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APOSTILA DESENHO TÉCNICO

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UFES- Campus de Alegre. CCAE/Departamento de Engenharia Rural 
 
Apostila de Desenho Técnico 
1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIENCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO 
“CONTEÚDO TEÓRICO DE AULAS PRÁTICAS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adaptada e revisada por Giovanni de Oliveira Garcia - Professor do Departamento de Engenharia Rural do CCAE-UFES Campus de Alegre 
 
 
 
UFES- Campus de Alegre. CCAE/Departamento de Engenharia Rural 
 
Apostila de Desenho Técnico 
2 
 
1.0) INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO 
1.1) Apresentação 
O Desenho Técnico surgiu da necessidade de representar, com precisão, máquinas, peças, ferramentas e outros 
instrumentos de trabalho, bem como edificações de projetos de Engenharia e Arquitetura. A principal finalidade do 
Desenho Técnico é a representação precisa, no plano, das formas do mundo material, de modo a possibilitar a 
reconstituição espacial das mesmas. Assim, constitui-se no único meio conciso, exato e inequívoco para comunicar a 
forma dos objetos. 
O desenho técnico é considerado como a linguagem gráfica universal da Engenharia e Arquitetura. Da mesma forma 
que a linguagem verbal escrita exige alfabetização, é necessário que haja treinamento específico para a execução e a 
interpretação da linguagem gráfica dos desenhos técnicos, uma vez que são utilizadas figuras planas (bidimensionais) 
para representar formas espaciais. 
No seu contexto mais geral, o Desenho Técnico engloba um conjunto de metodologias e procedimentos necessários ao 
desenvolvimento e comunicação de projetos, conceitos e idéias. Para isso, faz-se necessária a utilização de um 
conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente. 
A computação revolucionou a utilização da expressão gráfica no exercício da engenharia, viabilizando a execução de 
trabalhos em três dimensões, que antes só eram possíveis por meio da construção de modelos. 
Os softwares existentes no mercado possibilitam a construção de modelos virtuais, cujas imagens são muito próximas 
do real, onde se podem ver, em três dimensões, todos os detalhes de uma máquina, de um equipamento ou até mesmo 
de um processo inteiro. Estes modelos virtuais possuem recursos de cores, textura e animação onde as imagens podem 
ser giradas, cortadas, alteradas e ao mesmo tempo compartilhadas, por meio de redes ou da Internet, por todas as 
partes envolvidas no desenvolvimento de estudos e projetos de engenharia. 
A computação gráfica, com certeza facilitou e ampliou o desenvolvimento de projetos na área da engenharia e da 
arquitetura porque, além de poder ser utilizada integrada com softwares de cálculos ou com banco de dados, os 
modelos virtuais são fáceis de serem compreendidos e enchem os olhos de quem está comprando o projeto. 
1.2) História do Desenho Técnico 
No estudo da história da arte, vemos que anteriormente, um objeto era facilmente representado por formas planas e 
nas mais variadas situações. Os homens pré-históricos reproduziam objetos ou seres reais nas paredes das cavernas. 
Para os egípcios e os maias, a realidade era retratada por meio de desenhos mais avançados. 
À medida que as civilizações foram evoluindo com a escrita, houve o surgimento do alfabeto e os desenhos começaram 
a se assemelhar com as fotografias surgindo os primeiros desenhos técnicos, por volta do Renascimento. Mas, de 
acordo com registros históricos, o primeiro uso do desenho técnico consta no álbum de desenho da Livraria do 
Vaticano, no ano de 1490, o desenhista Giuliano de Sangalo já usava uma planta e elevação. 
No século XVII, o matemático e desenhista francês Gaspar Monge (1746-1818) criou um sistema utilizado na 
engenharia militar com o uso de projeções ortogonais capaz de representar as três dimensões de um objeto, com 
precisão, em superfícies planas. 
Esse sistema foi publicado em 1795, cujo título era “Geometrie Descriptive ou Geometria Descritiva”, conhecida como 
método de monge ou geometria mongeana. Essa geometria passou a retirar a expressão artística do desenho, 
 
 
 
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Apostila de Desenho Técnico 
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caracterizando-o com uma linguagem técnica e precisa. Sua metodologia consiste em utilizar a épura (técnica capaz de 
representar o volume de um sólido) para visualizar objetos situados no infinito. 
Por volta do século XIX, com a Revolução Industrial, a Geometria Descritiva precisava ser normalizada para que a 
comunicação pudesse ser feita em nível internacional. Assim, a Comissão Técnica TC 10, da International Organization 
for Standardization – ISO cumpriu esse papel e tornou a Geometria Descritiva a principal forma de linguagem gráfica 
da engenharia e da arquitetura, sendo chamada de desenho técnico. 
1.3) Desenvolvimento do Conhecimento Aplicado ao Desenho Técnico 
As informações técnicas sobre a forma e construção de uma estrutura no meio rural podem ser transmitidas de uma 
pessoa a outra, por meio da linguagem falada ou escrita. À medida, porém, que a estrutura torna-se mais complexa, 
pela adição de detalhes, é preciso usar métodos mais exatos para descrevê-la adequadamente. 
O treinamento em leitura de desenho técnico inclui não somente o conhecimento de certos princípios básicos de 
representação em uma ou mais vistas, como também o desenvolvimento da habilidade de visualizar todo processo de 
edificação. 
Portanto, o desenho técnico possui as seguintes características: 
 Exatidão; 
 Regras estabelecidas previamente – normas técnicas; 
 Traços, símbolos, números e indicações, escritas; 
 Linguagem gráfica universal da engenharia e arquitetura; 
 Figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais; 
 Deve ser feito da maneira mais clara possível; 
 Exercita a capacidade de percepção. 
As figuras geométricas podem ser planas ou espaciais (sólidos geométricos). Uma das maneiras de representar as 
figuras geométricas é por meio do desenho técnico. Para compreender as figuras geométricas é indispensável ter 
algumas noções de Ponto, Linha e Plano. 
O PONTO é a figura geométrica mais simples. É possível ter uma idéia do que é o ponto observando: Um furo 
produzido por uma agulha em um pedaço de papel ou mesmo um sinal que a ponta do lápis no papel. 
 
 
O ponto (P) é representado graficamente pelo cruzamento de duas linhas. 
 
 
 
 
 
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Apostila de Desenho Técnico 
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A LINHA pode ser curva ou reta. Nesta seção vamos estudar as linhas retas. A Linha Reta ou simplesmente reta não tem 
inicio nem fim: ela é ilimitada. 
 
De acordo com sua posição no espaço, a reta pode ser: 
 
 
O PLANO é também chamado de superfície plana. Assim como o ponto e a reta, o plano não tem definição, mas é 
possível ter uma idéia observando o tampo de uma mesa, uma parede ou o piso de uma sala. 
 
