Buscar

2 Práticas do Planejamento Escolar


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

DEFINIÇÃO
O processo de planejamento e suas especificidades: a
importância da elaboração de planos, programas e projetos na
organização do processo de ensino e aprendizagem.
PROPÓSITO
Apresentar as formas de elaboração de planejamentos
escolares e sua importância no processo de ensino e
aprendizagem.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a importância do planejamento para o cotidiano
escolar
MÓDULO 2
Definir planejamento de ensino, planejamento de aula e
planejamento por projetos
 
Fonte: Ahmet Misirligul / Shutterstock
INTRODUÇÃO
O cotidiano escolar precisa ser planejado. A escola é composta
por um grande grupo de pessoas de formações diversas e
atende a fins específicos. É falso que a escola é somente um
ambiente de transmissão de conteúdo, ou ainda que é um
espaço para que o aluno aprenda os conteúdos. A escola é
uma instituição social, envolve a comunidade, os pais, alunos e
funcionários, e essas convivências precisam ser organizadas,
claras e com fins que atendam a todos esses grupos.
Neste tema, trataremos sobre o cotidiano escolar e a
organização e execução de planejamentos para que a escola
possa cumprir seus muitos fins: um ambiente acolhedor para
os alunos, um espaço saudável para se trabalhar, fomentar o
aprendizado, medir o “êxito” e o “fracasso”, buscando ações
corretivas, dinâmicas e democráticas.
Seja bem-vindo à escola e entenda o compromisso com a
educação que move os objetivos.
Assista à entrevista concedida pela Prof(a). Nilda Alves sobre
planejamento e cotidiano escolar.
MÓDULO 1
 Reconhecer a importância do planejamento para o
cotidiano escolar
POR QUE PLANEJAR É UM
ATO IMPORTANTE?
O PLANEJAMENTO É UM
PROCESSO ININTERRUPTO,
PROCESSUAL, ORGANIZADOR DA
CONQUISTA PRAZEROSA DOS
NOSSOS DESEJOS ONDE O
ESFORÇO, A PERSEVERANÇA, A
DISCIPLINA SÃO ARMAS DE LUTA
COTIDIANA PARA A MUDANÇA
PEDAGÓGICA.
(FREIRE et al., 1997)
Planejar compreende o ato de organização do cotidiano. E o
planejamento escolar? Por que ele é tão importante? Será que
as perspectivas de planejamento sempre foram as mesmas?
Os planejamentos são estanques ou se modificam de acordo
com o desenvolvimento de cada turma?
Sabemos que, por mais que planejemos uma aula, ela nunca
ocorrerá exatamente como o programado, já que é modificada
com a interação dos estudantes. Então, por que planejamos? O
planejamento anual de uma escola é marcado por constantes
demandas e reorientações, sendo assim, por que planejar?
Essas reflexões não têm respostas prontas. Elas devem fazer
parte do seu cotidiano como docente. Nesse sentido, é
fundamental que você, como futuro docente,
independentemente do segmento e da forma como vai atuar,
compreenda as discussões que existem em relação ao
planejamento na escola.
EM QUAIS PALAVRAS VOCÊ
PENSA QUANDO FALAMOS
SOBRE PLANEJAMENTO?
A) Medir
B) Executar
C) Calcular
D) Atingir
E) Metrificar
F) Organizar
G) Avaliar
H) Estruturar
I) Investir
J) Resultado
Aluno
Professores
Direção
GABARITO
Existem muitas variáveis. O que pensamos, normalmente, é
por que e para quem planejamos. Esses objetivos são
fundamentais. Ao planejarmos, devemos ter em mente a
finalidade e os envolvidos.
GABARITO
PLANEJAMENTO NO
COTIDIANO
Planejar faz parte da história da humanidade. Sempre foi
necessário pensar sobre as nossas ações, mesmo que não
tivéssemos clareza de que isso seria um planejamento.
Pensamos sobre nossas ações cotidianamente: o que fizemos
ou o que deixamos de fazer, o que faremos no futuro (ou, pelo
menos, o que desejamos fazer). Ou seja, o planejamento está
presente em nossa vida desde a hora em que acordamos e
tomamos nossas decisões: tomar café da manhã ou não?
Como chegar ao trabalho? Como organizar uma viagem, uma
festa ou um encontro com os amigos? Todas essas escolhas
fazem parte do nosso planejamento cotidiano, que nasce de
um desejo, de uma intenção, de uma possibilidade ou
necessidade.
 
Fonte: Evgeniia Trushkova / Shutterstock
Esperamos tomar as decisões mais acertadas mesmo sabendo
que há uma imprevisibilidade no dia a dia que nem sempre nos
permite realizar nossas tarefas da forma como planejamos.
Mas, queremos alcançar nossos objetivos e, mesmo sem
termos consciência, isso faz parte do ato de planejar.
E você, o que planejou para o dia de hoje? Que objetivos
espera alcançar? Todas as ações que você programou foram
cumpridas da forma que imaginou?
Assim como acontece na nossa vida cotidiana, as ações
pedagógicas também surgem da necessidade de organizar a
relação ensino-aprendizagem. O planejamento de ensino
constitui-se, então, da necessidade de responder às questões
do que – que conhecimentos vamos trabalhar –, do como – os
procedimentos e as metodologias que vamos usar para
trabalhar com esses conhecimentos – e do porquê trabalhar
com esses conhecimentos.
Assim, podemos prever, organizar e avaliar situações que
propiciem condições para que os estudantes construam,
produzam, teçam conhecimentos sobre determinados
conteúdos e valores a serem trabalhados.
DIFERENTES CONCEPÇÕES
DO PROCESSO DE
PLANEJAMENTO
É importante a compreensão de que há diferentes concepções
do processo de planejamento ao longo da história da educação
escolar. Nesse sentido, reconhecemos três fases temporais
nas quais a concepção do que seria importante em um
planejamento é diferente.
 
