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ESTÉTICA FACIAL I CAPÍTULO 4 – QUAIS RECURSOS MAIS AVANÇADOS SÃO ASSOCIADOS NOS TRATAMENTOS FACIAIS? Flávia Garramone Introdução Dermatologicamente falando, há tempos a proposta de procedimentos ablativos é indicada para o tratamento das disfunções estéticas faciais. No entanto, a recuperação é longa, resultando em sensibilidade/fotossensiblidade cutânea, risco de hiperpigmentação pós-inflamatória e complicações como cicatrizes e eritema persistente, causando desconforto ao cliente. Por isso, atualmente a tendência é a busca por procedimentos menos invasivos, que ofereçam bons resultados, redução no risco de complicações e propiciem conforto, sem transtornos na rotina de atividades diárias do cliente. Surge, então, uma grande oportunidade para o esteticista e também algumas dúvidas. Será que posso atuar no tratamento dessas disfunções? Quais recursos menos invasivos tenho disponível? E os resultados, são satisfatórios para o tratamento? Neste capítulo serão apresentados os recursos mais avançados disponíveis ao esteticista para os tratamentos estéticos, associando os eletroterápicos, Laser, Led, Infravermelho e Microcorrentes e a técnica de Microagulhamento, compreendendo os efeitos fisiológicos, a indicação e as possíveis associações entre eles nos procedimentos. Por fim, serão abordados os tratamentos tópicos e sistêmicos prescritos por médicos para a acne, reconhecendo as indicações, ações fisiológicas e contraindicações para acne. Bons estudos! 4.1 Laser, LED e Infravermelho Neste tópico, vamos compreender o princípio de funcionamento, mecanismo de ação e as respostas fisiológicas promovidas pelos eletroterápicos avançados: laser, LED e infravermelho. Eles beneficiam o tratamento estético da acne, clareamento de hipercromias, rejuvenescimento e outras afecções cutâneas, garantindo um resultado gradativo e seguro. 4.1.1 Conceito Segundo Soriano (2002), os eletroterápicos laser, LED e infravermelho são dispositivos que produzem luz, radiação eletromagnética (REM), por um processo de emissão estimulada, caracterizando a fototerapia na área da estética. Sua ação fisiológica se relaciona com a interação entre cada comprimento de onda, um determinado tecido e seus cromóforos, que são estruturas da pele como a água, hemoglobina e melanina. Quando atingidas pela luz, elas absorvem a energia e geram respostas fisiológicas terapêuticas. Para Agne (2013), o laser é um tipo de luz com características físicas diferentes da luz comum, pois possui monocromaticidade, que é a coerência temporal e espacial com a mesma frequência; e colimação, que concentra toda a energia do feixe em um ponto (unidirecional). Assim, os equipamentos de laser apresentam parâmetros que determinam sua atuação biofísicoquímica nas células, como potência óptica, comprimento de onda, densidade de potência, dosimetria e frequência para o tratamento. VOCÊ O CONHECE? Albert Einstein ganhou o prêmio Nobel de Física (SANTOS, 2015). No entanto, ele não recebeu a premiação por causa da teoria da relatividade, mas sim pela publicação de seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico, em 1905, no qual propôs a quantização da luz, dando origem ao quantum de luz, uma descoberta que resultou no desenvolvimento da tecnologia Laser. Leia mais sobre o tema em: <http://cienciahoje.org.br/coluna/o-fisico-e-o-foton/ (http://cienciahoje.org.br/coluna/o-fisico-e-o-foton/)>. Figura 1 - Absorção da REM na pele conforme o comprimento de onda. Fonte: Designua, Shutterstock, 2019. http://cienciahoje.org.br/coluna/o-fisico-e-o-foton/ Na estética, segundo Lopes (2018), utiliza-se o laser de baixa potência (miliwatts), com classificação em laser vermelho (660nm) e infravermelho (808nm), conforme seus comprimentos de onda. Não produz efeito térmico considerável, suas ações terapêuticas são de fotobioestimulação celular, favorecendo a neossíntese de colágeno por ativação plaquetária, liberação de citocinas e fatores de crescimento, proliferação de queratinócitos e regeneração das proteínas dérmicas sem danos à epiderme. Conforme Agne (2013), o mecanismo de ação do laser, independentemente do seu comprimento de onda, se dá a nível mitocondrial, causando o aumento da síntese de ATP (trifosfato de adenosina). A energia acumulada nos tecidos causa uma ação primária, com o incremento da atividade dos fibroblastos, estimulando a síntese de colágeno e incitando efeitos secundários, como o estímulo do trofismo tissular, aumento da microcirculação sanguínea e linfática, reparação tecidual, ação anti- inflamatória e analgésica e aumento da permeabilidade da membrana celular. A diferença entre o laser vermelho (660 nm) e o laser infravermelho (808 nm) está na penetração devido aos comprimentos de onda. Segundo Lopes (2018), o laser vermelho possui menor penetração e é absorvido pela mitocôndria, tem também efeito bactericida e fungicida. Já o laser infravermelho é pouco absorvido pelos cromóforos, atua na cicatrização de tecidos profundos, gerando