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Introdução ao Estudo do Direito Prof. Ricardo Maurício Soares

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Características da Introdução ao Estudo do Direito
• É uma disciplina propedêutica, pois se propõe a oferecer conceitos base e alicerces ao conhecimento jurídico;
• É uma disciplina enciclopédica, pois congrega diversas outras disciplinas, apresentando uma natureza interdisciplinar;
• É uma disciplina que utiliza uma abordagem zetética, pois privilegia a dimensão extranormativa, há questionamento de normas, permite uma reflexão crítica, transcende o texto normativo para procurar a relação com a realidade, flexibilizando a norma. Dessa forma, infere-se que há um alinha tênue entre abordagens pragmáticas e zetéticas;
 → Abordagem Pragmática da Lei: É a aplicação da lei de forma inquestionável (dura lex sed lex).
• É uma disciplina que possui uma natureza epistemológica, pois visa o debate da ciência jurídica e discute a cientificidade do conhecimento jurídico (Direito como ciência exata, ciência cultural ou não ciência).
 Teoria da Norma Jurídica
• Ubi societas ibis jus (onde há sociedade há o Direito);
• Discussão acerca sobre em que tipo de sociedade há o Direito.
O Conceito e as Tipologias de Sociedade
• Sociedade é o conjunto de indivíduos que apresentam um dado padrão de organização (divisão do trabalho, repartição de funções etc.);
• Há sociedades humanas e não humanas, compostas por animais, como por exemplo formigas e abelhas.
Determinismo x Liberdade Humana
• As sociedades não humanas são regidas pelo determinismo biológico, onde não há necessidade de normas jurídicas, pois todas as ações são determinadas inevitavelmente pela estrutura genética desses indivíduos;
• Já o ser humano não é regido pelo determinismo biológico, é condicionado, mas não determinado. Há uma tensão permanente entre o instinto e a razão. A sociedade humana é preenchida pela liberdade, cuja capacidade de controle dos instintos se faz necessária. As sociedades humanas são regidas pela liberdade, pois o ser humano é condenado a ser livre. Somos escravos de nossa própria liberdade, por conta da capacidade racional que dispomos.
O Controle Social e o Mundo Normativo
• As sociedades não humanas, por estarem regidas pelos instintos, não necessitam de normas jurídicas ou sistemas de controle, pois tais características são inatas;
• Já os seres humanos, sendo essencialmente livres, necessitam de um sistema de controle social para pôr limites à liberdade e evitar o Estado de Natureza (o homem como lobo do próprio homem). Se cada um pudesse fazer o que bem entendesse não haveria sociedade;
• O controle social é um sistema de modelagem comportamental que, na verdade, permite a interação entre os diversos indivíduos. Permite padronizar o comportamento humano em sociedade, para harmonizar a convivência social;
 → Composto por dois elementos: Instituições + Normas Sociais;
 → Instituições são espaços de convivência social, onde ocorrem as experiências comportamentais (família, escola, universidade, igreja, empresa, Estado etc.);
 → O âmbito da família é o mais importante para o controle social, pois é nele que aprendemos como devemos nos portar de acordo com os comportamentos socialmente aceitos. O processo de socialização começa na família e avança em direção às outras instituições;
 → Michel Foucault defende que há uma rede que interliga essas instituições, como elas interagem para a formação do comportamento social (microfísica do poder);
• Quanto mais necessário o Estado de Direito, mais desorganizada e injusta é a sociedade.
As Normas Sociais e a Lógica do Dever Ser
• Dentro das instituições nós aprendemos e internalizamos as normas sociais;
• As normas sociais estabelecem o modelo ideal de conduta, mas nem sempre o que deveria ser é.
Normas Técnicas e Normas Éticas
• As normas técnicas são normas sociais que disciplinam o comportamento humano e priorizam os fins em detrimento dos meios. São neutras e regulam um comportamento;
• As normas éticas são normas sociais que se preocupam com a dignidade humana, tendo em vista a realização da justiça. À luz da ética, os fins não justificam os meios. Não são neutras e são carregadas de valores;
• A técnica e a ética podem entrar em convergência ou em divergência.
Tipos de Normas Éticas
• Normas de Etiqueta e Cortesia: São normas que regulam aspectos éticos de menor relevância para a vida social. Disciplinam hábitos de acordo com o decoro ou a polidez no trato com as pessoas e as coisas.
 → Descortesia: Uma infração ou ofensa às normas de etiqueta, passível de sanção difusa, pois é espontânea e plural;
• Normas Morais: São normas éticas que tratam de aspectos éticos de maior relevância e importância, essenciais à sociedade. A sociedade não pode sobreviver sem a moralidade social. Uma ofensa à norma moral acarreta a imoralidade, passível de sanção difusa, espontânea e plural;
• Normas Jurídicas: São normas sociais que configuram aquilo que denominamos mínimo ético (mínimo de ética necessária para a convivência humana em sociedade). O Direito é a última fronteira do sistema de controle social. Quando as normas jurídicas são ofendidas há uma ilicitude. As sanções a essa prática apresentam uma natureza organizada, pois estão pré-determinadas e são aplicadas em regime de monopólio estatal, não podendo ser aplicadas por particulares.
Observações Finais
1. As normas éticas variam no tempo e no espaço (diversidade histórico-cultural), enquanto as normas técnicas são invariáveis;
2. As normas éticas disciplinam o comportamento humano e ao mesmo tempo podem convergir ou divergir na qualificação da conduta humana jurídica. Nesse sentido, as normas vão qualificar diferentemente ou não os comportamentos individuais em âmbito jurídico;
3. A relação entre Direito e Moral é estritamente próxima, havendo uma apropriação, muitas vezes, dos preceitos morais pelas normas jurídicas. Mas não necessariamente convergem em todos os aspectos possíveis;
4. A maioria dos comportamentos humanos são lícitos e apenas uma minoria pode ser considerada como integrante do campo da ilicitude. “Tudo que não está juridicamente proibido está juridicamente permitido” (Hans Kelsen);
5. No mundo ocidental verifica-se uma progressiva atribuição do poder de aplicar sanções jurídicas ao Estado, substituindo a vingança privada dos particulares. Excepcionalmente contudo, a legislação autoral reconhece a possibilidade dos agentes privados aplicarem sanções jurídicas, como por exemplo a legítima defesa no Direito Penal.
 → Entende-se por legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direção seu ou de outrem.
 Direito x Moral
Bilateralidade x Unilateralidade
• As normas jurídicas são bilaterais pois disciplinam relações intersubjetivas entre um sujeito ativo (titular de um direito) e um sujeito passivo (obrigado ao cumprimento da lei, de um dever jurídico). Ao contrário, no mundo moral as normas se revelam unilaterais, visto que se dirigem a um sujeito específico. Nesse sentido, enquanto o dever jurídico pode ser exigido institucionalmente, o dever moral comporta apenas o exame da consciência individual, não sendo possível uma exigência institucional por outro agente social.
