Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Atividade Avaliativa I (Recuperação) Seminário Temático III Coordenador: Prof. Ricardo Sparapan Pena Nome: Matrícula: Polo: 1. A Constituição Federal de 1988 regulamenta os princípios do SUS, e eles são divididos em dois grupos; um formado por princípios doutrinários, que asseguram tanto a identidade do SUS quanto seus objetivos. E o segundo é composto de princípios organizativos, que tratam da organização do SUS. A respeito destes princípios, são três os princípios doutrinários, estes que norteiam os ideais e objetivos do SUS, e eles são: A universalidade, que significa dar acesso a todos, sem distinção, ao SUS. Independentemente se o cidadão em questão contribui com a previdência ou não; A integralidade, que significa prover ações que atendam todas as demandas, seja de prevenção quanto de tratamento de acordo com a gravidade de cada caso. Esse princípio visa a coletividade e assistência integral a sociedade. E por fim, a equidade, que significa oferecer igualdade de condições ao cidadão, isto é, o reconhecimento de que as condições econômicas, sociais e de saúde das pessoas podem ser muito desiguais, sendo necessário investir mais em indivíduos e comunidades que estejam em condições mais precárias. Já os princípios organizativos, tratam dos meios que serão utilizados para se alcançar os fins dos princípios doutrinários, ou seja, trata da organização do sistema e consequentemente dos recursos utilizados para alcançar os objetivos previstos na CF/88. Eles são: Regionalização e Hierarquização, onde os serviços de saúde devem estar organizados em níveis crescentes de complexidade, determinados a uma área geográfica específica e planejados com base nas necessidades dos diversos usuários. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Descentralização e Comando Único, que determina que o SUS deve ser descentralizado, porém prevê a divisão de responsabilidades entre as três esferas do governo federal, estadual e municipal. Portanto, cabe geralmente ao município a administração direta dos serviços de saúde, enquanto os outros níveis (estadual e municipal) ficam responsáveis por outras funções, como formular e executar políticas e definir normas; Municipalização, onde o fortalecimento da gestão municipalizada do SUS está fundamentado na gestão dos municípios e não centrado no Governo Federal, trata-se de uma estratégia fundamental para o acesso integral da população à promoção, proteção e recuperação da saúde; Participação Social: a participação da comunidade está garantida nas questões do SUS por meio dos Conselhos e das Conferências de Saúde, divididos em segmentos de acordo com a natureza de sua inserção no sistema de saúde (usuários, gestores e trabalhadores). A participação da comunidade é uma diretriz do SUS assegurada pelo artigo 198 da CF/88 e regulamentada pela Lei n. 8.142/90. Em tempo, o SUS pode ser também apresentado pelos seus pressupostos, conforme o Manual Básico de Gestão Financeira do SUS. As diretrizes vão definir a orientação que o SUS deve seguir, ou seja, os critérios de conduta; e os pressupostos são as hipóteses preestabelecidas para essa condução. Os pressupostos e diretrizes do SUS são: Essencialidade: a saúde como direito fundamental do cidadão e dever do Estado; Universalização: a saúde como direito de todos; Integração: a participação conjunta e articulada das três esferas de governo no planejamento, financiamento e execução; Regionalização: o cidadão tem o município como referência e deve ser atendido o mais próximo possível de sua residência; Diferenciação: representa que cada ente – União, Estados e municípios – tem autonomia na gestão e características distintas de prestação de serviço; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Autonomia: cada esfera de governo tem independência para gerir seus recursos; Planejamento: representa que os recursos da saúde devem estar previstos e devem fazer parte do orçamento da Seguridade Social nas três esferas de governo; Financiamento: garantido com recursos das três esferas de governo; e Controle: controle das ações e dos serviços de saúde. 2. Atenção Básica (Atenção primária à saúde): É o primeiro nível de atenção à saúde, de acordo com o modelo adotado pelo SUS é responsável pelas Unidades básicas de saúde e estratégia de saúde da família; é definida como o conjunto de práticas em saúde, individuais e coletivas, referentes ao primeiro contato e de menor densidade tecnológica, entre outras atribuições. Média Complexidade: é definida, por exclusão pelas ações que transcendem aquelas da Atenção Básica e aquelas que não se configuram como Alta Complexidade, visando atender aos principais problemas e agravos de saúde da população. Como por exemplo, cirurgias ambulatoriais especializadas. Corresponde a consultas a especialistas, a exames diagnósticos, entre outros, e representam o maior gargalo do sistema de saúde no Brasil; Alta Complexidade: abrange alta tecnologia e consequentemente alto custo, tendo por objetivo proporcionar à população acesso a serviços qualificados e integrados à atenção básica e de média complexidade. Os procedimentos de alta complexidade são, em sua maioria, procedimentos hospitalares, mas também abrange alguns procedimentos ambulatoriais por depender de grandes recursos financeiros, como por exemplo a hemodiálise e a quimioterapia. São os atendimentos maiores, consumidores de recursos de grande monta e de elevada densidade tecnológica. Ao final, também entendemos que os procedimentos são definidos por nível de complexidade no SIGEST. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 3. As funções administrativas possuem quatro etapas, segundo Gonçalves (2014): Planejamento: Decisão sobre os objetivos, definição de planos para alcançá-los e programação de atividades; Execução (Organização): Recursos e atividades para atingir os objetivos, órgão e cargos; atribuição de autoridade e responsabilidade Direção: Preenchimento dos cargos, comunicação, liderança e motivação do pessoal, direção para os objetivos; e Controle: Definir padrões para medir desempenho, corrigir desvios ou discrepâncias e garantia de realização do planejamento. 4. A Lei n. 8.080/90 estabelece o princípio da direção única exercida em cada esfera de governo. Com base em Gonçalves (2014), podemos fazer uma síntese das atribuições e das competências dos gestores emcada âmbito de governo: Gestão Federal: Exercer a gestão do SUS no âmbito nacional; Promover o desenvolvimento de sistemas municipais que incentivem a gestão estadual e municipal; Integrar os sistemas estaduais de forma a compor o SUS nacional por meio da sua harmonização e modernização; Normalizar e coordenar as funções ligadas à gestão nacional do SUS; Participar do financiamento do SUS ao lado de Estados e municípios; Papel de caráter normativo; Estabelecer políticas públicas nacionais de saúde pública; Controlar e fiscalizar ações de saúde; e Promover a descentralização para Estados e municípios dos serviços e ações de saúde. Gestor Estadual: Exercer a gestão do SUS no âmbito estadual; Incentivar os municípios para que assumam a gestão da saúde, promovendo condições para que essa atenção seja integral; Assumir em função provisória a gestão da saúde dos municípios que não se responsabilizaram por essa questão; Harmonizar, integrar e modernizar os sistemas municipais, coordenando o SUS estadual; Participar do financiamento do SUS com os governos federal e municipal; Descentralizar para os municípios os UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro serviços e as ações de saúde; Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios; e Controlar, acompanhar, avaliar e executar ações de saúde. Gestor Municipal: Organizar e executar as ações de atenção básica de saúde; planejar, organizar, controlar e avaliar os serviços de saúde públicos e privados; executar os serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, vigilância ambiental e saúde do trabalhador; gerenciar a política de Recursos Humanos e de financiamento em âmbito local; e planejar, organizar, executar, controlar e avaliar ações e serviços de saúde. 5. Devido a importância e complexidade da área da saúde e consequentemente das ocupações profissionais, tanto assistenciais quanto administrativas, sendo que estes exercem autonomia técnica, faz -se necessária uma maior atenção a gestão de recursos humanos no setor da saúde, pois há um impacto direto no processo de trabalho. Porém, há uma dificuldade em implementar e/ ou desenvolveras funções inerentes a essa gestão, como recrutamento, qualificação, retenção, avaliação de desempenho, etc., e há pouca atenção dos gestores públicos nessa questão. Fatores como um forte mercado privado, com melhores remunerações e etc., além da precariedade do controle de funcionários, e a pouca supervisão dos mesmos, e também a baixa qualificação e motivação dos agentes da saúde, que desestimulados não são eficazes em suas ocupações, fazem com que não haja a eficácia esperada e que ocorra alta rotatividade em muitas unidades, o que compromete a continuidade dos trabalhos. Estes fatores, dentre vários outros que atrapalham a gestão dos recursos humanos, fazem com que ela fique onerosa e seja considerada um peso no orçamento. Para ocorrer mudanças positivas, é necessário haver uma maior responsabilização pela prestação de contas e pelo controle, treinamento e estrutura de incentivos que motive a eficiência dos colaboradores. Referência Bibliográfica: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro GONÇALVES, Márcio Augusto. Especialização em Gestão em Saúde: organização e funcionamento do SUS. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração. UFSC; Brasília. Capes: UAB, 2014.
Compartilhar