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TROMBOCITEMIA ESSENCIAL: É uma das neoplasias proliferativas clássicas, ou seja, cromossomo Philadelphia negativo. É uma doença clonal originada da transformação neoplásica da célula hematopoiética pluripotente. É caracterizada por uma plaquetose sustentada no sangue periférico e uma hiperplasia dos megacariócitos na medula óssea. Acredita-se que os megacariócitos são hipersensíveis à trombopoetina e por isso, mesmo sem o aumento da TPO (necessário para a produção plaquetária), ocorre uma hiperprodução de plaquetas. Um outro motivo para a proliferação plaquetária independente do aumento de TPO seria a presença da mutação JAK2V6177F, que é encontrada em 50% dos pacientes. O aumento na produção de plaquetas gera uma disfunção plaquetária e uma plaquetose acentuada com anisocitose, ou seja, a função e a morfologia das plaquetas são alteradas, o que pode gerar problemas e dificuldades de coagulação mesmo contendo tantas plaquetas. A maioria dos casos ocorre em pacientes com 50 a 60 anos e é mais frequente nas mulheres. Cerca de 20% dos pacientes têm menos de 40 anos e, apesar de ser raro, pode ocorrer em crianças. A trombocitemia essencial familiar é rara, porém, há relatos na literatura de algumas famílias que apresentam a doença e uma mutação na 5´ do gene da trombopoetina. Grande parte dos pacientes são assintomáticos por muitos anos. Entre os que apresentam sintomas, os mais comuns são esplenomegalia discreta (50% dos pacientes), hepatomegalia discreta (15-20% dos pacientes), trombose, que é causada pelo excesso de plaquetas, e que é a principal causa de morte entre os pacientes) e hemorragia, causada pela disfunção plaquetária. Alguns apresentam sintomas vasomotores como cefaleia, sincope, dor torácica atípica, distúrbios visuais e eritromealgia (40%). O quadro laboratorial apresenta plaquetose acentuada < 400.000 – 600.000/ 1.000.000/mm³ com plaquetas gigantes e agranulares, e intensa anisocitose plaquetária. O tempo de sangramento é normal ou aumentado, e a agregação plaquetária geralmente está alterada. Cerca de 32-71% dos pacientes apresentam leucocitose > 20 x10/L. A hemoglobina pode estar normal ou diminuída e pode haver empirepolese. No mielograma é encontrada uma medula hipercelular com hiperplasia megacariocítica e os megacariócitos tendem a se agrupar. O diagnóstico é diferencial para outras neoplasias como PV, SMD e MF, e diferencial para a presença de plaquetose reacional. Os critérios para diagnóstico são: ▪ Critérios positivos: 1) Plaquetometria maior que 450 x10/L sustentada 2) Biópsia da Medula óssea mostrando proliferação principalmente da linhagem megacariocítica com megacariócitos maduros aumentados em número e tamanho, sem aumento significativo das séries eritroides e granulocitica. ▪ Critérios de exclusão: 1) Nenhuma evidencia de PV 2) Nenhuma evidencia de LCM: ausência do Philadelphia ou rearranjo BCR/ABL 3) Nenhuma evidencia de MF: ausência de fibrose colinérgica, ausência ou fibrose reticular mínima 4) Nenhuma evidencia de SMD: ausência de displasia granulocitica, que deve ser, no máximo, leve, nos megacariócitos 5) Presença da mutação JAK2V617F ou ausência de outro marcador clonal. Ausência de evidencias de trombose reacional: ausência de inflamação ou infecção. Ausência de neoplasias. Ausência de esplenectomia prévia. Algumas pessoas apresentam elevação reacional do número de plaquetas em determinadas condições como processos infecciosos ou inflamatórios, cirurgias ou traumas, neoplasias ou deficiência de ferro. Nesses casos de plaquetoses reacionais está ocorrendo uma TROMBOCITEMIA REACIONAL/PLAQUETOSE REACIONAL. Nesses casos a plaquetose não é sustentada e os testes de função plaquetária estão normais na maioria dos casos, além de que a normalização das plaquetas ocorre com a resolução da doença ou situação base. A plaquetometria não ultrapassa 1.000.000/mm³. Existem algumas diferenças entre os quadros clínicos da TE e da TR. A trombocitemia reacional não apresenta hiperplasia megacariocítica, trombose, esplenomegalia ou formação de colônia espontânea. Além disso, dependendo da causa primária da trombocitose, outras séries sanguíneas podem estar alteradas como os leucócitos. TROMBOCITEMIA ESSENCIAL TROMBOCITEMIA REACIONAL PLAQUETAS Plaquetose sustentada Plaquetose temporária FUNÇÃO PLAQUETÁRIA Alterada Normal MEDULA ÓSSEA Hiperplasia megacariocítica Normal TROMBOSE Pode ocorrer Não ocorre MUTAÇÃO JAK2 Presente em 50% dos pacientes Ausente Outras linhagens mieloides Normais Podem estar alteradas de acordo com a doença de base
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