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Julia Paris Malaco – UCT19 SP2 – dispneia, dor torácica e edema Anatomia e fisiologia cardíaca O coração é composto por quatro câmaras: 2 átrios, que recebem o sangue, e 2 ventrículos, que ejetam o sangue. O lado direito do coração recebe apenas sangue rico em CO2, enquanto o lado esquerdo recebe sangue bem oxigenado. Com isso, o ventrículo direito impulsiona sangue pobre em O2, vindo do organismo pelo átrio direito, através das veias cavas superior e inferior (VCS e VCI), para o pulmão por meio das artérias pulmonares – Circulação Pulmonar (pequena circulação). Do pulmão, o sangue oxigenado é transportado ao átrio esquerdo pelas veias pulmonares, e daí passa para o ventrículo esquerdo que, por meio da aorta, leva o sangue oxigenado para o organismo – Circulação Sistêmica (grande circulação). Entre as câmaras cardíacas e os vasos com as quais se comunicam, há válvulas que regulam o fluxo sanguíneo dentro do coração, bem como o sangue que entra e sai desta grande bomba. Entre o átrio e ventrículo direito está a valva tricúspide e entre o ventrículo direito e o tronco pulmonar, há a valva do tronco pulmonar. Por sua vez, o átrio e ventrículo esquerdos se comunicam pela valva mitral, enquanto o sangue do ventrículo esquerdo que vai para a aorta é regulado pela valva aórtica. A valva aórtica também é tricúspide, ou seja, formada por três folhetos (cúspides) e se localiza entre o ventrículo esquerdo e o início da aorta, regulando a passagem do sangue que sai oxigenado do coração em direção à circulação sistêmica. A valva mitral, por sua vez, é bicúspide, ou seja, formada por dois folhetos, e os locais de interseção entre seus dois folhetos são chamados de comissuras anteromedial e posterolateral. Uma particularidade da valva mitral é que ela também é composta pela cordoalha tendínea e músculos papilares medial e lateral. Fisiologia do coração: Pré carga: corresponde à tensão na parede ventricular ao final de sua diástole, quando ele está completamente cheio. Pós carga : é a pressão na raiz da artéria aorta, contra a qual o coração contrai durante a sístole. Depende da complacência e da resistência arterial. Volume diastólico final: representa a quantidade de sangue acomodada nos ventrículos ao fim do seu período de enchimento, que em média corresponde a cerca de 110 a 120 ml e a maior parte deste sangue é ejetado durante a contração ventricular, Volume sistólico final: volume de sangue residual após a sístole entre 40 e 50 ml Débito sistólico: A diferença entre o volume diastólico e o volume sistólico é o débito sistólico (DS), quantidade de sangue que é ejetada em cada sístole ventricular. (DS = Volume diastólico final – volume sistólico final) Fração de ejeção: É o percentual do volume diastólico final que é ejetado em uma contração. Um dos principais marcadores de função cardíaca, considerando normais valores acima de 55%. FE = DS ÷ Volume diastólico final Débito cardíaco: é uma média do sangue ejetado por unidade de tempo. Para calcular esse valor multiplica-se o débito sistólico pela frequência cardíaca (FC), medida em batimentos por minuto. (DC = DS X FC) Esse débito sistólico pode sofrer alterações de acordo à demanda corporal, aumentando ou reduzindo de acordo à força de contração do coração. Essa força de contração é proporcional a dois fatores: a quantidade de cálcio liberada durante a despolarização e a dilatação do ventrículo. A dilatação, por sua vez, depende da quantidade de sangue presente no ventrículo ao fim da diástole (pré carga), que leva a maior ou menor dilatação do sarcômero com proporcional aumento ou redução da sua força de contração, segundo a Lei de Frank Starling (quanto mais sangue chega ao coração, mais sangue é bombeado por ele). O sistema nervoso autônomo não controla a contração cardíaca mas pode modular a força e velocidade de contração sendo chamado de regulação extrínseca. Resumindo: Pré carga = afetada pelas veias (quanto maior retorno venoso, maior o volume diastólico final e maior a pré carga) Julia Paris Malaco – UCT19 Pós carga = afetada pelas artérias (quanto maior a resistência vascular, maior a pós carga e maior o volume sistólico final com menor debito cardiaco) Débito sistólico = aumenta com maior retorno venoso e reduz com aumento da resistência vascular sistêmica Valvopatias Chama-se valvopatias o conjunto de doenças que se relaciona com as válvas cardíacas. As valvas cardíacas permitem o fluxo anterógrado não obstruído através do coração quando estão abertas, enquanto previnem o fluxo retrógrado quando estão fechadas. Os defeitos valvares são basicamente: Insuficiência valvar: quando a valva não se fecha adequadamente no momento correto, permitindo o refluxo de sangue no sentido inverso ao fisiológico. o Impõe uma sobrecarga de volume ao coração, que precisa bombear um volume adicional para compensar o que é regurgitado. Estenose valvar: quando a valva oferece resistência ao fluxo que se faz no sentido habitual, restrição da abertura, não abre direito o Impõe uma sobrecarga de pressão sobre o ventrículo direito (VD) ou esquerdo, pois estas câmaras precisam gerar uma pressão acima do normal para superar a obstrução de modo a bombear o sangue para a frente. Quando a doença valvar é grave, essas sobrecargas hemodinâmicas podem levar à disfunção ventricular, insuficiência cardíaca e morte súbita. O exame considerado gold-stardard para avaliar valvopatias, de um modo geral, é o ecocardiograma. Estenose aórtica Dificuldade na abertura da valva Sobrecarga de pressão A área valvar aórtica normal é de 3 a 4 cm2 e poucos distúrbios hemodinâmicos ocorrem até que o orifício seja reduzido a aproximadamente um terço do normal, momento em que se desenvolve um gradiente sistólico entre o ventrículo esquerdo (VE) e a aorta.1 Normalmente, as pressões VE e as pressões aórticas são quase iguais durante a sístole. Na estenose aórtica, no entanto, a pressão intracavitária do VE precisa aumentar acima da pressão aórtica para produzir um fluxo anterógrado através da valva estenótica e obter uma pressão aceitável na circulação sistêmica. Causas mais comuns: Calcificação degenerativa de uma válvula bicúspide congênita Deterioração crônica e calcificação de uma válvula tricúspide Doença reumática (quase sempre associada à doença reumática da valva mitral). Senil O aumento do gradiente entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta culmina em hipertrofia do VE (para tentar vencer tal gradiente de pressão) e dilatação da câmara cardíaca esquerda, com disfunção diastólica do mesmo e, em consequência disto, insuficiência cardíaca. A hipertrofia importante causa também insuficiência coronariana não-obstrutiva (ICNO) por alteração do fluxo que chega ao subendocárdio. A fibrilação atrial, quando presente em um portador de estenose aórtica, é importante fator de descompensação em VE hipertrófico. Em casos de disfunção sistólica grave com diminuição do débito cardíaco, a avaliação pelo gradiente fica prejudicada, visto que o gradiente depende diretamente da frequência e do débito cardíaco. Clinica Tríade: sincope, angina, dispneia aos esforços Angina: reflete o desequilíbrio entre o aumento da demanda miocárdica (pelo VE) e a oferta reduzida de oxigênio. Síncope: geralmente ocorre devido a perfusão cerebral inadequada, diminuição do fluxo de oxigênio, pode ocorrer quando o esforço provoca uma queda na resistência periférica total que não pode ser compensada pelo aumento do débito cardíaco, pois o débito está limitado pela obstrução ao fluxo de saída do VE; essa combinação reduz a pressãoarterial sistêmica e a perfusão cerebral. Além disso, as pressões do VE elevadas durante o exercício podem desencadear uma resposta vasodepressora sistêmica que reduz a pressão arterial e provoca síncope. As arritmias cardíacas, possivelmente causadas pela isquemia de esforço, também causam hipotensão e síncope. Julia Paris Malaco – UCT19 Insuficiência cardíaca: Na estenose aórtica, a disfunção contrátil (insuficiência sistólica) e a falha no relaxamento normal (insuficiência diastólica) ocorrem e causam sintomas. A extensão da contração ventricular é governada pela contratilidade e pela pós- carga. A pós-carga excessiva inibe a ejeção, reduz o débito anterógrado e leva à insuficiência cardíaca. Dispneia aos esforços: resulta principalmente de elevação da pressão capilar pulmonar causada por aumento das pressões diastólicas no VE secundário a retardo no relaxamento e redução na complacência do VE. Os sintomas aparecem tardiamente Uma vez que o DC em repouso se mantém normal até as fases mais tardias da evolução da doença, sintomas como fadiga intensa, fraqueza, cianose periférica, caquexia, entre outras manifestações clínicas típicas de baixo débito em geral não são evidentes antes que essas fases sejam alcançadas. Os sintomas de insuficiência ventricular esquerda, como ortopneia, dispneia paroxística noturna e edema pulmonar, também ocorrem apenas nos estágios mais avançados da doença. Hipertensão pulmonar grave levando à insuficiência do VD e hipertensão venosa sistêmica, hepatomegalia, FA e insuficiência tricúspide (IT) costumam ser achados tardios nos pacientes com EAo isolada grave. Exame físico Sopro de ejeção sistólica clássico é audível: sistólico porque quando ocorre o sopro é porque o ventrículo esta em sua