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SOI LAB 17.02

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Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO
Laboratório de Farmacologia
A doença de Chagas é transmitida quando o barbeiro pica uma
pessoa ou animal infectado, que então pica outra pessoa.
nquanto picam, os insetos infectados depositam na pele as
fezes contendo tripomastigotas metacíclicos. Essas formas
infecciosas entram pela lesão da picada ou penetram na
conjuntiva ou nas membranas mucosas. Os parasitas invadem
macrófagos no local de entrada, transformam-se em
amastigotas que se multiplicam por divisão binária e são
liberados como tripomastigotas no sangue e em espaços
teciduais, de onde infectam outras células. Células do sistema
reticuloendotelial, do miocárdio, dos músculos e do sistema
nervoso geralmente estão envolvidas.
Sobre o conhecimento geral da doença de chagas respondam as
questões:
1. Explique como a doença de chagas pode ser
classificada de acordo o tempo da infecção?
Pode ser classificada em aguda ou crônica. A principal
diferença dessas fases é a parasitemia, que é maior na fase
aguda por estar em maior quantidade na circulação, e menor
na fase crônica, na qual o parasita já está instalado nos tecidos.
2. Quais são os exames laboratoriais solicitados para o
diagnóstico da doença de chagas? Diferencie-os de
acordo a fase da infecção que o paciente pode
apresentar.
Para diagnóstico na fase aguda recomenda-se o Exame Direto.
Já os exames sorológicos são indicados principalmente para
fase crônica (RIFI, ELISA e HAI).
3. Avalie a figura e responda:
a) Qual exame foi realizado na imagem e quais são suas
características?
Exame direto; Tem como características o seu baixo preço e
fácil acesso.
b) Explique em qual fase da doença esse exame deve ser
solicitado. Justifique.
Deve ser solicitado para diagnóstico da fase aguda de Chagas.
Afinal, na fase crônica pode dar falso negativo, devido à baixa
parasitemia dessa fase.
4. Avalie o fluxograma e explique como deve ser feito o
diagnóstico sorológico da doença de chagas na fase
crônica:
Os testes imunológicos oferecem facilidade de execução e
resultados em curtos prazos de tempo, diferentemente dos
métodos parasitológicos mencionados. Estes testes baseiam-se
principalmente na presença de IgG e IgM específicos, que
começam a surgir na segunda ou terceira semana após a
infecção e permanecem detectáveis durante toda a fase crônica.
São realizados no mínimo dois testes sorológicos para
diagnóstisco da doença. Contudo, quando um desses testes
apresenta resultado inconclusivo recomenda-se a realização do
PCR ou Teste Western Blotting. Eles são testes genéticos,
portanto são mais específicos e altamente confiáveis, contudo,
são muito caros, demorados e dispendiosos, além de não serem
realizados em qualquer laboratório.
5. Faça a correlação correta entre as imagens e os tipos
de métodos abaixo. Quais são as diferenças
encontradas entre os exames apresentados?
TESTE DE HEMOAGLUTINAÇÃO (HAI)
Consiste numa reação muito simples, mais rápida e sensível
que o teste de fixação de complemento, na deteção de
anticorpos anti-T. cruzi no soro de indivíduos infectados.
Baseia-se na aglutinação de hemácias de carneiro, recobertas
com antígenos citoplasmáticos de T. cruzi em presença de soro
que contenha anticorpos para este parasita. Havendo
anticorpos antiantígenos de T. cruzi, os mesmos formarão
ligações entre as hemácias, interagindo com os antígenos na
sua superfície. Assim, visualmente ocorrerá à formação de um
manto nas placas de microtitulação. Em virtude do baixo custo,
nitidez dos resultados e simplicidade de execução tem sido
amplamente utilizada em situações de rotina.
IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA
Esta reação tem sido amplamente empregada no diagnóstico
laboratorial da doença de Chagas. O antígeno é preparado com
formas epimastigotas de T. cruzi, que são coletadas da cultura
em meio LIT na fase exponencial de crescimento, lavados e
fixados em solução de formol, paraformaldeido e/ou liofilizado.
Os anticorpos do soro de pacientes são colocados sobre uma
Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO
lámina contendo antígenos de T. cruzi. Os anticorpos anti-T.
cruzi são revelados com o uso de anticorpos anti-
imunoglobulina (Ig) humana conjugados a fluoresceína e
observados ao microscópio de fluorescência. O uso deste
método se deve principal gente por suas vantagens: relativa
facilidade de se obterem reações padronizadas, alta
sensibilidade, regularidade dos resultados e a possibilidade de
processamento simultâneo de um grande número de amostras.