De acordo com sua posição no espaço, o plano pode ser: 
 
 
1.4) Exercícios 
Resolva os exercícios listados abaixo 
a) Analise as figuras abaixo e determine, no quadro ao lado, a área das mesmas. As medidas estão em centímetros. 
Figura Resolução 
a.1) 
 
a.2) 
 
a.3) 
 
 
 
 
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a.4) 
 
 
b) Temos um triângulo equilátero de lado 6cm. Qual é o perímetro deste triângulo? 
c) Um trapézio tem a base menor igual a 2cm, a base maior igual a 3cm e a altura igual a 10cm. Qual a área deste 
trapézio? 
d) Sabendo que a área de um quadrado é 36cm², qual é seu perímetro? 
e) Calcule a área e o perímetro (em metros) dos retângulos descritos: 
e.1) a = 25m e b = 12m 
e.2) a = 14m e b = 10m 
Respostas: 
a.1) 48 cm2; a.2) 38,5 cm2; a.3) 91 cm2; a.4) 150 cm2; 
b) 18 cm; 
c) 25 cm2; 
d) 24 cm,e; 
e.1) área = 300 m2 e perímetro = 74 m; e.2) área = 140 m2 e perímetro = 48 m 
 
1.5) Aplicações do Desenho Técnico nas Ciências Agrárias e Engenharias 
Na prática, o profissional de ciências agrárias e engenharias, ao aplicar os conhecimentos adquiridos por meio do 
Desenho Técnico, deve sempre buscar repassar as interpretações de edificações a serem construídas no meio rural, 
plantas topográficas, mapeamentos de imóveis rurais, instalações industriais, entre outros. Tais desenhos na verdade 
recebem o nome de projeto que devem ser apresentados antes de serem de fato construídos. 
No campo das Ciências Agrárias e Engenharias o desenho técnico é aplicado diretamente nas seguintes áreas: 
Indústrias Químicas – Localização de equipamentos, alocação de salas para preparo e desenvolvimento de produtos; 
Indústrias Moveleiras – Desenvolvimento de móveis para interiores; 
Agroindústrias – Desenvolvimento e elaboração de industrias para o processamentos de produtos de origem animal e 
vegetal; 
Geomática – Elaborando mapas, levantamentos altimétricos e planimétricos; 
Construções Rurais – Edificações rurais específicas para fins agrícolas tais como habitações rurais, agrovilas, sistemas 
de ventilação e refrigeração, unidades de tratamento de resíduos orgânicos e agroindustriais, unidades de secagem e 
armazenamento de grãos, sistemas de distribuição de energia; 
 
 
 
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Mecanização Agrícola – Desenvolver projetos de tratores e máquinas agrícolas; 
Fitotecnia – Elaboração de projetos de casas de vegetação, viveiros de produção de mudas de espécies frutíferas e 
florestais; 
Irrigação e Drenagem – Desenvolver e elaborar projetos de sistemas de irrigação e de drenagem; 
Os projetos de edificações idealizados por um profissional de ciências agrárias e engenharia, antes de serem 
executados no campo por terceiros, devem ser elaborados seguindo: 
 Índices técnicos pertinentes a finalidade da edificação. Exemplo: Que altura deve ser o pé direito de um 
galpão para abrigar aves de corte, sabendo que a região onde será construído o mesmo é de clima quente e 
úmido?; 
 Avaliação do local onde será implantado o projeto (Facilidades de acesso, disponibilidade de recursos tais 
como água e energia elétrica); 
 Não fugir da área de atuação profissional. Se necessário solicitar a atuação, em conjunto, de outro 
profissional; 
 Antes de finalizar o projeto, identificar possíveis inconsistências e propor soluções; 
 Conhecer e aplicar as ferramentas disponíveis para tal finalidade. 
 
1.6) Classificação do Desenho Técnico 
O Desenho Técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação da forma, dimensão e 
posição de objetos. É definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura. São utilizadas figuras 
planas (bidimensionais) para representar formas espaciais. 
O desenho técnico pode ser dividido em duas grandes modalidades: 
Desenhos projetivos: abrange aqueles desenhos, cujo objetivo é a demonstração da forma e das medidas proporcionais 
dos objetos. É representada por meio de vistas ortográficas e perspectivas. Ex.: projetos de fabricação de máquinas e 
equipamentos; projetos e construção de edificações de vários tipos, envolvendo detalhes elétricos, arquitetônicos, 
estruturais, etc.; projetos para construção de rodovias, aterros, drenagem, barragens, açudes, etc.; projetos 
planialtimétricos e topográficos; desenvolvimento de produtos industriais; projetos paisagísticos; dentre outros. 
 
 
 
 
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Desenhos não projetivos: compreendem os gráficos e diagramas resultantes de cálculos algébricos. Este tipo de 
desenho não representa nenhuma importância direta para esta disciplina. 
 
 
Diante da classificação apresentada, podemos observar que o desenho projetivo pode ser utilizado em diversas áreas 
seguindo os mesmo padrões de referência estabelecidos pelas normas técnicas brasileiras. 
 
2.0) MATERIAIS UTILIZADOS NO DESENHO TÉCNICO 
Para a aplicação do Desenho Técnico aconselha-se o uso de equipamentos de precisão e qualidade, o que existe com 
grande variedade no mercado. Para cada tipo de Desenho existem também instrumentos mais específicos. A seguir 
tem-se a descrição detalhada de cada equipamento. 
2.1) Lápis ou Lapiseiras 
2.1.1) Lapiseira Tradicional 
Devido ao seu grafite relativamente espesso, ela facilita o traçado de diversos pesos de linhas nítidos. O principiante 
deve manter a ponta bem afiada até desenvolver habilidade de girar a lapiseira enquanto desenha. 
2.1.2) Lapiseira Mecânica 
Utiliza uma mina de grafite, que não necessita ser apontada. Ela é utilizada para o traçado de linha nítidas e finas se 
você girá-la suficientemente enquanto desenha. Para linhas relativamente espessas e fortes, você tem que usar uma 
série de linhas, ou uma lapiseira com minas de grafite mais espessas. Estão disponíveis lapiseiras que utilizam minas de 
0,3 mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm, principalmente. O ideal é que a lapiseira tenha uma pontaleta de aço, com a função 
de proteger o grafite da quebra quando pressionado ao esquadro no momento da graficação. 
2.1.3) Lápis 
O lápis comum de madeira e grafite também pode ser usado para desenho. O lápis dever ser apontado, afiado com uma 
lixa pequena e, em seguida, ser limpo com algodão, pano ou papel. De maneira geral, costuma se classificar o lápis 
através de letras, números, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). 
 
 
 
 
 
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Classificação por números 
Nº 1 – macio, geralmente usado para esboçar e para destacar traços que devem sobressair; 
Nº 2 – médio, é o mais usado para qualquer traçado e para a escrita em geral; 
Nº 3 – duro, usado em desenho geométrico e técnico. 
Classificação por letras 
A classificação mais comum é H para o lápis duro e B para lápis macio. Esta classificação precedida de números dará a 
gradação que vai de 6B (muito macio) a 9H (muito duro), sendo HB a gradação intermediária. 
Outras classificações 
4H duro e denso 
 Indicado para lay-outs precisos 
 Não indicado para desenhos finais 
 Não use com a mão pesada – produz sulcos no papel de desenho e fica difícil de apagar; 
 Não copia bem. 
2H médio duro 
 Grau de dureza mais alto, utilizado para desenhos finais; 
 Não apaga facilmente se usado com muita pressão. 
FH médio 
 Excelente peso de mina para uso geral; 
 Para lay-outs, artes finais e letras. 
HB macio 
 Para traçado de linhas densas, fortes e de letras; 
 Requer controle para um traçado de linhas finas; 
 Facilmente apagável; 
 Copia bem; 
 Tende a borrar com muito manuseio. 
A dureza de um grafite para desenho depende dos seguintes fatores: 
1. O grau do grafite, que varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio); 
2. Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero um papel, mais duro deve ser o grafite 
que você usar; 
3. A superfície de desenho: quanto mais dura a superfície, mais macio parece o grafite; 
4. Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite. 
* Atualmente é mais prático o uso de lapiseira. Recomendamos a de 0,5mm e a de 0,9mm, com grafite HB. 
**Todos os três tipos de instrumentos são capazes de produzir desenhos de qualidade. Sua preferência pessoal é uma 
questão de OPÇÃO e de HABILIDADE PESSOAL. 
 