Heteronomia x Autonomia
• O Direito é heterônomo pois as normas jurídicas impõem preceitos obrigatórios, independentemente da vontade individual. De outro lado, as normas morais são autônomas, pois elas podem ser escolhidas livremente pelos agentes sociais.
Maior Coercitividade x Menor Coercitividade
• O Direito costuma ser mais coercitivo que a Moral, pois a norma jurídica projeta um receio maior de punição na mente dos agentes sociais. As pessoas costumam temer mais as sanções jurídicas do que as sanções morais, pois sanções jurídicas são mais severas;
• Coercitividade: Ameaça de imposição de pena, castigo ou punição; ação preventiva.
Maior Coatividade x Menor Coatividade
• As normas jurídicas são mais coativas do que as normas morais, pois as sanções jurídicas apresentam uma carga maior de violência, traduzindo uma utilização mais severa da força. Nesse sentido, as sanções jurídicassão mais restritivas e implicam em constrangimento pessoal e patrimonial muito maior do que aquele gerado pela aplicação das sanções morais.
Exterioridade x Interioridade
• O Direito é exterior pois regula as relações externas que se materializam concretamente na sociedade. As normas morais, por sua vez, são interiores, pois a escolha dos seus preceitos é feita na dimensão interna do psiquismo humano.
Sanção Organizada e Sanção Difusa
• As sanções jurídicas são mais organizadas, pois estão pré-determinadas e são aplicadas em regime de monopólio estatal, enquanto que as sanções morais são espontâneas e plurais, pois são aplicadas pela opinião pública.
Teoria dos Círculos Éticos
• A relação do Direito com a Moral;
• Estuda os diversos padrões de relacionamento entre Direito e Moral.
A Concepção dos Círculos Concêntricos
• A visão jusnaturalista da Idade Antiga;
• No Ocidente, a primeira forma de conceber a relação entre Direito e Moral foi imaginar o Direito como núcleo da moralidade social, a partir do direito natural. O Direito seria um apêndice da moral. Tal concepção surgiu na antiguidade clássica e se projetou até a Idade Média;
• Jusnaturalismo: Direitos naturais, direitos inatos, provenientes da essência humana. Uma espécie de bússola ética;
• Fazendo-se uma crítica desta concepção, pode-se falar que ela tem o mérito de permitir o debate sobre a justiça, mas peca ao sustentar uma ideia de uma natureza humana e moralidade dotadas de universalidade e de um caráter absoluto;
• Além disso, tal concepção se revela limitada por não reconhecer a possibilidade do Direito e da Moral ditarem o comportamento humano, tratarem diferentemente o mesmo comportamento humano.
A Concepção dos Círculos Separados
• A visão positivista da Idade Média;
• No mundo moderno, Direito e Moral são instâncias éticas distintas e incomunicáveis. O Direito organizaria o Estado e a Moral regularia a sociedade civil. Os elementos morais não poderiam ser internalizados pelos juristas, a fim de não comprometer a objetividade do conhecimento jurídico. A Moral estaria em uma instância privada e particular, enquanto o Direito estaria a serviço do Estado;
• Embora tal concepção tenha indivisível mérito de propiciar a realização da segurança jurídica, ela acaba afastando o Direito do debate sobre a justiça.
A Concepção dos Círculos Secantes
• A visão pós-positivista da Idade Contemporânea;
• Trata-se da concepção hegemônica após a Segunda Guerra Mundial, tendo surgido com a superação do positivismo jurídico. Os direitos humanos fundamentais passam a ser vistos como fórmulas capazes de reaproximar o Direito da Moral e realizar a justiça, com base em diferentes contextos culturais;
• Embora resgate o debate sobre a justiça, tal concepção é acusada de permitir o decisionismo arbitrário dos aplicadores do Direito, bem como gerar insegurança jurídica. 
Atributos da Norma Jurídica
Validade
• É o atributo normativo que designa a compatibilidade vertical de norma jurídica inferior com uma norma jurídica superior;
• Validade Formal: Competência + Procedimento
 → Validade formal consiste na possibilidade da norma jurídica superior estabelecer a forma de criação da norma inferior. Nesse sentido, a norma superior estabelece qual órgão deve criar a norma jurídica inferior (competência), bem como qual deve ser o conjunto de ritos observados para a criação da norma jurídica inferior (procedimento).
• Validade Material: Conteúdo
 → Validade material diz respeito à compatibilidade de conteúdo da norma jurídica inferior com o conteúdo da norma jurídica superior.
Vigência
• Vigência é o tempo de validade de uma norma jurídica;
• Vigência Determinada: Uma norma de vigência determinada é uma norma que estabelece previamente o tempo de sua validade, como por exemplo, contratos de trabalho;
• Vigência Indeterminada: Uma norma de vigência indeterminada é uma norma que não estabelece previamente o tempo de sua validade, como por exemplo, a Constituição.
• Caducidade x Revogação
 → Caducidade é a cessação de vigência das normas de vigência determinada;
 → Revogação é cessação da vigência de uma norma de vigência indeterminada. Nesse sentido, a revogação é a substituição de uma norma jurídica por outra norma jurídica de superior ou igual hierarquia, que trate do mesmo tema de modo diverso.
 ◦ Revogação Total x Revogação Parcial
▪ A revogação é total quando a nova norma jurídica altera globalmente o diploma normativo anterior;
▪ A revogação será parcial toda vez que a nova norma jurídica revogar algumas partes da norma jurídica anterior. Ex.: Revogação do Código Comercial pelo Código Civil.
 ◦ Revogação Expressa x Revogação Tácita
▪ A revogação expressa é uma revogação textual ou explícita;
▪ A revogação tácita consiste na revogação não expressa, pois ocorre toda vez que uma nova norma jurídica se revela incompatível logicamente com a norma jurídica anterior.
• Incidência Imediata x Incidência Mediata
 → A incidência é a relação entre o momento de publicação da norma e o momento de início de sua vigência. 
 → Será imediata quando houver coincidência destes momentos, e será mediata quando não houver coincidência, prevendo um tempo de vacatio legis (período de adaptação da sociedade à nova norma jurídica).
 ◦ Ex.: A Constituição Federal de 1988 foi de incidência imediata, enquanto que o Código Civil de 2002 foi de incidência mediata.
 → LINDB: Dispositivo jurídico criado para determinar a incidência das normas jurídicas de incidência silenciosa, a qual determina um prazo de 45 dias após a publicação no contexto brasileiro, e um prazo de 90 dias para aqueles que se encontram no exterior.
• Repristinação: É a perda da vigência de uma norma jurídica que acarreta a restauração dos efeitos de uma norma jurídica que havia sido revogada. No Brasil, se admite apenas a repristinação expressa.
Vigor
• É a força vinculante de uma norma jurídica. A norma jurídica se vincula aos fatos que ocorrem durante a sua vigência, mantendo-se vinculada a esses fatos mesmo após a perda de sua vigência. Nesse sentido, pode-se afirmar que o tempo rege o ato (tempus regit actum). Existem, entretanto, algumas exceções ao princípio de que o tempo rege o ato. Dentre as principais, destacam-se as exceções do Direito Penal e do Direito do Trabalho.
