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1 Aline David – ATM 2025/B PATOLOGIA II – AULA 05 CARACTERÍSTICAS GERAIS ❖ Neurônio: principal unidade funcional - Incapazes de realizar divisão celular, quando maduros; apoptose ou necrose ❖ Demais células: glia (astrócitos (hipertrofia/hiperplasia –gliose → primeira resposta a lesão (células estreladas ao redor dos neurônios)), oligodendrócitos (mielina), epêndima (fazem o líquor), micróglia (macrófagos)). - Neurônio: núcleo triangular. Não tem capacidade de divisão celular. Podem sofrer mecanismos de lesão e morrer tanto por apoptose como por necrose (não é possível regenerar). - Neurônios, quantidade de células da glia normal. - Na substância branca a gente não vê núcleos de neurônios. Vê células da glia e rosinha os prolongamentos dos neurônios. EDEMA CEREBRAL ❖ Edema de parênquima → acúmulo de líquido anormal no parênquima cerebral. ❖ Edema vasogênico: aumento do líquido extracelular por ruptura da barreira hematoencefálica (falha da BHE) + aumento da permeabilidade vascular no SNC = edema que vem da circulação. - Escassez de vasos linfáticos não permite reabsorção → qualquer distúrbio que aumente um pouquinho a circulação de líquido no encéfalo vai fazer com que acumule. - Localizado x generalizado, dependendo do fator desencadeante (inflamação localizada ou defeito de toda a membrana/de toda a circulação). ❖ Edema citotóxico: aumento do líquido intracelular por lesões de membrana. - Isquemia, alterações metabólicas - Edema generalizado (todas as membranas/todas as células estão tendo alteração e estão acumulando líquido). - Visto em grandes isquemias, choques sépticos muito graves (redução da circulação cerebral e aumento da permeabilidade dos neurônios e da glia). ❖ Edema intersticial (hidrocefálico): especialmente em torno dos ventrículos. - Fluxo anormal de líquido do LCR através do revestimento ependimário. Geralmente o paciente tem alguma ou obstrução que faz acumular o LCR ali. - Cérebro normal: dá para ver os sulcos e giros bem definidos. - Edema localizado no hemisfério esquerdo. Perde os sulcos e os giros, cissura sagital desviada. - Cérebro bem edemaciado, difícil de separar os sulcos e os giros = bem característico de edema. - Na RM e TC: perde as linhas de sulcos e giros. HIDROCEFALIA ❖ Excesso de LCR no sistema ventricular. ❖ Produção excessiva (raro), obstrução de fluxo (mais comum), prejuízo de reabsorção. 2 Aline David – ATM 2025/B ❖ Infância: pode ocorrer aumento do perímetro cefálico (porque a criança não tem as suturas cranianas fechadas – o mecanismo de adaptação é muito mais fácil do que no adulto). Sempre acompanhar o perímetro cefálico das crianças na puericultura. - Após fechamento das cissuras (nos adultos e crianças mais velhas), ocorre aumento da pressão intracraniana (PIC). ❖ Comunicante: aumento de todo o sistema ventricular, há comunicação com espaço subaracnóideo. ❖ Não comunicante (obstrutiva): aumento de ventrículos, não tem comunicação com o espaço subaracnóideo. Nos adultos vai reduzindo o espaço cortical. HIPERTENSÃO CRANIANA E HERNIAÇÃO ❖ Tríade de Cushing: bradipneia, hipertensão e bradicardia. Muito específica de PIC (utilizada principalmente em pacientes comatosos – sinais indiretos de PIC). ❖ Uma das consequências de uma hidrocefalia. ❖ Vai ter aumento de edema decorrente disso, o que aumenta mais ainda a pressão – ciclo vicioso. ❖ 3 cenários clínicos de hipertensão intracraniana (HIC): edema cerebral generalizado, hidrocefalia, lesões expansivas focais. ❖ Herniação: deslocamento do tecido encefálico para além das dobras durais rígidas ou através de aberturas no crânio, por aumento da PIC. - Efeito de massa difuso ou focal –edema, tumores, hemorragias etc. - Mecanismos de adaptação para tentar aliviar a PIC. ❖ Aumento de pressão leva a prejuízo de circulação, aumentando o edema ❖ Herniação de cíngulo: expansão assimétrica que leva ao deslocamento do cíngulo sobre a foice → compressão da artéria cerebral anterior (menos comum). Costuma ocorrer quando a gente tem edema generalizado de todo o hemisfério cerebral ou quando a gente tem lesões próximo do cíngulo. ❖ Herniação de uncus: face medial do lobo temporal é comprimida contra a borda livre tentorial. Ocorre principalmente quando tem compressão do lobo temporal. - Compressão do terceiro nervo craniano → dilatação de pupila uma pupila (anisocoria), queda da pálpebra e prejuízo de movimentação ipsilateral (olhar para fora e para baixo). - Compressão da artéria cerebral posterior → irriga principalmente o lobo occipital → prejuízos de visão (pode ser bilateral se for antes da decussação das pirâmides. - Compressão de pedúnculo cerebral contralateral → hemiparesia ipsilateral à herniação. Ocorre quando tem uma compressão muito grande do cerebelo. ❖ Herniação de tonsilas: deslocamento das tonsilas cerebelares através do forame magno (mais grave → emergência). O tronco cerebral passa junto das tonsilas. - Risco de morte por compressão de tronco encefálico e parada respiratória. - Edema localizado com hérnia de cíngulo e de uncus. - Hérnia de tonsilas bilateral que comprimiu o tronco. 3 Aline David – ATM 2025/B DOENÇA CEREBROVASCULAR ❖ Lesão encefálica por alteração de fluxo sanguíneo: isquêmica ou hemorrágica. ❖ 3ª principal causa de morte nos EUA; principal causa de morbidade e mortalidade por doenças neurológicas. ❖ Manifestações dependem da região acometida. DOENÇA CEREBROVASCULAR ISQUÊMICA ❖ Encéfalo é tecido altamente aeróbico oxigênio é fator limitante ❖ A primeira coisa que tem que saber é se é uma isquemia ou uma hemorragia ou os dois (TC sem contraste). Faz trombolítico ou não faz. - Isquemia: reperfundir a zona (trombólise). - Hemorragia: se for reperfundir vai sangrar por tudo → não administrar trombolítico. ❖ Mecanismos de privação de O2: baixa pressão parcial de oxigênio (pO2), comprometimento da capacidade sanguínea de transporte (mais comum nas anemias), inibição do uso de oxigênio pelo tecido, interrupção do fluxo sanguíneo (mais comum e fazer AVCi). Isquemia (mais comumente por embolia). Comum em pacientes que tem fibrilação. Ocorre muito pouca trombose na circulação intracraniana. ❖ Qualquer evento que diminua um pouco o O2 do cérebro vai ocasionar lesões. ❖ Zona de risco é chamada de “penumbra” → pode ser resgatada com uma série de intervenções antiapoptóticas (uso de trombolíticos, antiagregantes – vão desfazer o trombo para tentar reperfundir). - Depois de 6 horas não adianta mais fazer trombolítico porque a zona de penumbra já morreu e não tem como resgatar. Os riscos de fazer uma trombólise são muito maiores do que os benefícios. ❖ Pode ter lesão por reperfusão: o mais comum é hemorragia (ao desfazer o trombo, ocorre uma enxurrada de sangue). ❖ Isquemia cerebral global: redução generalizada da perfusão (geralmente acontece relacionada com: IAM, choque, hipotensão grave). Não é uma isquemia por trombo. - Casos leves podem manifestar somente estado confusional pós-isquêmico transitório, com completa recuperação após, sem dano tecidual irreversível. Paciente pode ter uma síncope (paciente deixa, nivela, o coração não precisa fazer tanta força para chegar no cérebro, mesmo com a pressão reduzida consegue fazer a reperfusão). - Casos graves com morte neuronal difusa permanecem em estado vegetativo, podem evoluir para morte encefálica. Pode ocorrer isquemia e lesões por todo o cérebro e dependendo do lugar que acomete vai ter consequências disso. Paciente que sofrem casos graves, geralmente progridem para isquemia global e posteriormente morte encefálica. - Edema