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APG 7 - A FUGA E O MEDO

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APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 1 
APG 7 – A fuga e o medo 
1) COMPREENDER A FISIOLOGIA DO SISTEMA LÍMBICO 
 Circundando a parte superior do tronco encefálico e o corpo 
caloso, existe um conjunto de estruturas na face interna do 
telencéfalo (cérebro) e no assoalho do mesencéfalo que forma 
o SISTEMA LÍMBICO. Os principais componentes do sistema 
límbico são: 
 O chamado lobo límbico é uma margem de córtex cerebral na 
face medial de cada hemisfério. Nele estão situados o giro do 
cíngulo, localizado acima do corpo caloso, e o giro 
parahipocampal, localizado no lobo temporal. O hipocampo é 
uma parte do giro parahipocampal que se estende até o 
assoalho do quarto ventrículo. 
 O giro denteado situa-se entre o hipocampo e o giro 
parahipocampal. 
 O corpo amigdaloide é composto por vários grupos de 
neurônios localizados próximo à cauda do núcleo caudado. 
 Os núcleos septais estão localizados na área septal, formada 
por regiões abaixo do corpo caloso e do giro paraterminal (um 
giro cerebral). 
 Os corpos mamilares do hipotálamo são duas massas 
arredondadas próximas da linha média e dos pedúnculos 
cerebrais. 
 Dois núcleos talâmicos – o anterior e o medial – participam do 
sistema límbico 
 Os bulbos olfatórios são estruturas achatadas pertencentes à 
via olfatória que estão localizados sobre a lâmina cribriforme. 
 O fórnice, a estria terminal, a estria medular, o fascículo medial 
do telencéfalo e o fascículo mamilotalâmico são feixes de 
axônios mielinizados que se conectam entre si. 
 
 Hoje se sabe que o CIRCUITO DE PAPEZ (hipocampo, corpo 
mamilar, giro do cíngulo, giro para-hipocampal) está mais 
relacionado com a MEMÓRIA, enquanto O CORPO 
AMIGDALOIDE, ÁREA SEPTAL E A PARTE ANTERIOR DO GIRO 
DO CÍNGULO são responsáveis pelas EMOÇÕES. 
 RESUMINDO: o sistema límbico é um conjunto de estruturas 
corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e 
funcionalmente, relacionadas com as emoções e memória. 
 Quando se pensa em emoções elas podem ser definidas como 
sentimentos subjetivos que suscitam manifestações 
FISIOLÓGICAS (sistema nervoso autônomo = taquicardia, 
arrepio) e COMPORTAMENTAIS (sistema nervoso motor 
somático = sorrir, ficar surpreso) 
 COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO RELACIONADOS COM 
AS EMOÇÕES 
 CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR 
 Parte do giro do cíngulo relacionada às emoções. 
 Tem como função o processamento das emoções, 
especialmente a tristeza. 
 Foi observado que, em lesões nessa região nos animais que 
eram agressivos, ficavam domesticados. Além disso, lesões 
nessa área tem sido estudada para tratamento de psicóticos 
agressivos. 
 Em caso de depressão severa, foi observado que o o córtex 
cingular anterior é mais delgado, e que depois que estimula essa 
área, por estimulação elétrica, os sintomas desaparecem. 
 CÓRTEX INSULAR ANTERIOR 
 Tem relação com a empatia, lesões nessa região podem estar 
envolvidas em alguns casos de psicopatia, sensação de nojo, 
lesões nessa região também fazem com que as pessoas 
percam o senso do nojo, conhecimento da própria fisionomia e 
percepção dos componentes subjetivos das emoções. 
 CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTAL 
 Somente a área orbitofrontal do córtex pré-frontal está 
envolvida no processamento de emoções. Está envolvida: 
 Supressão de comportamentos socialmente indesejáveis. Lesão 
dessa área provoca o tamponamento psíquico, que nada mais 
é do que a apatia a situações de alegria ou tristeza, déficit de 
atenção e comportamentos inadequados. 
 Manutenção da atenção. 
 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 2 
 HIPOTÁLAMO 
 Coordenador das manifestações periféricas das emoções 
devido às suas conexões com o SNA. Anatomicamente, o 
hipotálamo se conecta com as partes simpática e 
parassimpática do SNA por meio de axônios de neurônios cujos 
dendritos e corpos celulares são encontrados em vários 
núcleos hipotalâmicos. 
 Parte simpática: Controlada pelas porções posterior e lateral 
do hipotálamo: A estimulação destas áreas provoca aumento 
na frequência cardíaca e na força de contração do músculo 
cardíaco, elevação da pressão arterial devido à constrição de 
vasos sanguíneos, aumento da temperatura corporal, dilatação 
das pupilas e inibição do sistema digestório. 