Eficácia
• Eficácia é a possibilidade concreta da produção de efeitos jurídicos de uma norma.
• Eficácia Técnica (Aplicabilidade): É a possibilidade de uma norma jurídica produzir diretos, amplos e imediatos efeitos jurídicos, não dependendo da criação de outras normas jurídicas para tal. 
 → Ex.: Norma que designa Brasília como capital do Brasil. Já a norma que designa impostos sobre grande fortuna NÃO apresenta eficácia técnica.
• Eficácia Social (Efetividade): É uma norma jurídica que produz efeitos no mundo concreto, pois seus preceitos são observados pelos agentes sociais.
Legitimidade
• Legitimidade é adequação valorativa da norma jurídica. Norma jurídica considerada justa pela maioria da população e pelo dado período histórico e cultural.
Classificação das Normas Jurídicas
Quanto ao Sistema
• Estrangeiro/Externo: São aquelas normas jurídicas que são produzidas fora do território nacional no âmbito da comunidade internacional;
 → Ex.: Declaração dos Direitos Humanos, ONU, 1948; Constituição Portuguesa; etc.
• Interno: São aquelas normas jurídicas que integram o Ordenamento Jurídico nacional.
 → Ex.: Constituição Federal de 1988.
Quanto à Relação de Vontade dos Sujeitos de Direito
• Cogentes: São normas jurídicas que estabelecem preceitos obrigatórios, que não podem ser alterados pela vontade das partes;
 → Ex.: Legislação do imposto de renda; obrigatoriedade do voto; etc.
• Dispositivas: São normas que, embora obrigatórias, estabelecem e admitem a modulação dos seus efeitos pela vontade das partes.
 → Ex.: Normas do Código Civil que tratam dos regimes patrimoniais de casamento.
Quanto à Relação entre as Normas Jurídicas
• Primárias/ de Conduta: São normas que regulam diretamente a conduta humana, seja para proibir, sejapermitir, seja para obrigar, um dado agente social;
• Secundárias/ de Organização: São normas jurídicas que tratam do modo de criação, interpretação e aplicação de outras normas jurídicas.
 → Ex.: LINDB, art. 2º.
Quanto à Sistematização Legal
• Codificadas: São normas jurídicas que pertencem aos códigos, os quais são leis dotadas de grande abstração e generalidade, que disciplinam um amplo campo da convivência humana;
 → Ex.: Código Civil; Código do Trabalho.
• Consolidadas: São normas jurídicas que pertencem às consolidações, que são leis surgidas a partir de reuniões de leis específicas sobre um dado tema;
 → Ex.: Consolidação das leis do Trabalho.
• Esparsas: São normas jurídicas que fazem parte de leis específicas, as quais tratam de forma fragmentária de um dado setor da convivência humana.
 → Ex.: Estatuto do Idoso, Estatuto do Índio, Estatuto da Criança e do Adolescente etc. (Todos possuem a mesma hierarquia).
Quanto à Estrutura Normativa
• Princípios: São normas dotadas de estrutura aberta, genérica e com grande carga valorativa, a qual aproxima o Direito da Moral, propiciando a realização da justiça.
 → Ex.: Princípios da dignidade da pessoa humana e da cidadania;
 → A aplicação dos princípios exige uma atividade de concretização, a qual demanda uma postura construtiva e criativa dos intérpretes e aplicadores do Direito;
 → Além da dificuldade de concretizar um princípio, surge constantemente a necessidade do uso da ponderação como forma solucionar os conflitos entre os princípios jurídicos. 
• Regras: São normas que descrevem situações específicas e determinadas, impondo marcas de segurança jurídica. A aplicação das regras é feita de forma dogmática, através de uma atividade chamada subsunção (premissa maior + premissa menor = conclusão).
Ex.: Art. 82 CF/88: O mandato do presidente da república terá 4 anos.
Quanto à Aplicabilidade 
• Plena: É aquela norma cuja produção de efeitos independe da criação de outra norma jurídica.
 → Ex.: Art. 18 CF/88: Brasília é a capital federal.
• Limitada: É aquela norma jurídica que produz os seus efeitos apenas após a produção de outra norma jurídica.
 → Ex.: Art. 153 CF/88: Imposto sobre grandes fortunas.
• Contida: É aquela norma jurídica que produz inicialmente amplos, diretos e imediatos efeitos jurídicos, prevendo, contudo, a possibilidade de uma norma jurídica posterior restringir o alcance da norma jurídica original;
 → Ex.: Art. 5° CF/88: Livre o exercício de qualquer trabalho atendidas as qualificações que a lei estabelecer (exame da Ordem).
• Exaurida: É aquela norma jurídica cuja produção de seus efeitos já se consumou no mundo dos fatos, permanecendo vigente como mera reminiscência histórica.
 → Ex.: Art. 2°: Ato das disposições constitucionais transitórias, plebiscito de 07/09/1993.
Quanto aos Âmbitos de Validade
• Espacial: 
 → Gerais: São normas jurídicas que são válidas em todo o território nacional.
 ◦ Ex.: Constituição Federal de 1988.
 → Especiais: São normas jurídicas que alcançam apenas circunscrições específicas de um Estado Soberano.
 ◦ Ex.: Constituição do estado da Bahia.
• Pessoal: 
 → Genéricas: São normas jurídicas que se destinam a sujeitos de direito indefinidos. Quanto maior a hierarquia, maior será a sua generalidade.
 ◦ Ex.: Art. 5° CF/88: Todos são iguais perante a lei.
 → Individualizadas: São normas jurídicas que se dirigem a destinatários específicos. Estão na base da Pirâmide Normativa.
 ◦ Ex.: Contratos.
• Material:
 → Público: Normas geralmente cogentes, que disciplinam a relação entre os órgãos estatais ou entre o Estado e os cidadãos, tendo em vista a realização do interesse coletivo.
 ◦ Ex.: Art. 2° CF/88: Poderes harmônicos entre os três poderes; Art. 196 CF/88: Saúde é direito de todos e dever do Estado.
 → Privado: Normas jurídicas que disciplinam aspectos envolvendo relações entre particulares. Costumam ser dispositivas.
 ◦ Ex.: Normas de um contrato de trabalho ou de consumo.
Quanto ao Âmbito de Validade Temporal
• Vigência Determinada x Vigência Indeterminada
 → Vigência Determinada: Contrato de trabalho temporário com datas de início e término marcadas.
 → Vigência Indeterminada: Constituição Federal de 1988.
• Incidência Imediata x Incidência Mediata
 → Incidência Imediata: Constituição Federal de 1988.
 → Incidência Mediata: Código Civil Brasileiro.
• Retroativa x Irretroativa
 → Retroativa: Lei de descriminalizou o adultério no Brasil.
 → Irretroativa (maioria das normas → tempo rege o ato): Constituição Federal de 1988.