Fonte: fizkes / Shutterstock
A primeira fase é a do princípio prático e que não apresenta
uma grande preocupação formal. Essa fase atenderia às
atividades de aula, exclusivamente.
Exemplo:
Um professor que dará aula de Matemática no primeiro
segmento do ensino fundamental sabe que os alunos precisam
contar e fazer as quatro operações. Ele aprendeu dessa
maneira, pensa que os alunos devam ser capazes de decorar
e reproduzir, afinal, sempre foi assim. Para ele, a apreensão
do conhecimento por essa via é natural e, por isso, ele não se
empenha em elaborar estratégias de aprendizado ou em
adequar o conteúdo às vivências dos alunos.
A segunda fase é a de caráter técnico-instrumental e que
estava relacionada a uma tendência tecnicista de educação,
que não considerava os fatores sociais, políticos e econômicos.
Exemplo:
O professor organiza sua ação: os alunos precisam aprender
as quatro operações matemáticas básicas. Esse é o conteúdo
a ser passado. E passa a organizar como ele vai atingir esse
objetivo. Define a estratégia, a metodologia, explicita o objetivo
principal, os objetivos correlatos, a forma pela qual ele
pretende avaliar o aprendizado. De maneira conteudista, ele
formaliza, disponibiliza e executa. A dificuldade é atingir
resultados semelhantes com alunos diversos utilizando o
mesmo planejamento, duro e linear.
A terceira fase é a do planejamento participativo, que “buscou
na resistência ao modelo de reprodução do sistema
educacional valorizar a construção coletiva, a participação e a
formação da consciência crítica a partir da reflexão sobre a
prática transformadora” (BOSSLE, 2002).
Exemplo:
Os alunos precisam aprender as quatro operações
matemáticas. Planejar: o que os alunos já sabem das
operações matemáticas, a importância do domínio desse
conteúdo, como e qual a relação dos grupos com a dinâmica
desse conhecimento, como esse conhecimento faz parte do
seu cotidiano, e estabelecer procedimentos reflexivos e
adaptáveis.
 ATENÇÃO
Não imagine uma linha do tempo! Essas diferentes formas de
planejar a aula continuam presentes em nosso cotidiano.
De acordo com Veiga-Neto (1993), podemos identificar apenas
duas vertentes quando falamos em planejamento educacional
– uma tecnicista e outra participativa ou crítica.
Segundo o autor, pensar o planejamento a partir da primeira
vertente traz como problema a manutenção do status quo
social porque, nesse caso, a Educação não é vista numa
dimensão política mais ampla, mas somente por meio de
métodos e técnicas. No entanto, segundo a sua análise, não
devemos descartar métodos e técnicas, como se não fossem
necessários, poiscriamos uma impressão de que o processo
educacional não precisa ter seus próprios métodos, sua própria
técnica.
Ainda segundo o autor, a vertente crítica, que ele denomina de
segunda vertente, exige que os docentes busquem
compreender o que é a escola também de fora dela, isto é,
considerá-la como uma instituição inserida em um contexto
social mais amplo.
NESSE PARADIGMA, O PROFESSOR
E A PROFESSORA SAEM
OBRIGATÓRIA E
CONSTANTEMENTE DA SALA DE
AULA PARA BUSCAR
COMPREENDER O QUE É A
ESCOLA, QUAIS AS RELAÇÕES
ENTRE ESSA INSTITUIÇÃO E O
MUNDO SOCIAL, ECONÔMICO,
POLÍTICO, CULTURAL EM QUE ELA
SE SITUA. O PARADIGMA CRÍTICO É
O PARADIGMA DA DESCONFIANÇA,
DA SUSPEITA (FORQUIN, 1993). SEU
COMPROMISSO É COM A
TRANSFORMAÇÃO DAS RELAÇÕES
ECONÔMICAS E SOCIAIS. ASSIM
SENDO, O PARADIGMA CRÍTICO SE
IDENTIFICA COM OS MOVIMENTOS
POLÍTICOS PROGRESSISTAS.
(VEIGA-NETO, 1996, p. 166)
De acordo com Luckesi (1990), esse planejamento, que se
localiza em uma vertente crítica e que é também um ato
político, no sentido amplo da palavra crítica, terá que ser
dinâmico, pois, está relacionado sempre à tomada de decisões
constantes.
Os planejamentos escolares acompanham as discussões
educacionais mais amplas e assumem, de acordo com a
perspectiva pedagógica, determinadas características. Isso
acontece porque se alinham às perspectivas existentes
conforme cada contexto sócio-histórico, ao longo da história da
educação escolar. Fundamentados em um formato prescritivo e
instrumental, atualmente, precisam articular dimensões
técnicas, político-sociais, coletivas e críticas. No entanto, é
importante ressaltar que as discussões e pesquisas sobre
planejamento não são, de forma alguma, hegemônicas,
havendo retrocessos, avanços de enfoques e preocupações.
 EXEMPLO
Você, aluno estudioso, leu, preparou-se, passou em um
concurso e, pouco depois, foi indicado diretor de uma escola. A
escola fica em um bairro próximo ao seu. Você conhece as
pessoas, a comunidade, tem uma relação histórica com os
professores. Conhece os fundamentos pedagógicos do
planejamento e o contexto social de sua aplicação.
Passados dez anos, você já se mudou do bairro há algum
tempo, os alunos são de uma geração bem diferente daqueles
que você conhecia. Novos debates pedagógicos foram levados
por professoras que entraram recentemente. Uma delas chega
a sinalizar, com jeito, mas, de forma clara, que suas ideias
estão ultrapassadas.
Sua primeira reação é afirmar que você é diretor daquela
escola há dez anos. Quem é ela para contestá-lo?
Mas, para cumprir o devido e chegar a um planejamento móvel,
democrático e participativo, as novas ideias devem ser
debatidas, apropriadas, e a realidade deve ser percebida como
algo que definitivamente não é estático. As novas ideias, a
recuperação de ideias antigas e a necessidade de uma
educação continuada com constantes atualizações devem ser
características de um bom profissional da educação.
Vasconcellos (2000) nos ajuda a pensar nesse planejamento,
que deve ser compreendido como um instrumento capaz de
intervir em uma situação real para transformá-la. É uma
mediação teórico-metodológica para uma ação intencional, que
tem como objetivo fazer algo acontecer. Para isso, é importante
e necessário estabelecer, além de condições materiais, uma
disposição interior, buscando prever o desenvolvimento da
ação desejada no tempo e no espaço. Caso o planejamento
não seja formulado, ocorrerá o trabalho a partir de
improvisações e sob pressão.
O planejamento é um ato político-pedagógico que revela
intenções, pois, planejar é intervir na realidade de forma
intencional, um processo de reflexão e ação, de tomada de
decisão.
Vasconcellos dá ao planejamento significados de intervenção e
reflexão sobre a ação. Desse modo, segundo o autor, pode-se
intervir na realidade, permitindo que o planejamento assuma
uma importância de conscientização e transformação, sendo
capaz de promover mudanças nas relações de ensino-
aprendizagem.
Conhecendo as mudanças ocorridas no campo da Didática –
que é responsável por estudar os processos de aprendizagem
e ensino, portanto, a ciência da Educação que, a priori, pensa e
pesquisa sobre os planejamentos escolares –, podemos
conhecer o contexto de mudanças que modificou a forma de
pensar também os planejamentos.
REFLETINDO SOBRE A
HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO
No início dos anos 1980, havia um cenário geral muito propício
ao movimento de crítica à Didática e ao surgimento de
propostas alternativas para seu redimensionamento. Na
ocasião, o país passava por um movimento de luta pelo
restabelecimento da democracia e os educadores se sentiam
altamente desafiados a colaborar com a redemocratização da
sociedade. (CANDAU, 2000)
 Figura 4. Manifestação diante do Congresso Nacional em
1985
REFLETINDO SOBRE A
HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO
No início dos anos 1980, havia um cenário geral muito propício
ao movimento de crítica à Didática e ao surgimento de
propostas alternativas para seu redimensionamento. Na
ocasião, o país passava por um movimento de luta pelo
restabelecimento da democracia e os educadores se sentiam
altamente desafiados a colaborar com a redemocratização da
sociedade. (CANDAU, 2000)
 
Fonte: Wikipedia
 Figura 4. Manifestação diante do Congresso Nacional em
1985
A década de 1980 teve como característica uma significativa
ampliação da produção acadêmica. Essa produção foi marcada
por pedagogias contra-hegemônicas, ou seja, voltadas para
uma educação com possibilidades emancipatórias e de
transformação da sociedade. Podemos dizer, então, que a
produção da Didática nos anos de 1980 viveu uma renovação
que resultou de mudanças que atravessaram os campos
educacional e social nesse período. Uma série de encontros
decorrentes do movimento dos educadores propiciou sua
problematização, tecendo progressivamente mudanças
paradigmáticas na área. (CRUZ; ANDRE, 2014)
Nos anos 1990, o processo de globalização trouxe a
transformação do mundo do trabalho e a afirmação da
sociedade da informação. Nesse sentido, desenvolveram-se,
também, novas formas de exclusão e desigualdade que
levaram a um estado de perplexidade e de falta de clareza
sobre os caminhos e as possibilidades de futuro. Na educação,
foi o momento das reformas educativas que,
independentemente dos países e até dos continentes,
seguiram um esquema similar, apoiadas nas políticas
neoliberais.
 
