Buscar

Captura de Tela 2021-05-05 a(s) 20.20.15

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DOS GUARARAPES - UNIFG
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
 
 
 
IVANEIDE FLORA
JOSÉ MAURÍCIO CORREIA
JOSILDA SANTANA
KADINE BARBOSA
KEILA NASCIMENTO
MARIANA MACIEL
ROZILENE GOMES
 
 
 
 
O DESENVOLVIMENTO INFANTIL EM TEMPOS
PANDÊMICOS: a educação básica.
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE/2020
1. SUMÁRIO
 
INTRODUÇÃO ​3
PROBLEMÁTICA ​4
OBJETIVOS ​4
Objetivo Geral: ​4
Objetivos Específicos: ​4
JUSTIFICATIVA ​5
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ​5
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO ​7
CRONOGRAMA ​8
REFERÊNCIAS ​10
 
 
 
2. INTRODUÇÃO
​A educação escolar está presente em todo núcleo familiar, e com o isolamento social
necessário após a epidemia do Coronavírus (COVID-19), promover o aprendizado e
desenvolvimento das crianças, estabelecendo uma rotina de estudos, vem sendo um desafio
ainda maior tanto para pais quanto para professores.
A educação infantil pública, entre todas as modalidades de ensino, talvez seja a mais
mal compreendida pela sociedade. Afinal, para muitos, a atividade não passa de recreação ou
um tipo de assistência para os pai, no qual basta aos profissionais ficarem observando
atentamente as crianças para que elas não se machuquem, quando na verdade diversas são as
técnicas que precisam ser aplicadas e desenvolvidas para o aprendizado e desenvolvimento
social, motor e psicológico nessa fase mais inicial da infância.
Na atualidade, as atividades foram mudadas para o modo online, e comumente podem
ser associadas a um paliativo para manutenção de contato e ocupação das crianças. Sendo
assim, são bastante contestadas e mal compreendidas em muitos momentos.
Em um primeiro ponto, é necessário repensar as atividades que são propostas às
crianças, de modo que haja uma manutenção do vínculo com seus respectivos colegas e
professores, promovendo um bom desenvolvimento nessa fase da infância, de acordo com
Piaget e Erik Erikson, a partir dos autores Ferracioli (1999) e Fiedler (2016), respectivamente;
e também repensar sobre a exposição das crianças a tela dos dispositivos móveis, que podem
causar um efeito negativo de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP (2019).
Enquanto faixa etária, escolhemos observar as crianças de 2 aos 5 anos, afinal esta é a
idade que geralmente eles têm acesso ao primeiro contato com a escola. Então, ao afastar-se
tão abruptamente do seio escolar, nossa proposta de pesquisa é entender como esse
afastamento pode afetar o desenvolvimento das crianças à luz dos autores anteriormente
informados.
Logo, precisamos levar em conta que este momento é fruto de uma questão mundial
de saúde pública, em que se fez necessário unificar e adequar o ambiente doméstico em um
local propício ao aprendizado, afinal é dessa forma que ocorre uma maior segurança aos
indivíduos, através do isolamento social.
Durante esta pandemia, foi e é necessário refletir sobre o lugar das interações e das
brincadeiras na estratégia de manutenção do vínculo entre e com as crianças, reforçando o
contato em suas diversas formas durante esse isolamento, praticando atividades diferenciadas
de acordo com a faixa etária.
Vale ressaltar que o contexto que escolhemos para análise e elaboração de intervenção
é o contexto público, que muitas vezes é negligenciado e negado pelas entidades responsáveis
pela sua manutenção e investimentos. Além disso, o perfil socioeconômico das pessoas que
utilizam as escolas públicas geralmente não permite que estes tenham acesso a internet e/ou
dispositivos que facilitem essa acesso a atividades, grupos e aulas no geral.
 
3. PROBLEMÁTICA
Ao vivenciarmos uma situação pandêmica inesperada para o ano de 2020, repensar as
formas de aprendizado é importante. Porém, como será discutido na fundamentação teórica, é
de conhecimento da Psicologia a importância da convivência escolar para o desenvolvimento
da criança, nos mais diversos âmbitos. Logo, a problemática que buscamos investigar é a
influência da pandemia e a nova forma de aprendizado das crianças no desenvolvimento
infantil.
 
4. OBJETIVOS
 
● Objetivo Geral:
○ Identificar estratégias de intervenção que minimizem os impactos causados
pelo distanciamento social no desenvolvimento infanto juvenil dos estudantes
que necessitam fazer uso das novas estratégias de ensino.
● Objetivos Específicos:
○ Refletir, a partir do aporte teórico, e influência que o distanciamento social
pode causar no desenvolvimento geral de crianças entre 2 e 5 anos;
○ Inferir técnicas que possam auxiliar a comunidade escolar a lidar com as
consequências da pandemia;
○ Compreender melhor as questões do desenvolvimento infantil ligado ao
universo escolar.
 