 Fontes do Direito
Conceito
• Fontes do Direito são as diversas formas de manifestação da normatividade jurídica que brotam da sociedade;
• Ex facto oritor jus (O Direito nasce do fato);
• Nomogênese: Processo nomogenético de criação de normas jurídicas.
Etimologia
• Fons (latim): Origem, nascedouro, gênese.
Monismo Jurídico x Pluralismo Jurídico
• O Monismo Jurídico é um paradigma que sustenta a origem exclusivamente estatal do Direito. Tal modelo teórico foi defendido pelo positivismo jurídico. O monismo jurídico entra em crise após a segunda grande guerra mundial e passa a ser questionado por força da experiência traumática dos regimes totalitários da primeira metade do século XX;
• O Pluralismo Jurídico, por sua vez, é um paradigma que sustenta a primazia da sociedade no processo de criação do direito. Sendo assim, existiriam tanto fontes estatais quanto fontes não estatais. Logo, a sociedade teria a legitimidade para propor novos polos de juridicidade, os quais existiriam independentemente do Estado. 
 → Tal modelo teórico se tornou hegemônico após a segunda grande guerra mundial,  embora fosse muito comum na Idade Antiga e na Idade Média;
 → Embora o pluralismo potencialize a realização de um direito mais efetivo e legítimo, a sua aplicação oportuniza um conflito entre o Estado e a sociedade, além de gerar uma insegurança jurídica quanto a existência do direito. 
Tipologias de Fontes do Direito
• Fontes Materiais: São elementos econômicos, políticos e ideológicos que servem de matéria prima para a elaboração das normas jurídicas. São, portanto, elementos extrajurídicos que fornecem o conteúdo para a criação do Direito.
 → Ex.: Pandemia da Covid 19.
• Fontes Formais: São as normas jurídicas propriamente ditas, que surgem após a institucionalização das fontes materiais do Direito.
  → Fontes Formais Estatais: São fontes institucionais criadas no âmbito do Estado. ◦ Ex.: A lei e a jurisprudência. 
 → Fontes Formais Não Estatais: São as fontes institucionais criadas fora do âmbito do Estado, no âmbito da sociedade. Ex.: Costumes, contratos, a doutrina etc.
Espécies de Fontes do Direito
• Legislação:
 → É o conjunto de normas que são qualificadas como leis;
  → Leis são normas escritas, abstratas, genéricas e geralmente de origem parlamentar que regulam as relações sociais. A Lei é a principal fonte do Direito nos sistemas de Civil Law (sistemas de inspiração romano-germânicos);
  → No Direito brasileiro, se entende por legislação: A constituição Federal de 1988, as constituições estaduais, a lei orgânica do Distrito Federal, as leis orgânicas dos municípios, as leis complementares, as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos legislativos e as resoluções parlamentares;
  → A Lei se tornou importante na Modernidade, pois ela trouxe segurança jurídica para o capitalismo e para a democracia. O século XIX foi a era das grandes codificações. Após a segunda grande guerra mundial, se verificou a expansão dos chamados microssistemas legislativos.
• Jurisprudência:
   → É o conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido, que formam um padrão interpretativo capaz de inspirar futuros julgamentos. É uma espécie de trilha interpretativa a ser seguida. Trata-se da principal fonte do direito nos sistemas de Common Law (sistemas anglo-americanos), tendo uma força equiparada à Lei;
   → A partir da Constituição Federal de 1988 e sobretudo após o Código de Processo Civil de 2015, não seria exagero dizerque o sistema jurídico brasileiro passou a se aproximar do sistema de Common Law, com a valorização da jurisprudência e da teoria dos precedentes;
   → A jurisprudência tem uma capacidade de adaptar o direito aos novos fatos e valores sociais;
   → Súmulas: São enunciados interpretativos que sintetizam e servem para dar visibilidade à jurisprudência dos tribunais. É algo muito importante, pois evidencia o entendimento de um tribunal com relação à determinada temática e torna mais segura, estável, coerente e íntegra aplicação do Direito. A elaboração de súmulas está prevista no artigo 926 do Código de Processo Civil. A súmula funciona como uma espécie de farol para a jurisprudência. Todos os tribunais possuem súmulas.
 ◦ Súmulas Persuasivas: São súmulas que não obrigam formalmente os juízes, tribunais inferiores e mesmo a administração pública a cumprirem os seus preceitos, embora na prática sejam geralmente aplicadas.
 ◦ Súmulas Vinculantes: Criadas a partir da emenda 45 de 2004, são súmulas que mencionam, de forma bastante explícita, a obrigatoriedade formal de seus preceitos, que não podem ser afastados pela vontade das partes. Apenas o Supremo Tribunal Federal pode editar súmulas vinculantes.
▪ Vantagens das Súmulas Vinculantes: Observância do princípio da celeridade; observância do princípio da isonomia; observância do princípio da economicidade; o Direito se torna mais previsível, contribuindo para a segurança econômica, política e jurídica.
▪ Desvantagens das Súmulas Vinculantes: Violação do princípio do duplo grau de jurisdição (direito de recorrer de uma decisão judicial); comprometimento do princípio do livre convencimento do juiz (transformação do juiz em um autômato); bloqueio da possiblidade de uma maior atualização do Direito, sobretudo da jurisprudência base do sistema; comprometimento do princípio da separação dos poderes (o STF funciona como legislador); distanciamento do tribunal em relação à realidade social.
• Doutrina:
  → É o conjunto de artigos, estudos e obras de grandes estudiosos do Direito ou de outro âmbito, como a Filosofia, que oferecem o argumento de autoridade intelectual necessário para inspirar a tomada de decisão no mundo do Direito.
• Negócio Jurídico:
   → São manifestações unilaterais ou bilaterais de vontade que regulam as relações entre os particulares.
 → Ex.: Contratos e tratamentos.
• Costume Jurídico: 
   → São normas não escritas que se formam pela reiteração de práticas sociais no mesmo sentido e pela convicção da sua necessidade jurídica, formando um dado padrão comportamental, que atribui direitos e deveres jurídicos;
   → Ao lado da jurisprudência, o costume jurídico é a principal fonte jurídica dos sistemas de Common Law.
 → Ex.: Cheque pré-datado no Direito do Consumidor e no Direito Comercial.
• Poder Normativo dos Grupos Sociais: 
   → Trata-se da possiblidade conferida pela ordem jurídica para que determinadas instituições possam ser capazes de criar os seus microordenamentos jurídicos.
 → Ex.: Convenções condominiais, regulamentos de empresas etc.
Teoria do Ordenamento Jurídico
Conceito
• Trata-se da parte da Teoria Geral do Direito que estuda a possibilidade do fenômeno jurídico ser examinado como um sistema (conjunto de elementos ordenados racionalmente).
A Noção de Sistema Jurídico
• No mundo do Direito, muitas são as concepções de Sistema oferecidas pela doutrina, dentre elas destacam-se a visão do sistema jurídico circular, defendida por Niklas Luhmann, e a noção de um sistema jurídico piramidal, defendida por Hans Kelsen e Adolf Merkel.