Fonte: SEDUFSM
 Figura 5. Congresso da ANDES-SN, Sindicato Nacional dos
Docentes das Instituições de Ensino Superior, em 1995
Desde então, as reformas educativas avançaram para uma
reorganização institucional e descentralização da gestão
administrativa, financeira e pedagógica, com um fortalecimento
da autonomia das escolas. A política de municipalização da
educação levou à efetivação de vários programas federais,
como a merenda escolar e o PDDE (Programa Dinheiro Direto
na Escola). A eleição de diretores e a criação de Conselhos
Escolares também constaram da pauta das reformas
educativas, como medidas plausíveis no que concerne à
autonomia administrativa dos sistemas públicos de ensino no
país.
Como marco dessa fase, apontamos o desafio proposto por
Vera Candau: a superação de uma Didática exclusivamente
instrumental. A autora apresentou a construção de uma
Didática fundamental, que estaria articulada à problemática da
educação na sociedade. Essa proposta representou um amplo
movimento de reação à Didática marcada pela ideia de
neutralidade.
Para a Didática fundamental, no centro do processo de
aprender-ensinar estão as dimensões técnica, política e
humana, contextualizadas pelas práticas pedagógicas, o que
possibilita a reflexão didática a partir da análise de experiências
concretas, exercitando, assim, a relação teoria-prática de forma
horizontalizada. A Didática fundamental está preocupada com
as interações internas do contexto escolar, de modo que seus
resultados sejam uma educação inclusiva e democrática.
VERA CANDAUA pedagoga Vera Candau atua na área de Didática e nos
ajuda a perceber como a Educação tem um movimento
integrado – ou deve ter – para que atinja novos objetivos.
javascript:void(0)
A proposta dessa Didática é a de superar a ideia de que há
somente uma cultura dominante e que os conhecimentos
herdados dessa cultura – europeia, branca, patriarcal e cristã –
são verdades inquestionáveis.
Diante desse cenário, compreendemos ser necessário pensar
as concepções de planejamento, planos de curso e projetos
políticos-pedagógicos na mesma linha proposta por Candau,
como agenda e proposta de trabalho para o cotidiano que nos
atravessa. Ou seja, precisamos avançar, pensando em como
será planejar os movimentos e percursos da e na escola,
incorporando novas questões, como as relativas à
subjetividade, à diferença, à construção de identidades, à
diversidade cultural, à relação saber-poder, às questões
étnicas, de gênero e sexualidade etc., “destacando visões mais
ricas, complexas e abrangentes das relações entre cultura,
conhecimento e poder.” (CANDAU, 2000, p.3)
POR QUE PLANEJAR É UM
ATO IMPORTANTE PARA A
DOCÊNCIA?
O processo de planejamento do ensino tem sido objeto de
constantes indagações quanto à sua validade como efetivo
instrumento de melhoria qualitativa do trabalho do professor.
Ao falarmos em planejamento de ensino, pensamos logo em
uma perspectiva fragmentária e desarticulada do todo social, e
isso tem gerado a concepção de que o planejamento é incapaz
de dinamizar e facilitar o trabalho didático. No entanto, o
planejamento não pode estar distante da realidade social,
constituindo-se meramente de uma ação mecânica e
burocrática, que pouco contribui para elevar a qualidade da
ação pedagógica desenvolvida no âmbito escolar.
Pensando a partir dessa perspectiva, o planejamento passa a
extrapolar a simples tarefa de elaborar um documento
contendo todos os componentes tecnicamente recomendáveis,
e passa a abranger todos os conhecimentos que circulam na
escola cotidianamente, percebendo-os como conteúdos
dinâmicos e, por isso, articulados com a realidade.
Nesse sentido, é necessário que os planejamentos sejam
elaborados a partir de conhecimentos já existentes e, ao
mesmo tempo, contribuam para a produção de novos
conhecimentos. Isso significa trabalhar a partir de um processo
de escuta e de reflexão permanentes, buscando conhecer
outros pontos de vista (HOFFMANN, 1993). Significa, então,
desenvolver atividades que despertem a curiosidade e o
processo de investigação da realidade.
Nessa concepção, a questão do planejamento do ensino não
poderá ser compreendida de maneira mecânica, separada das
relações entre a escola e o cotidiano real. A partir desse olhar,
notamos que os conteúdos, a serem trabalhados por meio dos
currículos, precisarão estar relacionados com a experiência,
reconhecendo os alunos como indivíduos. Essa relação é uma
condição necessária para que diferentes conhecimentos e
realidades de vida circulem no espaço da sala de aula. O
resultado dessa relação dialética será uma educação com
vistas a processos mais emancipatórios. Sob essa perspectiva,
podemos concluir que planejar tem uma ação pedagógica
fundamental para que a relação de ensino-aprendizagem
possa ser estabelecida, superando sua concepção mecânica e
burocrática, que relaciona o trabalho do professor a uma mera
reprodução automática e cumpridora da sua relação
trabalhista.
Segundo os autores, é necessário, então, superar essa
dimensão puramente técnica do planejamento, organizando-o
como um processo que integra os conhecimentos e o contexto
social, permitindo que este se efetive de uma forma crítica e
transformadora.
Conforme temos visto, o planejamento escolar é uma atividade
que ajuda o professor na tomada de decisões em relação às
situações de ensino e aprendizagem, tendo em vista alcançar
os melhores resultados possíveis.
MAS, O QUE DEVE ORIENTAR A
SUA TOMADA DE DECISÕES? 
QUE REQUISITOS DEVEM SER
LEVADOS EM CONTA PARA QUE OS
PLANOS DE ENSINO E PLANOS DE
AULA SEJAM, DE FATO,
INSTRUMENTOS DE TRABALHO
PARA A INTERVENÇÃO E
TRANSFORMAÇÃO DA
REALIDADE?
Segundo Libâneo (1994), os principais requisitos para o
planejamento são: os objetivos e as tarefas da escola
democrática; as exigências dos planos e programas oficiais; as
condições prévias dos alunos para a aprendizagem; os
princípios e as condições do processo de transmissão e
assimilação ativa dos conteúdos.
OBJETIVOS E TAREFAS DA
ESCOLA DEMOCRÁTICA
A primeira condição para o planejamento é a convicção segura
sobre a direção que queremos dar ao processo educativo na
nossa sociedade, ou seja, que papel destacamos para a escola
na formação dos nossos alunos. As tarefas da escola
democrática estão ligadas às necessidades de
desenvolvimento cultural do povo.
A escola democrática é aquela que possibilita a todas as
crianças a assimilação de conhecimentos científicos e o
desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de modo a
estarem preparadas para participar ativamente da vida social
(na profissão, na política, na cultura etc.).
 
