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Valor Adicionado e Fluxo de Renda e Dispêndio FCR A contabilidade social por ter natureza de registro contábil, → cuja proposta é de expressar os montantes de todas as transações econômicas realizadas numa determinada sociedade, através da medição da produção de um determinado ano, tem por função registrar e medir as grandezas definidas pelos agregados econômicos dentro da macroeconomia. → a contabilidade social define e mede os resultados dos agregados econômicos a partir dos valores já realizados, ou seja, os bens e serviços finais que já foram produzidos e comprados pelos vários agentes e estes já receberam por isso, formando assim o fluxo de renda de um país. → a contabilidade social atua através das contas nacionais pelo registro das atividades econômicas: produto nacional + despesa nacional e renda nacional, porém somente para bens e serviços finais. Matriz de Relações Intersetoriais ou Matriz Insumo-Produto ou Matriz de Leontief → Trata-se da participação dos demais setores que participam do processo produtivo que se inicia no fornecimento da matéria-prima até a venda do produto final. → Essa matriz irá fornecer informações complexas e detalhadas apresentando todos os setores envolvidos, porém, ao estudarmos a relação intersetorial de um determinado produto, após ter em mãos o fluxo, será necessário recorrer aos censos econômicos disponibilizados a cada cinco anos pelas entidades que investigam, fazem medição e publicam as informações, como IBGE, IPEA, Seade e outros. De acordo com Vasconcelos e Garcia (2012, cap. 9), as atividades econômicas podem ser medidas de três formas: • Produto Nacional (PN): é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo. Veja o exemplo contábil para esta operação: • Despesa Nacional (DN): é a soma do valor de todas as despesas geradas pelos vários agentes de compra de bens e serviços finais: governo, empresas e famílias. DN = Despesas de consumo C = apresenta somente os gastos das famílias. Neste caso a fórmula se apresenta mais completa, incluindo os demais agentes de despesa. DN = C + I + G + ( X – M ) C = despesas das famílias com bens de consumo; I = despesas das empresas com investimentos; G = despesas do governo; X – M = despesas líquidas do setor externo (X – exportação e M – importação) O Produto Nacional (PN) é vendido para os quatro agentes de despesa. • Renda Nacional (RN): é a soma de todos os rendimentos pagos às famílias, proprietárias dos fatores de produção*, pela utilização de seus serviços produtivos. (*) matéria-prima, equipamentos, capital, horas de trabalho, necessários para produzir mercadorias ou serviços. Sendo: RN = Salários (w) + Juros (j) + Aluguéis (a) + Lucros (l) => RN = w + j + a + l Temos, portanto, a identidade básica das contas nacionais: • Produto Nacional (PN) = Despesa Nacional (DN) = Renda Nacional ou PN = DN = RN = R$ 390,00 Concluímos que essas três formas são responsáveis pela medição dos resultados da atividade econômica de um país num dado período. Para que as estatísticas sejam apuradas, em termos operacionais, a forma mais prática a ser utilizada é a do valor adicionado. • Valor Adicionado (ou valor agregado): ao produto são adicionados os valores de cada etapa do processo produtivo. Ao somar o valor adicionado em cada estágio de produção, encontraremos o produto final do sistema de contabilidade nacional. Calcula-se o valor adicionado achando a diferença entre o valor das vendas e dos custos dos bens intermediários. VA = VBP – consumo de produtos intermediários -> resultado final PN = DN = RN = VA Outra forma de conhecermos o resultado final do VA é através da somatória da remuneração dos fatores de produção, que estão presentes nas três etapas da produção do pão. Abordaremos a relação econômica que forma o fluxo de renda, introduzindo novos conceitos como poupança, investimentos e depreciação, como um agregado econômico. • Poupança Agregada (S): parte da renda nacional (RN) que não for consumida num determinado período e será poupado para ser utilizado no futuro, mesmo que não se saiba se haverá novos investimentos, se o valor será aplicado em papéis financeiros ou mesmo se ficará num cofre ou embaixo do colchão. Poupar hoje para consumir no futuro. Então temos: S = RN – C • Investimento Agregado (I): é o gasto realizado na produção de bens que não foram consumidos naquele período, permitindo o aumentando da capacidade produtiva na economia nos próximos períodos. Somente se contabiliza produtos físicos. Investir em matéria-prima e máquinas está correto, mas investir em ações não é um investimento econômico e sim investimento financeiro. Esse investimento será composto pela taxa de acumulação do capital, representado pelas máquinas e equipamentos mais a variação de estoque que é o saldo do que foi produzido e que não foi consumido naquele período. Temos então: Investimento total = Investimento em bens de capital + variação de estoques PN = C + I Composição do Produto Nacional: Soma dos bens de consumo produzidos (C) + bens de capital (I) • Depreciação: é quando ocorre o desgaste de um bem de capital (equipamento) num determinado período. Pode ocorrer, porque máquinas e equipamentos se tornam obsoletos ao longo do tempo e necessitam ser trocados para manutenção da capacidade produtiva. Essa depreciação é diferenciada entre investimento bruto e investimento líquido, onde temos: Investimento líquido = Investimento bruto – Depreciação RELEMBRAR • O fluxo circular da renda é um diagrama que simplifica as relações básicas da economia e ilustra a igualdade entre produto, renda e despesa. • Empresas disponibilizam bens e serviços no mercado para o consumo das famílias, e estas, por sua vez, possuem os fatores de produção (terra, capital e trabalho) • Para produzir bens e serviços sob a ótica do produto, as empresas precisam dos fatores de produção disponibilizados pelas famílias, constituindo-se assim o mercado de fatores de produção. Na ótica da renda, as famílias ofertam estes fatores em troca da sua remuneração (salários, lucros, aluguéis e juros). • Despesa nacional (DN): é o termo usado para descrever os gastos ou endividamento do setor administrativo, seja de uma vila ou de um país. • Renda nacional (RN): é o somatório de todos os rendimentos das pessoas que residem no país, incluem-se: salários, pensões, rendas provenientes de aluguéis, juros, dividendos etc. • Valor adicionado (VA): podemos dizer que é a receita das vendas após a subtração dos custos dos recursos adquiridos de terceiros. • Poupança doméstica: é a soma da poupança privada e da poupança pública. • Poupança privada: é a poupança dos consumidores e é representada pela renda disponível menos o consumo. • Poupança pública ou do governo: trata da renda líquida do governo menos os seus gastos. • Investimento: aquisição de bens para aumentar a produção futura, ou seja, aumento do estoque de capital físico (máquinas) e a variação dos estoques (matérias-primas). É investimento produtivo, cujo objetivo é o lucro. Pode sofrer interferência pela alta dos juros. • Depreciação: são as reduções das riquezas acumuladas. São indicações estimadas das perdas ou obsolescência e dos danos acidentais sobre os bens de capital mobilizados (máquinas e equipamentos) utilizados no processo da produção. Referência: Macroeconomia – Vaine Fermoseli Vilga e Maria de Fátima Gimenes Valente Sprogis
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