O Problema da Completude: As Lacunas Jurídicas e a Integração do Direito
• Trata-se do debate acerca da possibilidade do sistema jurídico oferecer respostas para todas as situações sociais. 
• Por um lado, uma corrente positivista sustenta a completude do sistema jurídico e a ausência de lacunas.
• Argumentos usados: 
 → O Direito seria completo, pois poderia ele ser fechado logicamente através do raciocínio "Tudo que não está juridicamente proibido está juridicamente permitido";
 → O sistema jurídico seria completo pois o juiz estaria sempre obrigado a decidir, sendo a decisão judicial a norma jurídica a ser oferecida como resposta para uma dada situação social;
 → O Direito seria completo, pois ele próprio propõe os instrumentos de integração para serem utilizados no preenchimento das lacunas jurídicas.
• De outro lado, existe uma corrente pós positivista que sustenta a incompletude do sistema jurídico e a existência de lacunas. 
• Argumentos defendidos:
 → O Direito seria incompleto pois a realidade social se modifica num ritmo cada vez mais célere no plano histórico-cultural;
 → O Direito é incompleto pois a previsão de instrumentos de integração demonstram a incapacidade de regular a vida humana em sociedade;
 → O Direito se revela incompleto pois o legislador não possui a capacidade de disciplinar, de forma minudente, todas as relações sociais (imperfeição racional do legislador).
• Lacunas Jurídicas - Conceito e Tipologias:
 → São quaisquer imperfeições que comprometem a completude do sistema jurídico.
 → Existem três tipos de lacunas:
 ◦ Normativas, que são lacunas que se verificam toda vez que houver uma ausência de norma expressa que venha a tratar de um determinado tema;
 ◦ Fáticas, que são as que ocorrem toda vez que a norma jurídica vigente se descola dos fatos sociais (perda da efetividade);
 ◦ Valorativas ou Axiológicas, que são as que dizem respeito ao descolamento da norma com relação aos valores sociais justiça, toda vez que houver uma percepção de injustiça (perda de legitimidade). 
• Integração do Direito:
 → Conceito: É a atividade de preenchimento das lacunas jurídicas. Neste sentido, integrar consiste em devolver a completude da ordem jurídica.
 → Instrumentos: No mundo do Direito, 4 instrumentos podem ser utilizados de forma isolada ou em conjunto, para o preenchimento das lacunas normativas fáticas e valorativas: 
 ◦ Analogia: Consiste na aplicação de uma norma jurídica que trata de uma dada matéria a uma situação social semelhante que não está regulada expressamente na ordem jurídica para que se possa extrair os mesmos efeitos jurídicos.
OBS.: Existem ramos jurídicos que trabalham com o princípio da legalidade estrita, os quais são resistentes ao uso da analogia, pois a utilização dela comprometeria a legalidade. Ex.: O uso da analogia no Direito Penal.
 ◦ Princípios Gerais do Direito: São normas escritas ou implícitas, constitucionais ou infraconstitucionais que aproximam o direito da moral, potencializando a realização da justiça. São muito utilizadas para preenchimento das chamadas lacunas fáticas e valorativas.
Ex.: O uso do princípio da insignificância dos crimes de bagatela no Direito Penal.
 ◦ Costumes: São práticas sociais reiteradas que servem para a complementação de lacunas, especialmente no que se refere ao preenchimento de lacunas legais
Ex.: uso de costume para preenchimento de lacunas contratuais, autorizado pelo Código Civil Brasileiro.
 ◦ Equidade: Consiste no juízo moral de justiça do aplicador do Direito diante das singularidades do caso concreto.
Ex.: O uso da equidade no Direito do trabalho.
O Direito brasileiro prevê a possibilidade do uso destes 4 instrumentos em diversos diplomas legais (LINDB, Código Civil, Código de processo Civil, Consolidação das Leis do trabalho, dentre outros importantes Marcos legais).
O Problema da Coerência: As Antinomias Jurídicas e os Critérios de Solução dos Conflitos Normativos
• O Ordenamento Jurídico, para ser considerado racional, deve apresentar-se de modo coerente, sem contradições entre os seus elementos normativos. Neste sentido, o direito deve poder oferecer critérios para superar os conflitos entre as normas jurídicas.
• Entende -se por antinomia jurídica o conflito que se estabelece entre uma norma que proíbe e uma outra norma que permite o mesmo comportamento humano, gerando uma situação de indecibilidade dos Conflitos.
Ex. o funcionamento dos templos religiosos no períododa pandemia da covid 19
• Critérios para solução dos Conflitos Normativos:
 → Critério Hierárquico: havendo conflito entre norma superior e norma inferior, prevalece a norma superior.
 → Critério Cronológico: havendo conflito entre uma norma jurídica posterior e uma norma jurídica anterior, sendo ambas da mesma hierarquia, prevalece a norma posterior (a norma mais atual).
Ex.: conflito entre o código Civil de 1916 e o código de defesa do consumidor de 1990 no que se refere aos contratos bancários
→ Critério da Especialidade: Havendo conflito entre uma norma geral e uma norma especial, ambas de mesma hierarquia, prevalece a norma especial.
Ex.: conflito entre o estatuto do idoso e o código de defesa do consumidor no que se refere à gratuidade do transporte público de idosos.
OBS: Em algumas situações,  a norma anterior e especial pode entrar em choque com uma norma posterior geral, ambas de mesma hierarquia. surge aqui um conflito entre o critério da especialidade e o critério cronológico. não há uma solução definitiva nesta hipótese.
 → Critério de Ponderação e Interesses: Havendo conflito entre princípios constitucionais, não se revela possível a utilização dos critérios anteriores. sendo assim, deve o intérprete e aplicador do Direito estabelecer uma relação de prioridade concreta entre os princípios em disputa a partir de uma exploração zetética das dimensões de legitimidade e de efetividade do Direito.
 ◦ Ponderar consiste em só pesar os princípios em conflito, a fim de resultar numa decisão harmônica e razoável;
 ◦ A boa ponderação consiste na garantia da prevalência de um direito sem total afastamento, contudo, dos direitos em detrimento;
 ◦ Nesse critério, não há uma única decisão, resposta ou solução correta. a ponderação sempre exigirá exame caso a caso.
Ex.: O conflito entre os princípios da igualdade e da liberdade religiosa em face de candidatos adventistas nos concursos públicos.
 Relação Jurídica
Conceito
• Relação Jurídica é o vínculo intersubjetivo que se estabelece toda vez que um dado acontecimento materializa uma hipótese abstrata prevista numa norma jurídica, polarizando de um lado um sujeito ativo, titular de um direito subjetivo, e de outro lado um sujeito passivo, obrigado ao cumprimento de um dever jurídico, bem como justificando a aplicação de uma sanção jurídica diante da prática de uma ilicitude.
Características
• A Relação Jurídica apresenta duas características, a primeira delas é a bilateralidade, a segunda delas é a exterioridade:
 → A Relação Jurídica é bilateral, pois é composta de interações comportamentais;
 → A Relação Jurídica é exterior, porque se manifestam concretamente no mundo dos fatos sociais.