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock
 RESUMINDO
Historicamente, as escolas públicas são fruto da ideia iluminista
de preparar uma criança para sua incorporação no mundo
social. A diferença proposta por Libâneo ao apontar uma
escola democrática é a de fomentar escolhas, de possibilitar,
com o processo de formação, uma participação ativa, marcada
pela consciência e pelas escolhas, em vez de promover a
reprodução de uma linha central, assimilada e repetida.
EXIGÊNCIAS DOS PLANOS E
PROGRAMAS OFICIAIS
A educação escolar é direito de todos como condição de
acesso ao trabalho, à cidadania e à cultura. É dever dos
governos garantir o ensino básico a todos, traçando uma
política educacional, provendo recursos financeiros e materiais
para o funcionamento do sistema escolar, de modo a assegurar
o direito de todos, crianças e jovens, receberem um ensino de
qualidade e socialmente referenciado.
CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA A
APRENDIZAGEM
O planejamento escolar está condicionado pelo nível de
preparo em que os alunos se encontram em relação às tarefas
da aprendizagem. Os conteúdos de ensino precisam ser
transformados em instrumentos teóricos e práticos para a vida
prática. Conhecer seus estudantes (suas experiências, seus
conhecimentos anteriores, suas habilidades e seus hábitos de
estudo, seu nível de desenvolvimento) é indispensável para a
introdução de novos conhecimentos e, portanto, para o êxito de
ação que se planeja.
PRINCÍPIOS E CONDIÇÕES DE
TRANSMISSÃO/ASSIMILAÇÃO
ATIVA
O planejamento deve estar de acordo com as formas de
desenvolvimento do trabalho em sala de aula. Uma parte
importante de qualquer plano é a indicação de o que os alunos
farão para se envolverem na atividade docente e de o que o
professor fará para dirigir a atividade em classe.
Após aprender sobre os requisitos desenvolvidos por Libâneo
(1994) para a elaboração de um planejamento, podemos
ampliar nossa concepção do que seria planejar numa
concepção alinhada aos contextos socioculturais. Assim, esse
planejamento poderá se transformar em um potente aliado das
lutas cotidianas contra a invisibilização de todas as culturas
não hegemônicas.
A pergunta que devemos nos fazer, então, é: como construir
um planejamento que conjugue os conhecimentos que circulam
no mundo com os interesses dos estudantes, as questões
sociais, culturais, econômicas e políticas? Para isso, devemos
trabalhar com a perspectiva de que o planejamento não pode
ser um mero instrumento burocrático ou uma camisa de força
que aprisiona professores e estudantes, impossibilitando a
escuta e a construção de aprendizagens que fazem parte da
vida cotidiana e da cultura de todos os sujeitos envolvidos no
processo de aprender e ensinar.
No próximo módulo, veremos métodos e técnicas de
planejamento de ensino e de planejamento de aula, buscando
pensá-los a partir de uma perspectiva crítica,além de
analisarmos a possibilidade de planejar o ano letivo a partir de
projetos de trabalho.
VERIFICANDO O
APRENDIZADO
1. O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL PODE SER
DIVIDIDO EM TRÊS FASES. PODEMOS AFIRMAR
QUE A SEGUNDA FASE, DE CARÁTER TÉCNICO-
INSTRUMENTAL, É AQUELA QUE:
A) Identifica-se com os movimentos políticos progressistas.
B) Desconsidera os fatores sociais, políticos e econômicos.
C) Apresenta uma despreocupação com relação aos métodos
e às técnicas.
D) Valoriza a formação da consciência crítica a partir da
reflexão sobre a prática transformadora.
2. PARA INTERVIR E TRANSFORMAR A
REALIDADE SEGUNDO A PERSPECTIVA
CRÍTICA DA EDUCAÇÃO, O PLANEJAMENTO
PASSA A SER UM INSTRUMENTO DE:
A) Ação sob pressão, evidenciando o caos do cotidiano
escolar.
B) Improvisação, dando um caráter espontâneo à atividade
educativa.
C) Mediação teórico-metodológica, possibilitando a ação
consciente e intencional.
D) Administração por crise, indicando a necessidade de uma
nova reforma educativa.
GABARITO
1. O planejamento educacional pode ser dividido em três
fases. Podemos afirmar que a segunda fase, de caráter
técnico-instrumental, é aquela que:
A alternativa "B " está correta.
 
Existem três grandes movimentos ou fases que pensaram o
planejamento. A primeira é conteudista e reprodutivista, a
segunda é técnica e conteudística e a terceira, reflexiva e
adaptativa. Nesta questão, salientamos o modelo mais
presente na segunda fase, que avança no sentido de estruturar
planejamentos e publicizá-los, mas desconsidera contextos
para se concentrar em conteúdos.
2. Para intervir e transformar a realidade segundo a
perspectiva crítica da educação, o planejamento passa a
ser um instrumento de:
A alternativa "C " está correta.
 
O planejamento deve ser compreendido como um instrumento
capaz de intervir em uma situação real para transformá-la. É
uma mediação teórico-metodológica para a ação consciente e
intencional, que tem por finalidade fazer algo vir à tona, fazer
acontecer. Para isso, é necessário estabelecer as condições
materiais, bem como a disposição interior, prevendo o
desenvolvimento da ação no tempo e no espaço. Caso
contrário, vai-se improvisando, agindo sob pressão,
administrando por crise.
MÓDULO 2
 Definir planejamento de ensino, planejamento de aula e
planejamento por projetos
INTRODUÇÃO
No módulo anterior, vimos que a finalidade de um planejamento
é permitir que se pense previamente no que se quer e no que
se pode fazer, em função do estudante com que se trabalha e
da sociedade em que se vive e se quer viver. Segundo Zanon e
Althaus (2010), planejar exige o domínio de conhecimentos
sobre os níveis que compõem o processo de planejamento, o
que significa conhecer os fundamentos dos diferentes tipos de
planejamentos.
Libâneo (1994) aponta que há planos em, pelo menos, três
níveis: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aula.
O plano da escola é um documento mais global que
expressa orientações gerais sobre o projeto político-
pedagógico da escola e com os planos de ensino.
O plano de ensino, ou plano de curso, é organizado como
uma previsão dos objetivos e das tarefas do trabalho
docente para um semestre ou um ano.
O plano de aula é a previsão do desenvolvimento do
conteúdo para uma aula ou um conjunto de aulas.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
Neste módulo, vamos conhecer os planejamentos de ensino e
os planos de aula, buscando pensá-los a partir de uma
perspectiva crítica, além de analisar a possibilidade de planejar
o ano letivo a partir de projetos de trabalho. É importante iniciar
explicitando que, como visto no módulo anterior, a técnica não
assegura, por si só, o bom andamento do processo de ensino
ou uma educação de qualidade.
É preciso que os planos sejam continuamente reelaborados a
partir da escuta que o professor tem de seus alunos, assim
como pela incorporação de novas questões, como as relativas
à subjetividade, à diferença, à construção de identidades, à
diversidade cultural, à relação saber-poder, às questões
étnicas, de gênero e sexualidade, a fim de que seja
assegurada uma educação inclusiva e democrática.
Por isso, é importante termos em mente que um planejamento
que fique apenas no papel nada significa, ele precisa se
concretizar por meio de ações reais. Isso significa que é
fundamental conhecer a realidade social e cultural dos
estudantes, entendendo que o planejamento é uma história que
será construída conjuntamente. Para isso, é necessário buscar
relacionar os conhecimentos já adquiridos por esses
estudantes.
Antes de entramos no próximo tópico, é importante ressaltar
que qualquer planejamento se constitui de três fases, que
estão imbricadas. Vejamos:
No primeiro momento, vamos elaborar, ou seja, confeccionar o
planejamento. Depois, temos o momento de executar,
colocando em prática aquilo que foi proposto e, por último,
vamos avaliar, revisando os momentos e as ações.
A fim de elaborar o planejamento, precisamos considerar as
seguintes questões:
O QUÊ?
Conteúdos de cada área do conhecimento.
COMO?
Metodologias de ensino e práticas avaliativas.
POR QUÊ?
O direito à apropriação do conhecimento produzido
historicamente.
PARA QUÊ?
A socialização e apropriação dos conteúdos constituem um
compromisso com a emancipação das camadas populares.
PARA QUEM?
Sujeito histórico-social construído nas determinações das
relações de classe.
Fonte: Secretaria da Educação do Paraná.
Assista a seguir ao vídeo Planejamento: praticando.
PLANEJAMENTO DE CURSO
A TÉCNICA PODE NOS AJUDAR
A CONSTRUIR UM
PLANEJAMENTO CRÍTICO
O plano de curso – ou plano de ensino, como nos apresenta
Libâneo (1994) – é um instrumento de trabalho que possui o
objetivo de referenciar os conteúdos, as metodologias, os
procedimentos e as técnicas a serem utilizadas no processo de
ensino-aprendizagem concernente às unidades escolares –
sejam estas de ensino fundamental e médio, instituições de
ensino superior e cursos técnicos de qualquer nível.
A elaboração do plano pode ocorrer de forma individual ou
coletiva. Pensar coletivamente é sempre mais enriquecedor,
você não acha? Caso o planejamento ocorra de forma coletiva,
atenderemos a características mais interdisciplinares e
contextualizadas. A construção de um planejamento, elaborado
coletivamente, pode potencializar debates voltados para a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Uma vez elaborado, o plano de curso orienta a todo o corpo
social da escola em relação aos fazeres cotidianos, ao
sequenciamento dos conteúdos, à seleção e busca de
materiais a serem utilizados, aos procedimentos avaliativos.
Segundo Libâneo (1994), o plano de curso precisa conter, no
mínimo, as seguintes orientações:

JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA EM RELAÇÃO
AOS OBJETIVOS DA ESCOLA

OBJETIVOS GERAIS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

CONTEÚDO

TEMPO PROVÁVEL

DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO
A seguir, discutiremos cada item do planejamento de ensino.
ITENS ESSENCIAIS EM UM
PLANO DE CURSO
JUSTIFICATIVA DA DISCIPLINA EM
RELAÇÃO AOS OBJETIVOS DA
ESCOLA
Este tópico do plano de ensino deve responder a uma
pergunta: para que serve este conteúdo?
Podemos iniciar com considerações sobre as funções sociais e
pedagógicas da e na escola, trazendo os conteúdos básicos da
disciplina sempre tendo em vista a sua relevância social,
política, profissional e cultural. Podemos resumir a justificativa
de uma disciplina a três questões básicas do processo
pedagógico de ensinar e aprender: por que, para que e como.
OBJETIVOS
Os objetivos são divididos em duas categorias – gerais e
específicos. Os objetivos gerais são as grandes metas a
perseguir, que se concretizam por meio de objetivos mais
específicos. Vejamos:
Objetivos gerais: para a definição de objetivos gerais, é
recomendado o uso de verbos com significado abrangente.
Deve englobar a totalidade do problema, definindo de forma
clara o que se pretende nofinal do projeto.
Trazemos aqui uma lista de verbos usados como objetivos
gerais:
Verbos usados para conteúdo: conhecer, compreender,
entender, identificar, reconhecer, generalizar.
Verbos usados para procedimentos: desenvolver,
estabelecer, organizar, capacitar, demonstrar.
Verbos usados para atitudes: contribuir, colaborar,
valorizar, interiorizar, mostrar.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
 SAIBA MAIS
Uma boa forma de pensar e abordar a construção de objetivos
é refletir sobre a Taxonomia de Bloom, que define os níveis de
compreensão propostos por um objetivo. No Explore+ você
poderá conferir a indicação de um artigo sobre essa questão.
Objetivos específicos: para a definição de objetivos
específicos, é recomendado o uso de verbos com significado
mais restrito e direcionado. Os objetivos específicos contribuem
para a concretização do objetivo geral, pormenorizando-o.
Estão relacionados com as áreas específicas nas quais se
desenvolvem.
Trazemos aqui uma lista de verbos usados como objetivos
específicos:
Verbos usados para indicar análise: analisar, investigar,
comprovar, classificar, comparar, contrastar, diferenciar,
distinguir.
Verbos usados para indicar avaliação: avaliar, pesquisar,
selecionar, precisar, decidir, estimar, medir, validar.
Verbos usados para indicar compreensão: concluir,
inferir, deduzir, interpretar, determinar, descrever, ilustrar.
Verbos usados para indicar conhecimento: registrar,
definir, identificar, nomear, especificar, exemplificar,
enumerar, citar.
Verbos usados para indicar síntese: esquematizar,
organizar, constituir, estruturar, generalizar, documentar,
desenvolver.
Verbos usados para indicar aplicação: aplicar, praticar,
empregar, operar, usar.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
CONTEÚDO
Segundo Libâneo (1994), o programa ou a organização de
conteúdos para o ano pode ser dividido em unidades didáticas,
que são temas inter-relacionados que compõem o
planejamento para um ano ou um semestre de escolaridade.
Cada unidade didática contém um tema central do programa,
detalhado em tópicos.
Você pode fazer uma primeira versão e modificar como se
fosse montar uma segunda versão. Isso é necessário porque,
conforme as aulas começam, você conhecerá, de fato, seus
alunos e terá de adaptar o que pensou à realidade do que
sabem e desejam.
TEMPO PROVÁVEL
Trata-se da estimativa do tempo utilizado em cada unidade
didática.
DESENVOLVIMENTO
METODOLÓGICO
O desenvolvimento metodológico é o componente do plano de
ensino, a linha de trabalho que será desempenhada para que
aconteça o conhecimento. Indica o que o professor e os alunos
farão no desenrolar de uma aula ou de um conjunto de aulas. É
a construção do planejamento, de como e quais recursos serão
utilizados para o alcance dos objetivos propostos.
Para preencher esse item do plano de ensino, é importante que
o professor se pergunte que atividades os alunos deverão
desenvolver para que ocorra uma aprendizagem significativa.
Para isso, é necessário verificar os objetivos e os conteúdos,
pois eles determinarão os métodos e procedimentos, bem
como os recursos de ensino.
AVALIAÇÃO
De acordo com os estudos de Bloom (1993), a avaliação do
processo ensino-aprendizagem apresenta três tipos de
funções: diagnóstica, formativa e somativa.
A avaliação diagnóstica é adequada para o início do período
letivo, permitindo que o professor conheça a realidade na qual
o processo de ensino-aprendizagem acontecerá. Nesse caso, o
principal objetivo é verificar o conhecimento prévio de cada
estudante.
PARA QUE A AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICA SEJA POSSÍVEL, É
PRECISO COMPREENDÊ-LA E
REALIZÁ-LA DE FORMA
COMPROMETIDA COM UMA
CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA. NO
CASO, CONSIDERAMOS QUE ELA
DEVA ESTAR COMPROMETIDA COM
UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA
HISTÓRICO-CRÍTICA, UMA VEZ QUE
ESSA CONCEPÇÃO ESTÁ
PREOCUPADA COM A
PERSPECTIVA DE QUE O
EDUCANDO DEVERÁ APROPRIAR-
SE CRITICAMENTE DE
CONHECIMENTOS E HABILIDADES
NECESSÁRIAS À SUA REALIZAÇÃO
COMO SUJEITO CRÍTICO DENTRO
DA SOCIEDADE, QUE SE
CARACTERIZA PELO MODO
CAPITALISTA DE PRODUÇÃO. A
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NÃO SE
PROPÕE E NEM EXISTE DE UMA
FORMA SOLTA E ISOLADA. É
CONDIÇÃO DE SUA EXISTÊNCIA A
ARTICULAÇÃO COM UMA
CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA
PROGRESSISTA.
(LUCKESI 2003, p. 82)
A avaliação formativa deve ser realizada durante todo o
período letivo, com o intuito de verificar se os estudantes estão
alcançando os objetivos propostos anteriormente.
É com a avaliação formativa que alunos e professores tomam
conhecimento sobre o que é necessário reformular nos
processos de ensino-aprendizagem.
Essa forma de avaliar fornece informações importantes que
permitem que o trabalho do professor seja mais individualizado
e focado nas questões específicas de cada estudante. Trata-se
de uma avaliação interativa, centrada nos processos de
feedback, de regulação, de autoavaliação e de autorregulação
das aprendizagens (FERNANDES, 2006).
A avaliação somativa tem como função básica a classificação
dos alunos, sendo realizada ao final de um curso ou de uma
unidade de ensino e classificando os estudantes de acordo
com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos. A
avaliação somativa pretende determinar níveis de rendimentos
“decidindo” se houve ou não êxito em relação ao aprendizado
ao final de uma etapa. Sua finalidade é a classificação e a
promoção ou retenção dos alunos.
Essas três funções da avaliação devem ser vinculadas ou
conjugadas para garantir a eficiência e eficácia do sistema de
avaliação, tendo como resultado final a excelência do processo
de ensino-aprendizagem.
É importante lembrar que o plano de curso é um instrumento
flexível, uma vez que, no decorrer do ano letivo ou do semestre
planejado, de acordo com o surgimento de novas situações,
estas poderão ser inseridas e registradas.
Vejamos, agora, o modelo de plano de curso montado a partir
da proposta de Libâneo (1994).
 