 
 
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2.2) Borracha 
Sempre use borracha macia, compatível com o trabalho para evitar danificar a superfície do desenho. Evite o uso de 
borrachas para tinta, que geralmente são mais abrasivas para a superfície de desenho.2.3) Esquadros 
É o conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, uma com ângulos de 45º e outra com ângulos de 30º e 
60º (obviamente, além do outro ângulo reto –90º). São denominados de “jogo de esquadros” quando são de dimensões 
compatíveis, ou seja, o cateto maior do esquadro de 30/60 tem a mesma dimensão da hipotenusa do esquadro de 45. 
Utilizados para o traçado de linhas verticais, horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em combinação com a 
régua paralela. 
 
 
Ainda com a combinação destes esquadros torna-se possível traçar linhas com outros ângulos conhecidos. Os 
esquadros devem ser de acrílico e sem marcação de sua gradação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aspectos de qualidade dos esquadros 
 Materiais de desenho de acrílico não amarelam rapidamente com o tempo; 
 Maior resistência a arranhões; 
 Facilidade de manuseio 
 Retenção da linearidade da borda; 
Cuidados 
 Não use o esquadro como guia para corte; 
 Não use o esquadro com marcadores coloridos; 
 Mantenha-o limpo com uma solução diluída de sabão neutro e água (não utilize álcool na limpeza, que deixa o 
esquadro esbranquiçado). 
2.4) Escalímetro 
Instrumento destinado à marcação de medidas, na escala do desenho. Pode ser encontrado com duas gradações de 
escalas, mas a mais utilizada e recomendável em arquitetura é o que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 
e 1:125. Não deve ser utilizado para o traçado de linhas. 
 
2.5) Compasso 
É o instrumento que serve para traçar circunferências ou arcos de circunferência. O compasso serve para o traçado de 
círculos de quaisquer raios. Deve oferecer um ajuste perfeito, não permitindo folgas. 
 
 
 
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Usa-se o compasso da seguinte forma: aberto com o raio desejado, fixa-se a ponta seca no centro da circunferência a 
traçar e, segurando-se o compasso pela parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento de 
rotação até completar a circunferência. 
 
 
 
2.6) Gabaritos 
São chapas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que possibilitam a reprodução destes nos 
desenhos. 
O gabarito de círculos é útil para o traçado de pequenos círculos de raios pré-disponíveis. Outros gabaritos úteis: 
formas geométricas, equipamentos sanitários/hidráulicos e mobiliário. 
 
 
 
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2.7) Régua Paralela 
Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e a servir de 
base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. O comprimento da régua 
paralela deve ser um pouco menor do que o da prancheta. 
2.8) Prancheta 
Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis para os desenhos. 
Para cobrir pranchetas, pode-se usar o seguinte: 
1. Coberturas de vinil, que fornecem uma superfície de desenho suave e uniforme. Furos de alinhamento e cortes ficam 
naturalmente encobertos. 
2. Revestimento e fórmica ou material resistente similar, sem imperfeições de superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Régua T : São empregadas no traçado de linhas horizontais e apoio aos esquadros para o traçado de linhas inclinadas 
ou verticais. São fabricadas de madeira com bordas de plástico inquebrável ou acrílico. Os Traçados utilizando a Regua 
T são feitos seguindo a orientação abaixo. 
 
 
 
 
 
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AULA PRATICA 
APRENDIZADO NO MANUSEIO DE EQUIPAMENTOS UTILIZADO NA ELABORAÇÃO DE 
DESENHOS 
 
Utilizando uma folha de papel desenhe as figuras geométricas solicitadas abaixo. 
 
a) Sejam L1, L2 e L3 os lados dados, construir um triângulo sabendo-se que L1 = 3,5 cm, L2 = 3,8 cm e L3 = 5,5 cm. 
Considere L3 como sendo a base do triângulo. 
 
b) Sejam L1 e L2 os lados dados, construir um triângulo sabendo-se que L1 = 4,5 cm, L2 = 5,3 cm e o ângulo central (α) 
= 30°. Considere L2 como sendo a base do triângulo. 
 
c) a) Sejam L1 e L2 os lados dados, construir um triângulo sabendo-se que L1 = 5,3 cm, L2 = 4,4 cm e a altura (H) = 2,5 
cm. Considere L1 como sendo a base do triângulo. 
 
d) Sejam a e b os lados dados, construir um retângulo sabendo-se que a = 4,1 cm e b = 2,0 cm. Considere “a” como 
sendo a base do retângulo. 
 
e) Seja L1 o lado dado, construir um losango sabendo-se que L1 = 5,0 cm e o ângulo central é igual a 60°. 
 
f) Sejam A, B, C e D os vértices de um trapézio. Construí–lo sabendo-se que as distâncias AB = 5,0 cm, BC = 2,5 cm, CD 
= 3,0 cm e H (altura) = 2,0 cm. Considere AB como sendo a base do retângulo. 
 
3.0) NORMATIZAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 
3.1) Apresentação 
Com o objetivo de transformar o desenho técnico em linguagem gráfica e padronizá-lo surgiram normas internacionais 
usadas no mundo todo. Elas são uma espécie de guia que facilita a compreensão de desenhos e projetos de pessoas de 
 
 
 
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nacionalidades diferentes, simplifica processos de produção e unifica as características de um objeto, permitindo a 
substituição por outro. 
A padronização dos procedimentos de representação gráfica permite transformar o Desenho Técnico em uma 
linguagem gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas que são seguidas e respeitadas 
internacionalmente. 
A padronização ou normalização do desenho técnico tem como objetivo uniformizar o desenho por meio de um 
conjunto de regras ou recomendações que regulamentam a execução e a leitura de um desenho técnico, permitindo 
reproduzir várias vezes um determinado procedimento em diferentes áreas, com poucas possibilidades de erros. 
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 
1940. No âmbito internacional foi criado em 1947 a Organização Internacional de Normalização (International 
Organization for Standardization – ISO). Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada 
por todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional. 
O conjunto de normas brasileiras que regem o desenho técnico abrange questões referentes a representação de 
desenho, tais como: formatos de papel, representação de desenho, linhas e suas espessuras, escala, caligrafia técnica, 
cotas, legendas, dobramento de folhas, dentre outros. No Brasil há uma série de normas, as NBRs, que estão de acordo 
com a ISO e regem a linguagem do desenho técnico em seus mais diversos parâmetros tais como: 
 
Norma Descrição Vídeo-aula 
NBR 10647 Norma geral de Desenho Técnico https://www.youtube.com/watch?v=wp_idMjhL9A 
NBR 10068 Layout e dimensões da folha de desenho https://www.youtube.com/watch?v=lSpS4Ec1noM 
NBR 10582 Conteúdo da folha para desenho técnico https://www.youtube.com/watch?v=fvqemZ0qeds 
NBR 8402 Definição da caligrafia técnica em desenhos https://www.youtube.com/watch?v=EQcvvg3uep4 
NBR 8403 Aplicação de linhas p/ o desenho técnico https://www.youtube.com/watch?v=1Veumfe_wig 
NBR 13142 Dobramento da folha https://www.youtube.com/watch?v=WyCMkZEPAmE 
NBR 8196 Emprego da escala em desenho técnico https://www.youtube.com/watch?v=NH9b4wn7f4E 
NBR 10126 Emprego de cotas em desenho técnico https://www.youtube.com/watch?v=dQkEqra87Uo 
NBR 6492 Representação de projetos arquitetônicos https://www.youtube.com/watch?v=RPfROMUXjxk 
LEMBRETE – Todas essas NBRs descritas acima encontram-se em anexo a este material didático. 
 