fase sistólica. É mais audível na área aórtica e irradia-se para o pescoço. Em alguns casos, ela pode desaparecer sobre o esterno e reaparecer sobre o ápice do VE, dando a falsa impressão de que um sopro de insuficiência mitral também está presente (fenômeno de Gallavardin). Retardo no pulso carotídeo com a diminuição de seu volume: Pulso tardus parvus (pulso lento, sustentado e de baixa amplitude e maior tempo de duração). Sopro mesosistolico e B4: sobrecarga de pressão É possível palpar um frêmito ou “tremor” anacrótico sobre as carótidas, com maior frequência à esquerda. Diminuição dos níveis da PA em casos mais graves, presença de frêmito sistólico em foco aórtico, anacrotismo Ictus intenso e sustentado, deslocado lateralmente e precedida por impulso pré- sistólico da contração atrial. Pode haver frêmito palpável no 2° espaço intercostal e furcúla esternal Sopro sistólico irradiado para as carótidas e para o ápice, ejetivo, mais longo e com acentuação na mesosistole. O sopro pode ser inaudível em casos de extrema gravidade com disfunção sistólica do VE. Sopro em forma de diamante Exames complementares/diagnostico ECG: Hipertrofia de VE, com depressão de ST e inversão de onda T em parede lateral - nas derivações D1 e aVL o Amputação de R de V1 a V3 o Bloqueios fasciculares o Arritmias diversas Raio X: coração aumentado, em formato de bota, dilatação da aorta, calcificações da valva aórtica, sinais de congestão pulmonar podem estar presentes ECO: Espessamento, calcificação e redução na abertura sistólica dos folhetos da valva e hipertrofia do VE Tratamento Em pacientes assintomáticos, o acompanhamento rigoroso é muito importante, mas não existe tratamento indicado nem se conhece nenhum como sendo benéfico. Também não existe tratamento medicamentoso eficaz reconhecido para a estenose aórtica sintomática. Em pacientes com insuficiência cardíaca que aguardam a cirurgia, os diuréticos podem ser usados com cautela (raro) para tratar a congestão pulmonar. Quando a cirurgia e a valvoplastia não são bem-sucedidas ou são impossíveis, diuréticos podem ser usados para melhorar os sintomas, sem, no entanto, melhorar a expectativa de vida. Os nitratos também podem ser usados cautelosamente para o tratamento de angina pectoris. Cirurgia: A única terapia eficaz para a estenose aórtica consiste na troca valvar aórtica: A substituição valvar está mais claramente indicada para adultos com obstrução grave (área valvar < 1 cm2) e (1) sintomas resultantes de EA, (2) aqueles com FEVE < 50%, ou (3) se houver planejamento de outra cirurgia cardiovascular. Julia Paris Malaco – UCT19 Estenose mitral No começo da diástole, um gradiente transitório entre o AE e o VE normalmente inicia o enchimento do AE e do VE. Após o enchimento precoce, as pressões do AE e do VE se equilibram. Na estenose mitral, a obstrução ao enchimento do VE aumenta a pressão AE e produz um gradiente persistente entre o AE e o VE. A combinação da pressão AE elevada (e a pressão venosa pulmonar) e a restrição de influxo para dentro do ventrículo esquerdo limitam o débito cardíaco. Em alguns pacientes com estenose mitral, o desempenho da ejeção do VE é reduzido mesmo com a função muscular normal, devido a uma pré-carga reduzida (obstrução ao influxo) e pós-- carga aumentada como resultado de uma vasoconstrição reflexa causada pelo débito cardíaco reduzido. Além disso, desenvolve-se uma vasoconstrição pulmonar secundária, mas reversível, que aumenta ainda mais a pressão arterial pulmonar e a sobrecarga do VD. Conforme o agravamento da estenose mitral, desenvolve-se a falência VD. A febre reumática é a principal causa da estenose mitral. A hipertensão pulmonar é causada por: transmissão retrógrada passiva da pressão elevada no AE; constrição arteriolar pulmonar (a chamada “segunda estenose”), que, presume-se, seja desencadeada por hipertensão no AE e venosa pulmonar (hipertensão pulmonar reativa); edema intersticial na parede dos pequenos vasos pulmonares; e alterações estruturais obstrutivas no leito vascular pulmonar, no estágio final da doença. A hipertensão pulmonar grave resulta em aumento do VD e insuficiência tricúspide (IT) e insuficiência pulmonar (IP) secundárias, bem como insuficiência cardíaca direita. Clinica Manifestam-se os sintomas típicos de falência cardíaca esquerda: dispneia aos esforços, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Conforme a doença progride e ocorre a insuficiência do VD, são comuns a ascite e o edema. Congestão pulmonar A hemoptise, comum na estenose mitral. Em alguns casos, um AE grande pode pressionar o nervo laríngeo recorreo, causando rouquidão (síndrome de Ortner) Disfagia: pressionamento o esôfago, por conta do aumento do átrio. Nos pacientes com EM grave (orifício da valva mitral entre 1 e 1,5 cm2), o DC é normal ou próximo do normal durante o repouso, mas aumenta menos do que deveria durante o esforço. Nos pacientes com EM muito grave (área valvar < 1 cm2), em particular quando a resistência vascular pulmonar está muito elevada, o DC encontra-se abaixo do normal durante o repouso e pode não aumentar ou mesmo decair durante a atividade física. O espessamento fibroso das paredes dos alvéolos e capilares pulmonares é comum Pode ocorrer a formação de trombos FA: devido ao aumento do átrio e dificuldade de contração Principal alteração é no átrio esquerdo Exame físico Pacientes com EM grave, pode haver rubor malar com fácies aflita e cianótica. Ocorre um sopro diastólico (entre B2 e B1) porque quando ocorre o ventrículo está em sua fase de diástole Naqueles com ritmo sinusal e hipertensão pulmonar grave, ou com ET associada, o pulso venoso jugular revela ondas a proeminentes causadas pela vigorosa sístole atrial direita. A pressão arterial sistêmica em geralmostra-se normal ou ligeiramente baixa. Uma impulsão paraesternal significa um VD aumentado. A primeira bulha cardíaca (B1) é, em geral, hiperfonética nos estágios iniciais da doença e um pouco retardada. O componente pulmonar da segunda bulha (P2) com frequência mostra-se acentuado com o aumento da pressão na AP, e os dois componentes da segunda bulha cardíaca (B2) se apresentam desdobrados. Estalido de abertura: força para a válvula se abrir, que é seguido por um sopro diastólico grave, em ruflar, mais audível na ponta com o paciente em decúbito lateral esquerdo Naqueles com ritmo sinusal, o sopro siastolico aparece e se intensifica no final da diástole , isso é chamado de reforço pré-sistólico – porque acontece logo antes da sístole iniciar. Os pacientes com EM e insuficiência do VD podem apresentar hepatomegalia, edema maleolar, ascite e derrame pleural, em particular na cavidade pleural direita. Julia Paris Malaco – UCT19 Com a hipertensão pulmonar, um sopro diastólico suave de insuficiência pulmonar (sopro de Graham Steell) frequentemente é audível, apesar de que, em muitos casos, um sopro coexistente de insuficiência aórtica leve pode ser confundido. A saliência das veias do pescoço, a ascite e o edema estão presentes quando há insuficiência do VD. Rubor malar Exames complementares/diagnostico ECG: com frequência mostra fibrilação atrial (FA) ou aumento do átrio esquerdo (AE) quando o ritmo sinusal está presente (desvio do eixo para a direita e hipertrofia do VD quando há hipertensão pulmonar) o Na EM com ritmo sinusal, a onda P alargada e bifásica em D2 sugere aumento do AE. o Índice de morris esta presente em pacientes com hipertrofia atrial (por qualquer motivo) – onda P negativa em D1 o O complexo QRS geralmente é normal. Raio X: o O aumento do AE produz uma retificação da borda cardíaca esquerda e uma dupla densidade na borda cardíaca direita devido à combinação das silhuetas do AD e do AE. o A hipertensão venosa pulmonar produz um aumento na vascularidade. o As linhas B de Kerley (são imagens finas, densas, opacas e horizontais que se destacam nos campos pulmonares médios e inferiores) que representam um espessamento nos septos pulmonares e dos vasos linfáticos com edema (quando a pressão média do AE em repouso excede cerca de 20 mmHg) devido ao engurgitamento venoso crônico. o Dilatação das veias pulmonares do lobo superior e deslocamento posterior do esôfago em razão de aumento do AE. o Sinal da bailarina ECO: A estenose é considerada grave quando a área é inferior a 1,5 cm2 e muito grave quando a área valvar é inferior a 1,0 cm2. Tratamento Nos pacientes sintomáticos, em geral há alguma melhora com restrição da ingestão de sal e utilização de doses baixas de diuréticos por via oral. Os β-bloqueadores e os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (p. ex., verapamil ou diltiazém) e os glicosídeos digitálicos são úteis para reduzir a frequência ventricular nos pacientes com FA. Recomenda-se uso por tempo indeterminado de varfarina, com meta de razão normalizada internacional (INR) de 2 a 3 para os pacientes com EM que apresentem FA ou que tenham histórico de tromboembolismo. Insuficiência aórtica A insuficiência aórtica (IA) é a incapacidade de fechamento das válvulas sigmoides (ou semilunares) o da valva aórtica, permitindo o refluxo de certa quantidade de sangue para o ventrículo esquerdo durante a diástole (o que explica o sopro diastólico auscultado no foco aórtico). A insuficiência aórtica é causada ou por anormalidades nos folhetos aórticos, ou por anormalidades na parte proximal da raiz da aorta. As