generalizado - Microscopicamente: • 12-24h neurônios vermelhos (microvacuolização, eosinofilia citoplasmática, picnose nuclear → cromatina se desfazendo – lesão de núcleo); - Neurônios morrem mais por apoptose. • 24h-2 semanas alteraçõessubagudas (invasão de neutrófilos, necrose tecidual, proliferação vascular, gliose reativa); - Inicia o processo de fagocitose e necrose. • >2 semanas reparo (remoção de tecido necrótico, perda da arquitetura, gliose). • Principal mecanismo de reparação: perda tecidual – espaço no local onde teve a lesão. - Zonas mais eosinofílicas e fica uma zona bem definida com uma região branca, chamada de mielina. - Núcleo de neurônios triangulares e bem vermelhos. - Depois de 24hrs começa a ter proliferação de vasos e infiltração de neutrófilos. - Gliose reativa com início de perda de arquitetura. Tem muita célula, muita fagocitose e muito macrófago. 4 Aline David – ATM 2025/B - Não tem colágeno, é uma perda tecidual (fica um espaço e o tecido normal começa a tomar conta daquele espaço). ❖ Isquemia cerebral focal: interrupção do fluxo para uma determinada área por oclusão arterial ou hipoperfusão → geralmente por êmbolos. - Saber a clínica de acordo com o vaso. - Infarto ocorre, dependendo da duração da isquemia e da existência ou não de circulação colateral. • Fluxo colateral principal é fornecido pelo Polígono de Willis. • Circulação colateral efetiva dependendo do tamanho da isquemia não vai ter clínica. - Obstrução: embolização, trombose, vasculites • Embolia é a forma mais comum – diversas fontes (cardiogênica é a principal, seguida de placas ateromatosas carotídeas) • Trombose está associada a aterosclerose de vasos intracranianos, com ruptura de placa - Aterosclerose intracraniana aparecem em casos de aterosclerose muito importante, sempre tendo manifestações em outros locais também. Difícil ser exclusiva. • Processos inflamatórios (infecciosos ou não) são menos comuns. • A busca pela fonte é muito importante no AVC. Existe um score chamado de TOST. Precisa saber de onde veio para saber se ele tem a possibilidade de ter outro AVC ou não. - Diferenciação entre processo envolvendo hemorragia secundária (lesão de isquemia- reperfusão) ou não é importante para definição de tratamento (uso de trombolítico). - Sem hemorragia: perda de estrutura e palidez com regiões eosinofilicas (pelo aumento da circulação colateral). - Com hemorragia: microfocos de hemorragias (pontos escurinhos e puntiformes – impede o uso de trombolíticos, porque se der o paciente vai sangrar por tudo). Não é necessária mente no mesmo lugar que teve a isquemia, vai ser ocasionado pelos mecanismos compensatórios. Continua sendo um AVC isquêmico, mas com hemorragia – muda o tratamento. - TC: vê diferença de coloração (hipodensa/hiperdensa). ❖ Macroscopia: - Após 48h ocorre palidez, perda da diferenciação corticomedular; - 2-10 dias tecido se torna gelatinoso e friável, com limites bem definidos; - 10 dias-3 semanas ocorre necrose de liquefação do tecido necrótico, com substituição por líquido no local; - Formação de um buraco na região onde teve o AVE. DOENÇA CEREBROVASCULAR HIPERTENSIVA ❖ Pode fazer tanto hemorragia quanto isquemia. ❖ Infartos lacunares: artérias perfurantes cerebrais (menores artérias) que desenvolvem esclerose arteriolar (causa – as paredes das artérias aumentam de tamanho e vão obstruindo), criando oclusões; pequenos infartos criam lacunas na região (não vai ser significativo – paciente não vai ter déficits por conta disso, nem manifestações clínicas). Geralmente é uma consequência de uma hipertensão descontrolada por muitos anos. Acomete principalmente núcleos da base. ❖ Hemorragias em fenda: ruptura de vasos perfurantes com formação de pequenas hemorragias. ❖ Encefalopatia hipertensiva: hipertensão