3.2) Normas Técnicas (NBR/ABNT) empregadas no Desenho Técnico. 
Sempre que possívelo desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e carimbo 
com as informações necessárias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras 
diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros 
que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita 
execução da obra. Sempre que possível seguir uma norma de desenho estabelecida (NBR 6492). Para quem está 
iniciando parece difícil mas com a prática se torna um prazer. 
A base para a maior parte do desenho arquitetônico é a linha, cuja essência é a continuidade. Em um desenho 
constituído somente de linhas, a informação arquitetônica transmitida (espaço volumétrico; definição dos elementos 
planos, sólidos e vazios; profundidade) depende primordialmente das diferenças discerníveis no peso visual dos tipos 
de linhas usados. 
 
 
 
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3.2.1) Folhas de Desenho: Formato, Legenda, Layout, dimensões e dobramento. 
O formato básico do papel, designado por A0 (A zero), é o retângulo cujos lados medem 841 mm e 1.189 mm, tendo a 
área de 1m2. Do formato básico, derivam os demais formatos da série A, pela bipartição ou duplicações sucessivas, 
segundo uma linha perpendicular ao maior lado do retângulo. 
 
 
 
Assim como outros elementos do desenho técnico, também a folha de papel possui suas características normalizadas, 
de tal forma a estabelecer padrões aceitos e compreendidos em escala global. 
Os formatos da série A, de A0 a A6, têm as dimensões indicadas no quadro a seguir. As folhas não recortadas devem ter 
as dimensões mínimas indicadas na última coluna do quadro. Na Tabela a seguir têm-se as especificações técnicas de 
cada formato. Havendo a necessidade, a norma permite a utilização de formatos fora do padrão, porém, é recomendado 
que a folha tenha largura ou comprimento correspondendo ao múltiplo ou submúltiplo do formato padrão, devendo, 
ainda, haver nas folhas pré-impressas, se estas não forem recortadas, um excesso de 10 mm nos quatro lados. 
Tabela 1. Tamanho dos papeis no formato da série A 
Formato 
(mm) 
Linha de corte 
(mm) 
Margem (mm) Comprimento da legenda 
(mm) Esquerda Direita 
A0 841 x 1189 25 10 175 
A1 594 x 841 25 10 175 
A2 420 x 594 25 10 178 
A3 297 x 420 25 10 178 
A4 210 x 297 25 5 178 
 
 
 
 
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3.2.2) Legenda 
A legenda, conforme a NBR 10582, deve acompanhar o sentido do desenho e serve tanto para a identificação como 
para conter informações sobre o conteúdo do desenho. O carimbo deve ser inserido no canto inferior direito da folha de 
desenho seguindo as dimensões apresentadas na Tabela 1. 
Em geral o carimbo deve conter as seguintes informações: nome; título do projeto; nome do projetista; nome do 
desenhista; data; escalas; nome do cliente; e local para assinaturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.3) Dobramento de Papeis 
A NBR 13142 estabelece as condições para o dobramento do papel de modo a facilitar o seu arquivamento. A condição 
geral para este procedimento é permitir que o resultado final do dobramento seja uma folha no formato A4 (210 x 297 
mm). É importante observar se o carimbo ou selo está visível. A figura abaixo mostra um exemplo de dobramento dos 
papeis A2 dobrada e A3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA PRÁTICA – APRESENTAÇÃO DA FOLHA DE PAPEL 
Desenvolver a apresentação uma folha de papel A4 seguindo as normas (NBRs) aplicadas ao 
desenho. 
 
Margem esquerda = 
Margem direita = 
Margem superior = 
Margem Inferior = 
Comprimento da Legenda = 
Altura da legenda = 
 
3.2.5) Linhas Técnicas: Tipos, Espessura e Hierarquia 
O desenhista deve empregar diferentes tipos de linhas objetivando a diferenciação na apresentação do desenho. A NBR 
8403 determina os tipos e o escalonamento dos traçados utilizados em desenhos técnicos. 
Nos desenhos técnicos utiliza-se traços de diversos tipos e espessuras. Para a boa confecção de um desenho os traços 
devem apresentar regularidade em toda sua extensão. Assim, a uniformidade do traçado deve ser minuciosamente 
observada, devendo ser mantida a espessura escolhida, do início ao fim, sem que haja interrupções, como pedaços de 
traço apagados ou não completados. 
As linhas contínuas não devem ultrapassar os cantos ou deixar de alcançá-los; os diversos traços de uma linha 
tracejada devem ter comprimentos aproximadamente iguais e ser equidistantes. 
 
 
 
 
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Na prática as espessuras mais usadas são as 0,7 mm; 0,5 mm e 0,3 mm e os traçados seguem padrões pré-
estabelecidos como os indicados no quadro a seguir: 
As linhas podem ser diferenciadas quanto ao tipo e a espessura, conforme apresentado a seguir: 
No quadro abaixo temos os tipos de linhas mais utilizadas na execução de desenhos técnicos. 
 
Denominação Linha Aplicação Largura (mm) 
Contínua larga Arestas e contornos visíveis 0,5 a 0,6 
Contínua estreita Chama de cota e hachuras 0,15 a 0,2 
Tracejada estreita Arestas e contornos não visíveis 0,3 a 0,4 
Traço ponto Linha de centro e simetria 0,15 a 0,2 
 
3.2.6) Caligrafia Técnica: Exigências, Caracteres e Condições específicas. 
Os textos e algarismos representados em desenho técnico seguem normas que garantem a legibilidade e uniformidade. 
Podem ser escritos utilizando-se o normógrafo ou à mão livre. A NBR 8402 fixa os princípios da escrita utilizada em 
desenhos técnicos e documentos semelhantes. Para se obter maior legitimidade os tipos de letras e algarismos devem 
ser legíveis e de fácil execução. É recomendável que se utilize letras verticais, maiúsculas e do tipo BASTÃO. As letras 
minúsculas e as inclinadas também podem, casualmente, serem utilizadas. 
Alguns parâmetros devem ser observados a fim de se obter um letreiro harmonioso: Estilo constante, Altura constante, 
Traços com verticalidade ou inclinação uniformes, Espessura uniforme dos traçados e Observar o espaçamento mais 
adequado entre os caracteres e entre as palavras. 
Na composição de palavras é necessário dar atenção principalmente ao espaçamento entre as letras. Este espaçamento 
depende da forma de cada letra e para um letreiro harmonioso não deve ser o mesmo entre todas as letras. 
Exemplo de letra técnica: 
 
 
 
 
 