anormalidades dos folhetos que causam insuficiência aórtica incluem valva aórtica bicúspide, endocardite infecciosa e doença cardíaca reumática; os agentes anorexígenos também têm sido implicados. A normalidades comuns na raiz da aorta que causam esta doença incluem a síndrome de Marfan, ectasia anuloaórtica induzida pela hipertensão, dissecção aórtica, sífilis, espondilite anquilosante e artrite psoriática A insuficiência aórtica aguda é geralmente causada por endocardite infecciosa (Cap. 76) ou dissecção aórtica. Conforme ocorre na insuficiência mitral, a insuficiência aórtica impõe ao VE uma sobrecarga de volume, já que este precisa bombear o fluxo anterógrado que entra pelo AE e o volume regurgitante que retorna através da valva aórtica incompetente. Assim como ocorre na insuficiência mitral, a compensação para a sobrecarga de volume ocorre pelo desenvolvimento da hipertrofia cardíaca excêntrica, que aumenta o tamanho da Julia Paris Malaco – UCT19 câmara e permite ao ventrículo bombear um volume de ejeção total maior e um maior volume de ejeção anterógrado. O volume sistólico total ejetado pelo ventrículo esquerdo (VE) (i.e., a soma do volume efetivamente ejetado para a aorta com o volume de sangue que regurgita para o VE) está aumentado em pacientes com IAo. Naqueles com IAo grave, o volume do fluxo regurgitado pode se igualar ao volume sistólico anterógrado efetivamente ejetado. Ao contrário do que ocorre na insuficiência mitral, na qual uma parte do volume de ejeção sistólico do VE retorna a um átrio esquerdo (AE) com baixa pressão, na IAo todo o volume sistólico é ejetado em uma zona de alta pressão, a aorta. O aumento no volume diastólico final do VE (aumento da pré- carga) é a principal compensação hemodinâmica para a IAo. A dilatação e a hipertrofia excêntrica do VE permitem que essa câmara ejete maior volume sistólico sem que seja necessário aumentar o encurtamento relativo de cada miofibrila. O gradiente de pressão reverso da aorta para o VE, que determina o fluxo de sangue regurgitante, cai progressivamente durante a diástole, o que explica a natureza em decrescendo do sopro diastólico. A pressão do VE pode exceder a do AE quando se aproxima o final da diástole, e tal gradiente de pressão reverso provoca fechamento prematuro da valva mitral. Clinica Dispneia aos esforços, ortopneia e fadiga, percepção do batimento cardíaco forçado, dispneia paroxística noturna A angina também pode ocorrer em pacientes com insuficiência aórtica, mas menos comumente do que na estenose aórtica: A reserva de fluxo sanguíneo coronariano é reduzida em alguns pacientes, pois o escape diastólico para dentro do VE reduz a pressão diastólica aórtica, enquanto aumenta a pressão diastólica do VE — estas duas influências reduzem o gradiente da pressão para o fluxo através do leito coronário. Quando a angina manifesta-se na insuficiência aórtica, ela pode ser acompanhada por rubor facial. Outros sintomas incluem dor na artéria carotídea e uma percepção desagradável do batimento cardíaco. Exame físico À ausculta, A2 é fraca ou ausente, pode haver B3 e há sopro protodiastólico em decrescendo, agudo e sibilante ao longo da borda esternal esquerda (mas geralmente ao longo da borda esternal direita quando a IA se deve à dilatação aórtica). Foco aórtico acessório: 3º EIC esquerda – é o melhor lugar para ver sopro nessa patologia, ele é melhor audível. B3 presente por uma sobrecarga de volume Ictus VE desviado – pq o VE dilatou Sopro (proto) diastólico – mais intenso no início da diástole Sopro de austin Flint (EM): Um segundo sopro, um ruflar na valva mitral, é audível no ápice do VE na insuficiência aórtica grave. Apesar de a causa ainda ser discutível, este sopro de Austin Flint provavelmente é produzido conforme o jato regurgitante lança-se sobre a valva mitral e causa a sua vibração - quando um sopro ocorre no foco mitral aparecemas em menor intensidade do que o sopro de foco aórtico Comportamento vascular – tudo pulsa na insuficiência aórtica: o Pulso em martelo d’agua e pulso de Corrigan: pulso amplo, caracterizado por uma onda de pulsação que aparece e some com rapidez. o Sinal de quincke – pulsação do leito ungueal o Sinal de Muller – pulsação da úvula do paciente o Sinal de Musset – pulsação da cabeça do paciente o Sinal de Duroziez (sopros sistólico e diastólico combinados criados pela compressão da artéria femoral com o estetoscópio) o Sinal de Hill, um aumento na pressão de pulso sistólica femoral de 40 mmHg ou mais comparada com a pressão sistólica na artéria braquial. Exames complementares/diagnostico ECG: hipertrofia de VE, depressão do segmento ST e inversão da onda T nas derivações I, aVL, V5 e V6 (“sobrecarga de VE”). Raio X: coração alargado e deslocado para baixo e para esquerda, frequentemente alargamento aneurismático da raiz da aorta ECO: Aumento do VE, possível dilatação aórtica, fluttering (ondulação) diastólica de alta frequência da valva mitral. Julia Paris Malaco – UCT19 o Um achado característico é uma vibração de alta frequência da cúspide mitral anterior produzida durante a diástole. o fração regurgitante > ou igual 50% = grave Tratamento Assintomáticos: Como a insuficiência aórtica aumenta a pós-carga do VE, diminuindo a eficiência cardíaca, a redução da pós-carga com nifedipina e outros vasodilatadores, incluindo os IECA e hidralazina, melhora a hemodinâmica em curto prazo. Aconselha-se evitar também o uso de β- bloqueadores para não diminuir ainda mais o DC nem a frequência cardíaca, o que daria mais tempo para o enchimento diastólico do VE. Casos mais graves e sintomáticos devem submeter-se a cirurgias Insuficiência mitral A regurgitação mitral é casada frequentemente por deficiêcia ao nível de mais de um dos componentes valvares (anel valvar, cúspides e aparelho subvalvar), havendo inclusive tendência a piora da IM a partir do desenvolvimento de mecanismos adaptativos. As principais causas são: moléstia reumática, prolapso valvar mitral e o infarto agudo do miocárdio. IM primaria: afetando os folhetos e as cordas tendíneas - na qual os folhetos e/ou a cordoalha tendínea são os principais responsáveis pelo funcionamento anormal da valva. IM secundaria: folhetos, cordas são “espectadores inocentes”) - na qual os folhetos e a cordoalha tendínea têm estrutura normal, mas a regurgitação é causada por remodelamento do ventrículo esquerdo (VE) com aumento do anel, deslocamento do músculo papilar, fixação dos folhetos ou uma combinação dessas causas. A resistência ao esvaziamento do VE (pós-carga do VE) é menor nos pacientes com IM. Em consequência, durante a fase de ejeção há descompressão do VE para dentro do AE e, com a redução do tamanho do VE durante a sístole, verifica-se rápido declínio da tensão no VE. A compensação inicial à IM é o esvaziamento completo do VE. Entretanto, o volume do VE aumenta progressivamente à medida que aumenta a intensidade da regurgitação e que se deteriora a função contrátil ventricular. Esse aumento no volume do VE frequentemente é acompanhado por redução do débito cardíaco (DC) anterógrado. Durante o início da diástole, à medida que o AE distendido se esvazia. É possível haver um breve gradiente de pressão AE-VE protodiastólico (que frequentemente produz um som de enchimento rápido [B3] e um sopro mesodiastólico confundido com EM) em pacientes com IM pura, grave, causada pela passagem de fluxo sanguíneo muito rápido através de um orifício mitral de tamanho normal. Complacência do AE: Na IM aguda grave, o volume regurgitante entra em um AE de tamanho normal com complacência normal ou reduzida. Como resultado, as pressões no AE aumentam de forma marcante em decorrência de qualquer aumento no volume do AE. A onda v na pressão do pulso do AE costuma ser proeminente, as pressões venosa pulmonar e no AE mostram-se muito elevadas, e a ocorrência de edema pulmonar é comum. Em razão da rápida elevação nas pressões no AE durante a sístole ventricular, o sopro da IM aguda é precoce no seu surgimento e decrescente na sua configuração, terminando bem antes da B2 como reflexo da diminuição progressiva do gradiente de pressão VE-AE. A função sistólica do VE na IM aguda pode ser normal, hiperdinâmica ou estar reduzida, dependendo do contexto clínico. IM crônica grave evoluem com grande dilatação do AE e aumento na sua complacência e pouco ou nenhum aumento nas pressões venosa pulmonar e no AE em função de qualquer aumento no volume do AE. A onda v do AE é relativamente menos proeminente. O sopro da IM crônica tem um Julia Paris Malaco – UCT19 aspecto clássico holossistólico e com configuração em platô como reflexo do gradiente de pressão VE-AE quase constante. Esses pacientes geralmente se queixam de fadiga intensa e exaustão secundárias ao baixo DC anterógrado, enquanto os sintomas resultantes de congestão pulmonar são inicialmente menos evidentes; a FA está quase invariavelmente presente, uma vez que há dilatação significativa do AE. IM primaria: Na insuficiência mitral aguda, a súbita opção pela ejeção para dentro do AE “desperdiça” uma parte do volume de ejeção do VE como fluxo retrógrado em vez de anterógrado. Os fluxos regurgitantes e anterógrados combinados causam sobrecarga do ventrículo esquerdo, que estira os sarcômeros existentes na direção de seu comprimento máximo. O volume diastólico final aumenta concomitantemente. A via regurgitante