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Narrativas Midiáticas e Produção de Sentidos

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Narrativas midiáticas
Aula 10: O papel das narrativas midiáticas no processo de
produção de sentidos
Apresentação
Nesta nossa última aula, re�etiremos sobre a centralidade das mídias na fase das culturas das mídias e no cenário atual.
Além disso, construiremos o conceito de mediação e de midiatização, discutindo sobre a ética dos meios e do
comunicador. Exempli�caremos esse debate a partir do estudo de caso sobre fake news (eleição presidencial em 2018),
vazamento de informações (Facebook vaza informações sobre seus usuários) e liberdade de expressão (o caso Julian
Assange - Wikileaks).
Objetivos
De�nir mediação e midiatização;
Estabelecer relações entre mídia e o cenário atual;
Discutir casos que exempli�quem o debate sobre ética dos meios e comunicadores.
Palavras iniciais
Conversamos sobre tantos assuntos nas nossas aulas anteriores! Mas ainda falta um assunto para pensarmos a respeito: o
papel das narrativas midiáticas no processo de produção de sentidos.
Depois das eleições presidenciais no Brasil, em 2018, o debate sobre as novas mídias ampliou-se, dada a circulação de fake
news que gerou um novo conceito: pós-verdade.
A questão que se coloca é: qual o papel do jornalismo neste contexto de
mídias digitais, em que perdemos a noção do que seja fato ou �cção?
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Qual o papel das mídias na construção de práticas sociais, dos novos discursos, dos sentidos gerados a partir das
representações de mundo que circulam pela internet e pelos meios tradicionais de comunicação?
Vídeo
O TEDx Petrópolis fez um vídeo sobre esse assunto. Assista. Vale a pena. O vídeo está disponível em:
https://www.YouTube.com/watch?v=skKicxnvhJo. Acesso em: 29 ago. 2019.
Mediação e Midiatização
A mídia assumiu nesses últimos anos o papel de mediadora entre a informação e a sociedade. Vejamos um exemplo, na breve
leitura a seguir, que ilustrará esse papel e nos ajudará a entender o tema desta aula.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Leitura
Papel da mídia nesses últimos anos.
O termo mediação signi�ca o ato de
mediar, a ação de situar-se entre pessoas
ou grupos de pessoas, o ato de promover o
diálogo entre interlocutores.

Já o termo midiatização signi�ca o ato de
divulgar, disseminar informação através
dos meios de comunicação.
Se tomarmos o exemplo do Jornal Nacional, podemos entender que esses dois conceitos se imbricam, se amalgamam, se
encontram.
Veja bem: ao de�nir o que dizer e como dizer ao telespectador do Jornal Nacional, a televisão se torna mediadora entre
informação e sociedade; portanto, ela se torna o meio pelo qual a informação chega à sociedade.
Claro que não é apenas o Jornal Nacional que assume esse papel. Em 2019, Julian Assange tornou-se notícia mais uma vez
porque foi preso pela polícia britânica. Veja como sua prisão foi narrada:
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NOTÍCIAS
A polícia britânica prendeu nesta quinta-feira o cofundador do site de vazamentos de dados sigilosos WikiLeaks, Julian
Assange, em um novo capítulo da história do ativista. (BBC; Brasil; 11 de abril de 2019). 
 
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/; acesso em: 29 ago. 2019)
A Polícia Metropolitana de Londres deteve nesta quinta-feira Julian Assange, cofundador do Wikileaks, depois que o
Equador cassou o asilo diplomático que lhe oferecia há quase sete anos, segundo um tuite da própria corporação
policial britânica. (El País, 12 de abril de 2019). 
 
Disponível em: https://brasil.elpais.com/; acesso em: 29 ago. 2019)
Observe que, embora os dois jornais quali�quem Julian Assange como cofundador do Wikileaks, o site é caracterizado pela
BBC como site de vazamentos de dados sigilosos e refere-se ao jornalista como ativista.
Já El País quali�ca o Wikileaks apenas como um site e, ao se referir à prisão de Assange, diz: “o Equador cassou o asilo
diplomático”, sugerindo a ideia de que o jornalista era um exilado político.
O fato é o mesmo, a prisão de Julian Assange, mas a mediação feita pelos dois jornais difere. Cada um dos meios de
comunicação decidiu qual efeito de sentido causaria sobre a informação, ou seja, como intermediar a relação entre o fato e o
público, entre a informação e a sociedade.
Observe que os jornais usaram a web para divulgar suas notícias, re�etindo o contexto atual de convergência de mídias.