 Parte parassimpática: Controlada pelas porções anterior e 
medial: A estimulação destas áreas resulta em diminuição da 
frequência cardíaca e da pressão arterial, constrição das 
pupilas (miose) e aumento da produção de secreções e da 
motilidade do sistema digestório. 
 Exerce papel de coordenação e integração dos processos 
emocionais. 
 ÁREA SEPTAL 
 Faz parte do sistema de recompensa do cérebro. Compreende 
grupos de neurônios de disposição subcortical que se estendem 
até a base do septo pelúcido, conhecidos como núcleos septais. 
 É um dos centros de prazer do cérebro. Sua estimulação 
provoca euforia. 
 Regula também atividades viscerais. A estimulação dos núcleos 
septais provoca alterações da pressão arterial e do ritmo 
respiratório. 
 Sua destruição provoca comportamentos anormais aos 
estímulos sexuais e à raiva = “raiva septal”. 
 NÚCLEO ACCUMBENS 
 É o mais importante componente do sistema mesolímbico, que 
é o sistema de recompensa ou do prazer do cérebro. 
 Faz parte do corpo estriado ventral, entre o núcleo caudado e 
o putâmen. 
 HABÊNULA 
 Constitui-se dos núcleos habenulares medial e lateral. Os 
núcleos habenulares são estações retransmissoras de 
informações que vão das áreas prosencefálicas límbicas para 
a formação reticular mesencefálica. 
 Participa do sistema de regulação dos níveis de dopamina nos 
neurônios do sistema mesolímbico (sistema de recompensa ou 
prazer). 
 Ela inibe o sistema mesolímbico para regulá-lo. Conhecida como 
o sistema de não-recompensa = frustração. 
 A estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação 
inibitória sobre o sistema dopaminérgica mesolímbico e sobre o 
sistema serotoninérgico de projeção difusa. 
 Esta ação inibitória está sendo implicada na fisiopatologia dos 
transtornos de humor como a depressão na qual há uma ação 
inibitória exagerada do sistema mesolímbico. Lesão nessa 
região proporciona melhora nos quadros depressivos. 
 Alguns sintomas da depressão, como tristeza e incapacidade 
de buscar o prazer, estão associados à queda da atividade 
dopaminérgica da via mesolímbica. 
 Ao passo que o sistema mesolímbico é ativado pela 
recompensa, a habênula é ativada pela não recompensa, 
frustração. 
 AMIGDALA/CORPO AMIGDALÓIDE 
 É o componente mais importante do sistema límbico. 
 É a principal responsável pelo comportamento das emoções e 
desencadeadora do comportamento emocional. Função 
principal é o medo. 
 Por mais que seja um componente pequeno, ela possui 12 
núcleos que se dividem em três grupos: 
 CORTICOMEDIAL: Recebe conexões olfatórias e está 
envolvido com comportamentos sexuais. 
A estimulação desse grupo causa reação defensiva e 
agressiva. 
 BASOLATERAL: Recebe as conexões aferentes da 
amigdala. Cerca de 14 conexões aferentes. 
As conexões aferentes da amigdala vem de todas as 
áreas associativas secundárias do córtex e de alguns 
núcleos hipotalâmicos, dos núcleos septais, do núcleo do 
trato solitário e do núcleo dorsomedial do tálamo. 
A estimulação desse grupo causa reações de medo e 
fuga. 
 CENTRAL: Dá origem as conexões eferentes. Cerca de 20 
conexões eferentes. 
As conexões eferentes da amigdala se distribuem em 
duas vias: 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 3 
▪ Via amigdalofuga dorsal: Envia projeções para núcleos septais, 
núcleo accumbens, vários núcleos hipotalâmicos e núcleos da 
Habênula. 
▪ Via amigdalofuga ventral: Envia projeções para as mesmasáreas 
das aferências. Envia eferências também para os núcleos do tronco 
encefálico envolvidos na em funções viscerais. 
 FUNÇÕES DA AMIGDALA 
 Reações de defesa e agressividades: Pela estimulação dos 
núcleos corticomediais. 
 Comportamento sexual: A amigdala possui a maior 
concentração de receptores para hormônios sexuais do SNC. 
A estimulação da amigdala provoca diferentes 
comportamentos sexuais e sua lesão causa a hipersexualidade. 