descarrega o ventrículo durante a sístole, pois ela permite a ejeção para dentro do AE que tem uma impedância relativamente baixa, reduzindo o volume sistólico final. Embora o volume diastólico final aumentado e o volume sistólico final diminuído atuem em conjunto para aumentar o volume de ejeção total, o volume de ejeção anterógrado é subnormal, à medida que uma grande parte do volume de ejeção total é regurgitada para dentro do AE. Este volume regurgitante aumenta a pressão AE, de modo que o paciente apresenta insuficiência cardíaca com baixo débito cardíaco e congestão pulmonar mesmo com uma função contrátil do VE normal. IM secundaria: a valva em si está normal. A insuficiência ocorre porque o dano ventricular leva a dilatação, que causa deslocamento dos músculos papilares, que por sua vez impedem uma válvula normal de atingir seu ponto de coaptação. O fechamento mitral é ainda mais prejudicado pela dilatação do anel mitral e por forças de fechamento reduzidas do miocárdio enfraquecido. Clinica Fadiga, dispneia aos esforços e ortopneia, palpitações Aumento do AE: disfagia, rouquidão, FA Palpitações são comuns, podendo significar a instalação de FA IM aguda grave é frequente a ocorrência de edema agudo de pulmão. Exame físico Pulso carotídeo de baixo volume, deslocamento lateral do impulso apical VE hiperdinâmico Diminuição de B1, desdobramento de B2 IC sistólica: Sobrecarga de Volume. Ictus desviado para esquerda, hiperdinâmico e propulsivo (2 a 3 polpas digitais). O foco mitral no 5º EIE - ictus de VE desviado O sopro é do tipo sistólico - entre B1 e B2 Sopro em BARRA – ou holosistólico (irradia-se para a axila geralmente) B3 - Sobrecarga de volume. Exames complementares/diagnostico ECG: Nos pacientes com ritmo sinusal, observam-se evidências de aumento do AE, mas também poderá ocorrer aumento do átrio direito quando a hipertensão pulmonar for significativa e afetar a função e o tamanho do ventrículo direito. o A IM crônica grave frequentemente está associada à FA. o Sinais desobrecarga atrial esquerda o Sobrecarga ventricular esquerda (desvio de eixo cardíaco para a esquerda e padrão rS em V1 e qR em V6) Raio X: AE e VE são as câmaras dominantes na IM crônica. o AE pode estar maciçamente aumentado, formando a borda direita da silhueta cardíaca (duplo contorno) o Podem estar presentes congestão venosa pulmonar, edema intersticial e linhas B de Kerley. ECO: fração regurgitante > ou igual 50% - é grave Tratamento Tratar a insuficiência cardíaca e em casos mais graves, como diminuição da fração de ejeção, o tratamento é cirúrgico Insuficiência tricúspide A insuficiência tricúspide geralmente é secundária a uma sobrecarga hemodinâmica sobre o VD e não a uma deformidade estrutural da valva. Julia Paris Malaco – UCT19 Considerando que a maior parte da força necessária para encher o VE é fornecida pelo VD, a disfunção do VE, que provoca pressões de enchimentos do VE elevadas, também coloca o VD sob uma sobrecarga hemodinâmica e, finalmente, pode levar à insuficiência do VD e à insuficiência tricúspide. Em alguns casos, a insuficiência tricúspide pode ser causada por uma doença da própria valva. A causa mais comum de insuficiência tricúspide primária é a endocardite infecciosa, geralmente proveniente do abuso de fármacos e injeções não esterilizadas. Outras causas incluem trauma (especialmente por bater contra o volante ou painel de instrumentos em acidentes com veículos motorizados), a síndrome carcinoide, o envolvimento reumático da valva tricúspide, a degeneração mixomatosa, o infarto do VD e complicações durante uma biópsia endomiocárdica. A valva tricúspide incompetente permite que o sangue reflua do VD para o AD, sendo que o volume depende da pressão sistólica do VD e das dimensões do orifício regurgitante. A gravidade e os sinais físicos da IT variam em função da pressão sistólica na AP (na ausência de estenose do trato de saída do VD), da dimensão do anel da valva tricúspide, de alterações na pré- carga do VD dependentes do ciclo respiratório e da complacência do AD. O enchimento do VD aumenta durante a inspiração. O DC anterógrado encontra-se reduzido e não aumenta com exercício. Graus significativos de IT levam a aumento do AD e elevação das pressões do AD e venosa jugular A IT com gravidade crescente pode levar a “ventricularização” do traçado de onda do AD. A IT grave também é caracterizada por dilatação de VD (sobrecarga de volume do VD) e, finalmente, disfunção sistólica. Clinica Como a IT com frequência coexiste com lesões valvares esquerdas, disfunção do VE e/ou hipertensão da AP, os sintomas relacionados a essas lesões podem dominar o quadro clínico. Os sintomas da insuficiência tricúspide são os de uma insuficiência cardíaca direita, incluindo ascite, edema e, ocasionalmente, dor no quadrante superior direito. Fadiga e dispneia de esforço em razão de redução do DC anterógrado são sintomas precoces de IT isolada grave. À medida que a doença evolui e a função do VD declina, os pacientes podem relatar pulsações cervicais, distensão/plenitude abdominal, redução do apetite e perda de massa muscular, embora com ganho progressivo de peso e edema doloroso dos membros inferiores Exame físico Sopro sistólico ao longo da borda esternal esquerda inferior acentuado pela inspiração. Pode haver pulsação proeminente de VD na borda esternal esquerda. A Insuficiência tricúspide produz distensão venosa jugular acentuada. A regurgitação para dentro das veias hepáticas causa aumento hepático e pulsação do fígado. O aumento do VD é detectado com um levantamento paraesternal. A ascite e o edema são comuns. Derrame pleural, edema e reflexo hepatojugular positivo também podem estar presentes. Um impulso do VD proeminente ao longo da região paraesternal esquerda e um sopro holossistólico aspirativo ao longo da borda esternal esquerda, que pode aumentar à inspiração (sinal de Carvallo) e diminuir durante a expiração, ou durante a fase de esforço da manobra de Valsalva, são achados característicos. O sopro da IT pode ser confundido com o da IM, a não ser que se dê atenção às suas variações durante o ciclo respiratório e se avalie a extensão do aumento do VD. Em geral, encontra-se FA na fase crônica da doença Exames complementares A avaliação com Doppler da valva tricúspide mostra distúrbio sistólico do fluxo sanguíneo atrial direito. ECG: O ECG pode revelar alterações características da lesão responsável pela IT, como onda Q de IAM inferior sugestiva de IAM prévio de VD, HVD ou um padrão bizarro de bloqueio de ramo direito com pré-excitação em pacientes com anomalia de Ebstein. o Os sinais no ECG de aumento do AD podem estar presentes nos pacientes com ritmo sinusal o FA é um achado frequente. Julia Paris Malaco – UCT19 Raio X: A radiografia do tórax pode revelar aumento de AD e VD, dependendo da gravidade e cronicidade da IT. ETT: geralmente é definitiva ao demonstrar dilatação de AD e sobrecarga de volume no VD além de folhetos valvares com prolapso, cúspides frouxas, fibróticas ou deslocadas/presas e dilatação do anel; o diagnóstico e a avaliação da IT podem ser feitos com aquisição de imagem do fluxo com Doppler colorido. ECO: Em pacientes com IT grave, o DC costuma estar muito reduzido, e o pulso de pressão no AD talvez não apresente a deflexão x durante o início da sístole, mas sim uma onda c-v proeminente com rápida deflexão y. As pressões diastólicas finais médias em AD e VD frequentemente estão elevadas. Tratamento Tratamento intensivo com diurético na presença de sinais de insuficiência cardíaca direita. Os antagonistas da aldosterona são particularmente úteis porque muitos pacientes apresentam hiperaldosteronismo secundário em razão de congestão hepática importante. Os tratamentos para reduzir as pressões da AP elevadas e/ou a resistência vascular pulmonar, incluindo aqueles direcionados à doença do coração esquerdo, também devem ser considerados nos pacientes com hipertensão da AP e IT secundária grave.o valvar Estenose tricúspide A ET não ocorre como lesão isolada e costuma estar associada à EM. A ET hemodinamicamente significativa ocorre em 5 a 10% dos pacientes com EM grave; a ET reumática geralmente se encontra associada a algum grau de insuficiência tricúspide (IT). São raras as causas não reumáticas de ET. Geralmente reumática; é mais comum em mulheres e está quase sempre associada à EM. A existência de gradiente de pressão diastólico entre átrio direito (AD) e ventrículo direito (VD) define a ET. Ele é ampliado quando o fluxo sanguíneo transvalvar aumenta durante a inspiração e diminui durante a expiração. Um gradiente de pressão diastólico médio de 4 mmHg geralmente é suficiente para elevar a pressão média do AD a níveis que resultam em congestão venosa sistêmica. A menos que a ingestão de sódio tenha sido restrita e diuréticos tenham sido administrados, tal congestão venosa associa-se a hepatomegalia, ascite e edema, algumas vezes intensos. Nos pacientes com ritmo sinusal, a onda a do AD pode ser extremamente elevada, chegando a se aproximar do nível da pressão sistólica do VD. O descenso y é prolongado. O débito cardíaco (DC) em repouso geralmente se encontra deprimido e não se eleva durante o exercício. O baixo DC é responsável pelas pressões sistólicas normais ou apenas ligeiramente elevadas no átrio esquerdo (AE), na artéria pulmonar (AP) e no VD, a despeito