remodelação de colágeno, tem ação analgésica e anti-inflamatória. De acordo Borges (2010), a densidade do laser de baixa potência é medida em Joules/cm2 que corresponde à sua potência (mW), multiplicada pelo tempo em segundos, dividido pela superfície de emissão ao quadrado, determinando o efeito fisiológico desejado, conforme você confere clicando a seguir. Efeito analgésico 2 a 4 Joules/cm2. Efeito regenerativo VOCÊ QUER LER? A fototerapia é usada há séculos por diferentes sociedades com o objetivo de tratar patologias da pele e cicatrização de feridas. No artigo “Ledterapia: uma nova perspectiva terapêutica ao tratamento de doenças da pele, cicatrização de feridas e reparo tecidual” (DOURADO et al., 2011), os autores afirmam que tratamentos com LED são uma boa alternativa ao tratamento com laser de baixa intensidade devido à eficácia similar, associada a menos efeitos colaterais e menores custos. Leia o artigo em: <http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensaioeciencia/article/viewFile/2846/2 699 (http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensaioeciencia/article/viewFile/2846/26 99)>. • • http://pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensaioeciencia/article/viewFile/2846/2699 3 a 6 Joules/cm2. Efeito circulatório 1 a 3 Joules/cm2. Efeito anti-inflamatório 1 a 3 Joules/cm2. Efeito estimulante Doses menores que 8 Joules. Confira, abaixo, ilustrações da técnica. De acordo com Estrela et al. (2014), os equipamentos de LED são diodos de semicondutores que, quando submetidos a corrente elétrica, emitem luz. Apresentam várias diferenças em relação ao laser. Não são monocromáticos nem colimados e seus comprimentos de onda são menores do que os do laser, variando de 405nm (azul) a 940nm (infravermelho). Dentre as opções, os mais utilizados na estética são o LED azul (470nm) e o LED amarelo/âmbar (590nm). • • • Figura 2 - (a) Técnica de aplicação conforme as normas de biossegurança; (b) concentração pontual da energia. Fonte: puhhha, Quality Stock Arts, Shutterstock, 2019. No entanto, seu mecanismo de ação é parecido com o do laser: por meio da fotobioestimulação intracelular, reorganiza as células, estimula a síntese de ATP e colágeno e, dependendo do seu comprimento de onda, também são antimicrobianos e anti-inflamatórios. 4.1.2 Indicações e contraindicações As indicações do laser, segundo Estrela et al. (2014), se dão por conta da atuação no metabolismo celular, obtendo resultados satisfatórios para: flacidez tissular; crono/fotoenvelhecimento; revitalização cutânea; redução de edemas e fibroses; processo de cicatrização ; clareamento de hipercromia; tratamento de acne. A indicação do LED se caracteriza devido à diferenciação das luzes emitidas. Clique nas abas a seguir e confira. Figura 3 - Aplicação do LED na estética. Fonte: puhhha, elenavolf, Shutterstock, 2019. • • • • • • Tem ação bactericida na acne, reduz a inflamação e a dor. Promove o clareamento de hipercromias, olheiras, hidratação facial e firmeza da pele. Efeito rejuvenescedor, aumenta a produção de fibras da derme.Efeito rejuvenescedor, atua no processo inflamatório para o tratamento da acne. Estimula o metabolismo celular, confere ao rosto uma expressão saudável e contribui na hidratação facial. As aplicações do laser e LED possuem contraindicações que, de acordo com Lopes (2018), incluem: neoplasias e lesões pré-cancerígenas; útero gravídico, gônodas (ovários e testículos); infecções; áreas fotossensíveis, como os olhos ou fotossensibilizadas da pele; áreas com aplicação de toxina butolínica; distúrbios hemorrágicos. 4.2 Microcorrentes Neste tópico, vamos compreender os princípios físicos da interação das microcorrentes com os tecidos corporais, que resultam em ações fisiológicas para o tratamento das disfunções estéticas, estimulando o metabolismo natural celular, provendo os tecidos com oxigênio e nutrientes essenciais e restabelecendo o equilíbrio homeostático e a saúde dos tecidos corporais. De acordo com Soriano (2002), entende-se por microcorrentes, a corrente elétrica de baixa frequência (1Hz - 1000Hz), baixa intensidade (µA), emitida sob a forma de micropulsos, ou seja, pulsos elétricos de curta duração, em nanossegundos. 4.2.1 Conceito As características físicas caracterizam as microcorrentes como biologicamente compatíveis e permitem sua atuação fisiológica em nível celular, com capacidade de produzir microestímulos e neuroestimulação sensitiva, com diversas aplicações estéticas. Para Agne (2013), a atividade de cada tecido saudável é o resultado do fluxo de correntes bioelétricas pelo organismo. Essa corrente elétrica intrínseca propicia as funções celulares e se encontra na faixa de microampères(µA), por isso a microcorrente é também denominada corrente fisiológica. Por causa dessa especificidade das microcorrentes, sua utilização é indiscutível nos procedimentos para tratamento da acne, pois, segundo Borges (2010), sua interação fisiológica gera adaptações orgânicas que agem diretamente na restauração