A mídia (o jornalismo) assumiu o papel, ao longo de sua existência, de
mediadora da informação, construindo sentidos que passaram, com o
tempo, a atender os objetivos propostos por ela mesma.
Leia o texto a seguir com alguns motivos de crise desse papel da mídia (jornalismo).
 Crise da mídia
 Clique no botão acima.
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Esse papel entrou em crise nos últimos anos, depois do advento da internet e, consequentemente, da convergência
das mídias para as plataformas digitais que se utilizam dessa tecnologia.
Surgiram outros mediadores da informação, sem qualquer vínculo com as empresas de comunicação, sem qualquer
formação na área jornalística ou publicitária.
O contexto tecnológico atual permite que qualquer pessoa dissemine informação, publicando em suas redes sociais.
Assim, a tecnologia do celular, cuja função última passou a ser telefonar, também tem contribuído para que esse
cenário se estabeleça.
As pessoas se tornaram cinegra�stas, fotojornalistas, escritoras etc. Claro que isto não deve ser encarado sob os
extremos bom e ruim.
Conversamos na aula passada sobre a web ser ainda um lugar em que a liberdade de expressão existe, mas as redes sociais
limitam essa expressão aos nossos semelhantes; tem sobrado informação e faltado debate.
Se a mídia tradicional foi criticada por ser parcial, esse aspecto se
mostra mais evidente nas mídias digitais. A situação chegou ao ponto
de não sabermos mais se a informação é verídica ou não, se o fato
aconteceu mesmo.
Em 2014, o G1 publicou a seguinte notícia:
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A reação foi bem diversa: riso, raiva, indignação. A experiência fez parte de um trabalho de conclusão de curso e comprovou
como podemos ser enganados facilmente pelas imagens e textos que circulam pela internet.
Imagine quando há interesses econômicos e políticos envolvidos em postagens no Facebook e no YouTube.
No Brasil, na situação em que o país se encontra, em 2019, conseguimos perceber o quanto a mediação feita pela mídia e por
nós mesmos tem falseado os fatos e gerado efeitos de sentido que garantem apenas interesses individuais.
A representação da informação tem se caracterizado como um simulacro interesseiro, usando um conceito da retórica de
Aristóteles, tão rebatida por Platão.
As mídias na fase das culturas das mídias e no cenário atual
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Um casal foi entrevistado por uma emissora de TV porque
iria viajar pela Europa em uma Kombi — o carro da
Volkswagen, aquele do ScoobyDoo.
Fonte: Por ilterriorm / Shuttersock.
Durante a entrevista, o casal disse que só captaria imagens do que representasse cultura. Então, será que o casal fotografaria,
por exemplo, um baile funk ou uma casa de prostituição? A pergunta é: qual o conceito de cultura que esse casal usou em sua
fala?
É possível pensar uma sociedade sem cultura? Ou um grupo de pessoas
sem cultura? Será que apenas determinados gêneros de música podem ser
considerados parte de uma cultura?
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Durante muito tempo, as histórias em quadrinhos foram
relegadas à condição de literatura sem valor. Poucos pais
permitiam que seus �lhos lessem essas narrativas. O
samba, gênero musical, também foi relegado a essa
condição, assim como o abstracionismo na pintura.
Fonte: Por durantelallera / Shuttersock.
Comentário
Um economista, em conversa informal comoutro sobre a reforma da previdência, a�rmou que o brasileiro não tem a cultura da
poupança. O outro respondeu: não tem cultura alguma. Então, o que é cultura?
O que é cultura das mídias?
Cultura pode ser compreendida como a representação de práticas sociais que caracterizam determinada sociedade em um
determinado tempo e espaço.
Se unirmos esse conceito ao de mídias, entenderemos que cultura
das mídias consistiria nas práticas sociais que caracterizam um dado
contexto social em que as mídias são referências para as
representações de mundo.
Nesse sentido, as mídias passariam a ser também mediadoras de ideologias, de visões de mundo, rea�rmando certos
discursos e propondo novos.
Com as novas tecnologias, essa cultura das mídias tem se adaptado e produzido novos discursos.
Lúcia Santaella (2003) diz que:
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“A Cultura das Mídias pode ser considerada como a
passagem da Cultura de Massas para a Cultura Digital e nela
ocorreu um processo de hibridismo midiático, ou seja, a fusão
entre diferentes mídias (podemos ver isso através de
telejornais), além do surgimento de dispositivos que
facilitaram o acesso da população aos meios de comunicação
e informação. É imprescindível ressaltar que a comunicação
passou de massiva (muitos receptores consumiam uma única
mídia de uma única forma) para individual (receptores
consomem o que desejam na hora em que desejam).”