Elementos Constitutivos
• Fato Jurídico: Fato Jurídico é todo e qualquer evento natural (involuntário) ou humano (voluntário) que produz consequências no mundo do Direito. O Fato Jurídico materializa uma hipótese normativa que está estabelecida no mundo do dever ser. Quando o evento é natural, verifica-se o chamado fato jurídico em sentido restrito, como por exemplo, nascimentos, mortes e passagem de tempo. Por sua vez, quando o evento é humano, denomina-se ato jurídico, como por exemplo, contratos e testamentos.
→ Sujeitos de Direito: São todos aqueles entes que entregam os polos da relação jurídica. Os sujeitos podem ser tanto predominantemente  ativos quanto predominantemente passivos. Podem ser sujeitos de Direito: pessoas físicas, pessoas jurídicas e entes despersonalizados. 
 → Pessoas Físicas ou Naturais: São aquelas pessoas dotadas de existência concreta, cujo surgimento acontece através do nascimento com vida.
 → Pessoas Jurídicas: São pessoas dotadas de existência ideal ou ficta, são criações humanas reconhecidas como sujeito de direito. Ex.: Estados soberanos, entes federativos, associações civis etc. 
 → Entes Despersonalizados: Entes sem personalidade, não capazes de interação social, que apresentam direitos e deveres jurídicos. Ex.: Nascituros (fetos), espólios etc. 
 → Embora não se possa confundir pessoa física com pessoa jurídica, excepcionalmente pode-se aplicar a Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica para evitar a ocorrência de fraudes. 
 → Verifica-se hoje a emergência de novos polos de subjetividade. Ex.: Animais, inteligências artificiais etc.
• Direito Subjetivo: Entende-se por Direito Subjetivo o conjunto de faculdades e poderes conferidos pela ordem jurídica ao sujeito ativo da Relação Jurídica para atuar dentro do campo da licitude. Ex.: O Direito de propriedade e as faculdades de usar, gozar, dispor e reaver um bem. 
 → O objeto do Direito Subjetivo será sempre o dever jurídico correlato. 
 → Tipologias de Direito Subjetivo:
 ◦ Diretos Subjetivos Absolutos x Direitos Subjetivos Relativos: Direitos Subjetivos Absolutos são direitos subjetivos exercidos contra um sujeito passivo indeterminado (a comunidade jurídica), como por exemplo, o direito à vida, consiste na obrigação negativa do sujeito (obrigação de respeitar a esfera jurídica do sujeito ativo). O Direito Subjetivo Relativo é aquele direito subjetivo que incide contra um sujeito ativo determinado, cuja obrigação é positiva, consiste numa ação concreta, como por exemplo, no Direito ao salário (obrigação contra o empregador).
 ◦ Diretos Subjetivos Patrimoniais x Direitos Subjetivos Extrapatrimoniais:  Direito Subjetivo Patrimonial é um direito subjetivo que possui expressão econômica, como por exemplo, o direito de propriedade privada, enquanto o Direito Subjetivo Extrapatrimonial não possui expressão econômica, como por exemplo, a integridade física de um indivíduo e a liberdade individual.
 ◦ Direitos Subjetivos Públicos x Direitos Subjetivos Privados: Os Direitos Subjetivos Públicos são aqueles direitos subjetivos exercidos no âmbito das relações entre o Estado e os cidadãos, como por exemplo, o direito à segurança pública e o direito à saúde pública (exercido pelos cidadãos contra o Estado). Os Direitos Subjetivos Privados são direitos subjetivos exercidos contra particulares no âmbito de relações sociais privadas, como por exemplo, o direito de crédito trabalhista de um empregado contra uma dada empresa. 
 ◦ Direitos Subjetivos Materiais x Direitos Subjetivos Processuais: Direitos Subjetivos Materiais são direitos subjetivos que se relacionam com as relações jurídicas que apresentam um dado conteúdo normativo (relações jurídicas de fundo), como por exemplo, o direito do pagador de exigência do aluguel. Os direitos subjetivos processuais consistem naqueles direitos exercitados toda vez que ocorre a instauração de um processo para solucionar conflitos decorrentes da prática de uma ilicitude, como por exemplo, o direito do locador mover uma ação de despejo ao locatário. 
• Dever Jurídico: Dever Jurídico é o conjunto de obrigações assumidas pelo sujeito passivo de uma Relação Jurídica. O cumprimento de um dever jurídico possibilita o exercício de um direito subjetivo. Existem três tipos de obrigações assumidas pelo sujeito passivo, o que podem estar juntas ou separadas. São elas:
 → Obrigação de fazer: É a obrigação de realizar um dado comportamento positivo. Ex.: Prestação de um serviço.
 → Obrigação de não fazer: É a obrigação de abstenção. Ex.: O respeito à propriedade alheia; preservação do sigilo profissional; respeito à vida alheia. 
 → Obrigação de dar: Consiste na obrigação de entrega de um bem. Ex.: Pagamento de salário; pagamento de indenização; pagamento de faturas; entrega de bens comprados. 
 → Tipologias de Dever Jurídico:	
 ◦ Dever Jurídico Patrimonial x Dever Jurídico Extrapatrimonial: Dever Jurídico Patrimonial é aquele dever jurídico que compreende obrigações dotadas de conteúdo econômico, como por exemplo, pagamento de um tributo pelo contribuinte. Dever Jurídico Extrapatrimonial é um dever jurídico cujas obrigações não possuem conteúdo econômico, como por exemplo, respeito à vida.
 ◦ Dever Jurídico Positivo x Dever Jurídico Negativo: Dever Jurídico Positivo é aquele dever jurídico que compreende uma obrigaçãode dar e/ou uma obrigação de fazer, trazendo uma ação. Dever Jurídico Negativo é o dever jurídico que compreende uma obrigação de omissão, como por exemplo, respeito à integridade física alheia.
 ◦ Dever Jurídico Instantâneo x Dever Jurídico Sucessivo: Dever Jurídico Instantâneo é um dever jurídico que se consuma em um único ato, como por exemplo, um pagamento à vista. Dever Jurídico Sucessivo é aquele dever jurídico que se projeta no tempo, compreendendo uma série de obrigações que devem ser cumpridas ao longo do tempo, como por exemplo, um pagamento parcelado e um pagamento de pensão alimentícia.
 ◦ Dever Jurídico Público x Dever Jurídico Privado: Dever Jurídico Público consiste numa obrigação cumprida num âmbito em que o Estado figure como sujeito ativo ou passivo, como por exemplo, prestação de segurança pública e recebimento de tributos pagos pelo contribuinte. Dever Jurídico Privado é aquele dever jurídico cumprido por particulares no âmbito de relações entre agentes privados, como por exemplo, pagamento de salários de uma empresa a seus empregados. 