de tecidos conectivos dérmicos e subdérmicos, sendo capaz de normalizar o fluxo de correntes bioelétricas, auxiliando no processo de cicatrização, com o objetivo de reparar, minimizar a dor e diminuir a contaminação bacteriana. Figura 4 - Aplicação facial de microcorrentes. Fonte: Mironmax Studio, Shutterstock, 2019. VOCÊ QUER LER? As lesões afetam a fisiologia da pele, em especial se acometerem a camada dérmica. Porém, para Martelli, et al. (2016), a pele dispõe de vias biológicas para restabelecer sua homeostasia e funções num processo denominado cicatrização. Leia o artigo, “Microcorrente no processo de cicatrização: revisão da literatura” para saber mais sobre este tema. Disponível em: <http://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/1316/pdf (http://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/1316/pdf)>. http://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/1316/pdf Ao se aplicar as microcorrentes, o sinal elétrico emitido e o campo eletromagnético formados são nivelados aos do organismo que, de acordo com Soriano (2002), determinam seus efeitos fisiológicos por afetar a membrana mitocondrial, favorecendo o metabolismo intracelular, aumentando em 500% a produção de ATP (Adenosina Trifosfato), acelerando a síntese de proteínas dérmicas, colágeno e elastina, em torno de 30% a 40%, com aumento do transporte de aminoácidos e nutrientes, e da permeabilidade da membrana plasmática, quesito importante para a permeação de ativos cosméticos. Segundo Borges (2010), fisiologicamente a restauração bioelétrica favorece o aumento da circulação sanguínea e linfática, resultando na melhor oxigenação, nutrição e eliminação de resíduos dos tecidos, aumento da velocidade de renovação celular e da quantidade de fator de crescimento de colágeno, tornando o tecido saudável e com aspecto mais jovial. No tratamento da acne, as microcorrentes compensam a bioeletricidade diminuída das células e auxiliam sua restauração, favorecendo, assim, o processo de cicatrização. Segundo Lacrimanti (2014), o tecido lesionado é pobre em ATP, com diminuição no aporte sanguíneo, queda na oxigenação, nutrição e aumento dos metabólitos celulares, ou seja, há perda da bioeletricidade e alteração dos potenciais elétricos de membrana. Borges (2010) cita que as microcorrentes auxiliam na redução do edema, evitando a congestão do tecido, que impede a chegada de oxigênio e nutrientes essenciais para o reparo tecidual durante o processo de cicatrização. Figura 5 - As microcorrentes podem contribuir para a cicatrização de lesões acneicas. Fonte: Digital Images Studio, Shutterstock, 2019. Para Lacrimanti (2014), no tratamento da acne, as microcorrentes têm efeito analgésico, anti- inflamatório, antiedematoso, ação bactericida e aceleração do processo cicatricial, destacando que a técnica de aplicação reflete o efeito fisiológico desejado: a ação bactericida é evidenciada no polo negativo da corrente; a ação de reparo tecidual ocorre no polo positivo, com aumento significativo na produção de colágeno, o que justifica seu uso também para revitalização e rejuvenescimento cutâneo. Sua ação a nível de permeabilidade da membrana plasmática favorece a permeação de princípios ativos cosméticos. Contudo, geralmente, na prática, a aplicação de microcorrentes ocorre oscilando entre os polos negativo e positivo, pois as células são bipolares. 4.2.2 Indicações e contraindicações Segundo Borges (2010), a eletroterapia por microcorrentes tem suas principais indicações na estética facial para: revitalização cutânea; pós-operatório de cirurgia plástica; atenuação de rugas, linhas de expressão e flacidez tissular; tratamento de lesões acneicas inflamatórias. Ainda para o autor, as contraindicações das microcorrentes se dão em pacientes portadores de marcapasso, próteses metálicas, neoplasias, epilepsia, insuficiência cardíaca e/ou renal; gestantes e processos infecciosos graves. VOCÊ SABIA? As microcorrentes foram utilizadas em uma pesquisa (SOARES et al com peles envelhecidas com melhora na textura e clareamento geral porém sem nenhum resultado visível no tônus cutâneo ou profundid sulcos e rugas. Para saber mais leia o artigo: “Benefícios da microcorr envelhecimento cutâneo.” Disponível <http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/mostras/vi_mostra/vania_to ares_1.pdf (http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/mostras/vi_mostra/vania_tol ares_1.pdf)>. • • • • • • http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/mostras/vi_mostra/vania_toledo_soares_1.pdf 4.3 Microagulhamento Neste tópico, vamos compreender as respostas fisiológicas da técnica de microagulhamento, também conhecida como terapia de indução de colágeno ou indução percutânea de colágeno, reconhecer as indicações e contraindicações dessa opção terapêutica de tratamento menos invasivo, com menor risco de complicações, visando a atenuação de rugas, melhora da textura da pele e correção de cicatrizes acneicas. Historicamente, a técnica de microagulhamento descende da acupuntura. Segundo Albano et al. (2018), Orentreich e Orentreith foram os primeiros a utilizar agulhas para estimular a produção de colágeno no tratamento de cicatrizes e rugas, técnica denominada subincisão. 