- Santaella
Cibercultura
E o que há hoje? Estamos vivendo outro momento: a cibercultura, cuja característica central é a convergências das mídias para
o espaço cibernético.
Exemplo
O celular funciona como telefone, player de música e vídeo, GPS, máquina fotográ�ca, �lmadora etc. Todas essas mídias estão
em um único dispositivo, que promove a interação e permite a qualquer pessoa publicar informações.
Embora usemos o termo publicar, que sugere mensagem de um para muitos, lembremos que este cenário da cibercultura tem
produzido conteúdo para ser consumido individualmente: colocamos nossos fones de ouvido e saímos da Terra diretamente
para o ciberespaço.
Sob esse aspecto, concordamos com Lúcia Santaella (2003) quando caracteriza a cultura das mídias como uma fase de
transição entre a cultura de massa e a cibercultura.
As mídias tradicionais ainda não migraram para o ciberespaço completamente, talvez nunca o façam, talvez desapareçam ou...,
apesar de seus atores, os jornalistas, estarem se inserindo neste novo contexto sem trazer consigo as empresas de
comunicação nas quais trabalham.
Leia o texto, a seguir, com exemplos de jornalistas que migraram para o ciberespaço.
 Jornalistas que migraram para o ciberespaço
 Clique no botão acima.
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Dois exemplos de jornalistas que têm migrado para o ciberespaço são Paulo Henrique Amorim (já falecido) e Fernando
Morais, outro pro�ssional também originário das mídias tradicionais, mas que tem se adaptado muito bem aos seus
blogs, sites e canais no YouTube.
Há outro também, o Luis Nassif. As análises que ele tem feito sobre nosso contexto político são muito boas, mas ele,
diferentemente do Morais, ainda aparenta constrangimento quando precisa pedir para compartilhar o vídeo, se
inscrever no canal e, principalmente, dar like.
Essa migração de grandes nomes da comunicação para o ciberespaço tem sido muito importante para os próprios
jornalistas, os próprios comunicadores, já que o exercício da liberdade de expressão tem se dado de modo mais
contundente.
Isso porque se desvincularam de empresas que compõem as oligarquias, ou mesmo monopólios da comunicação no
Brasil, e passaram a proferir enunciados pelos quais eles são responsáveis.
Claro que essa liberdade tem trazido alguns problemas para um ou outro jornalista. Um dos casos mais intricados foi o
do jornalista Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, em 2017.
Ele foi preso, acusado de divulgar informação sobre uma das fases da Lava Jato: o vazamento da prisão coercitiva do
ex-presidente Lula pela PF.
O argumento da Polícia Federal, segundo o jornalista, era que ele havia atrapalhado a 24a fase da operação Lava Jato.
Leia a notícia, disponível em: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/blogueiro-e-conduzido-coercitivamente-a-pf-em-
sp-para-prestar-depoimento.ghtml. Acesso em: 29 ago. 2019.
A ética dos meios e do comunicador: casos de fake news,
vazamento de informações e liberdade de expressão
Já ouviu falar em internet das coisas? Em economia 4.0? Em aldeia global? Certamente que sim, pois estamos vivenciando
tudo isso: conectividade, �exibilização, mercado de nichos, aproximação entre culturas (espécie de hibridação cultural), era do
conhecimento.
Parece que estamos vivendo a �cção escrita por George Orwel, 1984, resguardadas as devidas proporções. Somos vigiados
24h pelas câmeras de nossos dispositivos móveis e computadores pessoais.
Estamos conectados a pessoas que nem conhecemos, apenas porque alguém curtiu uma foto ou vídeo, ou porque comprou o
mesmo produto que nós, ou porque almoçamos no mesmo restaurante ou apenas dissemos a um amigo que gostaríamos de
conhecer o lugar.
Uma das maiores redes sociais da web, o Facebook, sabe quase tudo sobre nós: nosso nome, idade, dia de aniversário, nome
de nossos amigos, �lhos e cachorros. Sabe inclusive se estamos precisando de arroz em casa.
Como o Facebook sabe disso? Fomos transformados em metadados. Tudo o que escrevemos, falamos, fotografamos,
�lmamos é lido por algoritmos, transformados em dados, e a interpretação é vendida ao mercado.
Vivemos o momento em que aquele que detém informação é dono do bem mais valioso deste século: conhecimento.
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Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Saiba mais
Leia a notícia sobre os dados que foram vazados pelo Facebook, disponível em: https://tecnologia.ig.com.br/2018-12-19/.
