e
expressividade variável.
Características Clínicas:
❖ Placas brancas difusas, corrugadas ou aveludadas,
brancas, espessas e simétricas,
❖ Afetam geralmente mucosa jugal bilateralmente,
porém pode ocorrer na parte ventral da língua,
mucosa labial, palato mole, mucosa alveolar e
assoalho de boca.
❖ Locais mucosos extra-orais parecem ser menos
comumente afetados, como mucosas nasal,
esofágica, faríngea e anogenital.
❖ Assintomática
Figura 3-2 A e B, Nevo branco esponjoso
Características Histológicas:
❖ Epitélio espessado, com espongiose, acantose e
paraceratose acentuadas;
❖ Condensação eosinófila nuclear das células
espinhosas.
23
Figura 3-3 A, Nevo branco esponjoso exibindo edema e
queratose. B, Fotomicrografia em maior aumento evidenciando a
característica condensação perinuclear da queratina.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Disceratose intra-epitelial benigna hereditária;
Líquen Plano;
❖ Mordedura de bochecha;
❖ Paquioníquia Congênita.
Tratamento
Não existe tratamento específico para esta condição
particular, porque é assintomática, benigna e não
possui potencial malignização.
Grânulos de Fordyce
Definição: São glândulas sebáceas ectópicas que
ocorrem na mucosa oral, tornam-se mais
proeminentes com a idade e estão geralmente
localizadas na região da mucosa jugal.
Características Clínicas:
❖ Múltiplas lesões papulares amareladas ou
branco-amareladas;
❖ Distribuição simétrica bilateral na mucosa jugal e/ou
vermelhão do lábio superior;
❖ Predileção pelo gênero masculino;
❖ Mais comum em adultos;
❖ Assintomático.
Figura 3-67 Grânulos de Fordyce.
Características Histológicas:
❖ Lóbulos de glândulas sebáceas localizados
superficialmente, agrupados à volta de ou
adjacentes a ductos excretores, contendo restos
sebáceos e ceratinosos.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Candidíase pseudomembranosa.
Tratamento
Nenhum tratamento é indicado para tal condição.
Cicatriz
Definição: São alterações permanentes na aparência
da pele devido à lesão e à reparação do colágeno,
produzindo uma aparência pálida em comparação aos
tecidos normais adjacentes.
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Características Clínicas:
❖ Área focal pálida;
❖ Homogênea;
❖ Bordas delineadas;
❖ Pode ocorrer uma insuficiência na aposição de
tecido, formando uma depressão em forma de
fóssulas e fissuras;
❖ Assintomática.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Fibrose submucosa;
❖ Grânulos de Fordyce;
❖ Fibroma traumático
Tratamento
Não requerem tratamento.
Fibrose Submucosa
Definição: É uma fibrose generalizada do tecido
conjuntivo da mucosa bucal em resposta ao hábito de
mascar noz de bétel e o uso frequente de certas
especiarias. É uma condição crônica, progressiva,
que deixa cicatriz, pré-cancerígena de alto risco da
mucosa oral, vista principalmente no subcontinente
indiano e sudoeste da Ásia.
Características Clínicas:
❖ É freqüente em jovens adultos usuários de tabaco,
areca, betel;
❖ Acompanhada por dor na mucosa associada a
comidas apimentadas, e trismo;
❖ Localizados na mucosa jugal, área retromolar e
palato mole;
❖ Mucosa compalidez semelhante a mármore, com
erupções e um endurecimento progressivo dos
tecidos subepiteliais.
Características Histológicas:
❖ Caracterizada pelo depósito submucoso de tecido
conjuntivo colagenoso extremamente denso e
avascular, com número variável de células
inflamatórias crônicas.
❖ Hiperceratose com marcada atrofia epitelial.
Diagnóstico Diferencial:
❖ Fibrose subepitelial relacionada com a radiação e a
retração cicatricial.
Tratamento
❖ Corticosteróides intralesionais;
❖ Clivagem cirúrgica pode melhorar a abertura e
mobilidade da boca;
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