4.3.1 Conceito Conforme Takano et al. (2013), o instrumento utilizado para o microagulhamento atualmente, conhecido como roller, foi desenvolvido por Desmond Fernandes e consiste em um rolo recoberto por finas agulhas de aço inoxidável cirúrgico, dispostas simetricamente em fileiras totalizando de 190 a 540 unidades, variando conforme o fabricante, sendo o comprimento destas variável de 0,25 mm a 3,0 mm. O objetivo é atingir estruturas específicas da pele. Sua aplicação se dá pelo rolamento do instrumento sobre a superfície da pele, cujo principal objetivo é a ativação do fibroblasto a partir do estímulo das agulhas, que perfuram a epiderme sem danificá-la, dando origem ao processo de cicatrização fisiológico. Outro beneficio adjacente é que as micropunturas abrem canais que ligam a derme ao meio externo, permitindo a introdução e absorção de ativos de uso tópico, queterão uma absorção mais fácil e rápida ao serem depositadas nessa camada da pele. Figura 6 - Instrumento de microagulhamento, comprimento das agulhas e a profundidade atingida na pele. Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de TAKANO; LIMA; LIMA, 2013. O estímulo de colágeno inicia-se com a perda da integridade da barreira cutânea, de acordo com Takano et al. (2013), libera citocinas e migração de queratinócitos para restaurar o dano epidérmico, desencadeando as três fases do processo de cicatrização, as quais você conhece clicando a seguir. VOCÊ QUER LER? Leia mais sobre o microagulhamento e a absorção de cosméticos associada à utilização da técnica no artigo publicado na revista Surgical & Cosmetic Dermatology intitulado “Tratamento das cicatrizes de acne com a técnica de microagulhamento e drug delivery” (KALIL et al, 2015). O artigo aborda o microagulhamento no tratamento de cicatrizes de acne. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265541072005 (https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265541072005)>. Fase de injúria Fase de cicatrização Fase de maturação https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265541072005 Segundo Albano (2018), o colágeno é a principal proteína da matriz extracelular e, durante o processo de maturação, pode crescer de maneira desordenada, formando a cicatriz inestética. A perfuração do microagulhamento permite a orientação da cicatriz e a recuperação da força de tração original na área lesionada. Ocorre liberação dos fatores de crescimento com ação sobre os fibroblastos da derme. As citocinas, mediadores químicos que ativam processos celulares, são essenciais nesse processo inflamatório, agindo na imunorregulação, crescimento e reparo, uma vez que realiza a comunicação das células da epiderme sob a derme. Para Grignoli (2015), a fase de inflamação é a mais importante para o microagulhamento, já que é liberada grande quantidade de nutrientes essenciais para a formação de um tecido novo e saudável. Para que ocorra a cascata inflamatória, a profundidade do trauma provocado pela agulha deve atingir de 1 a 3mm da pele. Nesse sentido, a intensidade das reações fisiológicas é proporcional ao comprimento da agulha utilizada no procedimento. Conheça mais sobre o microagulhamento clicando a seguir. Figura 7 - Fases do processo de cicatrização tissular. Fonte: Elaborada pela autora, adaptada de TAKANO; LIMA; LIMA, 2013. Para Takano et al. (2013), a profundidade atingida pela agulha de 1mm causa hematoma quase microscópico, enquanto o resultante da de 3mm é visível e pode persistir durante horas. Porém, estima-se que somente 50 a 70% do comprimento da agulha penetre durante o rolamento, assim, o dano da agulha de 1mm fica limitado à derme superficial e a resposta inflamatória é menos intensa do que a provocada pela agulha de comprimento maior. A resposta inflamatória decorrente, ainda segundo Grignoli (2015), é classificada em: leve, com agulhas de 0,25 a 0,5mm, observada em pacientes com rugas finas; moderada, com agulhas de 1,0 a 1,5mm, nos que apresentam flacidez, rugas médias e envelhecimento cutâneo; e profunda, com agulhas de 2,0 a 3,0mm, nos que possuem estrias e cicatrizes. Em uma pele intacta dificilmente alguns ativos cosméticos penetrariam na derme devido ao sistema de proteção da epiderme. Conforme Albano (2018), a técnica de microagulhamento rompe essa barreira e a formação dos microcanais até a derme facilita a absorção do ativo cosmético, aumentando a penetração de moléculas maiores em até 80%, potencializando sua aplicação estética. Segundo Takano et al. (2013), a aplicação deve seguir um padrão uniforme para a formação de petéquias: recomenda-se entre 10 e 15 rolagens numa mesma direção sobre a pele, formando quatro cruzamentos nas áreas tratadas, o que permite dano de 250-300 punturas/cm2. Porém, deve-se respeitar a sensibilidade da pele e do cliente, observando