• Ilicitude:  Ilicitude é a mais grave forma de infração ética. Consiste em uma violação dos preceitos da normatividade jurídica. A maioria dos comportamentos é lícita, e somente uma minoria se insere no âmbito da ilicitude. A ilicitude pode tanto ser realizada pelo descumprimento de um dever jurídico pelo sujeito passivo (inadimplemento) quanto pelo exercício desproporcional de um direito subjetivo pelo sujeito ativo (abuso de direito).
• Sanção Jurídica: Sanção Jurídica é a consequência imputada ao ilícito. Pode compreender tanto constrangimentos patrimoniais, com o por exemplos multas de trânsito, quanto constrangimento pessoais, como por exemplo, a privação de liberdade. Nas sociedades ocidentais contemporâneas, a sanção jurídica apresenta natureza organizada, pois é aplicada por regime de monopólio estatal por meio de um devido processo legal.
Escolas do Pensamento Jurídico
Jusnaturalismo
• Consiste na doutrina dos direitos naturais;
• Direitos Naturais: São direitos universais e absolutos que seriam inerentes a todo e qualquer ser humano. Os direitos naturais fariam parte, então, de um código ético universal de justiça que estaria gravado na própria essência de cada ser humano, uma espécie de bússola ética. Para os jusnaturalistas, o Direito positivo seria o Direito posto pelo Estado, o qual deveria respeitar os preceitos do direito natural (superioridade dos direitos naturais em face dos direitos positivos).
• Fases do Jusnaturalismo:
 → Jusnaturalismo Cosmológico (Idade Antiga): Na antiguidade, entendia-se que a fonte dos direitos naturais e da própria ideia de justiça seria a harmonia com o universo.
 → Jusnaturalismo Teológico (Idade Média): Neste momento histórico, a fonte dos direitos naturais e da própria ideia de justiça seria a vontade de um Deus único o ordenamento jurídico deveria ser criado de acordo com essa vontade.
 → Jusnaturalismo Racionalista (Idade Moderna): Na modernidade, a fonte dos direitos naturais e da própria ideia de justiça seria a razão humana. 
 → Jusnaturalismo Cosmopolita ou Jusnaturalismo Contemporâneo (pós 2ª Guerra Mundial): Nesse âmbito, os direitos naturais e a própria ideia de justiça repousaria no consenso internacional sobre a tutela dos direitos humanos. Este jusnaturalismo contempla, contudo, a possibilidade do multiculturalismo (possibilidade do mesmo direito ser vivenciado diversamente por cada cultura). 
• Os direitos humanos são uma nova roupagem dos direitos naturais.
• Vantagens do Jusnaturalismo:
1. O Jusnaturalismo teve o mérito de propiciar o debate sobre a justiça (o problema da legitimidade);
2. Contribuiu para o desenvolvimento de uma interpretação sistemática do Direito ao propor uma hierarquia entre direito natural e direito positivo;
3. O Jusnaturalismo foi uma ideologia que inspirou a teoria dos direitos humanos, base para os atuais estados democráticos de direito.
• Críticas ao Jusnaturalismo:
1. Não existe um padrão único, absoluto, imutável e universal de justiça pois a sociedade está sempre mutando no tempo espaço;
2. O Jusnatiralismo confunde validade com legitimidade. O Direito injusto não é um não direito, como defendido pelos jusnaturalistas, mas sim um direito injusto;
3. Foi frequentemente utilizado como uma ideologia reacionária ou de conservação, como aconteceu na idade média com a Santa Inquisição e as Cruzadas.
Positivismo Legalista
• Trata-da de uma corrente doutrinária surgida após as Revoluções Liberais Burguesas dos séculos XVII e XVIII. Sustenta a prevalência do Direito positivado na lei, como uma reação ao movimento jusnaturalista.
• Razões para o Legalismo:
 → A ascensão da burguesia como classe econômica e como grupo político.Razões do legalismo;
 → A lei configuraria maior segurança jurídica ao capitalismo.
• Escola de Exegese: De todas as manifestações do positivismo legalista a mais importante foi seguramente a escola de Exegese da França, formada pelos comentadores do Código Napoleônico.
• Teses Fundamentais do Positivismo Legalista:
 → Afirmação da lei como a única fonte do Direito (legalismo extremado);
 → Defesa do Monismo Jurídico (o Estado como a única fonte do Direito);
 → Defesa do modelo do legislador racional (crença na perfeição do legislador);
 → Defesa da completude do Sistema Legal (ausência de lacunas);
 → Defesa da coerência do Sistema Legal (ausência de antinomias jurídicas);
 → Identificação da ideia de justiça com a segurança jurídica (a justiça seria atingida pela aplicação regular da lei); 
 → Separação entre Direito e Moral (teoria dos círculos éticos separados);
 → Negação da existência de direitos naturais 
 → Neutralização do Poder Judiciário (o juiz como a boca da lei; um modelo que prega a moderação judicial);
 → Defesa do método gramatical de interpretação da lei (interpretação ao pé da letra). 
• Vantagens do Positivismo Legalista:
1. O Positivismo Legalista contribuiu para o desenvolvimento da ciência jurídica, especialmente no âmbito do Direito Civil;
2. A defesa da Legalidade trouxe condições para a consolidação da democracia e do capitalismo moderno;
3. Possibilitou o desenvolvimento da doutrina como uma atividade profissional regular no mundo do Direito.
• Críticas ao Positivismo Legalista:
1. A lei não é a única fonte do Direito, havendo outras fontes estatais e não estatais;
2. O legislador e a lei não são dotados de perfeição, havendo sempre lacunas e antinomias legais;
3. A neutralização do Poder Judiciário contribuiu para uma aplicação dogmática e injusta da lei (dura lex sed lex).
Historicismo Jurídico
• Trata-se de uma corrente doutrinária surgida na Alemanha no fim do século XIX. O seu maior expoente foi um jurista germânico Friedrich Carl von Savigny. Foi o primeiro movimento de oposição ao Positivismo Legalista. 
• Teses Fundamentais do Historicismo Jurídico:
 → Afirmação do costume como principal fonte do Direito;
 → Afirmação do Espírito do Povo (volksgeist) como base do Direito costumeiro; 
 → Demonstração da insuficiência e imperfeição do legislador e da lei;
 → Reconhecimento das lacunas e antinomias do Sistema Legal;
 → Defesa do Pluralismo Jurídico; 
 → Defesa da interpretação histórica do Direito;
 → Ênfase à dimensão de efetividade do Direito.
• Vantagens do Historicismo Jurídico:
1. Teve o mérito de situar o Direito como objeto cultural, ou seja, como um fenômeno variável no tempo e no espaço;
2. Teve o mérito de demonstrar a imperfeição racional do legislador e da lei;
3. Reconhece o papel da sociedade na criação e na legitimação do Direito.
• Críticas ao Historicismo Jurídico:
1. O costume, por não ser uma fonte escrita do Direito, acaba acarretando insegurança jurídica;
2. A Noção de espírito do Povo gera a possibilidade da criação de estereótipos, a partir de generalizações que deformam a realidade; 
3. A Noção de espírito do Povo costuma servir a líderes personalistas de regimes autoritários.
Sociologismo Jurídico
• Trata-se da aplicação dos conhecimentos da Sociologiaao Estudo do Direito. Tal movimento surge na França na segunda metade do século XIX como uma reação à Revolução Industrial. Irradiou-se pelo mundo para alcançar países como Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, México, Brasil, Argentina, Noruega, Suécia, Finlândia, dentre outros. 