da presença de EM. Assim, a ET pode mascarar as manifestações clínicas e hemodinâmicas de qualquer EM associada. Clinica Muitospacientes inicialmente apresentam sintomas de congestão pulmonar e fadiga. Caracteristicamente, os pacientes com ET grave queixam-se pouco de dispneia em relação aos graus observados de hepatomegalia, ascite e edema. Entretanto, a fadiga secundária ao baixo DC e o desconforto causado pelo edema refratário, pela ascite e pela hepatomegalia são comuns nos pacientes com ET e/ou IT em estágio avançado. Em alguns pacientes, a suspeita inicial de ET surge quando os sintomas de insuficiência do VD persistem após valvotomia mitral adequada. Hepatomegalia, ascite, edema periférico, icterícia, distensão das veias jugulares. Exame físico Sopro de rolar diastólico ao longo da borda esternal esquerda acentuado pela inspiração com forte componente pré-sistólico. Há hepatomegalia congestiva e, nos casos de doença tricúspide grave, esplenomegalia está presente. As veias jugulares encontram-se túrgidas e, nos pacientes com ritmo sinusal, pode haver ondas a gigantes. Nos pacientes com ritmo sinusal, pode haver pulsações pré-sistólicas proeminentes no fígado aumentado. Julia Paris Malaco – UCT19 Na ausculta, raramente é possível discernir o estalido de abertura (EA) da valva tricúspide aproximadamente 0,06 segundo após o fechamento da valva pulmonar. O sopro diastólico da ET possui muitas das características do sopro diastólico da EM e, como a ET quase sempre ocorre na presença de EM, é possível que passe despercebido. Entretanto, o sopro tricúspide em geral é mais bem auscultado ao longo da borda inferior esquerda do esterno e sobre o apêndice xifoide, sendo mais evidente durante a pré- sístole nos pacientes com ritmo sinusal. O sopro da ET é intensificado durante a inspiração e reduzido na expiração e, particularmente, durante a fase de esforço da manobra de Valsalva, quando o fluxo sanguíneo transvalvar tricúspide é reduzido. Exames complementares O ECG mostra ondas P altas na derivação II (aumento do átrio direito) sem hipertrofia do VD. E onda P proeminentes em V1 A radiografia de tórax mostra aumento do átrio direito e da veia cava superior. O ecocardiograma com Doppler demonstra valva espessada e separação ineficiente das cúspides, proporcionando uma estimativa do gradiente transvalvar. ET grave está associada à acentuada congestão hepática, frequentemente resultando em cirrose, icterícia, desnutrição grave, anasarca e ascite. Tratamento Na ET grave (gradiente médio > 4 mmHg, área valvar < 1,5-2,0 cm2), está indicado o tratamento cirúrgico com reparo ou substituição valvar. Insuficiência pulmonar A IP pode ocorrer em consequência de patologia valvar primária, alargamento do anel ou sua combinação; após tratamento cirúrgico de obstrução do TSVD em crianças com distúrbios como tetralogia de Fallot; ou após valvotomia pulmonar com cateter-balão. O carcinoide geralmente causa doença valvar pulmonar mista com IP e EP. A hipertensão da AP de longa duração por qualquer causa pode resultar em dilatação do anel valvar pulmonar e IP. A IP grave causa aumento da câmara ventricular direita e hipertrofia excêntrica. Assim como na insuficiência aórtica (IAo), a IP é um estado com aumento da pré-carga e da pós-carga. O gradiente de pressão reverso da AP para o VD, que determina o fluxo de sangue regurgitante, é reduzido progressivamente durante a diástole, o que explica a natureza em decrescendo do sopro diastólico. À medida que a pressão diastólica no VD aumenta, o sopro tem sua duração reduzida. O DC anterógrado é preservado nos estágios iniciais da doença, mas pode não aumentar normalmente com o exercício e declina ao longo do tempo. A redução da fração de ejeção de VD é um indicador precoce de comprometimento hemodinâmico. Nos estágios avançados, observa-se aumento significativo de VD e AD com elevação acentuada da pressão venosa jugular. Clinica Os graus leves a moderados de IP, per se, não causam sintomas. Outros problemas, como hipertensão da AP, podem dominar o quadro clínico. Com a evolução na gravidade da IP e na disfunção do VD, é possível que o paciente manifeste fadiga, dispneia aos esforços, distensão abdominal e edema de membros inferiores. Exame físico A marca da IP no exame físico é um sopro diastólico de alta frequência, em decrescendo (sopro de Graham Steell) audível ao longo da borda esquerda do esterno, que pode ser difícil de distinguir do sopro mais frequente da IAo. O sopro de Graham Steell pode aumentar com a inspiração e geralmente está associado a P2 hiperfonética e algumas vezes palpável, e um ictus de VD, como esperado nos pacientes com hipertensão de AP significativa por qualquer causa. Os sobreviventes de cirurgia corretiva na infância para tetralogia de Fallot ou para atresia pulmonar/EP podem apresentar um conduto VD-AP livremente regurgitante, já que não contém válvula. Nesses indivíduos, as pressões da AP não estão elevadas e o sopro diastólico pode ser enganosamente de baixa frequência e curta duração apesar de haver graus significativos de IP e sobrecarga de volume no VD. ECG pode revelar achados compatíveis com HVD e aumento de AD. À radiografia do tórax, VD e AD podem estar aumentados. Tratamento Nos pacientes com IP funcional causada por hipertensão pulmonar e dilatação do anel devem-se empregar esforços para reduzir a pressão e a resistência vascular da AP. Esses esforços podem incluir o uso de fármacos/vasodilatadores e/ou estratégias Julia Paris Malaco – UCT19 cirúrgicas/intervencionistas, dependendo da causa da hipertensão AP (p. ex., hipertensão AP idiopática; doença de valva cardíaca do lado esquerdo). Há indicação de uso de diuréticos para tratar as manifestações de insuficiência cardíaca direita Estenose pulmonar A estenose pulmonar é uma doença congênita resultante da fusão das cúspides valvares pulmonares. Em geral, é detectada e corrigida durante a infância, mas eventualmente pode ser diagnosticada somente na idade adulta. Os sintomas de estenose pulmonar incluem angina e síncope. Ocasionalmente, pacientes desenvolvem sintomas de insuficiência cardíaca direita. Durante o exame clínico, a valva não calcificada, na estenose pulmonar, produz um clique de ejeção sistólico precoce na abertura. Durante a inspiração, o clique diminui ou desaparece porque um fluxo aumentado para dentro do lado direito do coração, durante a inspiração, abre parcialmente a valva pulmonar na diástole, de modo que a sístole causa um som de abertura menos intenso. O clique é seguido por um sopro de ejeção sistólica, que se irradia para a base do coração. Se o gradiente transvalvar for elevado, desenvolve-se HVD e levantamento paraesternal. A EP é definida hemodinamicamente pela presença de gradiente de pressão sistólica entre o ventrículo direito (VD) e a artéria pulmonar (AP) principal. Ocorre hipertrofia de VD (HVD) como consequência de obstrução mantida ao efluxo do VD com prolongamento da ejeção sistólica. Comparada à capacidade do ventrículo esquerdo de compensar a sobrecarga de pressão imposta pela estenose aórtica (EAo), a disfunção do VD por desequilíbrio da pós-carga ocorre mais cedo no curso da EP e com picos pressóricos menores, porque o VD tem maior dificuldade de adaptação a esse tipo de carga hemodinâmica. Com função sistólica e débito cardíaco (DC) normais, define-se que a EP é grave quando o gradiente sistólico máximo pela valva pulmonar é > 50 mmHg; a EP moderada está correlacionada com gradiente máximo entre 30 e 50 mmHg. A EP raramente evolui em pacientes com gradiente máximo < 30 mmHg, mas pode se agravar naqueles com doença moderada em razão de espessamento e calcificação da valva com a idade. A onda a doAD se eleva em função das pressões mais altas necessárias para o enchimento do VD hipertrofiado e não complacente. Uma onda v de átrio direito (AD) proeminente significa insuficiência tricúspide (IT) funcional por dilatação de VD e do anel valvar. O DC é mantido até tarde no curso da doença. Clinica Os pacientes com EP leve a moderada geralmente são assintomáticos e o que chama a atenção do médico é o sopro cardíaco (ou um clique protossistólico) que determina a solicitação do ecocardiograma. Com EP grave, o paciente pode relatar dispneia de esforço ou fadiga de instalação precoce. É possível haver dor torácica por desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio no VD bem como síncope nas formas muito graves de obstrução, em particular na presença de um gatilho desestabilizador como fibrilação atrial, febre, infecção, anemia ou gravidez. Exame físico O sopro da EP leve a moderada é mesossistólico, em crescendo-decrescendo, mais bem auscultado no segundo espaço intercostal esquerdo e geralmente introduzido por um som de ejeção (clique) em adultos mais jovens com valva ainda flexível. O clique de ejeção é o único evento acústico das câmaras direitas que tem sua intensidade reduzida durante a inspiração. Esse fenômeno reflete a abertura prematura da valva pulmonar pelo aumento da pressão diastólica final no VD (onda a pós-atrial). O sopro sistólico aumenta de intensidade com a inspiração. Com a gravidade crescente da EP, o clique de ejeção se aproxima da primeira bulha cardíaca e, por fim, torna-se inaudível. É possível que surja uma quarta bulha do coração direito. O sopro sistólico atinge o máximo mais tarde e persiste pelo