se essa aplicação é possível. Caso contrário, o mínimo são 4 rolagens em cada direção. Conforme Grignoli (2015), os rollers adequados para o esteticista são os que possuem comprimentos de agulha de 0,2 até 0,5mm, pois são menos invasivos e não há necessidade do uso de anestésicos. Os de 1,0mm até 3,0mm são de uso médico e necessitam do uso de anestésicos. A técnica dura de 15 a 20 Para a execução do procedimento de microagulhamento é indispensável que o esteticista possua embasamento teórico, destreza no manuseio do instrumento e domínio da técnica de aplicação, fatores que influenciam diretamente o resultado final. Durante o procedimento recomenda-se não manipular outros objetos a fim de evitar possíveis contaminações, pois o procedimento é invasivo, ainda que minimamente. Portanto, deve-se tomar todas as medidas assépticas e seguir as normas de biossegurança, sendo imprescindível o uso dos EPIs, principalmente de luvas descartáveis, já que há o risco de sangramento e infecção cruzada. A área a ser tratada deve ser previamente higienizada. Conforme Grignoli (2015), com uma das mãos o esteticista deve distender suavemente a pele da região, com a outra posiciona o instrumento entre os dedos indicador e polegar, iniciando o rolamento nas direções horizontais, verticais e oblíquas, sempre levantando o instrumento para a mudança de ângulo, exercendo uma pressão moderada, para não ocasionar danos e dor. Figura 8 - Ilustração técnica de aplicação do microagulhamento. Fonte: Elaborada pelo autora, adaptada de TAKANO; LIMA; LIMA, 2013. minutos, conforme a dimensão da área tratada. Em geral, é bem tolerada pelo paciente e pode ser realizada em todo o tipo de pele e em áreas próximas aos olhos. Para Takano et al. (2013), o tempo de aparecimento de petéquias varia conforme a espessura da pele e o comprimento da agulha escolhida. Na pele fotoenvelhecida, o aparecimento será mais rápido do que na pele fibrosada, com cicatrizes de acne, por exemplo. De maneira geral, recomenda-se um intervalo de até seis semanas entre as sessões, visto que leva um período para a constituição do novo colágeno. A vantagem do microagulhamento está no tempo de cicatrização mais curto e na redução dos riscos de efeitos colaterais em comparação às técnicas ablativas, já que a pele se torna mais resistente, espessa e menos sujeita ao fotodano. Figura 9 - Formação de petéquias no microagulhamento. Fonte: Lestertair, Shutterstock, 2019. VOCÊ QUER LER? O artigo “Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada” (TAKANO, D.; LIMA, E. V. A.; LIMA, 2013) relata uma investigação cientifica em pele de porco vivo submetido ao microagulhamento. Quer saber mais sobre o estudo? Acesse: <http://www.loktal.com/assets/v5-microagulhamento-- estudo-experimental-e-classificacao-da-injuria-provocada(1).pdf (http://www.loktal.com/assets/v5-microagulhamento--estudo-experimental-e- classificacao-da-injuria-provocada(1).pdf)>. http://www.loktal.com/assets/v5-microagulhamento--estudo-experimental-e-classificacao-da-injuria-provocada(1).pdf Conforme Albano (2018), as associações terapêuticas promovem uma resposta rápida ao tratamento. O autor cita o uso de peeling químico e eletroterapia avançada feitas nos intervalos de aplicação do microagulhamento. Em suma, a técnica de microagulhamento parece simples, mas requer conhecimentos sólidos para evitar lesões indesejadas e infecções por contaminação cruzada. Orientar o cliente é importante, já que o eritema pode durar de 2 a 3 dias, sendo recomendado não se expor ao sol e é indispensável utilizar fotoproteção por uma semana após tratamento. 4.3.2 Indicações e contraindicações Para Grignoli et al. (2015), a indicação do microagulhamento é ampla e para todos os fototipos de I a VI. Dentre as indicações estão: rugas, linhas de expressão, flacidez, hipercromias; melhora da textura, brilho e coloração da superfície cutânea; correção de cicatrizes de acne. Para Albano (2018), é contraindicado o microagulhamento em pacientes que estejam com lesões expostas, verrugas, pústulas, pele bronzeada, que tenham histórico de má cicatrização(como diabéticos), tendência a queloides ou distúrbio neuromuscular. A prática também é contraindicada se o paciente faz uso de isotretinoína oral, anti-inflamatórios, corticoides, anticoagulantes, para gestantes e lactantes, neoplásicos em qualquer fase, ou para pacientes com rosácea e/ou herpes ativa. VOCÊ QUER VER? As intercorrências do microagulhamento advém de sua forma de aplicação inadequada, seja por profissionais despreparados ou pelos próprios pacientes, que realizam a aplicação sozinhos. No vídeo “Benefícios do microagulhamento”, a fisioterapeuta Jéssica Veloso (2016) orienta e demonstra a aplicação correta da técnica. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_kVsRcQG5aw (https://www.youtube.com/watch?v=_kVsRcQG5aw)>. • • • 4.4 Tratamento para acne Neste tópico, vamos conhecer os medicamentos tópicos e sistêmicos prescritos por médicos para o tratamento da acne, compreender seus efeitos, indicação e contraindicação clínica. Também iremos identificar as possibilidades de associações dos recursos avançados disponíveis para o esteticista no https://www.youtube.com/watch?v=_kVsRcQG5aw tratamento da acne, já que esta é uma das principais queixas clínicas, que afeta adolescentes e adultos. O impacto da acne é mais do que estético, pode ter efeitos emocionais e psicológicos significativos na autoestima e qualidade de vida dos portadores. 4.4.1 Medicamentos tópicos e sistêmicos para o tratamento de acne Para o tratamento da acne existem inúmeros cosméticos e/ou cosmecêuticos, porém, dependo do tipo de lesão, inflamatória ou não inflamatória, tratamento medicamentoso tópico e/ou sistêmico se faz necessário, cujo objetivo é controlar os fatores etiopatogênicos da acne. Clique a seguir para conhecer as principais indicações de tratamento. Confira no vídeo a seguir a aplicação prática dos recursos eletroterápicos mais avançados: laser, LED, infravermelho e microcorrentes para o tratamento da acne. A narrativa apresenta a indicação e a ação terapêutica de cada equipamento, assim como a aplicação técnica. O vídeo explica também a utilização do microagulhamento para tratamento das sequelas de acne. Lupi (2012), aponta a necessidade de iniciar o tratamento tópico da acne com um agente comedolítico, pois o precursor das outras lesões é o microcomedão, que pode evoluir para uma lesão não inflamatória, o comedão; ou para lesões inflamatórias como pápula, pústula ou nódulos. Recomenda, ainda, o tratamento precoce para minimizar os danos psicológicos e físicos, como cicatrizes e hiperpigmentação. Conforme Deuschle et al. (2015), o tratamento tópico é necessário para todos os quadros de acne para manter a pele higienizada. Os autores destacam que para a acne leve a moderada geralmente o tratamento é realizado com agentes antimicrobianos. Já para acne moderada a grave o tratamento requer associação de medicamentos sistêmicos, como os antibióticos orais e isotretinoína. Assim, a introdução precoce de terapias combinadas no manejo da acne consiste na utilização concomitante de agentes terapêuticos diferentes. Para Lupi (2012), tem-se, dessa forma, uma ação sobre um número maior de fatores fisiopatológicos. Como terapia de primeira linha, o autor aponta a combinação de um retinoide com um agente antimicrobiano, já que age em 3 dos 4 fatores fisiopatológicos da acne: a hiperqueratinização folicular anormal, a colonização pela bactéria P. acnes e a inflamação. Para tratamento tópico, Deuschle et.al (2015) indica os agentes de limpeza que removem o excesso de sebo da pele, como sabão, loção, soluções e géis a base de ácido salicílico e enxofre, associados a retinoides tópicos, como peróxido de benzoíla, ácido azelaico, antibióticos, ácido salicílico e cosmecêuticos. Como agentes de primeira linha para acne comedoniana, acne inflamatória de leve a moderada e para o tratamento de manutenção, Lupi (2012) indica os retinoides tópicos, que tem ação anticomedoniana, pois normalizam a descamação folicular anormal, inibem a formação do microcomedão, reduzem comedões e lesões inflamatórias. Portanto, são úteis em todas os graus de acne, isolados ou em associação com outros ativos. Agora, clique e conheça as apresentações tópicas mais comuns. O peróxido de benzoíla (BPO) é um agente antimicrobiano com ação bactericida mais potente que muitos antibióticos tópicos. Segundo Lupi (2012), reduz a P. acnes em 90% e ácidos graxos livres em 40%. Reduz a chance de resistência bacteriana, tem efeito queratolítico leve, mas não regula o processo de hiperqueratinização. Disponível em formulações variadas (wash, gel) e em concentrações de 1% a 20%. Para Deuschle et al. (2015), o ácido azelaico tem ação comedolítica, antibacteriana e anti-inflamatória, inibe a proliferação da bactéria causadora da acne, é útil na acne papulopustulosa leve. Pode ser usado a 20% em cremes ou géis. O autor cita ainda a azeloglicina, composto químico de ácido azelaico e de glicina, com ação anti- inflamatória, queratolítica e bactericida, menos irritante que o ácido azelaico. Com relação aos antibióticos tópicos para o tratamento de lesões inflamatórias, segundo Lupi (2012) os mais comuns são a eritromicina (2% e 4%) e a clindamicina (1% e 2%), em solução e gel. O autor recomenda sua associação com o BPO e/ou retinoides tópicos devido ao risco de resistência bacteriana. Devem ser descontinuados assim que ocorrer a melhora do quadro acneico ou se não houver melhora em 6 a 8 semanas. Segundo Deuschle (2015), o ácido salicílico é um agente comedolítico, provoca descamação e reduz processos inflamatórios, melhorando o aspecto e textura da pele. Os cosmecêuticos, para Lupi (2012), devem ser considerados como coadjuvantes no tratamento da acne. O autor destaca o uso de higienizantes, hidratantes labiais, emulsões ou cremes com moderado efeito queratolítico alternados com produtos mais ativos ou após o fim do tratamento médico, Tem ação comedolítica, normaliza a descamação folicular, facilita