maligna com disfunção cerebral difusa –cefaleia, confusão mental, vômitos, crises convulsivas, coma. Níveis de pressão chegam mais de 20 – 25. - Gestantes: eclampsia → a paciente chega ter crises convulsivas e tem outras questões associadas também. - Aumento expressivo da PIC: necessário redução com brevidade, emergência hipertensiva (se não aliviar pode ter consequências em relação a isso). - Pode ocorrer tríade de Cushing. ❖ A longo prazo, pode ocorrer síndrome clínica com demência, alterações de marcha, sinais pseudobulbares, alterações cognitivas e comportamentais → demência vascular. - Na TC encontra isquemias lacunares, sinais de hemorragia em fenda, paciente hipertensivo de longa data. Pesquisar outras causas, depois que excluiu as outras causas mais prevalentes a gente associa a demência vascular (perda de neurônios por pequenos infartos e hemorragias a longo 5 Aline David – ATM 2025/B prazo). Tratar a HAS e prevenir novos eventos (AAS e estatina). DOENÇA CEREBROVASCULAR HEMORRÁGICA ❖ Hemorragias em espaço epidural ou subdural estão normalmente associadas a trauma. ❖ Hemorragias intraparenquimatosas e no espaço subaracnoide são mais frequentemente associadas a doença cerebrovascular. ❖ Ruptura de pequenos vasos intraparenquimatosos → hemorragia (mais significativa que vai ocasionar clínica). ❖ Principal causa é HAS – causa arteriosclerose hialina nas pequenas artérias, enfraquecendo sua parede → ocasionando ruptura. ❖ Mais comuns na meia-idade, ou fim da vida adulta; pico de incidência aos 60 anos. ❖ Pode ocorrer no putâmen (50-60% dos casos), no tálamo, na ponte, nos hemisférios cerebelares e em outros locais do encéfalo (em ordem de ocorrência). - Putâmen e tálamo: hipertensão. - Mais periférica (lobar): depósito amiloide. ❖ Hemorragias lobares são associadas a angiopatia amiloide → depósitos de peptídeos amiloidogênicos nas paredes dos vasos as tornam enfraquecidas e fazem ruptura. ❖ Local da hemorragia determina suas manifestações; caso afete porção grande do encéfalo, pode ser devastadora; pode ser silenciosa, se região for pequena - Acometimento do putamen. ❖ Hemorragia subaracnoide tem como causa mais frequente a ruptura de aneurismas saculares. A localização mais comum é na circulação anterior, principalmente no local de junção das artérias. - Outros: hematomas traumáticos, ruptura por hemorragia hipertensiva para o interior do sistema ventricular, malformação vascular, tumores, ... - Aneurisma sacular: mais comumente encontrado na circulação anterior; 2% da população. - Mais comum em mulheres, 5ª década de vida. • Mulher com AVE hemorrágico, tem que pensar em aneurisma. Geralmente mencionam como se fosse a pior cefaleia da vida (dx diferencial de enxaqueca – angiotomografia). - Risco de ruptura aumenta com aumento do tamanho do aneurisma. - Pode ocorrer a qualquer momento, mas comumente está associado a aumento transitório da PIC → pacientes referem “pior dor de cabeça da vida”, com perda rápida da consciência. • Se o cérebro da pessoa consegue estancar o sangramento, vai ter uma cefaleia e mais nada. Agora se não consegue sangrar, ocorre hemorragia e o paciente pode entrar em estado comatoso, com mortalidade bem alta. - 25-50% vem a óbito na primeira ruptura; os que sobrevivem podem ter recorrências. - Tratamento é feito com prótese para corrigir, depende se é primeiro (colocar na balança se vale a pena corrigir ou não) ou segundo aneurisma (lembrar das lesões vasculares). QUESTÕES Herniando o uncus, compressão de III. 2 - Ver se está sangrando ou não para ver se dá antitrombótico ou não. Indicativo de acometimento de artéria grande (comprometimento funcional grande e difícil de recuperar – avaliar isso na hora do tratamento também). 