5. JUSTIFICATIVA
​Além de mudar completamente o estilo de vida da sociedade no mundo inteiro, a
pandemia do coronavírus evidencia a gritante desigualdade socioeconômica existente em
nosso país, dentre outros fatores, através da disparidade do acesso à educação durante o
período de isolamento social. Como exemplifica a Fiocruz (2020), há populações que são
esquecidas e que sofrem muito mais do que “só com o vírus”, como a população de rua, por
exemplo, que a falta de saneamento e alimentação de qualidade traz ainda mais males. Ao
redirecionarmos esse olhar para o público infantil, o problema de ser desabonado pelo Estado
é ainda maior, por isso o trabalho contribui tanto para que haja uma reflexão sobre os
impasses existentes para que as crianças, especialmente as de famílias mais pobres e
estudantes da rede pública, tenham garantido seu direito de estudar.
 
6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
​Para nos nortear teoricamente para a confecção do presente trabalho, nos ancoramos
nos autores Ferracioli (1999) para as concepções utilizadas para elucubrar acerca de Piaget; e
em Fiedler (2016) para exemplificar sobre Erik Erikson. Além de recorrer ao SBP (2019) para
definir os limites da exposição a tela na infância.
​Jean Piaget, nascido em 1896 na Suíça tem como seu principal ponto de partida a
interação entre o meio e a criança, pois ele postula que “o conhecimento não está no sujeito-
organismo, tampouco no objeto-meio, mas é decorrente das contínuas interações entre os
dois” (FERRACIOLI, 1999. p. 181). Ao pensarmos no contexto de pandemia, essas relações
estão mais restritas, afinal, a criança passa a relacionar-se menos com o mundo de forma
direta, passando mais tempo em casa. Pressupomos que isso impacta diretamente também no
desenvolvimento infantil, afinal, se são a relações com as mais diversas pessoas que
fomentam o conhecimento e sua apreensão, estar menos envolvidos com outros sujeitos no
cotidiano vai restringir esse aprendizado.
​Ao lançarmos luz sobre Erik Erikson, ele postula a Teoria do Desenvolvimento
Psicossocial, que consiste nos estágios os quais ele divide o desenvolvimento humano
seguidos sempre da vivência de uma crise, que pode seguir uma vertente positiva ou negativa.
Nas palavras de Fiedler (2016) “é o desenvolvimento do ego, que determina o estado de
convergência entre o organismo humano e o mundo; os comportamentos ajudam a criança a
sobreviver em seu mundo, ajudam o mundo a sobreviver nela” (ibdem, 2016. p. 78) ou seja, é
explicitado também a relação necessária entre a sociedade e o indivíduo.
​Os dois autores estudados optam por dividir o desenvolvimento infantil em fases que
contemplam desde a idade mais tenra até o fim da vida. Cada fase tem suas características
observadas por cada autor, a partir de sua percepção teórica, diferenciando-os entre si. Sua
principal similaridade é buscar entender como o desenvolvimento infantil acontece,
principalmente a partir das interações socioculturais e a influência do ambiente.
​O período que engloba as crianças que estamos investigando, de acordo com Piaget, é
o Pré Operatório, que é marcado pela função simbólica, ou seja, o aparecimento da
linguagem (CASTRO, 2019). Buscando descobrir o mundo e se colocar em diversas situações
a partir da imaginação, a criança necessita do mundo e das pessoas para atribuir significados e
ser atravessada pelos significados destes.
Já para Erikson, a criança de 2 a 3 anos estávivendo a fase da autonomia vs.
vergonha, que coincide com a aquisição da linguagem e com o entendimento que a criança é
um ser social, que pode ser afirmado e aceito no ciclo social que o rodeia ou ser repreendido,
o que culminaria na dita vergonha. Já a fase dos 4 aos 5 anos é a de iniciativa vs. culpa, na
qual a noção de sociedade da criança é ampliada, afinal, seu contato com o mundo exterior é
maior e a imaginação se desenvolve com leveza (FIEDLER, 2016).
Nos dois autores é notório a importância da convivência com outras crianças e com
outros espelhos sociais nos quais esses indivíduos possam se apoiar para um desenvolvimento
salutar. A partir desses nortes teóricos aqui descritos de forma inicial, buscamos entender
melhor nossa problemática e alcançar a pesquisa que propusemos. Pensar as questões aqui
colocadas a partir desses autores nos auxiliará a intervir acerca desse contexto tão atual, assim
podemos entender a necessidade dessa reflexão.
 
7. ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
​A princípio, é necessário uma avaliação psicológica do perfil dos alunos dentro de
suas respectivas turmas em suas faixas etárias, então, a partir dessa avaliação primária, medir
as demandas emergentes de cada turma, para uma posterior elaboração de material expositivo
de conteúdo e atividades para fins avaliativos. O foco deve ser sempre o desenvolvimento
infantil a partir da integração social, ou seja, é a partir dessa lente que iremos lançar luz sobre
as turmas.
​Deve haver sempre o discernimento das dificuldades dos alunos, afinal, como já foi
comentado, escolas públicas têm um público com um nível socioeconômico mais baixo, o que
culmina na falta de dispositivos para acesso às aulas remotas. Além disso, o fator geográfico
pode ser outro obstáculo no tocante à capacidade de acesso ao conteúdo por parte dos alunos,
considerando a precária estrutura de internet nas regiões mais pobres e afastadas, justamente
onde boa parte dos estudantes da rede pública vivem. Diante de tais problemáticas, chegamos
à conclusão de que, mesmo que haja total empenho, nos parece pouco provável que se
consiga atender a todos os estudantes.
​No tocante à necessidade de nivelar e observar as turmas, a avaliação psicológica será
imprescindível para elaborar um mapeamento das fases das crianças, detectando demandas
específicas através da observação de seus comportamentos. Concluída esta etapa, serão
produzidos o material expositivo dos conteúdos e as atividades avaliativas, considerando o
ano letivo dos estudantes, o nível de aprendizado já adquirido e as eventuais defasagens, bem
como o processo de integração do estudante com a comunidade escolar, tão prejudicado pelo
distanciamento social.
Não há como descrever as atividades aqui, por não termos um perfil próprio dos
estudantes em questão, mas teríamos, pela idade das crianças ser uma fase propícia para a
imaginação de acordo com os teóricos, investir no lúdico é uma forma de conseguir
aproximar-se do público. As atividades seriam voltadas para essa reintegração da turma e
precisariam de um dos pais ou um responsável para mediar esse contato além das condições
de conexão, o que poderia dificultar o andamento do projeto. As atividades serão idealizadas
concomitantemente aos profissionais da Pedagogia, afinal, são eles que tem o domínio sobre a
produção de atividades de cunho acadêmico.
A partir do retorno das atividades, a turma passará por uma reavaliação para saber
como as propostas foram recebidas pelos alunos e como eles foram atravessados pelas
mesmas, para que, a partir disso, possamos elaborar uma avaliação completa da evolução da
turma.
Enquanto ideias de atividades mais gerais, sugerimos o uso da arteterapia com
crianças menores, levando-as a ouvir e dançar músicas livremente, além de poderem desenhar
um pouco sobre como está sendo o momento em casa, além disso os professores devem
incentivar que elas falem e interajam entre si, para que haja uma diminuição da distância
social, mesmo mantendo-se a distância física.
Para as turmas com crianças maiores, poderia haver a criação em grupo de um
dicionário de emoções, no qual, a princípio, as crianças seriam engajadas a falar como
estavam se sentindo com o distanciamento social. Após essa conversa, as palavras utilizadas
para descrever sentimentos seriam anotadas e, posteriormente, cada criança poderia definir
essa emoção, assim, criando um dicionário próprio da turma e incentivando a troca de idéias,
a socialização e a autocompreensão e desenvolvimento da inteligência emocional.
Lembrando que, as atividades acima propostas são de cunho geral, afinal, para que
haja um maior direcionamento é necessário o acompanhamento e avaliação dos alunos, para
que jaha a identificação de problemáticas e pontos específicos que possam ser trabalhados.
 
8. CRONOGRAMA
 
FASES/MESES NOV DEZ JAN FEV
Anamnese 
mapeamento de problemáticas 
construção de intervenções 
Conscientização de pais e professores acerca da
proposta
 
Intervenções práticas 
Conclusão do projeto 
​Acima há o cronograma de execução do projeto, que leva em consideração o mês de
janeiro devido às complicações educacionais advindas do coronavírus, que comprometerá as
férias anuais de janeiro para os alunos das escolas públicas e privadas.
 
9. REFERÊNCIAS
 
CASTRO, Heloiza. Arte no Desenvolvimento Infantil: as 4 fases de piaget. 2019.
Disponível em: https://belas.art.br/arte-no-desenvolvimento-infantil-as-4-fases-de- piaget/.
Acesso em: 10 out. 2020.
 
FERRACIOLI, Laércio. Aspectos da construção do conhecimento e da aprendizagem na obra
de piaget. Caderno Brasileiro do Ensino de Física, Espírito Santo, v. 16, n. 2, p. 180-194,
ago. 1999
 
FIEDLER, Augusto José Carlos Bastos do Prado. O Desenvolvimento Psicossocial na
Perspectiva de Erik H. Erikson: as oito idades do homem. Revista Educação, Guarulhos, v.
11, n. 1, p. 78-85, jan. 2016.
 
FIOCRUZ. Desigualdade social e econômica em tempos de Covid-19. 2020. Disponível
em: https://portal.fiocruz.br/noticia/desigualdade-social-e-economica- em-tempos-de-covid-
19. Acesso em: 10 out. 2020.
 
SBP. Departamentos Científicos de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento e de
Saúde Escolar. Manual de Orientação da SBP: Uso saudável de telas, tecnologias e mídias
nas creches, berçários e escolas. 2019. Disponível em
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21511d-MO_-
_UsoSaudavel_TelasTecnolMidias_na_SaudeEscolar.pdf. Acesso em: 10 de Out. 2020.

Continue navegando

Outros materiais