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Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO Laboratório de Farmacologia A doença de Chagas é transmitida quando o barbeiro pica uma pessoa ou animal infectado, que então pica outra pessoa. nquanto picam, os insetos infectados depositam na pele as fezes contendo tripomastigotas metacíclicos. Essas formas infecciosas entram pela lesão da picada ou penetram na conjuntiva ou nas membranas mucosas. Os parasitas invadem macrófagos no local de entrada, transformam-se em amastigotas que se multiplicam por divisão binária e são liberados como tripomastigotas no sangue e em espaços teciduais, de onde infectam outras células. Células do sistema reticuloendotelial, do miocárdio, dos músculos e do sistema nervoso geralmente estão envolvidas. Sobre o conhecimento geral da doença de chagas respondam as questões: 1. Explique como a doença de chagas pode ser classificada de acordo o tempo da infecção? Pode ser classificada em aguda ou crônica. A principal diferença dessas fases é a parasitemia, que é maior na fase aguda por estar em maior quantidade na circulação, e menor na fase crônica, na qual o parasita já está instalado nos tecidos. 2. Quais são os exames laboratoriais solicitados para o diagnóstico da doença de chagas? Diferencie-os de acordo a fase da infecção que o paciente pode apresentar. Para diagnóstico na fase aguda recomenda-se o Exame Direto. Já os exames sorológicos são indicados principalmente para fase crônica (RIFI, ELISA e HAI). 3. Avalie a figura e responda: a) Qual exame foi realizado na imagem e quais são suas características? Exame direto; Tem como características o seu baixo preço e fácil acesso. b) Explique em qual fase da doença esse exame deve ser solicitado. Justifique. Deve ser solicitado para diagnóstico da fase aguda de Chagas. Afinal, na fase crônica pode dar falso negativo, devido à baixa parasitemia dessa fase. 4. Avalie o fluxograma e explique como deve ser feito o diagnóstico sorológico da doença de chagas na fase crônica: Os testes imunológicos oferecem facilidade de execução e resultados em curtos prazos de tempo, diferentemente dos métodos parasitológicos mencionados. Estes testes baseiam-se principalmente na presença de IgG e IgM específicos, que começam a surgir na segunda ou terceira semana após a infecção e permanecem detectáveis durante toda a fase crônica. São realizados no mínimo dois testes sorológicos para diagnóstisco da doença. Contudo, quando um desses testes apresenta resultado inconclusivo recomenda-se a realização do PCR ou Teste Western Blotting. Eles são testes genéticos, portanto são mais específicos e altamente confiáveis, contudo, são muito caros, demorados e dispendiosos, além de não serem realizados em qualquer laboratório. 5. Faça a correlação correta entre as imagens e os tipos de métodos abaixo. Quais são as diferenças encontradas entre os exames apresentados? TESTE DE HEMOAGLUTINAÇÃO (HAI) Consiste numa reação muito simples, mais rápida e sensível que o teste de fixação de complemento, na deteção de anticorpos anti-T. cruzi no soro de indivíduos infectados. Baseia-se na aglutinação de hemácias de carneiro, recobertas com antígenos citoplasmáticos de T. cruzi em presença de soro que contenha anticorpos para este parasita. Havendo anticorpos antiantígenos de T. cruzi, os mesmos formarão ligações entre as hemácias, interagindo com os antígenos na sua superfície. Assim, visualmente ocorrerá à formação de um manto nas placas de microtitulação. Em virtude do baixo custo, nitidez dos resultados e simplicidade de execução tem sido amplamente utilizada em situações de rotina. IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA Esta reação tem sido amplamente empregada no diagnóstico laboratorial da doença de Chagas. O antígeno é preparado com formas epimastigotas de T. cruzi, que são coletadas da cultura em meio LIT na fase exponencial de crescimento, lavados e fixados em solução de formol, paraformaldeido e/ou liofilizado. Os anticorpos do soro de pacientes são colocados sobre uma Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO lámina contendo antígenos de T. cruzi. Os anticorpos anti-T. cruzi são revelados com o uso de anticorpos anti- imunoglobulina (Ig) humana conjugados a fluoresceína e observados ao