3.2.7) Cotagem 
A NBR 10126 fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em desenho técnico. Apesar dos desenhos 
componentes dos projetos usualmente serem representados em escala é necessária a representação numérica das suas 
dimensões reais e isso é feito mediante o uso de linhas, símbolos, notas e valores numéricos numa unidade de medida. 
As regras adotadas na cotagem têm o objetivo de deixar sua representação clara e padronizada, privilegiando, sempre, 
a clareza e a precisão na transmissão das informações. 
Elementos componentes da cotagem: 
 
 
 
 
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 Linha de cota: é a linha que contém a dimensão daquilo que está sendo cotado e na qual é posicionado o 
valor numérico da cota. Não deve se distanciar mais do que 10 (dez) mm do desenho e não menos que 7 
(sete) mm. Para evitar que o desenho fique visualmente poluído, essas linhas se diferenciam daquelas 
pertencentes ao desenho, mediante a espessura do traço (que é mais fina para as cotas); 
 Linha de extensão (ou auxiliar) de cotagem: é a linha que liga a linha de cota ao elemento que está sendo 
cotado. Ela tem a função de delimitaro espaço a ser cotado e se distancia do desenho em apenas 1 (um) mm; 
 
 
 
 
 
 
 
É importante seguir algumas regras básicas para construir as cotas: 
1) Toda cotagem necessária para representar clara e completamente o objeto deve ser representada diretamente no 
desenho. 
2) A cotagem deve ser localizada na vista ou no corte que represente mais claramente o elemento. 
3) Cotar somente o necessário para descrever o objeto. 
4) As linhas de cota, extensão e o traço (450) devem ser feitos com um grafite de espessura menor do que o grafite 
utilizado para desenhar o objeto. 
5) Não traçar linhas de cota e linhas de chamada como continuação das linhas do desenho. 
6) As cotas devem ser colocadas no meio da linha de cota sem, contudo, tocá-la. 
7) Cotação horizontal: cotas sobre a linha de cota Cotação vertical: cota do lado esquerdo da linha de cota no sentido 
de leitura: de baixo para cima. 
8) Quando o espaço for pequeno para cotar podemos deslocar a cota e indicá-la por meio de um traço obliquo. 
9) O número de casas decimais deve ser a mesma em todo o desenho, separadas por ponto: .10; 3.40; 1.00 
10) As cotas devem ter tamanhos uniformes, em torno de 5 mm. 
11) Não pode haver cruzamento entre linhas de cota, tampouco entre linhas de chamada. 
12) Evitar repetições desnecessárias. 
13) As cotas devem ser colocadas de forma que cálculos sejam evitados durante a execução do projeto. 
14) Referências de nível. 
Nas plantas-baixas adota-se o símbolo para informar a cota em determinados pontos do projeto. 
 
 
 
 
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Não é necessário representar a cota de cada peça, mas sim cada vez que existir uma região do projeto em uma cota de 
nível diferente. Nos cortes, adota-se usualmente o símbolo para representar as cotas de cada região do projeto. 
As cotas devem ser distribuídas pelo desenho dar todas as dimensões necessárias para viabilizar a construção do objeto 
desenhado, com o cuidado de não colocar cotas desnecessárias. 
As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota e devem representar a medida real do objeto, 
independente da escala utilizada. 
Deve-se evitar o cruzamento das linhas de cota. As linhas de cota podem ser contínuas ou interrompidas. Quando se 
utilizam as linhas de cota contínuas, o valor da cota deve ser escrito acima das linhas de cota horizontais e à esquerda 
das linhas de cota verticais. 
Quando se utilizam linhas de cotas interrompidas o valor deve ser escrito no intervalo da interrupção, sem rotação. Na 
figura abaixo observa-se que tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, são linhas 
contínuas e finas. 
 
 
 
 
 
 
As linhas de chamadas devem ultrapassar levemente as linhas de cota e também deve haver um pequeno espaço entre 
a linha do elemento dimensionado e a linha de chamada. 
O limite da linha de cota pode ser indicado por setas, que podem ser preenchidas ou não, ou por traços inclinados, 
conforme mostra a figura abaixo. A maioria dos tipos de desenho técnico utiliza as setas preenchidas. Os traços 
inclinados são mais utilizados nos desenhos arquitetônicos. 
Em um mesmo desenho a indicação dos limites da cota deve ser de um único tipo e também deve ser de um único 
tamanho. Só é permitido utilizar outro tipo de indicação de limites da cota em espaços muito pequenos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No dimensionamento deve-se observar ainda: 
 As linhas de cota devem ser colocadas preferencialmente fora da figura; 
 Deve-se evitar a repetição de cotas; 
 Deve-se deixar um pequeno espaço entre a figura e a linha de chamada; 
 As cotas de um desenho ou projeto devem ser expressas em uma única unidade; 
 Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho; 
 As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida; 
 A altura dos algarismos deve ser uniforme dentro de um mesmo desenho. 
 
AULA PRÁTICA – APLICAÇÕES DE LINHAS E COTAGEM 
Preparar uma folha de papel A4 seguindo as normas (NBRs) aplicadas ao desenho e desenhar a figura geométrica 
representada abaixo. As medidas estão em milímetros. 
 
 
 
4.0) ESCALAS 
4.1) Definição 
Escala é a relação entre as medidas reais do objeto e suas medidas no desenho, utilizando a mesma unidade de medida 
(mm, cm, m, km, etc). Logo temos: 
MD = Uma medida no desenho 
MR = Medida no real do objeto 
Assim tem-se: 
MD Medida no desenho 
MR Medida no real do objeto 
 
 
 
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Se realizamos um desenho na escala 1:50, significa que cada dimensão representada no desenho será 50 vezes maior 
na realidade, ou seja, cada 1 (um) centímetro que medirmos no papel corresponderá a 50 (cinquenta) centímetros na 
realidade. 
Nem sempre é possível executar um desenho com as dimensões reais do objeto. Dependendo do tamanho da peça e da 
folha de desenho teremos que aplicar uma redução ou ampliação proporcional dessa peça, sem, contudo modificar sua 
forma, para que todos os detalhes fiquem claramente definidos. 
Exemplo 1: Um objeto mede na realidade 20 m e está representado em uma planta com a dimensão de 40 cm. Qual 
escala foi utilizada no desenho? 
Resolução: 
E = 
MD 
→ 
40 cm 
→ 
1 
MR 2.000 cm 50 
Exemplo 2: Qual será a medida de um desenho realizado na escala 1:200 de um objeto com dimensão de 15 m? 
Resolução: Essa questão pode ser resolvida com uma simples regra de tres. Sabemos que: 
E = 
MD 
→ 
1 cm 
→ 
1 cm → 200 cm 
MR 200 cm X cm → 1.500 cm 
 
→ X = 
1500 ×1 
→ 7,5 cm 
200 
Exemplo 3: Se um objeto está representado em uma planta na escala 1:100 com uma dimensão de 9 cm qual a 
dimensão real do objeto? 
E = 
MD 
→ 
1 cm 
→ 
1 cm → 100 cm 
MR 100 cm 9 cm → X cm 
 