a drenagem dos comedões, é anti-inflamatória e ajuda a permeação de ativos na pele. Um dos fármacos de maior efeito para o tratamento da acne. Causa irritação, descamação e eritema facial. Semelhante a tretinoina e a isotretinoina, porém com menor capacidade de produzir reações adversas e efeitos irritativos na pele (LUPI, 2012). • • • Tretinoína em creme a 0,025%; 0,05% e 0,1%; gel a 0,01% e 0,025%; e formulações micronizadas em gel a 0,1% Isotretinoína: gel a 0,05% Adapaleno em gel e creme a 0,1%; gel a 0,3% camuflagem e protetores solares. O tratamento sistêmico é indicado para acne inflamatória de moderada a grave. Segundo Lupi (2012), utiliza-se os antibióticos de tetraciclinas e seus derivados, sempre que possível em associação ao tratamento tópico. As tetraciclinas fazem parte da primeira opção, exceto na gestação, lactação e infância, quando é indicada a eritromicina. Uma intercorrência importante do tratamento sistêmico é a resistência bacteriana que surge pela utilização inadequada ou prolongada de antibióticos via oral, afetando sua ação sobre o P. acnes, inibindo ou reduzindo a resposta fisiológica com recorrência das lesões. Além disso, a utilização incorreta pode causar resistência em outras bactérias presentes no organismo e nas bactérias-alvo. A flora residente na pele pode manter cepas resistentes mesmo após a descontinuação de uso do antibiótico. Nesse sentido, conforme Deuschle et al. (2015), é indicada a introdução precoce de retinoides ou peróxido de benzoíla, concomitante ao uso de antibiótico tópico e oral até a melhora das lesões inflamatórias. Essa associação é uma estratégia interessante porque minimiza o risco de resistência bacteriana. A Isotretinoína oral é um análogo da vitamina A. Segundo Lupi (2012), normaliza a queratinização folicular, inibe a sebogênese, indiretamente reduz a população de P. acnes, além de ter ação anti- inflamatória. É o único medicamento que possibilita a cura da acne, melhorando a qualidade de vida e prevenindo o aparecimento de cicatrizes permanentes. Deve-seevitar associação com tópicos irritantes e com a tetraciclina oral (risco de hipertensão intracraniana). Entre seus efeitos colaterais estão a teratogenicidade, ressecamento das mucosas, eritema facial, prurido, alterações das enzimas hepáticas e perfil lipídico e distúrbios psicológicos. O tratamento hormonal com anticoncepcionais é uma excelente opção para mulheres, principalmente se a contracepção é desejável. Para Deuschle et al. (2015), é indicado na acne na mulher adulta, acne resistente e síndrome dos ovários policísticos. VOCÊ SABIA? Os antibióticos são os únicos medicamentos que influenciam não ap paciente, mas todo o ecossistema onde ele está inserido, com reperc potenciais profundas. Para saber mais leia o artigo: “Uso indiscrimin antibióticos e resistência microbiana: Uma guerra perdida?” (WANNM 2004). Disponível <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/rede_rm/2007/2_060807/opas _indiscriminado.pdf (http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/rede_rm/2007/2_060807/opas _indiscriminado.pdf)>. http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/rede_rm/2007/2_060807/opas_1_uso_indiscriminado.pdf Mesmo com um tratamento adequado, a acne pode causar cicatrizes permanentes, hiperpigmentações persistentes e possíveis deformações na pele dos pacientes. Por isso, associar a terapêutica dermatológica com a estética é muito eficaz, não só no controle das lesões como na prevenção dessas sequelas. Figura 10 - Opções Terapêuticas para o tratamento da acne. Fonte: LUPI, 2012. 4.4.2 Associações de recursos disponíveis para o esteticista Para Deuschle et al. (2015), a associação de procedimentos profissionais que facilitem a extração, diminuam e tratem as lesões acneicas são elementos de grande importância para a melhora efetiva do quadro. Entre as modalidades terapêuticas utilizadas pelos esteticistas estão a limpeza de pele profunda, com associação de recursos cosméticos e eletroterapêuticos avançados, cuja finalidade é promover o controle dos processos inflamatórios, renovação celular, melhora da hidratação e nutrição da pele, controle bacteriostático e analgesia. Nesse sentido, é importante o esteticista reconhecer que não existe um protocolo único, sendo imprescindível a avaliação adequada do caso. Na tomada de decisão clínica, é importante manter o bom senso e pensamento crítico para a elaboração da estratégia de tratamento. Vamos clicar a seguir para conferir algumas. CASO Uma paciente recorre ao esteticista com queixa de acne na face. Ela tratar as pápulas e pústulas para diminuir a dor, extrair os comedões ab fechados e melhorar o aspecto das cicatrizes acneicas em algumas com o objetivo de devolver a saúde da pele do seu rosto e sua autoestim Ao avaliar as condições faciais da cliente, o profissional ident necessidade de associação de recursos eletroterápicos, cosmét técnicas específicas para estabelecer procedimentos estético contemplem a terapêutica adequada. Embasado em