componente aórtico da segunda bulha (A2). O fechamento da valva pulmonar é retardado e o componente pulmonar da segunda bulha (P2) fica reduzido ou desaparece. Uma onda a proeminente, indicativa de aumento da pressão atrial necessária ao enchimento do VD não complacente, pode ser observada no pulso venoso jugular. Pode-se perceber um impulso paraesternal ou de VD quando há sobrecarga pressórica significativa. Sinais de insuficiência cardíaca direita, como hepatomegalia, ascite e edema, são incomuns, mas podem surgir bem tardiamente no curso da doença. Julia Paris Malaco – UCT19 Exames complementares ECG: revela desvio do eixo para a direita, HVD e aumento do AD em pacientes adultos com EP grave. Entre os achados na radiografia do tórax estão dilatação pós-estenótica do tronco da AP na projeção frontal e preenchimento do espaço aéreo retroesternal em razão de aumento do VD na incidência de perfil. Em alguns pacientes com HVD, a ponta do coração parece estar elevada e afastada do hemidiafragma. O AD também pode estar aumentado. A ecocardiografia transtorácica (ETT) permite o diagnóstico e a caracterização definitivos na maioria dos casos, com descrição da valva e avaliação de gradiente pressórico, função do VD, pressões da AP (que devem ser baixas) e quaisquer lesões cardíacas associadas. A ecocardiografia transesofágica (ETE) pode ser útil em alguns pacientes para melhor definição do trato de saída do VD (TSVD) e investigação de hipertrofia infundibular. Tratamento Os diuréticos podem ser usados para tratar os sinais e sintomas de insuficiência cardíaca direita. Desde que haja insuficiência pulmonar (IP) menor que moderada, recomenda-se valvotomia pulmonar percutânea com balão para os pacientes sintomáticos com valva convexa e gradiente máximo > 50 mmHg (ou gradiente médio > 30 mmHg) e para os pacientes assintomáticos com gradiente máximo > 60 mmHg (ou gradiente médio > 40 mmHg). Estenose aórtica Estenose mitral Insuficiência mitral Insuficiência aórtica Etiologi a Calcificação idiopática de uma valva bicúspide ou tricúspide; Congênita; Reumática Febre reumática; Calcificação anular Prolapso da valva mitral; Cordas rotas; Endocardite; Disfunção ou ruptura de músculo papilar isquêmico; Doenças e síndromes do colágeno; Secundária a doenças miocárdicas do VE Ectasia anuloaórtica; Hipertensão; Endocardite; Síndrome de Marfan; Espondilite anquilosante; Dissecção aórtica; Sífilis; Doença do colágeno Fisiopa tologia Sobrecarga de pressão sobre o VE com compensação por HVE. À medida que a doença avança, reserva reduzida de fluxo coronarianocausa angina Obstrução ao fluxo de entrada no VE aumenta a pressão atrial e limita o débito cardíaco, assim simulando insuficiência VE. Obstrução da valva mitral aumenta o Coloca sobrecarga de volume sobre o VE. Ventrículo responde com hipertrofia excêntrica e dilatação, que possibilitam volume sistólico ventricular aumentado Finalmente, no entanto, disfunção VE Crônica: Volume sistólico total causa circulação hiperdinâmica e causa sobrecarga de pressão e volume. A compensação é por hipertrofia concêntrica e excêntrica Julia Paris Malaco – UCT19 Hipertrofia e excesso de pós-carga levam à disfunção sistólica e diastólica do VE trabalho de pressão do ventrículo direito. Sobrecarga de pressão ventricular direita é ainda maior quando se desenvolve hipertensão pulmonar desenvolve-se caso a sobrecarga de volume não seja corrigida Aguda: Uma vez que não se desenvolveu dilatação cardíaca, achados hiperdinâmicos estão ausentes. Alta pressão diastólica VE causa pré-fechamento da valva mitral e potencializa isquemia e insuficiência do VE Sintom as Angina, síncope, insuficiência cardíaca (dispneia) Dispneia, ortopneia, DPN, hemoptise, rouquidão, edema, ascite, disfagia, Sintomas de insuficiência cardíaca - dispneia, ortopneia, DPNi Insuficiência cardíaca - dispneia, ortopneia, DPN, angina (com diminuição da FC), síncope Sopro Sopro mesosistolico Sopro diastólico Sopro holo sistólico Sopro proto diastólico (mais audível e foco acessório) Sinais Sopro sistólico de ejeção irradiando-se para o pescoço Parvus tardus Ascensão carotídea retardada B4, HVE Reforço pre sistólico estalido de abertura FA B1 hiperfonética Elevação ventricular direita Sopro apical holossistólico, irradiando- se para a axila B3 – sobrecarga de volume Ictus desviado Ictus) desviado; Pulso de Quincke; Sinal de Musset; Sopro de Austin Flint (EM) Martelo d´agua B3 ECG AAE HVE AAE HVD AAE HVE AAE HVE Raio X Coração em forma de bota Calcificação da valva aórtica na vista lateral Retificação da borda cardíaca esquerda Duplo contorno na borda cardíaca direita Linhas B de Kerley Artérias pulmonares aumentadas Aumento cardíaco Crônica: Aumento cardíaco; Aorta desenrolada Aguda: Congestão pulmonar com coração de tamanho norma ECO HVE concêntrica Separação reduzida das cúspides da valva aórtica O Doppler mostra gradiente médio ≥40 mmHg na maioria dos casos graves Movimento restrito dos folhetos da valva mitral Área da valva ≤1,5 cm2 na maioria dos casos graves O Doppler tricúspide pode revelar hipertensão pulmonar Aumento VE e AAE na doença crônica grave Doppler: grande jato regurgitante Crônica: Aumento VE Grande jato Doppler TMP <400 ms Aguda: VE pequeno Pré-fechamento da valva mitral Terapi a clinica Evitar vasodilatadores. Digital, diuréticos e nitroglicerina nos casos inoperáveis Diuréticos para sintomas brandos Anticoagulação na fibrilação atrial Digital, β- bloqueadores, verapamil ou diltiazem para Vasodilatadores na doença aguda Nenhuma terapiacomprovada em doença crônica Crônica: Vasodilatadores na doença assintomática crônica com hipertensão, mesmo se a função VE for normal Julia Paris Malaco – UCT19 Insuficiência cardíaca As diretrizes atuais do American College of Cardiology Foundation (ACCF)/American Heart Association (AHA) definem IC como uma síndrome clínica complexa que resulta do comprometimento estrutural ou funcional do enchimento ventricular ou da ejeção sanguínea que, por sua vez, causa os sintomas clínicos cardinais de dispneia e cansaço e os sinais de IC, especificamente edema e estertores. Características da síndrome de insuficiência cardíaca incluem dispneia (falta de ar), fadiga, retenção de líquidos, desempenho de exercício prejudicado e edema. Doença cardíaca estrutural: Estados que deprimem a função ventricular sistólica com fração de ejeção reduzida (doença arterial coronariana [DAC], miocardiopatia dilatada, doença valvar e cardiopatia congênita); Estados de IC com fração de ejeção preservada (miocardiopatias restritivas, miocardiopatia hipertrófica, fibrose, distúrbios endomiocárdicos), também denominada insuficiência diastólica. Fatores precipitantes agudos: ingesta excessiva de Na+, não adesão às medicações para IC, IAM (pode ser silencioso), exacerbação da hipertensão, arritmias agudas, infecções e/ou febre, embolia pulmonar, anemia, tireotoxicose, gravidez, miocardite aguda ou endocardite infecciosa e certos fármacos (p. ex., AINEs, verapamil). Fisiopatologia A insuficiência cardíaca se inicia quando um evento-índice produz o declínio inicial na capacidade de bombear do coração. Após esse declínio inicial, diversos mecanismos compensatórios são ativados, como o sistema nervoso adrenérgico, o sistema renina- angiotensina-aldosterona e o sistema das citocinas. A ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona promove retenção de água e sal e leva à vasoconstrição da vasculatura periférica, hipertrofia dos miócitos, morte celular de miócitos e fibrose miocárdica. Lesão cardíaca baixo DC rim com má vascularização hipotensão rim libera sistema renina-angiotensina-aldosterona angiotensina faz vasoconstrição periférica aldosterona retém sódio e agua e ajuda no remodelamento cardíaco piora ainda mais a hipotensão suprarrenal libera catecolaminas para tentar ajudar aumenta toxicidade isquemia remodelamento apoptose necrose piora da lesão cardíaca controle da frequência Aguda: Vasodilatadores Indica ção cirúrgi ca Aparecimento de sintomas em pacientes com doença grave (ver o texto) Aparecimento de sintomas mais do que brandos Desenvolvimento de hipertensão pulmonar Aparecimento de fibrilação atrial persistente Aparecimento de sintomas FE <0,60 DSF ≥40 mm Crônica: Aparecimento de sintomas FE <0,50 DSF ≥50 mm Aguda: Insuficiência cardíaca mesmo branda Pré-fechamento da valva mitral Julia Paris Malaco – UCT19 Em curto prazo, esses sistemas são capazes de manter a capacidade da função cardiovascular dentro do limite da homeostase normal, fazendo o paciente se manter assintomático. Entretanto, com o passar do tempo, a ativação mantida de tais sistemas causa dano secundário no órgão- alvo do ventrículo, com agravamento do remodelamento ventricular e subsequente descompensação cardíaca. Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida O remodelamento do VE ocorre em resposta a uma série de eventos complexos nos níveis celular e molecular. Tais alterações consistem em: Hipertrofia de miócitos; Alterações das propriedades contráteis dos miócitos; Perda progressiva de miócitos em razão de necrose, apoptose e morte celular autofágica; Dessensibilização β-adrenérgica; Alterações energéticas do miocárdio e no metabolismo; Reorganização da matriz extracelular com dissolução da estrutura organizada da trama do colágeno ao redor dos miócitos e substituição subsequente por matriz de colágeno intersticial incapaz de prover suporte estrutural aos miócitos. IC sistólica Dificuldade no bombeamento do sangue do coração para o corpo. Dilatação ventricular: Dificuldade de contração, por conta da dilatação ventricular – essa dilatação passa a não ser mais fisiológica e a sístole não é mais tão efetiva porque está ocorrendo uma dilatação excessiva. Fração de ejeção reduzida: Devido também a essa dilatação, a fração de ejeção (quantidade de sangue que sai do coração) vai estar diminuída porque não está tendo contração suficiente para mandar esse sangue o Fracção de ejeção = volume sistólico/volume diastólico final o Fisiologicamente: Sangue entra no VE (enchimento 100ml – volume diastólico final), quando o coração ejeta esse sangue para o corpo, geralmente é em torno de 60% do total (contração - volume sistólico) = 60/100 = 60%. DC também foi de 60% porque foi a quantidade ejetada e o coração fez seu trabalho correto. o Insuficiência sistólica: sangue entra no VE (100ml), mas o coração não consegue ejetar a quantidade normal, porque essa ocorrendo uma dilatação ventricular excessiva que não permite que o coração contraia corretamente, ejetando apenas 30% do total, portanto a essa fração de ejeção está baixa e consequentemente o DC também. Pressão de enchimento aumentada – sangue: muito volume, aumenta pressão B3: como a contração foi falha, ainda sobrou muito sangue no ventrículo, então o sangue que sai do átrio para ir para o ventrículo “bate” com o sangue que já estava no ventrículo, fazendo um turbilhonamento, que é B3 Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada O mecanismo fisiopatológico da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada é complexo e inclui alterações na estrutura e na função cardíaca, anormalidades vasculares, disfunção terminal de órgão e comorbidades inter-relacionadas. Em tese, a disfunção diastólica na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada pode resultar do aumento na rigidez ventricular esquerda devido a hipertrofia e fibrose intersticial, bem como do relaxamento ventricular esquerdo anormal devido à disfunção no trânsito de cálcio. O relaxamento miocárdico é um processo dependente de trifosfato de adenosina. Processos que interferem no metabolismo energético miocárdico (p. ex., isquemia) comprometem o relaxamento miocárdico. Essas alterações resultam em complacência ventricular reduzida e pressões de enchimento elevadas. Pressões de enchimento elevadas aumentam a pressão capilar pulmonar e contribuem para a sensação de dispneia. A função diastólica pode permanecer assintomática durante anos, mas aumento da idade, disfunção renal, hipertensão e disfunção ventricular esquerda progressiva estão associados ao desenvolvimento dos sintomas de insuficiência cardíaca. IC diastólica Dificuldade de enchimento do coração. Hipertrofia ventricular: dificulta a diástole, ou seja o relaxamento, é no relaxamento que o coração se enche, sem relaxamento, sem enchimento. Essa hipertrofia é grande e Julia Paris Malaco – UCT19 diminui também o tamanho da câmara cardíaca, fazendo com que caiba menos volume dentro (menos sangue), tendo pouco volume diastólico final Fração de ejeção normal: apesar do enchimento/relaxamento do ventrículo estar prejudicado por conta da hipertrofia, a contração/sístole ainda ocorre normalmente, então o sangue que entra, mesmo que seja pouco, será o sangue que vai sair, praticamente em seu volume total. o Dificuldade de enchimento: volume diastólico final/enchimento baixo, por exemplo 60ml, mas /contração/sístole normal, então desses 60ml,seriam ejetados mais ou menos 40% = 40/60% = 66%, portanto a fração de ejeção ainda continua boa mas apesar da conta, o debito cardíaco permanece baixo, porque a quantidade que está indo para o corpo ainda é de 40%. Pressão de enchimento aumentada – musculo: musculo hipertrofiado, excesso de musculo, aumenta a pressão B4: o sangue passa do átrio para o ventrículo por uma diferença de pressão, mas com a hipertrofia do ventrículo a pressão dele está mais alta, o que faz com que o átrio se distenda cada vez mais porque ele já está cheio e não está conseguindo mandar esse sangue para fora, com essa distensão tão grande, o átrio consegue fazer uma contração bem mais forte para conseguir mandar esse sangue para o ventrículo, essa distensão e contração do átrio forma uma bulha acessória, B4 Remodelamento ventricular esquerdo A expressão remodelamento ventricular refere-se às alterações na massa, no volume, na forma e na composição do VE que ocorrem após lesão cardíaca e/ou em condições com sobrecarga hemodinâmica. O remodelamento VE pode contribuir de forma independente para a evolução da IC em razão das cargas mecânicas produzidas pelas alterações na geometria do VE remodelado. Além do aumento do volume diastólico final no VE, observa-se afinamento da parede conforme o ventrículo se dilata. O afinamento crescente da parede, somado ao aumento da pós-carga produzido pela dilatação do VE, leva a um descompasso funcional na pós- carga que pode diminuir ainda mais o volume sistólico. Manifestações clinicas da IC Decorrem da perfusão inadequada dos tecidos periféricos (fadiga) e elevação das pressões de enchimento intracardíacas (dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema periférico). Dispneia: Na maioria dos pacientes com insuficiência cardíaca, a dispneia está presente apenas com a atividade. A causa mais importante de dispneia é a congestão pulmonar que aumenta a acumulação de líquido intersticial ou intra-alveolar, reduz a complacência pulmonar e aumenta o trabalho da respiração. Ortopneia: A ortopneia, definida como dispneia que ocorre em posição deitada, em geral é uma manifestação mais tardia de IC em comparação com a dispneia aos esforços. Ela é causada pela redistribuição de volume da circulação esplâncnica e dos membros inferiores para a circulação central quando o paciente permanece deitado, com o consequente aumento da pressão capilar pulmonar. O aumento da pré--carga ventricular aumenta as pressões hidrostática capilar pulmonar e venosa. A ortopneia é normalmente classificada por uma escala ordinal com base no número de Julia Paris Malaco – UCT19 travesseiros que um paciente necessita para dormir confortavelmente sem falta de ar. Dispneia paroxística noturna: é uma falta de ar aguda e severa que acorda o paciente do sono. A dispneia paroxística noturna manifesta-se habitualmente cerca de uma hora após o paciente ir dormir e começa a diminuir logo após o despertar. Resulta de um aumento do retorno venoso e da mobilização do líquido intersticial da circulação esplâncnica e das extremidades inferiores, com acumulação de edema alveolar. A DPN pode se manifestar na forma de tosse ou de sibilos, possivelmente em razão de aumento da pressão nas artérias brônquicas, levando à compressão das vias aéreas junto com edema intersticial pulmonar, o que produz aumento da resistência nas vias aéreas. Enquanto a ortopneia pode ser aliviada com o paciente sentado ereto na lateral da cama com as pernas pendentes, nos casos de DPN, a tosse e os sibilos se mantêm mesmo com os pacientes em posição ereta. Respiração de cheyne-stokes: Também conhecida como respiração periódica ou cíclica, a respiração de Cheyne-Stokes está associada a baixo débito cardíaco. A respiração de Cheyne- Stokes é causada pela redução da sensibilidade do centro respiratório à pressão parcial arterial de dióxido de carbono (PCO2) e um tempo circulatório prolongado. Observa-se uma fase de apneia durante a qual a pressão parcial de oxigênio (PO2) arterial cai e a PCO2 arterial aumenta. Essas alterações nos gases arteriais estimulam o centro respiratório, resultando em hiperventilação e hipocapnia, seguidas de apneia recorrente. Fadiga: A fadiga, que é um dos sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca, ocorre em mais de 90% dos pacientes. Embora seja difícil quantificar a fadiga, não sendo um sintoma específico de insuficiência cardíaca, sua gravidade está associada ao prognóstico. Como resultado, os clínicos devem prestar cuidadosa atenção a esse sintoma, como uma manifestação oculta de insuficiência cardíaca. Dor Torácica Dor toracica: pode ser mediada por isquemia do miocárdio de doença arterial coronariana subjacente, mas também pode ocorrer em pacientes sem doença coronária obstrutiva, devido ao aumento do estresse da parede, que é proporcional ao grau de dilatação ventricular esquerda. Pacientes que apresentam insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada e hipertrofia ventricular esquerda podem desenvolver dor torácica por incompatibilidade na entrega de oxigênio diante das necessidades. A dor torácica na cardiopatia amiloide ocorre quando a deposição de proteína amiloide na camada medial das arteríolas do miocárdio causa isquemia transitória. Edema agudo de pulmão: Em geral, o edema pulmonar agudo caracteriza-se pelo início rápido de dispneia em repouso, taquipneia, taquicardia e hipoxemia grave. A ausculta pode detectar estertores e sibilos devido a extravasamento alveolar e compressão das vias aéreas por envolvimento peribrônquico. A liberação de catecolaminas endógenas costuma causar hipertensão. Classificação topográfica e sintomas: Direita: Na insuficiência cardíaca que envolve disfunção do ventrículo direito, a pressão venosa sistêmica