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Farmacocinética (absorção)

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Beatriz Loureiro 
Farmacocinética 
 
DEFINIÇÃO 
A farmacocinética, às vezes descrita como o que o 
corpo faz com o fármaco refere-se ao movimento do 
fármaco dentro, através e fora do corpo – o tempo de 
evolução, de sua absorção, biodisponibilidade, 
distribuição, biotransformação e excreção. 
A farmacocinética de um fármaco depende de fatores 
relacionados com o paciente, bem como de suas 
propriedades químicas. Alguns fatores relacionados 
ao paciente (p.ex., função renal, constituição genética, 
sexo e idade) podem ser utilizados para prever os 
parâmetros farmacocinéticos em populações. 
ABSORÇÃO 
Os fármacos devem atravessar barreira biológicas: 
mucosas, endotélio capilar ou barreiras fisiológicas 
especializadas. E, quanto mais fácil for a travessia da 
droga por estas barreiras, melhor será absorvida. 
Esse processo de atravessar as barreiras biológicas, 
influencia o início e a magnitude de efeito dos 
fármacos, sendo um dos determinantes da escolha de 
vias de administração e doses. Desse modo, se um 
fármaco é inadequadamente absorvido, seus efeitos 
sistêmicos são inexistentes. 
A não ser que uma droga atue topicamente, ou seja, 
no seu local de aplicação, ela pode penetrar primeiro 
na corrente sanguínea e, a seguir, ser distribuída até 
o seu local de ação. A presença de uma droga no 
sangue não leva a uma resposta farmacológica. Para 
ser eficaz, a droga precisa abandonar o espaço 
vascular e penetrar nos espaços intercelular ou 
intracelular ou em ambos. 
A velocidade com que uma droga alcança o seu local 
de ação depende de dois fatores: 
• Absorção: é a passagem da droga de seu local de 
administração para o sangue; 
• Distribuição: é o suprimento da droga aos 
tecidos. 
A velocidade e a eficiência da absorção dependem da 
via de administração. Por exemplo, na via intravenosa, 
a absorção já está completa, quer dizer que a dose 
total do fármaco alcança a circulação sistêmica. Por 
outras vias pode haver somente absorção parcial, o 
que diminui a biodisponibilidade. Por exemplo na via 
oral, onde requer que o fármaco se dissolva no líquido 
gastrintestinal e então atravesse as células epiteliais 
da mucosa intestinal. 
OBS: estados patológicos ou presença de alimentos 
podem afetar esse processo. 
Para alcançar o seu local de ação, a droga deve 
atravessar diversas barreiras biológicas e membranas, 
predominantemente lipídicas. Os processos de 
competição, como a ligação as proteínas plasmáticas, 
o armazenamento. tecidual, o metabolismo e a 
excreção determinam a quantidade de droga que 
finalmente estará disponível para interação com 
receptores específicos. 
• Ligação as proteínas plasmáticas: a função 
plasmática de um fármaco não é influenciada pela 
ligação as proteínas plasmáticas, uma vez que não 
conta no exame, é só o que está livre no plasma. 
Pois conforme o fármaco vai sendo consumido, 
devido a alteração na concentração plasmática, 
provoca um desequilíbrio e o fármaco ligado na 
proteína desliga e restabelece a concentração 
que falta. 
A absorção do fármaco é determinada pelas 
propriedades físico-químicas, pela formulação e pela 
via de administração do fármaco. As formas de 
dosagem (p. ex., comprimidos, cápsulas ou soluções), 
constituídas pelo fármaco e por outros ingredientes, 
são formuladas para serem administradas mediante 
várias vias (p. ex., oral, bucal, sublingual, retal, 
parenteral, tópica e por inalação). 
Independentemente da via de administração, os 
fármacos devem estar em solução para serem 
absorvidos. Assim, as formas sólidas (p. ex., 
comprimidos) devem ser capazes de se 
desintegrarem e se desagregarem. 
Caso o fármaco não for administrado por via 
intravenosa, este deve ultrapassar várias membranas 
celulares semipermeáveis antes de alcançar a 
Via membrana 
(moléculas) 
 
• Pequenas; 
• Apolares; 
• Sem carga elétrica (a 
membrana 
plasmática tem 
resistência elétrica). 
Via membrana 
(moléculas) 
 