6 Aline David – ATM 2025/B DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS ❖ Perda progressiva de neurônios, geralmente com relações funcionais (não necessariamente adjacentes). - Acometem determinados grupos de neurônios de acordo com suas funções, mas não quer dizer que acometem regiões específicas. ❖ Doenças da substância cinzenta (acometimento de núcleo de neurônios – região cortical, substância nigra, núcleos da base). ❖ Processo patológico associado: acúmulo de agregados deproteínas (por mutações) resistentes aos processos de degradação. Dependendo de cada processo degenerativo vai ser um tipo de proteína. ❖ Classificação: - Sintomática/anatômica: de acordo com regiões do SNC primariamente afetadas. - Patológica: baseada nos tipos de inclusões celulares ou estruturas anormais observadas. DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) ❖ Causa mais comum de demência em idosos → incidência aumenta conforme idade. - Tem que excluir Alzheimer, porque até que prove o contrário é Alzheimer. ❖ Prejuízo insidioso de funções cognitivas → em 5 a 10 anos indivíduo profundamente incapacitado, incontinente, mudo, imóvel → prognóstico bem ruim. ❖ Raramente sintomáticos antes dos 50 anos; prevalência dobra a cada 5 anos. - 1% → 60-64 anos; - > 40% → 85-89 anos → países com população que está envelhecendo têm sofrido com alta prevalência. ❖ 5 - 10% são formas familiares (hereditárias). ❖ Diagnóstico definitivo ainda é dado por análise histopatológica do tecido (raramente realizada); informações clínicas e radiológicas (escores) tem boa acurácia (80-90%). - Enquanto não faz biópsia não dá para afirmar com 100% de certeza que o paciente tem Alzheimer. Só vai ser feito biópsia se tiver um quadro clínico muito semelhante com outra doença para excluir. ❖ Acúmulo de proteínas Aβ e tau em regiões específicas do cérebro, por produção excessiva e remoção defeituosa – placas neuríticas e emaranhados neurofibrilares (nome dado ao formato que elas tomam quando se acumulam no encéfalo). ❖ Características: atrofia cortical principalmente nos lobos frontais, temporais e parietais. - Estruturas do lobo temporal medial (hipocampo, amígdala) estão comumente envolvidas e se tornam gravemente atrofiadas nas fases mais avançadas da doença. Fases mais avançadas de Alzheimer o hipocampo e amígdala estão praticamente inexistentes. - Ocorre uma atrofia do cérebro: aumento dos espaços dos sulcos (lado esquerdo acometido). TC: diminuição do córtex e aumento dos sulcos na região frontal e na região temporal. - Formação de placas ao redor de núcleos amiloides. - Núcleo amiloide rosa e uma placa amiloide ao redor. - Coloração prata que cora bem os depósitos de proteína de Alzheimer. - São depósitos dentro do citoplasma. 7 Aline David – ATM 2025/B - Coram com o vermelho congo. Neurônio triangular com um emaranhado amiloide. - Núcleo de neurônio normal, mas corado porque tem muito depósito de proteína ali. DOENÇA DE PARKINSON (DP) ❖ Distúrbio de movimento hipocinético proeminente (pode ou não estar associado com a demência), com perda de neurônios dopaminérgicos (responsáveis por inibir os movimentos – trato fino do movimento; perdendo isso = movimentos involuntários) da substância nigra. ❖ Tremor com flexão dos dedos com adução e abdução do polegar → tremor de contar moedas ou rolar pílulas (em repouso). Quando começa a fazer movimento voluntário, cessa o tremor. ❖ Síndrome clínica “Parkinsonismo”: fáscies mascarada (perda de expressão – perda dos sulcos de expressão), postura curvada, movimento voluntário retardado (fica rígido – bradicinético), marcha festinante (passos curtos e acelerados), rigidez, tremor tipo “rolar pílulas”. ❖ Pode ocorrer em outras condições que afetam o sistema dopaminérgico nigroestriatal, como outras doenças neurodegenerativas, uso de medicações antagonistas