seus conhecimentos, o profissional elegeu uma sequên procedimentos cujos efeitos fisiológicos terão como objetivo at cicatrização das lesões inflamatórias e controlar a sebogênese da inflamatórias. Para isso iniciou o tratamento com a técnica de limpeza profunda, com extração manual das lesões, associando os eletroter vapor de ozônio, alta-frequência e microcorrentes, aplicando cosm exclusivos para a acne. Nos procedimentos seguintes, após realizar a higienização facial, p aplicar os eletroterápicos laser vermelho e infravermelho ou os LEDs âmbar, que tinha disponível. O tratamento poderia incluir a permea ativos cosméticos específicos para a acne. Depois de controlar o quadro acneico, o profissional utilizou a aplica técnica de microagulhamento associada aos eletroterápicos microco laser infravermelho e LED âmbar, intercalando suas aplicações tratamento das cicatrizes e hiperpigmentações sequelares da acne. Limpeza profunda de pele Equipamento de alta frequência Microcorrentes Conforme Ifould (2015), a limpeza profunda da pele é o ponto de partida no tratamento da acne, a partir da extração manual dos comedões abertos e fechados e evacuação de todo o seu conteúdo, o controle se inicia, já que eles são os precursores das outras lesões. Corroborando, Deuschle et al. (2015), em sua pesquisa, abordaram o efeito de diferentes técnicas de tratamento para acne e verificaram a melhora de 50% dos comedões abertos e fechados após a limpeza de pele com extração manual. Já a técnica associada ao uso de máscara cosmética com ácido apresentou melhora significativa em pústulas, comedões abertos e pápulas não inflamatórias. Destaca-se que a extração atua como uma medida preventiva no aparecimento de pápulas, principalmente quando em conjunto com a aplicação da alta frequência. De acordo com Lupi (2012), as tecnologias baseadas em luz (fototerapia) para o tratamento de acne ativa em seu mecanismo de ação apresentam dois alvos primários: redução de P. acnes: baseia-se na produção de porfirinas, do metabolismo normal da P. acnes, que absorvem luz no espectro de 400 nm a 700 nm, danificando os lipídios da parede celular da bactéria. interferência na função da glândula sebácea: a geração de radicais livres de oxigênio podem controlar a glândula sebácea e eliminar ou reduzir a secreção por períodos prolongados. Para Deuschle et al. (2015), a fototerapia (laser, LED e infravermelho) é uma modalidade de tratamento não invasiva, utilizada na prática clínica para acne. Isso devido aos seus efeitos fisiológicos de regeneração tecidual, anti-inflamatório, analgésico e modulador da atividade celular, sendo indicada para graus mais avançados. As associações terapêuticas incluem peeling mecânico e químico, limpeza de pele, microagulhamento e ativos cosméticos com fatores de crescimento. Para Lacrimanti (2014), os tratamentos citados têm suas particularidades e provocam alterações na pele, podendo ocorrer intercorrências como: vermelhidão, descamação, ardência e sensibilidade ao sol de maneira leve a intensa. Cabe destacar que a acne pode deixar sequelas visíveis na pele como hipercromias pós-inflamatórias e cicatrizes, para esse caso as terapias citadas apresentam boa resposta terapêutica, porém o microagulhamento é uma opção de tratamento muito utilizada pelo esteticista e aprovada com satisfação pelo cliente. Para Grignoli (2015), o microagulhamento estimula o aumento significativo na produção de colágeno, formando um tecido novo e saudável, e melhorando a aparência das cicatrizes acneicas. Sua combinação com a fototerapia é uma excelente opção. Além disso, a técnica favorece a permeação de ativos cosméticos, uma associação altamente eficaz. • • Síntese Ao finalizar os estudos do capítulo, pudemos conhecer os conceitos, efeitos fisiológicos, indicação e contraindicações dos recursos mais avançados em estética facial. Dessa forma, buscamos proporcionar ao esteticista o pensamento crítico e conhecimento técnico para decidir a terapêutica indicada para cada caso, estabelecendo um procedimento personalizado que garante satisfação ao cliente e diferencial profissional. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: identificar o mecanismo de ação, as respostas fisiológicas, as indicações e contraindicações dos recursos de microcorrentes, laser, LED e infravermelho para o tratamento de afecções faciais, principalmente da acne; • compreender o mecanismo e efeitos fisiológicos que estimulam a produção de colágeno na técnica de microagulhamento; identificar as prescrições médicas tópica e sistêmica para o tratamento da acne, compreendendo seus efeitos e indicação clínica para os diferentes graus; compreender as associações de recursos avançados disponíveis para os procedimentos estéticos faciais. • • • Bibliografia ALBANO, R.P.S; PEREIRA, L.P; ASSIS, I.B. Microagulhamento – A Terapia Que Induz A Produção De Colágeno – Revisão De Literatura. Revista Saúde em Foco – Edição nº 10 – Ano: 2018 pg. 455-473. 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