Fonte: Autor
 Clique aqui para fazer o download.
javascript:void(0);
PLANEJAMENTO DE AULA
De acordo com Libâneo (1994), “o planejamento escolar é uma
tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades
didáticas em termos de organização e coordenação em face
dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no
decorrer do processo de ensino”. O plano de aula é um
documento elaborado pelo professor que define o tema da
aula, seus objetivos, o que exatamente será trabalhado, a
metodologia a ser utilizada e como será feita a avaliação do
processo.
Um plano de aula precisa ter:
Clareza e objetividade.
Conhecimento dos recursos disponíveis na escola.
Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o
conteúdo abordado.
Articulação entre a teoria e a prática.
Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e
que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem.
Sistematização das atividades com o tempo.
Flexibilidade frente a situações imprevistas.
Realização de pesquisas buscando diferentes referências,
como revistas, jornais, filmes, entre outros.
Elaboração de aulas de acordo com a realidade
sociocultural dos estudantes.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
PASSOS NECESSÁRIOS PARA
ELABORAR UM PLANO DE
AULA
Antes de começar a redigir o plano de aula, o professor deve
consultar o seu plano de curso. Em seguida, deverá listar que
conteúdos irá abordar e para quem esses conteúdos estão
direcionados, porque o que funciona para determinada turma
pode não funcionar para outra. Durante essa reflexão, o
professor deve considerar as questões culturais, econômicas,
físicas e sociais da sua turma. Em seguida, haverá a escolha
do tema da aula, sempre com base no plano de ensino. O tema
é a definição da sua aula.
Uma vez definido o tema, deve definir os objetivos a serem
alcançados e os conteúdos a serem abordados. A seguir,
definirá a duração da aula, que não precisa estar limitadaa
uma aula apenas. A maioria dos temas necessita de mais de
uma aula para serem trabalhados.
O próximo passo é a escolha ou seleção dos recursos
didáticos, que são os materiais de apoio que irão auxiliar o
professor, facilitando o desenvolvimento da aula.
Agora, chegou a hora da escolha da metodologia ou das
metodologias que serão utilizadas. Por fim, a escolha dos
processos avaliativos.
Você terá acesso a um modelo de planejamento de aula
utilizado pela Secretaria de Educação do município do Rio de
Janeiro.
 
Fonte: Autor
CONCURSO/ Secretaria Municipal de Educação - Professor de
Educação Infantil/2012.
 Clique aqui para fazer o download.
PLANEJAMENTO POR
PROJETOS
PRESSUPOSTOS
É importante iniciar esta seção explicitando que aqueles que
buscam apenas conhecer os procedimentos, os métodos para
javascript:void(0);
desenvolver projetos, acabam se frustrando, pois não existe
um modelo ideal pronto e acabado que dê conta da
complexidade que envolve a realidade de sala de aula, do
contexto escolar.
 
Fonte: Nova Escola
 Figura 7. Paulo Freire
No livro Pedagogia da autonomia, Paulo Freire (1996) enfatiza
a necessidade de se respeitar o conhecimento que o aluno traz
para a escola, visto ele ser um sujeito social e histórico,
enfatizando a compreensão de que "formar é muito mais do
que puramente treinar o educando no desempenho de
destrezas." (FREIRE, 1996, p. 15)
javascript:void(0)
PAULO FREIRE
Paulo Freire (1921-1997) é um dos maiores nomes da
pedagogia brasileira, tendo reconhecimento internacional.
Suas principais contribuições estão no campo prático –
alfabetização de adultos – e na perspectiva teórico-
metodológica de pedagogia, como no livro citado.
Para isso, é necessário conhecer o modo de vida dos alunos,
reconhecendo que há diversos contextos culturais e
conhecimentos que circulam no mundo e que precisam ser
visibilizados. Nesse sentido, precisamos compreender que o
planejamento pode ser concebido de outra maneira, construído
de forma mais coletiva, junto com os estudantes.
O QUE É O TRABALHO COM
PROJETOS?
Pedagogia por Projetos não é algo efetivamente novo no
campo da educação. A crítica a uma escola baseada na
transmissão de conteúdos estava presente nas críticas
elaboradas por John Dewey (1859-1952). A ideia é a de que o
homem é um sujeito complexo, que está sempre em processo
de relação e transformação da natureza. Sendo assim, retirar
as dimensões de sua existência, sua capacidade criativa, sua
capacidade cognitiva, para focar somente na assimilação foi
apontada como um modelo frágil. Daí, a perspectiva de
definição de projetos educacionais, em que o aluno se insere,
constrói, abandonando o modelo dialógico baseado na relação
professor-aluno, para uma perspectiva multidirecional, uma vez
que alunos e professores se envolvem e constroem
coletivamente.
No Brasil, o principal nome a introduzir esse debate é Anísio
Teixeira (1900-1971). Presente nos debates da Escola Nova,
na década de 1930, criou escolas-modelos, estruturou a
pedagogia de forma que pudesse ser implementada e medida.
 
Fonte: Wikipedia
 Figura 8. Instituto de Educação Anísio Teixeira na cidade de
Caetité, no Estado da Bahia
Para que seja claro, a ideia é que o principal sujeito da
aprendizagem é o aluno, e é para ele que deve estar
direcionada a relação entre ensino-aprendizagem, com isso,
ele precisa conhecer os projetos, os direcionamentos a serem
estabelecidos, os fins a serem alcançados. A ideia é que o
aluno possa, ao ser reconhecido como ser criativo, estar
envolvido no projeto e efetivamente vivenciar a educação.
O desenvolvimento do trabalho pedagógico por projetos,
também chamado de projetos de trabalho ou pedagogia de
projetos, é outra forma de organizar os saberes escolares, em
que o planejamento de ensino se relaciona com o papel do
estudante como responsável por sua própria aprendizagem.
Além disso, prende-se a uma concepção de escolaridade que
dá importância à aquisição de estratégias cognitivas de ordem
superior (habilidades intelectuais) e ao papel do estudante
como responsável por sua própria aprendizagem.
Planejar o trabalho por meio de projetos leva necessariamente
a uma reorganização de todo o espaço e tempo escolares.
Os projetos de trabalho, por exigirem uma organização mais
complexa, estimulam a reflexão sobre a natureza da escola e
do trabalho escolar. Além disso, podem proporcionar outra
relação docente com a construção do conhecimento e, com
isso, uma nova relação, não mais de autoridade, mas, sim, de
guia da aprendizagem.
O projeto, portanto, é uma forma de organizar a atividade de
ensino e aprendizagem ou os conhecimentos escolares,
adotando como aspecto essencial a aprendizagem significativa.
A função de um projeto seria a de possibilitar o favorecimento
de criação de estratégias para outra organização dos
conhecimentos escolares, em relação aos diferentes conteúdos
em torno de problemas ou hipóteses, facilitando para todos os
envolvidos a transformação do que seria informação em um
conhecimento significativo. Um bom caminho para
complementarmos essa informação é dizer que o projeto pode
dar um sentido mais ampliado às práticas escolares, já que,
dessa forma, a relação com os conteúdos e as disciplinas
escolares pode ficar bem mais coesa, evitando-se a
fragmentação. Além disso, o projeto torna os estudantes
corresponsáveis pela própria aprendizagem. O professor sai do
lugar daquele que apenas transmite conteúdos e, junto com os
seus alunos, torna-se pesquisador.
O aluno passa de receptor passivo a sujeito do processo. É
importante entender que não há um método a seguir, mas uma
série de condições a respeitar. O primeiro passo é determinar
um assunto – a escolha pode ser feita partindo de uma
sugestão do professor ou das crianças. É importante registrar
que todo e qualquer conteúdo pode ser trabalhado por meio de
projetos, basta que tenhamos uma dúvida inicial e comecemos
a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto.
 