dopaminérgicas, toxinas ❖ Diagnóstico da DP: tríade central do parkinsonismo (tremor, rigidez, bradicinesia) → (mas nem todo parkinsonismo é doença de Parkinson), na ausência de outros fatores que expliquem a síndrome, com resposta sintomática ao uso de L-DOPA (precursor imediato da dopamina). ❖ Tratamento com L-DOPA não reverte degeneração, apenas reduz sintomas – com o tempo, sintomas se tornam de mais difícil manejo. ❖ Características: palidez da substância nigra, inclusões citoplasmáticas (corpúsculos de Lewy) em alguns neurônios remanescentes - Normal (bem escurinha). - Perdeu a coloração porque perdeu os neurônios dopaminérgicos. ❖ 10-15% dos pacientes desenvolvem demência – alguns possuem evidência patológica de DA associada. ❖ Demência com Corpúsculos de Lewy: - Outra doença degenerativa, mas que está muito associada ao Parkinson. - Curso flutuante (episódios de agressão), alucinações, sinais frontais proeminentes (paciente frontalizado – perde o lobo frontal – perde inibição de comportamento). - Inclusões citoplasmáticas em neurônios corticais na região fontal e do tronco cerebral. - Estágio avançado de DP – agregados de proteínas se espalham até o córtex. Quando as alterações de DP começa a afetar outros neurônios, não só da substância nigra. TUMORES ❖ Tumores primários - Incidência de aproximadamente 30 a cada100mil habitantes, nos EUA. ❖ Meningiomas e gliomas (tumores primários do SNC) correspondem a aproximadamente 2/3 de todos os tumores primários de SNC, em adultos. O mais frequente em adultos são tumores metastáticos (no livro está errado). Dentre essas 8 Aline David – ATM 2025/B metástases (tumores primários de pulmão, melanoma, ovário e rim). ❖ Em crianças os tumores primários são mais recorrentes do que as metástases. ❖ Frequência varia com a idade: - Adolescentes e adultos jovens: tumores primários são mais prevalentes (gliomas de baixo grau) - Adultos 30-40 a: tumores metastáticos correspondem a mais da metade de todos os tumores. - Em adultos, glioblastomas são os tumores primários mais comuns (média de idade ao diagnóstico 64a). tumores muito agressivos e indiferenciado (células muito estranhas na localização que ele se encontra – prognóstico bem ruim). ❖ 2ª neoplasia mais comum da infância (1ª de órgão sólido). A primeira de todos os tipos de neoplasia é LLA. ❖ Crianças: 70% se originam na fossa posterior (cerebelo, região occipital); Adultos: 70% têm origem no interior dos hemisférios cerebrais (parênquima). ❖ Mesmo tumores com histologia benigna (taxa de mitose baixa, crescimento lento, uniformidade celular) podem infiltrar grandes regiões, levando a déficits clínicos e dificuldade de ressecção → prognóstico ruim. - Por mais que não invada e não vai dar metástases, vai ter algum prejuízo por ter estruturas muito nobres em qualquer lugar. ❖ Incomum que as neoplasias primárias de SNC tenha disseminação para fora do SNC, mesmo os mais malignos. O mais comum é que se infiltra nas estruturas adjacentes. GLIOMAS ❖ Grupo mais comum de neoplasias encefálicas primárias. Tumores das células da glia. ❖ Oligodendromas, astrocitomas, ependimomas. Não significa que elas sejam originadas somente dos oligodendrócitos, etc. eles são originados das células tronco que originam essas células específicas. ASTROCITOMAS ❖ Grau I: astrocitomas pilocíticos (crianças) → geralmente são lesões benignas. - Componente sólido/cístico. - Microscopia: aspecto de fios e cabelos infiltrados no SNC. Com fibras de Rosenthal (marcações eosinofílicas no meio dos fios de cabelo). - Pode fazer hidrocefalia, PIC e manifestações motoras de acordo com a localização. - Neoplasia que mais se parece com as células originais – mais benigna, menos insidiosa. ❖ Grau II: astrocitomas difusos (adultos <50 anos). ❖ Grau III: astrocitomas anaplásicos (adultos <50 anos). ❖ Grau IV: glioblastomas (adultos >50 anos) → neoplasias mais agressivas. - Pior se parece com as células da região. INFILTRATIVOS (II-IV) ❖ Os astrocitomas grau II, III e IV são infiltrativos. ❖ Normalmente localizados nos hemisférios cerebrais (ocasionam um abaulamento do encéfalo). ❖ Manifestações comuns: crises convulsivas, cefaleia intensa, déficits neurológicos focais, se for uma lesão muito grande pode desenvolver PIC e sinais de PIC. ❖ Difusos: mal definidos, cinza e infiltrativos, distorcem região invadida ❖ Glioblastomas (GBM): neoplasia agressiva, bem delimitada; sobrevida baixa (1-2 anos). Se tratar podeser um pouco maior. - Podem ser derivados de outros astrocitomas (tem cada vez mais células mais indiferenciadas – grau I, II e III). - Microscopia: necrose em “pseudopaliçada”; proliferação vascular ou celular endotelial (dupla camada). 9 Aline David – ATM 2025/B - Pode ocasionar necrose intratumoral. - Necrose com células em pseudopaliçadas ao redor. Ao redor dos vasos tem um espessamento com dupla camada de células endoteliais. NEOPLASIAS POUCO DIFERENCIADAS - MEDULOBLASTOMAS ❖ 20% dos tumores cerebrais em crianças (1/5). ❖ Exclusivamente no cerebelo (se aparece lesão em outro lugar não é meduloblastoma) – crianças, na linha média; adultos, mais lateralizado. ❖ Pode ocorrer hidrocefalia pela localização (ocasiona obstrução, ocasiona acúmulo de LCR e aumento de perímetro cefálico na infância ou PIC nos adultos. ❖ Podem disseminar através do LCR, com surgimento de massas nodulares distantes do tumor primário (até cauda equina). Não são metástases porque não estão fora do SNC. Todo o trajeto do LCR pode sofrer implantes de meduloblastomas. ❖ Tumor agressivo, prognóstico sombrios e se não for tratado; sensível à radioterapia – se ressecados e irradiados, sobrevida em 5 anos pode chegar a 75%. A chance de recidiva é bem baixa. ❖ Macroscopia: acinzentado e friável, bem delimitado. ❖ Microscopia: altamente celular, células anaplásicas. - Não consegue definir o que é cada célula (anaplásica). OUTROS TUMORES PARENQUIMATOSOS - MENINGIOMAS ❖ Tumores localizados nas meninges – mais periféricos. Comprimem de fora para dentro o encéfalo. ❖ Tumores predominantemente benignos em adultos (incomuns em crianças). ❖ Mais comuns em mulheres. ❖ Crescimento lento, sintomas de acordo com localização. Não costumam invadir as estruturas adjacentes. ❖ Originam-se de células meningoteliais da aracnoide; portando, localizam-se ao longo da superfície externa do encéfalo, no interior do sistema ventricular. ❖ Fator de risco: irradiação prévia. ❖ Baixo risco de recorrência ou de crescimento agressivo. ❖ Macroscopia: massas arredondadas, encapsuladas, com base bem definida que comprime estruturas adjacentes; pode crescer em “placas”, com disseminação laminar (cresce para os lados em vez de uma placa de cima para baixo). ❖ Microscopia: corpos psamomatosos (calcificados no meio do tumor). Não é patognomônico, mas é bem indicativo nos tumores de SNC primários. 10 Aline David – ATM 2025/B - Meningioma bem circunscrito com bases bem definidas que vão comprimindo a estrutura. As manifestações dependem da localização. Encosta no córtex, mas não invade. - Tem uma cápsula envolvendo o tumor na ressecção. - Corpos Pseumomatosos (parecem redemoinhos). TUMORES METASTÁTICOS ❖ Neoplasias de SNC mais comuns do adulto ❖ Mais comuns: pulmão, melanoma, rins, mama, colorretal. ❖ Adenocarcinoma de próstata raramente acomete SNC. ❖ Podem ser primeira manifestação de neoplasias. ❖ Massas bem demarcadas, com edema perilesional (exceto melanoma pode invadir por células que podem se implantar em partes – pequeno grupo de células jogadas em alguns lugares do parênquima). CASOS CLÍNICOS
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