• Grandes; 
• Polares; 
• Com carga elétrica. 
Beatriz Loureiro 
circulação sistêmica. As membranas celulares são 
barreiras biológicas que inibem, de modo seletivo, a 
passagem de moléculas de fármacos. As membranas 
são compostas, principalmente, de uma matriz 
lipídica bimolecular, que determina as características 
de permeabilidade da membrana. Ademais, fármacos 
podem atravessar as membranas celulares por 
difusão passiva, facilitada, transporte ativo e 
pinocitose. 
A absorção, a distribuição, o metabolismo, a excreção 
e a ação de um fármaco dependem do seu transporte 
através das membranas celulares. 
As propriedades das membranas biológicas 
influenciam a passagem de fármacos. A 
lipossolubilidade refere-se à capacidade de se 
solubilizar em lipídios, com isso espera-se que quanto 
maior for essa lipossolubilidade, mais facilmente o 
fármaco atravesse a membrana. Então uma molécula 
muito polar necessita da utilização de proteínas 
transportadoras. 
As Propriedades físico-químicas das drogas e 
influência do pH. Em termos práticos, a solubilidade 
precisa ser medida, principalmente se tratando de 
fármacos e a propriedade físico-química que mede a 
lipossolubilidade é o coeficiente de partição lipídio-
água. Um fármaco com coeficiente de partição lipídio-
água alto, será mais lipossolúvel e vai atravessar mais 
facilmente a membrana biológica. No contexto 
farmacológico, as drogas que não se ionizam (HA), 
são as lipossolúveis. 
Embora algumas substâncias sejam translocadas por 
mecanismos de transporte especializados e os 
pequenos compostos polares possam sofrer filtração 
através dos poros da membrana, a maioria dos 
compostos estranhos penetra nas células por difusão 
através das membranas lipídicas. 
MODALIDADES DE ABSORÇÃO 
Ligados aos medicamentos: concentração; 
lipossolubilidade; peso molecular; grau de ionização. 
Ligados ao organismo: vascularização; superfície de 
absorção; permeabilidade capilar. 
Drogas ligadas não atravessam as membranas, 
drogas lipofílicas acumulam- se no tecido adiposo, 
são fatores que regulam a ação do fármaco. 
 
• Bicamada lipídica; 
• Fluidez (moléculas individuais se movem 
lateralmente); 
• Proteínas (alvos para ação de drogas); 
• Relativamente impermeável às moléculas polares; 
• Constituídas de lipídeos e proteínas; 
- fosfolipídios; 
- glicídios; 
- colesterol. 
MECANISMOS PARA ATRAVESSAR AS BARREIRAS 
CELULARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coeficiente 
Lipossolubilidade 
Absorção 
 
 
 
 
Beatriz Loureiro 
Na dependência de suas propriedades químicas, os 
fármacos podem ser absorvidos a partir do trato 
gastrointestinal por difusão passiva ou por transporte 
ativo. 
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS FÁRMACOS 
• Velocidade de dissolução do fármaco; 
• Apresentação farmacêutica; 
• Tamanho do fármaco e carga elétrica; 
• Lipossolubilidade e hidrossolubilidade (fármacos 
polares); 
• Concentração do fármaco no local de absorção. 
COEFICIENTE DE DISTRIBUIÇÃO DA PARTE NÃO 
IONIZADA DO FÁRMACO 
Indica a distribuição, equilíbrio e lipossolubilidade do 
fármaco. 
 
 
 
 
FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE 
INTESTINAL 
Além do coeficiente de partição lipídio-água das 
drogas, o fluxo sanguíneo local da área de superfície 
intestinal, outros fatores como tempo de 
esvaziamento gástrico, motilidade intestinal e o 
alimento podem afetar a absorção pelo TGI. 
 
EM RESUMO 
Fatores envolvidos na absorção: 
• Peso molecular: quanto menor o PM, mais fácil 
será o seu transporte através das membranas; 
• Configuração estrutural: essa configuração irá ou 
não possibilitar transporte, através da ligação a 
receptores de membrana e a proteínas 
transportadoras para que ele possa ser 
transportado; 
• Grau de ionização (dissociação): o fármaco 
ionizado não sofre transporte através da 
membrana. É o não- ionizado que sofre esse 
transporte. Assim, ter 90% de fármaco não- 
ionizado e 10% ionizado é melhor do que ter 50% 
não-ionizado e 50% ionizado; 
• Lipossolubilidade: quanto mais lipossolúvel, mais 
fácil será o transporte atravésdas membranas; 
• Ligação às proteínas: o que realmente auxilia no 
transporte dos compostos polares são as 
proteínas transportadoras. Isso inclui tanto as 
proteínas plasmáticas quanto as teciduais. 
BIODISPONIBILIDADE 
A biodisponibilidade é expressa como a fração do 
fármaco administrado que tem acesso à circulação 
sistêmica na forma quimicamente inalterada. 
Ex: se 100 mg de certo fármaco são administrados por 
via oral e 70 mg são absorvidos inalterados, sua 
biodisponibilidade é 70 %. 
A biodisponibilidade é determinada comparando os 
níveis plasmáticos do fármaco após ser usada em 
determinada via de administração com os níveis 
desse fármaco atingidos no plasma após 
administração IV, na qual a totalidade do agente entra 
na circulação. 
BIODISPONIBILIDADE – DETERMINAÇÃO 
 
Beatriz Loureiro 
Colocando em gráfico as concentrações plasmáticas 
do fármaco versus o tempo, pode-se medir a área sob 
curva (ASC). Esta curva reflete a extensão da absorção 
do fármaco. Por definição, é 100% para fármacos 
administrados por IV. A disponibilidade por via oral é 
a relação entre a área calculada para a administração 
oral e a área calculada para a IV. 
SITUAÇÕES CLÍNICAS QUE ALTERAM A 
FARMACOCINÉTICA 
à Metabolismo hepático; 
à Disfunção hepática; 
à ICC.