→ X = 
9 × 100 
→ 9,0 m 
1 
4.2) Tipos de Escala 
Podemos definir os três tipos de escalas: 
a) Escala de redução: o desenho tem as dimensões menores do que as dimensões do objeto desenhado. No caso das 
edificações, as escalas utilizadas na sua representação são normalmente escalas de redução, devido a sua grandeza (as 
dimensões da peça real são reduzidas para que seja possível representa-la em uma folha de papel). Neste caso a 
representação correta deve ser 1/10 ou 1:10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Escala de ampliação: o desenho tem as dimensões maiores do que as dimensões do objeto desenhado. Neste caso 
as dimensões da peça real são ampliadas para representá-la no desenho. Imagine uma peça com dimensão de alguns 
milímetros, que para ser representada e visualizada mais facilmente foi ampliada dez vezes. Neste caso a representação 
correta deve ser: 10:1 ou 10/1 (cada dez unidades no desenho correspondem a uma unidade na peça real) 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Escala natural ou real: o desenho tem as mesmas dimensões do objeto desenhado. Neste caso a representação 
correta deve ser: 1/1 ou 1:1 
Em geral na área de ciências agrárias se utilizam escalas de redução, devido a dimensão dos objetos representados. Por 
outro lado, quando o objeto é pequeno, uma peça de relógio de pulso, pode-se utilizar uma escala de ampliação. Nesse 
tipo de escala, a medida no papel é maior que a medida real do objeto e a medida real (denominador) é escrita igual à 
unidade. Para se decidir sobre a escala ideal, deve-se considerar o tamanho do objeto a ser representado, as dimensões 
do papel e a clareza do desenho a ser realizado. 
4.3) Classificação das Escalas 
As escalas se classificam em: Escalas numéricas e Escalas gráficas. 
a) Escalas numéricas: indicam, sob a forma de fração, uma relação em que o numerador é igual à unidade e o 
denominador é o fatorde redução. A fração 1:50 é a escala numérica que nos indica que uma parte do desenho 
representará 50 partes do objeto real. 
b) Escalas gráficas: muitas vezes, quando utilizamos o recurso da escala numérica para a execução de projetos, 
poderemos incorrer em erros enganosos, além do tempo excessivo gasto para realizar os inúmeros cálculos de 
conversão. Assim, torna-se mais prático e seguro o emprego de escalas gráficas, que permitirão uma leitura direta. 
A escala gráfica é uma figura geométrica, uma linha fragmentada ou uma régua graduada, que serve para determinar, 
de forma imediata, a distância gráfica, uma vez sabida a distância real, e vice versa. 
Para construção de uma escala gráfica é necessário calcular o valor da divisão principal correspondente no desenho. 
Ex. Construir uma escala gráfica de 1/50 
Divisão Principal = 1m 
Cálculo do valor divisão principal correspondente no desenho é feita dividindo 1 por 50. Logo temos 0,02 m ou 2 cm. 
Então cada 2 cm no desenho corresponde à divisão principal de 1m. 
 
 
 
 
 
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4.4) Fator de Escala 
O fator de escala é um numero qualquer destinado a facilitar as operações aritméticas da escala. 
Supomos que na escala 1:50 seria moroso ter de dividir por 50 todas as medidas do objeto para obter a medida do 
desenho. Ex. 2,40 m ÷ 50 = 0,048 m. 
Para obter o fator de escala (FE) basta dividir o numero da escala por 100. No caso anterior temos FE = 100 ÷ 50 = 2. 
Basta então multiplicarmos por 2 todas as medidas lineares correspondentes. Assim teríamos a seguinte situação: 2 × 
2,4 m = 4,8 cm. 
 
4.5) Exercícios 
1. Um objeto foi desenhado na escala 1:50. Uma de suas arestas mede 30mm no desenho. Qual a medida dessa aresta 
no objeto (em milímetros)? 
2. Uma peça possui altura de 45 cm. Essa altura será representada por quantos centímetros em uma vista na escala 
1/10? 
3. Em um projeto arquitetônico elaborado na escala 1:75 uma sala tem dimensões de 10x8 cm. Quais as dimensões 
reais da sala em metros? 
4. Na planta de um lote que tem 15m de frente, qual será a dimensão do desenho em centímetros na escala 1:100? 
5. Sabendo-se que a distância entre dois postes em uma rua é de 25m e que na planta essa distância é de 10 cm, qual é 
a escala em que a planta foi elaborada? 
6. Em uma planta topográfica desenhada na escala 1/1.000 qual é a medida real (em metros) de um alinhamento que 
mede 12,4 cm na planta? 
7. Se uma distância que mede 3,6 km no campo está representada por 36 cm, qual é a escala da planta? 
8. Para desenhar um objeto que tem 105 cm em uma folha A4 que tem 210mm de largura, qual é a maior escala que 
pode ser utilizada? 
Exemplo de uma Escala Gráfica 
 
 
-1 0 1 32
metros
 
 
 
 
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9. É necessário desenhar um galpão com as dimensões 60x15m em uma folha A3 (420x297mm) na escala 1:150. Para 
que a planta fique centralizada no papel, qual deve ser a distância (em centímetros) a partir das margens? 
10. Para elaborar a planta de um lote que tem as dimensões de 12x30m na escala 1/50, qual o menor formato de papel 
deveria ser utilizado? 
Repostas: 1) 1.500 mm; 2) 4,5 cm; 3) 7,5 x 6,0 m; 4) 15 cm; 5) 1:250; 6) 124 m; 7) 1/10.000; 8) 1:5; 9) 1 cm na dimensão de 420 
mm e 9,85 na dimensão de 297 mm, e; 10) Formato A1 
 
AULA PRÁTICA – APLICAÇÕES DE ESCALAS, LINHAS E COTAGEM 
Reproduzir a figura abaixo em folha de papel A4 utilizando as escalas de 1:100 e 1:75. As medidas reais do desenho 
estão em metros. 
 
 
5.0) SISTEMAS DE PROJEÇÕES 
5.1) Definições 
A representação de objetos utilizando projeções foi idealizada por Gaspar Monge no século XVIII. O sistema de 
representação criado por Gaspar Monge é denominado Geometria Descritiva. 
Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do 
desenho técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar 
formas espaciais. 
A Figura abaixo ao lado está exemplificando a representação de forma espacial por meio de figuras planas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Podemos concluir que para os leigos a figura acima é a representação de três quadrados. No entanto, na linguagem 
gráfica a figura corresponde à representação de um determinado cubo. 
Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho é possível entender e conceber mentalmente a 
forma espacial representada na figura plana. 
Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a 
capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana. 
Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um carro, da sua casa etc. 
Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os 
objetos. 
5.2) Elementos da Projeção 
Os elementos principais de uma projeção de um objeto qualquer podem ser vistos na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
A) A posição do observado, denominada centro da projeção; 
B) O objeto a ser observado; 
C) Os raios projetantes; 
D) O plano a ser representado; 
E) A projeção do objeto 
5.3) Tipos de Projeções 
Na linguagem gráfica do Desenho Técnico, temos dois tipos de projeções, sendo a Projeção Cônica, a Projeção 
Cilíndrica e a Ortogonal. Para fins de aplicação na discipline a atuação profissional, adotamos as Projeções Ortogonais. 
Projeção Ortogonal - Os raios projetantes são perpendiculares do plano de projeção. Esta é a forma de projeção 
adotada pelo desenho técnico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.0) PROJEÇÕES ORTOGONAIS 
Considerando dois planos de representação, vertical e horizontal além de suas interseções, como mostra a figura 
abaixo dividiremos o espaço em quatro ângulos também chamados de diedros (que tem duas faces). Os quatros ângulos 
são numerados no sentido anti-horário, e denominados 1º, 2º, 3º, e 4º Diedros. 
 