Fonte: ESB Professional / Shutterstock
AÇÕES IMPORTANTES EM UM
PROJETO DIDÁTICO
Todo projeto é definido pela escolha do tema que será
trabalhado. Esse tema pode ter origem nas experiências dos
estudantes, em uma informação recolhida em outro projeto, em
uma experiência que se originou em um fato da atualidade, ou
ainda em um tema proposto pelo professor.
Podemos afirmar que todos os temas podem ser abordados
por meio de projetos. É comum que o estudante traga um
assunto que conheceu através dos meios de comunicação, ou
uma curiosidade qualquer, abrindo múltiplas possibilidades de
aprendizagem, tanto para os alunos como para os docentes.
Isso serve para todos os envolvidos, estudantes e professores.
Todos devem propor temas.
Após a escolha do tema do projeto, serão levantadas hipóteses
sobre o objeto escolhido e quais perguntas deverão ser
respondidas para que isso aconteça.
Enquanto isso, o professor deve enumerar os objetivos que
espera atingir com o tema proposto e listar os conteúdos que
podem ser trabalhados a partir do tema escolhido. Desse
modo, é importante:
Saber o que as crianças conhecem e desconhecem sobre
o tema e o conteúdo que será trabalhado.
Construir um cronograma com o tempo de cada atividade,
de forma que você possa ter uma ideia do tempo estimado
para o desenvolvimento do projeto.
Selecionar previamente os recursos e materiais que serão
usados.
Organizar momentos para trabalhos individuais, em duplas,
trios ou mesmo em grupos maiores.
Pensar antecipadamente no produto final do trabalho, de
forma que este possa ser construído durante todas as
etapas do trabalho.
Escolher um produto final forte para dar visibilidade aos
processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.
Prever os critérios de avaliação e registrar a participação
de cada um ao longo do trabalho.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
Esse trabalho docente ocorre em paralelo à construçãoque os
estudantes farão de um índice, no qual especificam os
aspectos que serão trabalhados no projeto e realizam a tarefa
de busca de procedimentos que ajudem na recolha das
informações. Várias são as opções: visitas a museus, vídeos
sobre o assunto, excursões, convite a um palestrante, entre
outras.
O próximo passo será o tratamento das informações, o que,
segundo Queiroz (2009), é uma das funções mais importantes
de um projeto. Esse tratamento das informações pode ser uma
tarefa a ser realizada tanto individualmente como de forma
coletiva. Para isso, deve-se levar em conta que cada
informação oferece somente uma ou algumas visões sobre o
assunto. Nesse momento, a diferença de opiniões ou
conclusões precisa ser levantada e posta em discussão. É
importante também que os estudantes conheçam os diferentes
procedimentos de uma pesquisa, como a classificação, a
representação, a síntese, a visualização etc. Devemos também
estabelecer relações de causa e efeito e novas perguntas.
Aqui, é importante voltarmos a um dos pressupostos indicados
acima, dizendo que aqueles que buscam apenas conhecer os
procedimentos e os métodos para desenvolver projetos
acabam se frustrando, pois não existe um modelo ideal pronto
e acabado que dê conta da complexidade envolvendo a
realidade de sala de aula, do contexto escolar. Então,
precisamos levar em conta que há uma concepção de
educação em jogo, e não um modelo a seguir.
É importante que nesse processo, professores e estudantes
entendam que eles podem (re)planejar, (re)elaborar,
(re)produzir, criar outras hipóteses, mudar percursos, alterar
rotas e processos, pois “um projeto não está/é engessado”
(NOGUEIRA, 2008, p.86).
PAPEL DO PROFESSOR NO
PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO DO
PROJETO
De acordo com Hernández e Ventura (1998), no processo de
desenvolvimento de um projeto, o professor deverá especificar
o fio condutor para permitir que o projeto vá além dos aspectos
informativos, saindo do lugar do conhecimento que deve ser
aplicado. Nesse sentido, ele deve realizar uma primeira
previsão dos conteúdos e das atividades, encontrar algumas
fontes de informação para iniciar e desenvolver o projeto.
Para realizar um trabalho com qualidade e dar o suporte
necessário aos alunos, o professor deve estudar e se atualizar
em torno do tema do projeto, contrastando as suas
informações com outras fontes que os estudantes apresentem.
Nesse processo, também é papel do professor criar um clima
de envolvimento e de interesse, no grupo e em cada pessoa,
sobre o que se está trabalhando. Por fim, o professor deve
fazer uma previsão dos recursos necessários.
Podemos resumir o papel do professor nos seguintes itens:
Especificar o fio condutor do projeto.
Prever os conteúdos e as atividades iniciais do projeto.
Buscar fontes de informação para o início das pesquisas.
Estudar e se atualizar em torno do tema do projeto.
Contrastar as suas informações com as fontes trazidas
pelos estudantes.
Estimular o envolvimento dos estudantes com o tema
trabalhado.
Prever os recursos necessários para a realização do
projeto.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
O QUE ESTÁ POSTO NO
TRABALHO COM PROJETOS
É importante estarmos conscientes das possibilidades que o
trabalho com projetos oferece aos atores envolvidos. Desse
modo, será possível estimular os estudantes em cada uma
delas ao longo do desenvolvimento do projeto. Vejamos:
Desenvolvimento de autoria.
Realização de descobertas.
Aprendizado na prática.
Possibilidade de contextualização dos conceitos.
Elaboração de questões para investigação.
Desenvolvimento de relações interpessoais e subjetivas
dos sujeitos.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a
rolagem horizontal
Nesse processo, é necessário que o professor tenha abertura e
flexibilidade para relativizar a sua prática e as estratégias
pedagógicas, com vistas a propiciar ao aluno a reconstrução do
conhecimento.
O compromisso educacional do professor é justamente saber O
QUE, COMO, QUANDO e POR QUE desenvolver
determinadas ações pedagógicas. Para isso, é fundamental
conhecer o processo de aprendizagem do aluno e ter clareza
da sua intencionalidade pedagógica.
Assista a seguir ao vídeo Planejamento: praticando.
VERIFICANDO O
APRENDIZADO
1. SEGUNDO OS ESTUDOS DE BLOOM (1993), A
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM APRESENTA TRÊS TIPOS DE
FUNÇÕES: DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E
SOMATIVA. SOBRE A FUNÇÃO FORMATIVA,
PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) Tem como principal objetivo verificar o conhecimento prévio
de cada estudante.
B) Tem como função básica a classificação dos alunos, sendo
realizada ao final de um curso ou de uma unidade de ensino.
C) Permite que o professor conheça a realidade na qual o
processo de ensino-aprendizagem vai acontecer.
D) Deve ser realizada de forma contínua, possibilitando uma
medição e reflexão contínua sobre o desenvolvimento da
relação de ensino-aprendizagem para professores e alunos.
2. SABEMOS QUE O PLANO DE AULA É UM
DOCUMENTO FUNDAMENTAL ELABORADO
PELO PROFESSOR. NESSE CONTEXTO, O
PRIMEIRO PASSO DO PROFESSOR ANTES DE
COMEÇAR A REDIGIR O PLANO DE AULA DEVE
SER:
A) Consultar o seu plano de curso.
B) Verificar o cronograma da escola.
C) Listar os conteúdos que pretende abordar.
D) Verificar as informações sobre os aspectos culturais e
sociais da sua turma.
GABARITO
1. Segundo os estudos de Bloom (1993), a avaliação do
processo de ensino-aprendizagem apresenta três tipos de
funções: diagnóstica, formativa e somativa. Sobre a função
formativa, podemos afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
As formas de avaliação compõem a dinâmica do planejamento.
Nesse sentido, é necessário que ele possa prever de forma
clara o que deseja dos estudantes e a forma como isso será
aplicado. A avaliação formativa é aquela prevista de forma
efetiva durante todo o período letivo. Desse modo, pode ser
observado como os desenvolvimentos estão sendo
alcançados, as principais dificuldades, a correção de rumos e
as proposições. É com a avaliação formativa que alunos e
professores tomam conhecimento sobre o que é necessário
reformular nos processos de ensino-aprendizagem.
2. Sabemos que o plano de aula é um documento
fundamental elaborado pelo professor. Nesse contexto, o
primeiro passo do professor antes de começar a redigir o
plano de aula deve ser:
A alternativa "A " está correta.
 