ELISA
Esta técnica consiste em detectar anticorpos contra o parasita
através da utilização de um segundo anticorpo (anti-
imunoglobulina humana produzido em animais de laboratório),
conjugados a enzimas, que, em presença de substratos
especificos, geram produtos coloridos, cuja quantificação é feita
espectrofotometricamente. Este método oferece alta
sensibilidade, utilização de baixas quantidades de soro,
processamento simultâneo de várias amostras e, finalmente,
fácil uso em trabalhos realizados em campo
WESTERN BLOT
Nesta técnica, o antígeno de T. cruzi é submetido à eletroforese
em gel de poliacrilamida, para resolução das proteínas segundo
o critério de massa molecular. Após transferência do material
fracionado em gel para membranas de nitrocelulose, segue-se
como no procedimento da reação antígeno anticorpo
semelhante ao método de ELISA. Os soros são colocados sobre
as fitas de nitrocelulose e, no caso de uma reação positiva,
haverá o aparecimento de bandas características.
Laboratório de Patologia
DOENÇA DE CHAGAS: É uma doença transmissível causada
por um parasita e transmitida principalmente através do inseto
“barbeiro”. O agente causador é um protozoário denominado
Trypanosoma cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue
periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e
digestivas.
Bicho Barbeiro (Triatomíneo)
 Identifique as formas do parasito nas numerações
indicadas nos círculos em azul.
1. O inseto/vetor pica e defeca ao mesmo tempo. O
tripomastigota presente nas fezes passa à ferida na pele ao
coçar ou esfregar.
2. Os tripomastigota invadem as células onde se transformam
em amastigotas.
3. Os amastigotas multiplicam-se dentro das células
assexuadamente. Os tripanossomas então invadem novas
células em diferentes regiões do corpo e se multiplicam
como amastigotas.
4. Os amastigotas transformam-se em tripomastigota e
destroem a célula saindo para o sangue.
5. Tripanomastigotas sanguíneos são absorvidos por novo
inseto em nova picada.
6. Transformam-se em epimastigotas no intestino do inseto.
Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO
7. Multiplicam-se.
8. Transforma-se em tripomastigotas.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
→ Fase aguda: De 5 a 14 dias após a picada do inseto vetor
(média 7-10 dias) ou de 30 a 40 dias quando adquirida por
transfusão de sangue. De 90 a 98% dos casos são
assintomáticos, enquanto 2 a 10% são sintomáticos.
→ Fase crônica: Mais de 10 anos após a infecção inicial. A
forma indeterminada corresponde a 50-69% dos casos, a
forma cardíaca 19%, a forma digestiva 10% e a forma mista
8%.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA FASE AGUDA
 Febre, cefaleia, mialgia, artralgia, diarreia e vômito.
 Miocardite aguda, cardiomegalia, IC, arritmias, edema de
face e/ou membros.
 Lesões de porta de entrada.
O tripomastigota possui núcleo maior e cinetoplasto em
extremidade oposta. Já no epimastigota, o núcleo e o cinetoplasto
estão próximos. No amastigota podemos perceber a diminuição
do flagelo.
 Ninhos parasitários nas fibras cardíacas: Qual forma
evolutiva de T. cruzi está indicado nas setas em branco
em A e B?
Amastigotas em fase aguda da doença, pois ainda não há
formação de tecido fibroso.
Já nessa imagem, notamos o início da fase crônica, em que há
um pouco de tecido fibroso (região esbranquiçada) e a
formação de uma miocela (ninhos) que o amastigota fica preso
e não sai mais. A formação desse tecido fibrosado dificulta a
transmissão de impulsos nervosos.
MIOCARDITE CHAGÁSICA CRÔNICA
A cardiomiopatia crônica da doença de Chagas (CCDC) é
resultante de miocarditefibrosante focal de baixa intensidade,
mas incessante, causada pela infecção persistente do T. cruzi,
associada à inflamação mediada por mecanismos imunes
adversos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA FASE CRÔNICA
 Inflamação crônica e progressiva destruição de miócitos
 Bloqueio progressivo da formação e condução dos
estímulos elétricos.
 Infiltrado por linfócitos e macrófago gera edema
intersticial e fibrose intensa.
 O coração além de crescer, achata, se tornando globoso.
Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO
 O açaí seria o vilão? As pessoas que adquirem a doença
pelo seu consumo normalmente fazem uso do açaí in
natura, sem passar pelos processos de higienização.