Utilizando os princípios da Geometria Descritiva, pode-se, mediante figuras planas, representar formas espaciais 
utilizando de qualquer um dos quatro diedros. 
Entretanto, para facilitar o exercício da engenharia, foi necessário normalizar uma linguagem que, a nível internacional, 
simplifica o intercâmbio de informações tecnológicas. 
Assim, a partir dos princípios da Geometria Descritiva, as normas de Desenho Técnico fixaram a utilização das projeções 
ortogonais somente pelos 1º e 3º diedros, criando pelas normas internacionais dois sistemas para representação de 
objetos sendo: 
 Sistema de projeções ortogonais pelo 1º diedro, e; 
 Sistema de projeções ortogonais pelo 3º diedro. 
O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada país. Por exemplo, nos Estados Unidos da 
América (USA) é mais difundido o uso do 3º diedro, nos países europeus é mais difundido o uso do 1º diedro. 
No Brasil é mais utilizado o 1º diedro, porém, nas indústrias oriundas dos USA, da Inglaterra e do Japão, poderão 
aparecer desenhos representados no 3º diedro. 
Como as normas internacionais convencionaram, para o desenho técnico, o uso dos 1º e 3º diedros é importante a 
familiarização com os dois sistemas de representação. 
6.1) Projeções Ortogonais no 1º Diedro 
As projeções feitas em qualquer plano do 1º diedro seguem um princípio básico onde o objeto a ser representado 
deverá estar entre o observador e o plano de projeção, conforme demonstrado na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.2) Vistas e Perspectivas 
O Desenho Projetivo é aquele que resulta de projeções do objeto sobre um ou mais planos que se fazem coincidir com 
o do próprio desenho. Este tipo de desenho pode ser: 
Vistas Ortográficas: figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais do objeto, sobre planos convenientemente 
escolhidos de modo a representar, com exatidão, a forma deste objeto com seus detalhes. 
Perspectivas: figuras resultantes de projeção cilíndrica ou cônica sobre um único plano, com a finalidade de permitir 
uma percepção mais fácil da forma do objeto. No desenho técnico a projeção vertical corresponde a vista de frente e a 
projeção horizontal a vista superior ou de cima. 
Vistas Ortográficas 
O fundamento teórico para a representação por meio de vistas ortográficas tem origem nos conceitos de Geometria 
Descritiva, em que planos de projeção perpendiculares se interceptam e formam o “paralelepípedo de referência”, que 
pode gerar até seis vistas do objeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando o objeto imóvel no espaço, o observador pode vê-lo por seis direções diferentes, obtendo seis vistas da 
peça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Não é necessário utilizar seis vistas para representar objetos relativamente simples, geralmente utilizam-se apenas três 
vistas (superior, frontal e lateral). 
Esta combinação pode variar e no trabalho prático a escolha da combinação das vistas é fundamental para descrever da 
forma mais clara e econômica o objeto. 
Na figura a seguir, o objeto é representado por meio de três vistas contemplando o mesmo nível de precisão como se 
fosse representando em seis vistas. 
A vista de frente é a projeção vertical do objeto, 
considerando sempre a face frontal. 
 
A vista superior é a projeção horizontal do objeto e 
representa sua face superior 
 
 
 
Para facilitar a interpretação da forma de um objeto, recorre-se a um terceiro plano de projeção chamado de vista 
lateral que é perpendicular ao plano horizontal e ao plano vertical. Para esta terceira vista a localização é arbitrária, no 
entanto, supõe-se que a mesma esteja situada a direita do objeto e que o observador olhe da esquerda para a direita. 
A vista mais importante de um objeto deve ser tomada como a principal ou frontal. Assim, alguns critérios são 
importantes para a escolha desta vista: Maior número de detalhes voltados para o observador; Posição de uso, 
fabricação ou montagem; Maior área (desde satisfaça o primeiro item). 
 
 
 
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Perspectivas Axonométricas 
Este termo vem do latim (perpectum – ver através) e constituem-se na ciência da representação gráfica dos objetos, 
tais como são vistos pelos nossos olhos. É um método que nos permite reproduzir as três dimensões numa superfície 
plana, representando, graficamente, as deformações aparentes percebidas pelas nossas vistas. 
A perspectiva nos fornece três elementos indispensáveis: 1) dá ao objeto a idéia de dimensão e volume; 2) dá a 
sensação de distância; 3) sugere espaço. 
A axonometria na perspectiva refere-se a uma projeção cilíndrica ortogonal sobre um plano obliquo em relação às três 
dimensões do corpo a representar. Existem quatro tipos de perspectiva axonométrica: 
a) Cavaleira 
b) Isométrica 
c) Dimétrica 
d) Militar 
Para efeito didático, trabalharemos apenas com as duas primeiras. 
Perspectiva Cavaleira 
Em uma perspectiva cavaleira, temos a figura apresentada com uma face frontal, sendo nesta face marcadas a largura e 
altura, conservando a sua forma e as suas dimensões, como na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Devemos marcar o comprimento em apenas uma direção, sofrendo redução em sua medida proporcional ao ângulo de 
profundidade. Os ângulos mais utilizados são 30, 45 e 60 graus conforme o quadro abaixo. 
Exercícios (Perspectiva Cavaleira) 
Em uma folha de papel A3 desenhar três cubos com seis centímetros de lado em perspectiva cavaleira a 30, 45 e 60º. 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO DAS MEDIDAS REAIS COM A DO DESENHO EM PERSPECTIVA CAVALEIRA 
Discriminação 
Perspectiva 
30° 45° 60° 
Largura 1:1 1:1 1:1 
Altura 1:1 1:1 1:1 
Profundidade 1:2/3 1:1/2 1:1/3 
 
 
 
 
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Cada uma delas mostra o objeto de um jeito. Comparando as duas formas de representação, podemos notar que a 
perspectiva isométrica mantém as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto representado. 
Perspectiva Isométrica 
Na perspectiva Isométrica os três eixos no espaço (x, y, z) estão igualmente inclinados em relação ao plano de projeção. 
Assim, os eixos axonométricos fazem o mesmo ângulo e o coeficiente de redução nas três escalas iguais. Portanto a 
escala axonométrica é 1:1:1. 
É comum a posição, no papel, do eixo Z na vertical, representando a escala das alturas. Para o traçado das demais 
direções (eixos X e Y), que fazem ângulo de 30º com a direção horizontal, utiliza-se um esquadro. 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios (Perspectiva Isométrica) 
Em uma folha de papel A3 desenhar um cubo com doze centímetros de lado em perspectiva isométrica a 30º. 
 
 
 
 
 
 
 
7.0) ELABORAÇÃO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS 
7.1) Apresentação 
É importante conhecer a linguagem do projeto arquitetônico, com seus símbolos e convenções, assim como, para saber 
ler e escrever corretamente tem necessidade dos conhecimentos e regras de gramática. 
O desenho arquitetônico apresenta uma série de peculiaridades, que veremos a seguir, no sentido de instruir o aluno e 
torná-lo capaz de fazer uma leitura completa do projeto. 
O projeto arquitetônico é constituído pelos seguintes desenhos: Planta Baixa ou Pavimento Térreo, Pavimento Superior 
(quando for sobrado ou prédio), Corte Transversal e Longitudinal, Fachadas, Planta de Cobertura e Planta de Situação. 
 
 
 
 
 
 
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7.2) Planta baixa 
É a projeção em plano horizontal resultante de um corte da obra na altura do peitoril (aproximadamente 1,50m em 
relação ao piso de cada pavimento), por meio de plano imaginário horizontal. 
 
