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PATOLOGIA DO COLO UTERINO Anatomia normal: o Mulher em idade fértil: Superiores = corpo Inferior = colo Peso = 70 – 90g Medida = 8x6x4cm o Mulher pós-menopausa: Útero menor ½ = corpo ½ = colo o Colo: Endocérvice: voltado para o interior do colo. Ectocérvice: voltado para o canal vaginal; onde fica o óstio externo. Óstio interno: comunica o colo do útero com a cavidade uterina. o Nulípara: óstio externo circular o Multípara: óstio externo em fenda Histologia: o Endocérvice: epitélio colunar simples mucossecretor o Ectocérvice: epitélio escamoso estratificado o JEC (Junção escamocolunar): transição abrupta dos dois epitélios; ao nível do óstio externo ECTRÓPIO Eversão fisiológica da JEC e das glândulas, NÃO é lesão Depende de estímulo hormonal e idade principalmente mulher em idade fértil O QUE É? A JEC se exterioriza, se situando na região da ectocérvice. Quando isso ocorre, há a exposição do epitélio colunar (que é mais frágil e pouco resistente ao pH vaginal, flora bacteriana e traumas) ao epitélio vaginal (além das diferenças do pH e flora, há um traumatismo nas relações sexuais). Há uma adaptação frente aos agentes agressores, através da metaplasia escamosa: substituição por um epitélio mais resistente. DIAGNÓSTICO? Teste de Schiller = aplicação de substância com iodo no colo do útero, que se fixa em células ricas em glicogênio (células escamosas maduras presentes na ectocérvice) o Positivo: área iodo negativa (descolorida) pode indicar lesão precursora do colo uterino (células displásicas não tem a quantidade normal de glicogênio) o Negativo: sem alteração, fica tudo corado com iodo Na área de metaplasia escamosa, existem glândulas em correspondência ao epitélio escamação. Glândula + epitélio escamoso = indicativo de metaplasia escamosa! ATENÇÃO: as áreas anatômicas endo e ectocérvice não mudam de lugar, o que pode mudar é a posição da JEC zona de transformação (a região que sofre a metaplasia entre a JEC original e a JEC atual após ectrópio). JEC e zona de transformação lugar mais prevalente das lesões precursoras do câncer de colo do útero HPV invade e fixa mais Cisto de Naboth o Patogênese: Ectrópio metaplasia escamosa obstrução do óstio de drenagem das glândulas endocervicais acúmulo de muco dilatação da glândula (cisto) o MACRO: estrutura arredondada, bem delimitada e mais translucido (parede fina) o MICRO: epitélio colunar simples escamoso o Condição benigna NEOPLASIA CERVICAL Rastreamento + tratamento das lesões precursoras de alto grau = redução em 80% da mortalidade É terceiro tumor mais incidente em mulheres, perdendo para o câncer de mama e carcinoma colônico. Papa Nicolau (preventivo) detecção das lesões antes que elas se tornem invasoras Idade acometida: 40 – 45, idade fértil e profissionalmente produtivas Comporta-se como IST infecção por HPV Fatores de risco: o História sexual (ex.: múltiplos parceiros) o História reprodutiva (ex.: multíparas) o Infecções sexualmente transmissíveis (ex.: hérpes, clamídia...) o Tabagismo (altera a imunidade local) o Imunodepressão O tipo do vírus (baixo ou alto grau / potencial oncogênico) e a resposta imune determinam a evolução das lesões Papilomavírus humano – HPV o Vírus de DNA; Papoavírus o Potencial oncogênico: Baixo grau: 6, 11, 42, 44 Induzem condilomas, NIC I (lesão intraepitelial escamosa de baixo grau) e raramente lesão de alto grau; permanecem na forma epissomal (não se integra ao DNA da células hospedeiras) Alto grau: 16, 18, 31, 33 Induzem lesões de alto grau e carcinoma invasor; integram- se ao DNA celular (proliferação celular descontrolada) o Patogênese: Proteína E2 inibe a expressão dos genes E6 e E7 Integração do DNA viral ao DNA da célula interromper a transcrição ou deletar a sequência E2 Falta de E2 aumenta as oncoproteínas E6 e E7 - A