Acesso em: 29 ago. 2019.
E o WhatsApp, o aplicativo que parece ter sido o melhor marqueteiro político já inventado pelo homem? Agora estamos
conectados a todos do trabalho, da família, fazemos parte de diversos grupos.
Você deve ter recebido mensagem de marcas, academias, lojas de shopping, mesmo que não tenha fornecido seu número.
Inclusive, deve ter recebido, em 2018, inúmeras mensagens com informações sobre os candidatos à Presidência da República.
Talvez o mais problemático tenha sido a reprodução de determinadas informações, que não foram con�rmadas pelos
pro�ssionais de comunicação, por veículos até então considerados críveis ou propagadas por nós mesmos, porque
desejávamos que fossem verdade.
Foram muitas notícias falsas durante o período eleitoral de 2018, no Brasil. Esse fenômeno das fake news levou à criação de
outro termo: pós-verdade.
O dicionário Oxford, da língua inglesa, de�niu o termo como palavra que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos
objetivos têm menos in�uência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais.
Saiba mais
Para entender um pouco melhor esse contexto, leia a publicação do site Nexo sobre o assunto, disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016. Acesso em: 29 ago. 2019.
O que temos observado é que os pro�ssionais não têm condições de enfrentar tanta oferta de informações, porque não
dispõem de tempo hábil para veri�car a origem da notícia veiculada por essas novas mídias.
Para piorar, quem compartilha em grupos de WhatsApp já deve ter recebido a mensagem de outra pessoa em quem con�ava e
que também fez o mesmo.
Saiba mais
Mas é bom nos perguntarmos: e a ética? A �lósofa Márcia Tiburi responde a essa questão na matéria disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/. Acesso em: 29 ago. 2019.
Marilena Chauí (2000, p. 431), ao discorrer sobre ética e moral, escreve:
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“O senso e a consciência moral dizemrespeito a valores,
sentimentos, intenções, decisões e ações referidos ao bem e
ao mal e ao desejo de felicidade. Dizem respeito às relações
que mantemos com os outros e, portanto, nascem e existem
como parte de nossa vida intersubjetiva.”
Então, até onde podemos compartilhar o que bem desejarmos? Como
distinguir liberdade de expressão e inconsequência?
Um dos casos mais controversos em 2019 foi a divulgação de informações pelo site WikiLeaks, assinado por Julian Assange,
que está sendo acusado de vazar informações sigilosas sobre os Estados Unidos.
Uma dessas informações diz respeito à espionagem desse país no Brasil, mais especi�camente à Presidenta (na época) Dilma
Rousseff.
Contudo, houve um caso que está deixando o Presidente Jair Bolsonaro e seu Ministro da Justiça sem saber como resolver: o
site Intercept, sob responsabilidade do jornalista Glenn Greenwald, tem liberado uma série de informações sobre a Lava Jato, a
partir de conversas em grupos de WhatsApp.
Nessas conversas, o ex-juiz Sérgio Moro orienta os Procuradores sobre testemunhas, provas do processo, e ainda sobre o que
a operação deveria divulgar para a imprensa, como telefonemas que foram gravados dentro do gabinete da Presidenta Dilma
Rousseff fora do prazo determinado pela justiça, ainda por cima sem o consentimento do STF (Supremo Tribunal Federal).
Todos esses casos, sem contar a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, têm gerado preocupação quanto ao futuro do
jornalismo e dos meios de comunicação.
A crise da credibilidade dos veículos de comunicação e de seus comunicadores agravou-se desde que a sociedade passou a
�car sem referências quanto à veracidade de fatos divulgados inclusive por jornais e revistas considerados idôneos.
Está na hora de re�etirmos sobre o papel social dos comunicadores neste novo contexto midiático, em que “tudo é tudo e nada
é nada”, como dizia Tim Maia. Para essa re�exão, será preciso de�nir o que consideramos ética, que moral teremos como
referência para nosso comportamento diante dos fatos.
Filosofamos um bocado nesta última aula, não foi? Mas calma. Já viu uma boa história terminar sem o “foram felizes para
sempre”?
Pelo menos até a próxima fake news, ou o próximo vazamento de informação, ou até a próxima eleição decidida pelo Zapzap.
Vamos para nossas atividades agora?