Observando a planta baixa, vemos que ela deve apresentar, os seguintes itens: localização dos diversos cômodos; 
localização de alvenarias, pilares e pilastras; dimensões dos elementos; portas, janelas e vãos livres com respectivas 
dimensões; cotas internas e externas; diferenças de nível - soleiras e degraus; projeção do beiral e projeção de 
passeios. Podendo indicar também a posição dos equipamentos. 
Na Figura abaixo estão apresentados exemplos de plantas baixa. 
 
 
 
 
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Planta baixa de uma residencia 
 
Planta baixa de uma unidade de bovinocultura de leite 
 
Planta baixa de uma unidade de produção de vinhos 
 
 
 
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Planta Baixa de uma unidade de produção de doces 
 
Planta Baixa de uma marcenaria 
 
 
 
 
 
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7.3) Fachada ou elevação 
É a projeção em plano vertical de uma ou mais faces externas. Geralmente a fachada principal, voltada para a entrada 
ou o local de melhor visão, recebe um tratamento estético mais elaborado. Isto é mais importante nas construções 
urbanas, pois na zona rural praticamente todas as fachadas ou pelo menos duas ou três são amplamente visualizadas. 
A fachada deve mostrar especificamente os materiais de acabamento e sua localização,assim como sugestão para 
cores. Muitos projetos aparecem sem a indicação de cor, por ser este um assunto muito pessoal, dependendo de 
aspectos psicológicos. Não confundir fachada com corte, nunca deve-se cotar a fachada. 
 
Fachada de um galpão de ferramentas 
 
Fachada de uma residência 
 
 
 
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Fachada de uma residência 
 
7.4) Cortes 
São projeções verticais de cortes efetuados por planos imaginários verticais. Podem ser longitudinais, quando feitos no 
sentido do maior comprimento da obra, e transversais, quando perpendiculares ao primeiro. 
Na planta baixa, o local exato dos cortes é indicado por linha grossa, interrompida e contendo letras como AB ou CD 
em cada extremidade. 
Os cortes devem ser efetuados nos cômodos que contenham maior dúvida ou necessidades de maiores 
esclarecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Devem mostrar os seguintes itens com as respectivas dimensões: altura dos cômodos ou pé- direito; altura dos peitoris 
e vergas dos vãos; espessura das alvenarias; espessuras de lajes; perfil do terreno; altura do baldrame; aterros ou 
cortes; engradamento do telhado; diferença de nível dos pisos; sugestão de alicerce. 
Podem ainda indicar: revestimentos das alvenarias e posição de equipamentos. Alguns elementos da construção 
exigem uma apresentação com pormenores que escalas reduzidas não reproduziriam a contento. Geralmente são partes 
ou peças de pequenas dimensões em relação a obra global. 
 
 
 
 
 
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7.5) Planta de cobertura 
Representa a projeção em plano horizontal das águas ou planos inclinados da cobertura e os respectivos complementos 
como calhas, condutores, cumeeiras e espigões. 
Deve mostrar primordialmente: projeção das alvenarias, em linha interrompida, com traço fino; projeção das águas ou 
planos inclinados com cumeeiras e espigões; complementos tais como calha de beiral ou de rincão, condutores, rufos, 
etc.; indicação do sentido de queda das águas, por meio de setas e platibandas. Podem ainda conter as cumeeiras de 
ventilação, telhas de ventilação, lanternins e sheds. 
 
7.6) Planta de situação-orientação 
Estabelece a posição do prédio ou obra em relação ao terreno (propriedade). Deve indicar principalmente: 
 Distância dos contornos às divisas e/ou outras construções de referência, tais como: cercas, estradas, árvores 
ornamentais, podendo essas também constar como ponto de referência; 
 Cotas altimétricas do terreno; 
 Orientação topográfica ou seja, a posição norte; 
 Demais instalações da propriedade, e; 
Define a situação do lote em relação à quadra, às ruas e aos lotes vizinhos. 
 
 
 
 
 
 
 
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7.7) Exemplo de Um Projeto Arquitetônico Completo de uma Maternidade para Suinocultura 
Planta Baixa 
 
 
 
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Fachada Lateral 
Fachada Frontal 
Corte Longitudinal 
 
 
 
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Corte Transversal 
 
Planta de Cobertura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7.8) Exemplo de Um Projeto Arquitetônico Completo de uma Residência 
 
 
8.0) OUTROS PROJETOS 
Existem inúmeros tipos de projetos, tais como: estrutural, arquitetônico, hidráulico, sanitário, elétrico, de decoração, de 
urbanização, etc.. De um modo geral as exigências e normas são muitas parecidas. Nesta apostila vamos retratar apenas 
o projeto arquitetônico. 
Os projetos constam de duas partes, a gráfica e a descritiva. A parte gráfica compõem os desenhos fazendo parte a 
planta de situação-orientação, a planta baixa, os cortes (longitudinal e transversal), os detalhes, a planta de cobertura e 
a(s) fachada(s). 
A parte descritiva contém as especificações técnicas, o memorial descritivo, o orçamento e o cronograma físico-
financeiro. 
Os originais são desenhados em papel vegetal ou mesmo do tipo manteiga, dependendo da importância da obra. 
Órgãos como o DIPOA do Ministério da Agricultura exigem projetos em papel tipo tela. Os originais são mantidos em 
arquivo, entregando-se aos clientes cópias heliográficas dos mesmos. O formato é de livre escolha, a não ser em caso 
de exigências em concorrências ou desenhos para órgãos oficiais que assim o exigirem. Neste caso os formatos serão 
A0, A1, A2, A3 ou A4. 
Dependendo da importância da obra, serão também necessários projeto elétrico, hidráulico e de esgotos, de cálculo 
estrutural, de interiores e paisagismo. No entanto, são itens requeridos em projetos urbanos (na maior parte das vezes). 
 
 
 
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As cores podem ser desprezadas a não ser em caso de reformas, quando pode ser usado o esquema a seguir: alvenarias 
e partes cortadas a construir - cor vermelha; alvenarias e partes cortadas a demolir - cor amarela; alvenarias e partes 
cortadas que permanecem - branco ou preto. 
 
9.0) REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
DORING, KURT . Desenho técnico para a construção civil. São Paulo:Idem,1974.107p. 
FERREIRA, P.; MICELI, M.T. Desenho técnico básico. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 2001, 144p. 
FRENCH, T. E. Desenho Técnico. Porto Alegre: Globo. 1973.647p. 
MONTENEGRO, G.A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgard Blucher.1978.134p. 
NEIZEI, E. Desenho técnico para construção civil. São Paulo: EPU, 1974, V.I. 
OBERG, L. Desenho arquitetônico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico. 2ª.Ed.1973.161p. 
PEREIRA, A. Desenho Técnico básico. Rio de Janeiro: F.Alves.1976.127p. 
RODRIGUES, E. Como Utilizar Corretamente a Perspectiva no Desenho. Rio de Janeiro: EDIOURO, 1980. 88p. 
SPECK, H. J., PEIXOTO, V. V. Manual Básico de Desenho Técnico. Florianópolis: DAUFSC, 1997. 179 p. 
UNTAR, J., JENTZSCH, R. Desenho Arquitetônico. Viçosa: UFV. 1977, 62 p 
VIERCH, F. Desenho técnico e tecnologia gráfica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Globo, 1999, 1093p.

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