• Teses Fundamentais do Sociologismo Jurídico:
 → Afirmação do Direito como um fato social (Direito como expressão do mundo real);
 → Valorização da efetividade como atributo das normas jurídicas (adequação fática do Direito);
 → Valorização do Pluralismo Jurídico;
 → Reconhecimento da imperfeição do legislador e da lei; 
 → Valorização da jurisprudência como fonte do Direito;
 → Defesa da interpretação sociológica do Direito (adequação das normas aos fatos sociais);
 → Valorização da opinião pública na interpretação e aplicação do Direito.
• Vantagens do Sociologismo Jurídico:
1. Demonstra a importância de aproximar o Direito da opinião pública e da realidade social;
2. Constata a imperfeição racional do legislador e da lei;
3. Constata a jurisprudência como uma fonte capaz de atualizar o Direito. 
• Críticas ao Sociologismo Jurídico:
1. O Sociologismo Jurídico confunde validade com efetividade e o mundo do ser com o mundo do dever ser;
2. O Sociologismo Jurídico compromete a autonomia da ciência do Direito;
3. A valorização da jurisprudência pode gerar um governo arbitrário dos juízes (ativismo judicial irresponsável).
Teoria Pura do Direito
• Consiste na manifestação do Positivismo Lógico da primeira metade do século XX. Representou uma reação ao Jusnaturalismo, Historicismo e Sociologismo Jurídico no período entre guerras. Seu maior expoente foi o jurista judeu nascido em Praga Hans Kelsen. 
• Teses Fundamentais da Teoria Pura do Direito:
 → Afirmação da ciência jurídica como uma ciência normativa, cujo objeto são as normas jurídicas;
 → Exclusão dos fatos e valores sociais da experiência jurídica; 
 → Afirmação da norma jurídica como uma estrutura de dever ser;
 → Afirmação do ordenamento jurídico como uma pirâmide normativa;
 → Valorização da validade como um atributo das normas jurídica;
 → Exclusão dos atributos das normas jurídicas da efetividade e da legitimidade;
 → Ênfase à aplicação dogmática do Direito;
 → Defesa da separação do Direito com a Moral (Teoria dos Círculos Éticos Separados);
 → Negação dos direitos naturais;
 → Negação da possibilidade de um tratamento racional da justiça;
 → Afirmação da segurança jurídica como a ideia de justiça possível dentro do sistema jurídico;
 → Defesa do monismo estatal;
 → Defesa da unidade do Direito nacional e internacional;
 → Afirmação do Direito positivo como única realidade jurídica.
• Vantagens da Teoria Pura do Direito:
1. A Teoria Pura do Direito teve o mérito de resgatar a autonomia da ciência jurídica;
2. A Teoria Pura do Direito é a teoria mais útil para a vida prática do jurista;
3. Contribuiu decisivamente para o estudo e a prática do controle de constitucionalidade ao propor a Constituição da Áustria de 1920;
4. Teve o mérito de criar uma teoria capaz de ser utilizada em qualquer regime político e independente de qualquer inclinação ideológica.
• Críticas à Teoria Pura do Direito:
1. Os valores e os fatos sociais não podem ser excluídos da experiência jurídica;
2. A Teoria Pura do Direito serviu de fundamento para inúmeros regimes autoritários;
3. A aplicação dogmática do Direito pode resultar na realização de profundas injustiças;
4. O monismo estatal não reconhece a possibilidade de uma produção social do Direito. A Teoria Pura do Direito não reconhece o protagonismo da sociedade na criação das normas jurídicas.
Pós – Positivismo Jurídico
• Trata-se de uma corrente surgida no âmbito da contemporaneidade após a Segunda Grande Guerra Mundial, que representa uma tentativa de superação das concepções unilaterais do Jusnaturalismo, do Positivismo, do Historicismo e do Sociologismo. Apresenta-se como uma Teoria eclética que procura sintetizar as teses mais consistentes das concepções anteriores. 
• O Pós Positivismo Jurídico não se iniciou ao mesmo tempo em todos os países, havendo inclusive diferenças significativas: na Europa, desde a década de 1940, este paradigma vem se desenvolvendo, enquanto no Brasil surge após o advento da Constituição Federal de 1988. O Pós Positivismo é um reflexo da redemocratização política e da afirmação dos direitos humanos fundamentais que atingem o mundo após a Segunda Grande Guerra Mundial. 
• Teses Fundamentais do Pós Positivismo Jurídico:
 → Compreensão do Direito como uma experiência normativa, fática e valorativa (visão tridimensional do Direito);
 → Valorização concomitante dos atributos de validade, legitimidade e efetividade;
 → Ênfase a uma investigação zetética de base interdisciplinar;
 → Defesa de um sistema jurídico incompleto (lacunas jurídicas) e incoerente (antinomias jurídicas);
 → Defesa do Pluralismo Jurídico (coexistência do Direito estatal e do Direito não estatal);
 → Reconhecimento dos princípios constitucionais como normas jurídicas;
 → Aproximação do Direito com a Moral (Teoria dos Círculos Éticos Secantes);
 → Resgate do debate sobre a justiça através do discurso dos direitos humanos fundamentais;
 → Valorização da hermenêutica jurídica (Teoria da Interpretação do Direito);
 → Emergência do ativismo judicial (expansão da atuação do Poder Judiciário);
 → Valorização da Teoria da Argumentação jurídica (Retórica Jurídica);
 → Valorização da jurisprudência como fonte do Direito;
 → Diluição das fronteiras dos sistemas de Civil Law e Common Law.
• Vantagens do Pós Positivismo Jurídico:
1. Teve o mérito de reabilitar a compreensão plural do Direito para permitir a compreensão das três dimensões do fenômeno jurídico;
2. A aplicação dos princípios possibilita a realização de um Direito mais justo;
3. O diálogo interdisciplinar se revela essencial para que o Direito possa abarcar as dimensões fáticas e valorativas da experiência jurídica (efetividade e legitimidade);
4. O ativismo judicial potencializa a efetivação dos direitos humanos fundamentais.
• Críticas ao Pós Positivismo Jurídico:
1. A abertura semântica dos princípios gera insegurança jurídica;
2. O ativismo judicial pode gerar o risco de um governo dos juízes (Juristocracia, que se dá quando os juízes decidem arbitrariamente);
3. O Pós Positivismo não tem identidade epistemológica, sendo uma colcha de retalhos de teses de outras correntes;
4. O diálogo interdisciplinar acaba tornando o Direito refém de outros saberes (Economia, Política, Sociologia, Religião etc) e, dessa forma, perde autonomia.

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