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Atividade
1. CORREIA (2006) - a�rma que “as relações entre indivíduo e sociedade foram alvo de uma midiatização generalizada...”.
Dessa a�rmação, podemos inferir que:
a) A formulação de normas e a consolidação de visões de mundo depende cada vez mais da presença de órgãos de comunicação.
b) A sociedade apenas produz sua realidade através das interações sociais a que se submete em seu cotidiano.
c) Os textos que as mídias oferecem são a representação da realidade de modo espelhado, sem intermediação.
d) À medida que a tecnologia da internet se estabelece em nossa sociedade, é mais evidente a ausência da mídia.
e) Embora as mídias informem sobre os fatos, elas não exercem o papel de mediadoras entre informação e sociedade.
2. Observe as manchetes a seguir:
Sobre essas duas manchetes, avalie as seguintes assertivas:
I. As duas manchetes referem-se ao mesmo fato: exposição de dados da Venezuela. 
II. As duas manchetes explicitam os mesmos nomes dos envolvidos no fato. 
III. A manchete 2 coloca apenas Moro como sujeito da ação verbal. 
IV. A manchete 1 gera o efeito de sentido de que Moro é responsável por determinar o vazamento.
É correto o que se a�rma em:
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas IV.
e) Apenas I e IV.
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3. Santaella (2003) - a�rma que “as novas tecnologias da informação e comunicação estão mudando não apenas as formas
do entretenimento e do lazer, mas potencialmente todas as esferas da sociedade”.
Essa a�rmação representa o contexto que favorece:
a) O desaparecimento das mídias.
b) A existência de uma cultura das mídias.
c) A mídia como simulacro interesseiro.
d) O aumento de fake news na internet.
e) O surgimento de uma sociedade virtual.
4. Leia o seguinte texto:
Mais uma vez o que me motiva a sair da inércia para escrever é a nossa mídia, aquela mesma de sempre, ávida pelo lucro e cheia
de vaidades. A mídia não é um ser inanimado, ela é feita de pessoas.
A mídia é feita, principalmente, de jornalistas que devem receber uma formação para saber, antes de tudo, o que é notícia e o que
é espetacularização. Jornalistas que devem sempre optar pela notícia.
Disponível em: //www.intervozes.org.br/direitoacomunicacao/?p=27360. Acesso em: 29 ago. 2019.
Com base no texto, avalie as assertivas abaixo e a relação estabelecida entre elas:
I. O jornalista deve sempre optar pela notícia.
PORQUE
II. A mídia tem como papel social ser mediadora entre informação e sociedade.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
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5. (Questão Enade 2018) - Uma matéria informativa publicada em outubro de 2017, em um jornal de grande circulação, sobre
um �lme de comédia, levou um humorista a desencadear um debate acirrado nas redes sociais contra o seu autor, um
jornalista, demitido do jornal no mesmo dia, ainda antes do �nal do expediente.
O episódio teve ampla repercussão no ambiente da imprensa e chamou a atenção para um problema-chave para os que
exercem o jornalismo no Brasil de hoje: a limitação à liberdade de expressão.
ZOCCHI, P. Jornalistas Sob Tutela. Observatório da Imprensa 996. ed. 17 jul. 2018. (adaptado).
Considerando-se a in�uência das redes sociais no trabalho do jornalista, é correto a�rmar que:
a) As redes sociais são fontes recorrentes e confiáveis de informação jornalística.
b) O direito de resposta das fontes transferiu-se, atualmente, para as redes sociais.
c) O prestígio social de internautas legitima e autoriza a interferência no trabalho dos jornalistas.
d) O jornalista deve divulgar uma prévia de suas matérias nas redes sociais para averiguar possíveis ruídos de comunicação.
e) A liberdade de expressão jornalística tem sido inibida por meio da atuação de internautas em redes sociais.
Notas
Dionísio 1
Deus do vinho e da alegria. O teatro grego tem origem nas festas dionisíacas, quando eram encenadas tragédias e sátiras.
Durante as encenações, usavam-se máscaras para representar os personagens.
Referências
CHAUÍ, Marilena. Convite à �loso�a. São Paulo: Ática, 2000.
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. [S. l.: s. n.], 2004. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/plugin�le.php/388158/mod_resource/content/1/Texto%2014%20-
%20O%20que%20%C3%A9%20ideologia%20-%20M.%20Chau%C3%AD.pdf. Acesso em: 8 jul. 2019.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Trad.: Sandra Regina Netz. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.p. 367 – 394.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Trad.: Ronald Polito e Sérgio Alcides.
Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. In: Revista Famecos, Porto Alegre, 2003.
Disponível em: revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/re%20vistafamecos/article/viewFile/.../2493. Acesso em: 29 ago.
2019.
Próxima aula
Próxima aventura acadêmica;
Jornada do herói;
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Conquista da recompensa: o seu diploma.
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Jornal GGN.
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