 Reconhecimento de faces com emoções: Apesar do 
reconhecimento de faces acontecer na área cortical de 
reconhecimento facial (uma das áreas visuais secundárias), o 
reconhecimento de emoções é feito pela amigdala. Mesmo 
pessoas com lesões na região cortical são capazes de 
reconhecer as expressões relacionadas à emoção, porque o 
processamento ocorre na amigdala. 
 Processamento do medo (PRINCIPAL FUNÇÃO): A amigdala faz 
processamento do medo. O medo nada mais é do que a 
resposta alarme diante de uma situação de perigo. 
 A informação dos receptores sensoriais vai até o tálamo e de 
lá segue para as áreas de associação secundárias. A partir 
dessas áreas, elas podem seguir duas vias: 
▪ Via direta: Amigdala basolateral (processa) → Amigdala 
central dispara o alarma que ativa o sistema nervoso simpático. 
Essa via é mais rápida e permite a resposta imediata ao perigo. 
▪ Via indireta: Córtex pré-frontal → Amigdala basolateral 
(processa) → Amigdala central e SNA (simpático). Essa via é 
mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as 
informações e constate se realmente a situação é perigosa. 
 O medo em humanos é aprendido (condicionado) ou pode 
ocorrer caso outra pessoa informe que é uma situação de 
perigo. 
 A amigdala é ativada apenas ao olhar outra pessoa com 
expressão facial de medo. 
2) ENTENDER A ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 
AUTÔNOMO (SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO) 
 O SNA consiste na porção do sistema nervoso central que 
controla as funções viscerais do organismo. Devido a esse 
motivo, alguns autores o referem como Sistema Nervoso 
Visceral (ou a parte eferente desse). 
 O SNA, ao contrário do sistema nervoso somático, atua sobre 
a musculatura lisa, músculo cardíaco e glândulas. 
 A principal função desse sistema é atuar na manutenção da 
homeostasia = gerar respostas compensatórias. Entretanto, 
ele também participa nas respostas às variações de estímulos 
externos. 
 O SNA se divide nos componentes simpático e parassimpático. 
 O sistema nervoso autônomo possui diferenças em relação ao 
sistema nervoso somático: 
 VIAS AFERENTES: A principal diferença é que, 
normalmente, os impulsos gerados pelos receptores do 
SNA não se tornam conscientes, ao passo que os do SNS 
se tornam. 
Apesar disso, alguns impulsos viscerais se tornam 
conscientes, como sede, fome, dor e plenitude gástrica. 
Outra diferença é em relação a dor. No SNS, é possível 
localizá-la com maior facilidade. No caso das vísceras, elas 
são mais difusas e são provocadas por situações 
diferentes. 
 VIAS EFERENTES: Existe uma diferença anatômica: no 
SNS, apenas um neurônio liga o SNC ao órgão efetor. Já 
no caso do SNA são dois, um neurônio PRÉ-GANGLIONAR, 
E OUTRO PÓS-GANGLIONAR. 
▪ Neurônio pré-ganglionar: Possuem corpos celulares 
localizados no SNC (tronco encefálico e medula). 
• No tronco encefálico se organizam e formam os 
núcleos de alguns nervos cranianos, como o nervo vago. 
• Na medula estão de T1-T12, L1-L2 e S2-S4. De T1-L2 
eles se agrupam e formam a coluna lateral da substância 
cinzenta da medula. 
• Possuem axônios envolvidos pela bainha de neurilema e 
a de mielina, e formam as fibras pré-ganglionares (fibras 
B). 
• O pré-ganglionar do parassimpático, o corpo celular, 
está situado no tronco encefálico ou na porção sacral da 
medula. 
• O pré-ganglionar do simpático, o corpo celular, está 
situado na porção toracomlobar da medula. 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 4 
▪ Neurônio pós-ganglionar: Possuem corpos celulares 
localizados no SNP que se agrupam em gânglios. 
• Seus corpos celulares são envolvidos por células 
neurogliais denominadas anficitos. 
• Seus axônios NÃO são mielinizados e são envoltos 
apenas pela bainha de neurilema, e formam as fibras 
pós-ganglionares (fibras C). 
• O pós-ganglionar do 
simpático está em gânglios 
paravertebrais ou pré-
vertebrais (distante do 
órgão efetor, do órgão que 
vai estimular). 
• O pós-ganglionar do parassimpático está em gânglios próximos 
ou na parede do próprio órgão efetor. 
 A proporção entre esses dois tipos de neurônios varia. No 
SNA Simpático, um neurônio pré-ganglionar pode realizar 
sinapse com vários neurônios pós-ganglionares. 
 
 O simpático e parassimpático atuam de maneira coordenada! 