O planejamento é uma cascata, a proposição da escola e seus
projetos devem dialogar com os planos de curso, que devem
dialogar com os planos de aula. Então, a ação que aqui
estamos referenciando é essencialmente perceber essa
cascata e saber que é obrigatório consultar o plano de curso
para a elaboração da aula. Lembrando, em seguida, que
deverá listar quais conteúdos irá abordar e para quem esses
conteúdos estão direcionados.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você deu os primeiros passos para a elaboração
de um bom planejamento escolar. Para isso, foi necessário
reconhecer a importância do planejamento para o cotidiano
escolar, bem como entender a diferença entre o planejamento
de curso, o planejamento de aula e o planejamento por projeto,
verificando a estrutura de cada um deles. No caso do
planejamento por projetos, identificamos as possibilidades que
estão relacionadas a esse tipo de experiência. Além disso, foi
possível conhecer os tipos de avaliação, suas especificidades e
potencialidades.
Neste percurso, foi fundamental entender que, para fazer um
bom planejamento, há uma concepção de educação que está
em jogo, e não um modelo a seguir.
A fim de seguir avançando e aperfeiçoando a sua prática, dê
continuidade a seus estudos explorando os materiais indicados
nas referências bibliográficas do tema. Outra forma importante
de aprender é sempre dialogar com seus alunos e suas alunas,
colegas professores e professoras, e com todos aqueles
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Bonsestudos!
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BOSSLE, F. Planejamento de ensino na Educação Física –
uma contribuição ao coletivo docente. In: Revista Movimento,
Porto Alegre, v. 8, n. 2, 2002.
BLOOM, B. S.; HASTINGS, T.; MADAUS, G. Manual de
avaliação formativa e somativa do aprendizado escolar.
São Paulo: Pioneira, 1993.
CANDAU, V. M. Construir ecossistemas educativos –
reinventar a escola. In: CANDAU, V. M. Reinventar a escola.
Petrópolis: Vozes, 2000.
CANDAU, V. M.; KOFF, A. M. N. S. Conversas com... sobre a
didática e a perspectiva multi/intercultural. In: Educ. Soc.,
vol. 27, n. 95, ago. 2006, p. 471-493.
CRUZ, G. B.; ANDRÉ, M. E. D. A. Ensino de didática: um
estudo sobre concepções e práticas de professores
formadores. In: Educação em Revista, v. 30, n. 4, 2014, p. 181-
203.
FERNANDES, D. Para uma teoria da avaliação formativa. In:
Revista portuguesa de educação, v. 19, n. 2, 2006, p. 21-50.
FREIRE, M. et al. Avaliação e planejamento: a prática
educativa em questão. Instrumentos Pedagógicos II. São
Paulo: Espaço Pedagógico, 1997, p.54-58.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à
Prática Educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
HOFFMANN, J. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva
construtivista. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, C. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez,
1990.
LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem na escola:
reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador:
Malabares Comunicação e Eventos, 2003.
NOGUEIRA. N. N. Pedagogia de projetos: etapas, papeis e
atores. 4. ed. São Paulo: Érica, 2008.
QUEIROZ, D. M. S. Projeto de Trabalho: Uma Forma de
Organizar os Conteúdos Escolares. In: Quaestio - Revista de
Estudos em Educação, v. 7, n. 1, 23 out. 2009.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-
aprendizagem e projeto político-pedagógico. 9. ed. São Paulo:
Libertad, 2000.
VEIGA, I. P. A. Organização didática da aula: um projeto
colaborativo de ação imediata. In: VEIGA, I. P. A (Org.). Aula:
gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus,
2008.
VEIGA-NETO, A. A Didática e as experiências de sala de
aula: uma visão pós- estruturalista. In: Educação e Realidade,
v. 21, n. 2, 1996, p. 161-75.
VEIGA-NETO, A. Planejamento e Avaliação Educacionais:
Uma Análise Menos Convencional. In: Cadernos do DEC. n. 5,
UFRGS/FACED, dez. 1993, p. 12-28.
ZANON, D. P.; ALTHAUS, M. T. M. Possibilidades didáticas
do trabalho com o seminário na aula universitária. Anais do
Encontro de Pesquisa em Educação da Região Sul–Anpedsul.
Londrina, PR, Brasil, v. 8, 2010.
EXPLORE+
Para saber mais sobre Pedagogia de Projetos, assista aos
vídeos do professor Nilbo Nogueira.
Procure saber mais sobre o livro Planejamento: projeto de
ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico, de
Celso dos Santos Vasconcellos. Existem até animações
baseadas nele.
Leia o texto Planejamento: a importância do plano de
trabalho docente na prática pedagógica, de Ana Aparecida
Tormena. Nele, você terá a oportunidade de relacionar o
planejamento e o cotidiano escolar.
Leia o texto Tecer conhecimentos em Rede, de Nilda Alves,
no livro O Sentido da Escola, de Nilda Alves e Regina Leite
Garcia. A professora Nilda Alves faz uma provocação
fundamental para pensar o planejar, replanejar e recriar os
processos de planejamento: o cotidano escolar é marcado
pela relação entre a educação cotidiana, presente fora da
escola, e sua intermediação pelos conhecimentos e trocas
formais, produzidos pela escola, sem que nenhum desses
se manifestem de forma isolada.
Para construção de objetivos, é interessante que você
conheça um pouco mais sobre a Taxonomia de Bloom, por
isso, vale a pena ler os textos:
Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação
das adequações do instrumento para definição de
objetivos instrucionais, de Ana Paula do Carmo
Marcheti Ferraz e Renato Vairo Belhot.
O uso a Taxonomia de Bloom no Contexto da Avaliação
por Competência, de Ana Paula Salgado Beleza de
Oliveira, Jose Nelcicleio de Aguiar Pontes e Marcos
Aurelio Marques.
CONTEUDISTA
Graça Regina Franco da Silva Reis
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);