Laboratório de Anatomia
Como avaliar a área cardíaca no RX? Como saber se o
coração está normal ou aumentado?
O principal método para avaliação do tamanho cardíaco é o
índice cardiotorácico. Ele pode ser calculado da seguinte forma:
1. Medida do maior diâmetro laterolateral do coração.
Medida do maior diâmetro laterolateral do tórax (do
córtex interno de uma costela de um lado, até o cortex
interno da costela correspondente do outro lado)
E agora divide a medida 1 pela medida 2.
O valor normal é até 0,5. Ou seja, a linha do coração tem que
ser menor ou igual à metade da linha do tórax.
Alguns requisitos importantes são necessários para poder
utilizar o índice cardiotorácico:
→ RX frontal em PA (no AP a área do coração está ampliada).
→ Paciente adulto (crianças tem o coração
proporcionalmente maior).
→ Exame de boa qualidade (RIP): inspiração adequada e
paciente bem centrado.
Anatomia cardíaca no RX de tórax
No tórax, o coração está apontando para a esquerda e para
baixo (ápice cardíaco), já que o ventrículo esquerdo é a câmara
cardíaca mais “forte”. Esse detalhe é determinante nos
contornos cardíacos ao RX.
 O Átrio Direito está situado à linha direita da linha média
na incidência frontal. No perfil, ele é sobreposto VD e AE
(em azul na imagem). Ou seja, ele não tem representação
no perfil.
 O Átrio Esquerdo é a câmara cardíaca mais posterior de
todas. Na incidência frontal, está na linha média e é
ultrapassado à direita pelo AD e à esquerda pelo VE. No
perfil, está localizado acima do VE (em verde).
 O Ventrículo Direito é a câmara mais anterior de todas
(encosta no esterno) e está na linha média. Na incidência
frontal, é ultrapassado à direita pelo AD e à esquerda pelo
VE (em amarelo).
 O Ventrículo Esquerdo está situado predominantemente à
esquerda da linha média na incidência frontal. No perfil,
está localizado abaixo do AE (em rosa).
Em verde claro temos a aurículado AE
Cecília Gabrielle Lima Matos - 3º PERÍODO
Resumindo...
INCIDÊNCIA FRONTAL:
- Contorno lateral direito: átrio direito
- Contorno lateral esquerdo: ventrículo esquerdo
INCIDÊNCIA EM PERFIL:
- Contorno anterior: ventrículo direito
- Contorno posterossuperior: átrio esquerdo
- Contorno posteroinferior: ventrículo esquerdo
Insuficiência cardíaca
1. Constata-se a cardiomegalia pelo aumento do índice
cardio-torácico.
2. O aumento da pressão venocapilar pulmonar leva ao
extravasamento de líquido no interstício e ao acúmulo de
líquido no espaço intersticial, o que dificulta a troca
gasosa. No RX de tórax esse edema intersticial pode ser
detectado pela cefalização dos vasos pulmonares (há
uma inversão do padrão vascular, pois a vascularização é
mais visível nos lobos superiores), pelo espessamento das
fissuras pulmonares, proeminência dos hilos
pulmonares e presença das linhas B de Kerley na
periferia.
3. Quando esse líquido extravasa do insterstício e atinge o
espaço alveolar, se desenvolve o edema alveolar,
indicativo de consolidação da IC (vê como se fossem
algodões no pulmão - densidade de partes moles)
4. Na IC normalmente ocorre um derrame pleural
pequeno/moderado e bilateral (pode acontecer tanto no
edema intersticial como no alveolar). Podemos percebê-lo
ao compararmos o recesso costofrênico, pois nos casos
em que há acúmulo de líquido, o recesso aparenta formar
um ângulo obtuso, enquanto nos casos sem o derrame
conseguimos percebê-lo em ângulo agudo (fica mais fino
nas periferias).
5. É importante comparar com exames prévios.
RX de um paciente com IC. Podemos perceber que em condições
fisiológicas normais o fluxo sanguíneo é maior na base do que no ápice,
e portanto, os vasos devem ser mais proeminentes nessa região.
Portanto, quando há linhas finais e horizontais na base e periferia é
sinal de que há líquido no interstício. Elas são o espessamento dos
septos interlobulares do pulmão em decorrência de edema. Eles se
espessam porque o edema intersticial é reabsorvido principalmente nos
septos, devido a maior proeminência da rede linfática nessa região.
Na imagem acima podemos comparar o RX de uma IC descompensada
x IC compensada.

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