proteína E6 do HPV se liga a p53 degradação da p53 inibição da apoptose e redução do reparo ao DNA - A proteína E7 do HPV se liga à pRb estímulo à síntese de DNA e à proliferação celular Instabilidade genômica das células epiteliais, aumento da replicação, acúmulo de danos no DNA e de outras mutações, transformação celular surgimento das lesões displásicas/neoplásicas OBS: A proteína E6 do HPV de baixo grau, não se liga a p53 em níveis detectáveis, não afetando de maneira significativa sua estabilidade. Já para a proteína E7 do HPV de baixo grau, ela se liga com uma menor afinidade, tendo efeitos menores. o Evolução: O HPV entra no epitélio do colo do útero através de microlesões (ex.: nas relações sexuais). Ele tem uma afinidade pelas células da camada basal, se alojando lá. A partir daí, ele pode ficar latente, ou causar alterações, levando as células multiplicarem células displasicas. Além da proliferação, podemos encontrar outras alterações citológicos: ativadas nucleares, perda da polaridade/diferenciação, mitoses. Imagem: Colo do útero com epitélio escamoso estratificado. Células azuis = displásicas. NIC I (no basal) A maior parte regride; algumas persistem e outras progridem para a II. NIC II (nos basais) a minoria regride. Uma parte permanece e outra, se não tratada, progride NIC III ( do epitélio) carcinoma in situ (só falta invadir a membrana basal para virar invasor); propedêutica semelhante a NIC II. Imagem 5 metástase (invasão do estroma do colo uterino, vasos linfáticos e linfonodos) Condiloma acuminado o Região vulvar, perianal, vaginal e perineal o HPV de baixo grau (6 e 11, principalmente); efeito citopático o MACRO: lesão verrucosa (couve flor ou crista de galo) o MICRO: coilocitose (células com núcleos atípicos* + halos claros perinucleares); área de ceratinização (lembra uma pérola córnea) *hipercromasia, binucleação, aumento da relação núcleo/citoplasma Neoplasia epitelial invasiva 01. Carcinoma de células escamosas (CCE) o 80 – 95% dos casos o Idade: 40 – 45 anos OBS: quando consideramos as lesões precursoras (de alto grau), elas se situam em uma faixa etária um pouco mais jovem, o que corrobora com que o carcinoma surja das lesões displasicas. o HPV 16 o Clinica: assintomática ou corrimento, sangramento genital, dispareunia o Exame clinico: Teste de Schiller: positivo Citopatológico o MACRO: lesão exofítica que adentra o canal cervival; áreas e ulceração; infiltrativa o MICRO: ninhos células escamosas atípicas que infiltram o estroma, pérolas córneas o Prognóstico proporcional à quantidade de pérola córnea (na maioria das vezes) avaliam o grau de diferenciação OBS: regra do PP Pouco diferenciado = Pior prognóstico o Evolução: Invasão (corpo uterino, vagina, paramétricos; bexiga aderência com estruturas vizinhas cirurgias mutiladoras); Infiltração (ureter hidronefrose e insuficiência renal) Metástase (hematogênica* – medula óssea, fígado e pulmões - linfonodos - pélvicos e inguinais) *pior prognóstico 02. Adenocarcinoma o 20% dos carcinomas de colo o Quando associado ao HPV é o 18 o Não associado ao HPV idosas; raro o Origem: células endocervicais (onde tem glândula) Proliferação de glândulas atípicas que invadem o estroma adjacente o Neoplasia intra-epitelial glandular - adenocarcinoma “in situ” o MACRO: massa infiltrativa esponjosa (lúmen das glândulas) o MICRO: glândulas atípicas (epitélio estratificado) com figuras de mitose infiltrando o estroma do colo o Prognóstico das neoplasias epiteliais invasivas Estadiamento Tamanho tumoral (sobrevida de 95% <2cm;79% entre 2- 3cm; 47% > 4cm) Tipo histopatológico: tumores não epidermoides com pior prognósticos em relação ao CCE Invasão do corpo uterino Profundidade de invasão estromal Invasão linfovascular Metástases linfonodais Margens cirúrgicas
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