microscópio de fluorescência. O uso deste método se deve principal gente por suas vantagens: relativa facilidade de se obterem reações padronizadas, alta sensibilidade, regularidade dos resultados e a possibilidade de processamento simultâneo de um grande número de amostras. ELISA Esta técnica consiste em detectar anticorpos contra o parasita através da utilização de um segundo anticorpo (anti- imunoglobulina humana produzido em animais de laboratório), conjugados a enzimas, que, em presença de substratos especificos, geram produtos coloridos, cuja quantificação é feita espectrofotometricamente. Este método oferece alta sensibilidade, utilização de baixas quantidades de soro, processamento simultâneo de várias amostras e, finalmente, fácil uso em trabalhos realizados em campo WESTERN BLOT Nesta técnica, o antígeno de T. cruzi é submetido à eletroforese em gel de poliacrilamida, para resolução das proteínas segundo o critério de massa molecular. Após transferência do material fracionado em gel para membranas de nitrocelulose, segue-se como no procedimento da reação antígeno anticorpo semelhante ao método de ELISA. Os soros são colocados sobre as fitas de nitrocelulose e, no caso de uma reação positiva, haverá o aparecimento de bandas características. Laboratório de Patologia DOENÇA DE CHAGAS: É uma doença transmissível causada por um parasita e transmitida principalmente através do inseto “barbeiro”. O agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e digestivas. Bicho Barbeiro (Triatomíneo) Identifique as formas do parasito nas numerações indicadas nos círculos em azul. 1. O inseto/vetor pica e defeca ao mesmo tempo. O tripomastigota presente nas fezes passa à ferida na pele ao coçar ou esfregar. 2. Os tripomastigota invadem as células onde se transformam em amastigotas. 3. Os amastigotas multiplicam-se dentro das células assexuadamente. Os tripanossomas então invadem novas células em diferentes regiões do corpo e se multiplicam como amastigotas. 4. Os amastigotas transformam-se em tripomastigota e destroem a célula saindo para o sangue. 5. Tripanomastigotas sanguíneos são absorvidos por novo inseto em nova picada. 6. Transformam-se em epimastigotas no intestino do inseto. Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO 7. Multiplicam-se. 8. Transforma-se em tripomastigotas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO → Fase aguda: De 5 a 14 dias após a picada do inseto vetor (média 7-10 dias) ou de 30 a 40 dias quando adquirida por transfusão de sangue. De 90 a 98% dos casos são assintomáticos, enquanto 2 a 10% são sintomáticos. → Fase crônica: Mais de 10 anos após a infecção inicial. A forma indeterminada corresponde a 50-69% dos casos, a forma cardíaca 19%, a forma digestiva 10% e a forma mista 8%. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA FASE AGUDA Febre, cefaleia, mialgia, artralgia, diarreia e vômito. Miocardite aguda, cardiomegalia, IC, arritmias, edema de face e/ou membros. Lesões de porta de entrada. O tripomastigota possui núcleo maior e cinetoplasto em extremidade oposta. Já no epimastigota, o núcleo e o cinetoplasto estão próximos. No amastigota podemos perceber a diminuição do flagelo. Ninhos parasitários nas fibras cardíacas: Qual forma evolutiva de T. cruzi está indicado nas setas em branco em A e B? Amastigotas em fase aguda da doença, pois ainda não há formação de tecido fibroso. Já nessa imagem, notamos o início da fase crônica, em que há um pouco de tecido fibroso (região esbranquiçada) e a formação de uma miocela (ninhos) que o amastigota fica preso e não sai mais. A formação desse tecido fibrosado dificulta a transmissão de impulsos nervosos. MIOCARDITE CHAGÁSICA CRÔNICA A cardiomiopatia crônica da doença de Chagas (CCDC) é resultante de miocarditefibrosante focal de baixa intensidade, mas incessante, causada pela infecção persistente do T. cruzi, associada à inflamação mediada por mecanismos imunes adversos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA FASE CRÔNICA Inflamação crônica e progressiva destruição de miócitos Bloqueio progressivo da formação e condução dos estímulos elétricos. Infiltrado por linfócitos e macrófago gera edema intersticial e fibrose intensa. O coração além de crescer, achata, se tornando globoso. Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO O açaí seria o vilão? As pessoas que adquirem a doença pelo seu consumo normalmente fazem uso do açaí in natura, sem passar pelos processos de higienização. Laboratório de Anatomia Como avaliar a área cardíaca no RX? Como saber se o coração está normal ou aumentado? O principal método para avaliação do tamanho cardíaco é o índice cardiotorácico. Ele pode ser calculado da seguinte forma: 1. Medida do maior diâmetro laterolateral do coração. Medida do maior diâmetro laterolateral do tórax (do córtex interno de uma costela de um lado, até o cortex interno da costela correspondente do outro lado) E agora divide a medida 1 pela medida 2. O valor normal é até 0,5. Ou seja, a linha do coração tem que ser menor ou igual à metade da linha do tórax. Alguns requisitos importantes são necessários para poder utilizar o índice cardiotorácico: → RX frontal em PA (no AP a área do coração está ampliada). → Paciente adulto (crianças tem o coração proporcionalmente maior). → Exame de boa qualidade (RIP): inspiração adequada e paciente bem centrado. Anatomia cardíaca no RX de tórax No tórax, o coração está apontando para a esquerda e para baixo (ápice cardíaco), já que o ventrículo esquerdo é a câmara cardíaca mais “forte”. Esse detalhe é determinante nos contornos cardíacos ao RX. O Átrio Direito está situado à linha direita da linha média na incidência frontal. No perfil, ele é sobreposto VD e AE (em azul na imagem). Ou seja, ele não tem representação no perfil. O Átrio Esquerdo é a câmara cardíaca mais posterior de todas. Na incidência frontal, está na linha média e é ultrapassado à direita pelo AD e à esquerda pelo VE. No perfil, está localizado acima do VE (em verde). O Ventrículo Direito é a câmara mais anterior de todas (encosta no esterno) e está na linha média. Na incidência frontal, é ultrapassado à direita pelo AD e à esquerda pelo VE (em amarelo). O Ventrículo Esquerdo está situado predominantemente à esquerda da linha média na incidência frontal. No perfil, está localizado abaixo do AE (em rosa). Em verde claro temos a aurículado AE Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO Resumindo... INCIDÊNCIA FRONTAL: - Contorno lateral direito: átrio direito - Contorno lateral esquerdo: ventrículo esquerdo INCIDÊNCIA EM PERFIL: - Contorno anterior: ventrículo direito - Contorno posterossuperior: átrio esquerdo - Contorno posteroinferior: ventrículo esquerdo Insuficiência cardíaca 1. Constata-se a cardiomegalia pelo aumento do índice cardio-torácico. 2. O aumento da pressão venocapilar pulmonar leva ao extravasamento de líquido no interstício e ao acúmulo de líquido no espaço intersticial, o que dificulta a troca gasosa. No RX de tórax esse edema intersticial pode ser detectado pela cefalização dos vasos pulmonares (há uma inversão do padrão vascular, pois a vascularização é mais visível nos lobos superiores), pelo espessamento das fissuras pulmonares, proeminência dos hilos pulmonares e presença das linhas B de Kerley na periferia. 3. Quando esse líquido extravasa do insterstício e atinge o espaço alveolar, se desenvolve o edema alveolar, indicativo de consolidação da IC (vê como se fossem algodões no pulmão - densidade de partes moles) 4. Na IC normalmente ocorre um derrame pleural pequeno/moderado e bilateral (pode acontecer tanto no edema intersticial como no alveolar). Podemos percebê-lo ao compararmos o recesso costofrênico, pois nos casos em que há acúmulo de líquido, o recesso aparenta formar um ângulo obtuso, enquanto nos casos sem o derrame conseguimos percebê-lo em ângulo agudo (fica mais fino nas periferias). 5. É importante comparar com exames prévios. RX de um paciente com IC. Podemos perceber que em condições fisiológicas normais o fluxo sanguíneo é maior na base do que no ápice, e portanto, os vasos devem ser mais proeminentes nessa região. Portanto, quando há linhas finais e horizontais na base e periferia é sinal de que há líquido no interstício. Elas são o espessamento dos septos interlobulares do pulmão em decorrência de edema. Eles se espessam porque o edema intersticial é reabsorvido principalmente nos septos, devido a maior proeminência da rede linfática nessa região. Na imagem acima podemos comparar o RX de uma IC descompensada x IC compensada.
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