aumenta, causando extravasamento de líquido e edema, principalmente nos tecidos dependentes (pés e tornozelos de pacientes ambulatoriais) e vísceras abdominais. O fígado é mais gravemente afetado, mas o estômago e intestino também se tornam congestionados; pode ocorrer acúmulo de líquidos na cavidade peritoneal (ascite). A insuficiência ventricular direita causa disfunção hepática moderada, geralmente com aumentos modestos da bilirrubina conjugada e não conjugada, TP (tempo de protrombina) e enzimas hepáticas [especialmente fosfatase alcalina e gamaglutamil transpeptidase ( GGT)]. O fígado comprometido metaboliza menos aldosterona, contribuindo ainda mais para o acúmulo de líquido. A congestão venosa crônica das vísceras pode acarretar anorexia, má absorção de nutrientes e fármacos, bem como enteropatia perdedora de proteína (caracterizada por diarreia e hipoalbuminemia profunda), perda de sangue gastrintestinal crônica e, raramente, infarto intestinal isquêmico. dependendo do grau da esquerda, falta de tratamento e etc, a pressão pulmonar começa a aumentar por conta do sangue que esta refluindo, passando a causar consequências no ventrículo direito, que terá que aumentar sua força por conta da pressão que está recebendo, ficando cada vez mais insuficiente por estar trabalhando em excesso, podendo levar a problemas congestivos. o Um exemplo de IC direita isolada é o cor pulmonale, que é causado pela hipertensão pulmonar. Também pode ocorrer por outras doenças que Julia Paris Malaco – UCT19 aumentam a pressão pulmonar e a consequência disso será afetar o VD. o A maioria das vezes ocorre secundário a IC esquerda mal tratada, que evolui para IC biventricular (direita e esquerda), tendo a clínica das duas ao mesmo tempo o Clínica da IC direita é mais congestiva e sistêmicao Edema de membros inferiores o Turgência jugular e hepatomegalia (ambas pelo sangue refluindo causando congestão) o Refluxo hepatojugular (pressão no fígado que faz com que a jugular aumente e fique visível) o Ascite Esquerda: Na insuficiência cardíaca que envolve disfunção ventricular esquerda, o débito cardíaco diminui e a pressão venosa pulmonar aumenta. À medida que a pressão capilar pulmonar excede a pressão oncótica das proteínas plasmáticas (cerca de 24 mmHg), ela extravasa líquido dos capilares para espaço intersticial e alvéolos, reduzindo a complacência pulmonar e aumentando o trabalho respiratório. A drenagem linfática aumenta, mas não consegue compensar o aumento do líquido pulmonar. O acúmulo intenso de líquido nos alvéolos (edema pulmonar) altera significativamente a relação V/Q: o sangue arterial pulmonar desoxigenado passa através dos alvéolos pouco ventilados, diminuindo a oxigenação arterial sistêmica (PaO2) e desencadeando dispneia. Entretanto, pode ocorrer dispneia antes das alterações V/Q, provavelmente decorrente da elevação da pressão venosa pulmonar e do aumento do trabalho respiratório; porém, o mecanismo não está esclarecido. sangue não consegue ir para frente/para o corpo, começa a turbilhonar e refluir para trás indo (voltando) para o pulmão, que foi de onde o sangue veio inicialmente, causando dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna o Clínica da IC esquerda é mais pulmonar o Dispneia, cianose, fadiga, taquicardia, ortopneia, dispneia paroxística noturna o Hepatomegalia e turgência jugular – direita ou biventricular, esquerda isolada dificilmente causa o B3 Classificação evolutiva A classificação de insuficiência cardíaca considera o estado e a progressão da doença, grau de intolerância ao exercício, medição da função cardíaca pela fração de ejeção e sua etiologia. Classificação de AHA – american heart association Estagio A: sem lesão estrutural, com fatores de risco e sem sintomas Estagio B: com lesão estrutural e sem sintomas Estagio C: com lesão estrutural e sintomas de IC Estagio D: com lesão estrutural com sintomas refratários ao tratamento (não responde mais ao tratamento) Classificação NYHA (baseado na dispneia) – new york heart association Classe 1: Ausência de sintomas ao realizar atividades cotidianas Classe 2: Sintomas leves durante atividades cotidianas Classe 3: Sintomas desencadeados aos pequenos esforços Classe 4: Sintomas aos mínimos esforços e/ou em repouso Exame físico Distensão venosa jugular, B3 (na ICFER/sobrecarga de volume), congestão pulmonar (estertores, macicez do derrame pleural), edema periférico, hepatomegalia e ascite. A taquicardia sinusal é comum. Em pacientes com ICFEP, verifica-se frequentemente B4. Estado geral e sinais vitais: Na IC leve a moderada, o paciente não aparenta dor em repouso, exceto quando estiver deitado em posição supina por alguns minutos. Nos casos mais graves de IC, o paciente senta-se ereto, pode apresentar dificuldade respiratória e, talvez, impossibilidade de terminar uma frase por estar ofegante. A https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/edema-pulmonar Julia Paris Malaco – UCT19 pressão arterial sistólica pode estar normal ou elevada na IC inicial, mas geralmente encontra-se reduzida nos casos avançados com disfunção grave de VE. A pressão de pulso pode mostrar-se reduzida, refletindo redução do volume de ejeção sistólico. A frequência cardíaca pode estar elevada (> 100 batimentos por minuto), e contrações ventriculares prematuras ou arritmias atriais são comuns. Pulsus alternans (amplitude alternante de batimentos sucessivos) é um sinal incomum, mas virtualmente diagnóstico, de insuficiência cardíaca avançada. Veias jugulares: O exame das veias jugulares permite estimar o valor da pressão atrial direita. A pressão venosa jugular é mais bem avaliada com o paciente deitado, com a cabeça inclinada a 45°. A pressão venosa jugular deve ser quantificada em centímetros de água (normal ≤ 8 cm), estimando-se a altura da coluna de sangue venoso acima do ângulo do esterno e adicionando 5 cm. Esses achados são um sinal de pressões de enchimento ventricular direito anormalmente elevadas. Um achado adicional importante no pescoço é a evidência de regurgitação tricúspide, que pode ser visualizada como uma grande onda cv. Esses achados são confirmados por pulsações hepáticas, que podem ser detectadas durante a determinação do refluxo abdominojugular. O pulso carotídeo deve ser avaliado quanto à evidência de estenose aórtica, assim como é preciso pesquisar anormalidades tireoidianas. Exame pulmonar: Ruídos respiratórios adventícios (estertores ou crepitação) resultam de transudação de líquido do espaço intravascular para os alvéolos. Quando presentes em pacientes sem doença pulmonar concomitante, os estertores são sinais específicos de IC. O derrame pleural é causado por elevação da pressão capilar pleural que produz transudação de líquidos para a cavidade pleural. Considerando que as veias pleurais drenam tanto para as veias sistêmicas quanto para as veias pulmonares, o derrame pleural geralmente ocorre mais quando há insuficiência biventricular. Embora o derrame pleural costume ser bilateral na IC, quando unilateral, é mais frequente no espaço pleural direito. Apesar de terem elevada pressão de enchimento ventricular esquerdo, que é transmitida de volta para o átrio esquerdo e a vasculatura pulmonar, a maioria dos pacientes com insuficiência cardíaca compensada não apresenta evidência de congestão pulmonar ao exame físico. Pode ainda haver acumulação de líquido no espaço pleural relacionado com o aumento de líquido transudado e drenagem linfática debilitada no contexto de elevação das pressões venosas sistêmicas. Exame cardiológico: Se houver cardiomegalia, o ictus cordis em geral estará deslocado inferiormente para uma posição abaixo do quinto espaço intercostal e/ou lateralmente para a linha clavicular média, e o impulso passa a ser palpável sobre dois espaços. A hipertrofia grave de VE leva a um ictus sustentado. Em alguns pacientes, é possível ouvir e palpar uma terceira bulha (B3) no ápice cardíaco. Os pacientes com VD aumentado ou hipertrofiado podem apresentar um impulso sustentado e prolongado na linha paraesternal esquerda, estendendo-se durante toda a sístole. Uma B3 (ou galope protodiastólico) costuma estar presente nos pacientes com sobrecarga volumétrica que tenham taquicardia e taquipneia e em geral implica comprometimento hemodinâmico grave. A presença de uma quarta bulha (B4) não é um indicador específico de IC, mas geralmente está presente nos pacientes com disfunção diastólica. Os sopros característicos de insuficiência mitral e tricúspide com frequência se encontram presentes nos pacientes com IC avançada. Abdome e membros: A hepatomegalia é um sinal importante nos pacientes com IC. Quando presente, o fígado aumentado costuma ser doloroso, podendo pulsar durante a sístole nos casos em que haja insuficiência tricúspide. A ascite, um sinal tardio, ocorre como consequência de aumento da pressão nas veias hepáticas e nas veias que drenam o peritônio. A icterícia, também um achado tardio, é causada por disfunção hepática secundária à congestão do fígado e à hipoxemia hepatocelular, estando associada a aumento das bilirrubinas direta e indireta. O edema periférico é uma das principais manifestações da IC, porém constitui um sinal inespecífico e em geral está ausente nos pacientes tratados adequadamente com diuréticos. O edema periférico costuma
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