 Os sistemas simpático e parassimpático podem ser 
diferenciados anatomicamente, mas não há uma maneira 
simples de separar as ações dessas divisões sobre seus 
órgãos-alvo. A melhor forma de distingui-los é de acordo com 
o tipo de situação na qual estão em maior atividade. 
 Em momentos de repouso, descanso, o parassimpático está no 
comando, assumindo o controle de atividades rotineiras, como 
a digestão após uma refeição. Em contrapartida, o simpático 
tende a assumir o comando em situações estressantes, 
quando há alguma ameaça em potencial, o que promove uma 
descarga simpática maciça e simultânea em todo o corpo. 
 SIMPÁTICO 
 O SNA-S possui neurônios pré-ganglionares localizados no 
corno lateral dos segmentos torácicos (T1-T12) e lombares 
superiores (L1-L2) da medula, alguns no segmento cervical C8. 
Devido a isso, ele também é referido como DIVISÃO 
TORACOLOMBAR do SNA. 
 O corpo celular de cada neurônio pré-ganglionar, como já dito, 
se localiza no corno intermediolateral da medula espinal; sua 
fibra passa, pela raiz ventral da medula para o nervo espinal 
correspondente. 
 Imediatamente após o nervo espinal deixar o canal espinal, as 
fibras simpáticas pré-ganglionares deixam o nervo espinal e 
passam pelo ramo comunicante branco para um dos gânglios 
da cadeia simpática, chegando no neurônio pós ganglionar e 
por fim no órgão efetor. As fibras podem seguir um dos três 
seguintes cursos: 
1) Pode fazer sinapse com neurônios simpáticos pós-
ganglionares, no gânglio em que entra (paravertebral); 
2) Pode se dirigir, para cima ou para baixo na cadeia e fazer 
sinapse com outro gânglio da cadeia (paravertebral); 
3) Pode ainda percorrer distâncias variáveis pela cadeia e, 
então, por meio de um dos nervos simpáticos, dirigir-se 
para fora da cadeia, fazendo, finalmente, sinapse em 
gânglio simpático periférico (gânglios pré-vertebrais). 
 
 FUNÇÕES EXCLUSIVAS SIMPÁTICAS: 
 Glândulas sudoríparas 
 Músculos piloeretores 
 Vasos sanguíneos 
 Glândulas suprarrenais 
 A resposta de ativação simpática é conhecida pela “luta ou 
fuga”: 
 Dilatação das pupilas (midríase); 
 Aumento da frequência cardíaca, da força de contração do 
músculo cardíaco e da pressão arterial; 
 Dilatação das vias respiratórias (broncodilatação); 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 5 
 Constrição dos vasos sanguíneos que irrigam os rins e o 
sistema digestório, diminuindo o fluxo sanguíneo para estes 
tecidos. Resultando na diminuição da produção de urina e das 
atividades digestórias; 
 Dilatação de vasos sanguíneos que irrigam órgãos acionados 
durante um exercício ou uma fuga – músculos esqueléticos, 
músculo cardíaco, fígado e tecido adiposo – possibilitando 
maior fluxo sanguíneo para estes tecidos; 
 Estimulação da glicogenólise no fígado e da lipólise nas células 
do tecido adiposo; 
 Liberação de glicose pelo fígado, aumentando seus níveis 
sanguíneos; 
 Inibição dos processos que não são essenciais durante o 
enfrentamento de uma situação estressora. Por exemplo,os 
movimentos da musculatura do sistema digestório e a 
produção de secreções digestórias diminuem ou até param. 
 
 PARASSIMPÁTICO 
 Os corpos de neurônios parassimpáticos pré-ganglionares 
podem ser encontrados em duas localizações distintas no SNC: 
no TRONCO ENCEFÁLICO, associados a núcleos de nervos 
cranianos (III, VII, IX e X pares cranianos), e nos SEGMENTOS 
SACRAIS (S2 e S3) da medula espinal. Por esta razão, o siste-
ma parassimpático é frequentemente referido como DIVISÃO 
CRANIOSSACRAL. 
 No tronco encefálico, as fibras pré-ganglionares emergem 
associadas às fibras destes nervos cranianos. Já nos 
segmentos sacrais da medula espinal, os neurônios emergem 
da medula espinal pela raiz ventral e projetam-se pelo nervo 
pélvico para a inervação de seus órgãos-alvo. Diferentemente 
do sistema simpático, os gânglios (onde faz sinapse neurônio 
pré e pós) do sistema parassimpático não se encontram 
reunidos em uma cadeia, mas estão isolados, situados muito 
próximos aos órgãos-alvo ou mesmo em sua parede. 
Geralmente, os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos 
possuem axônios longos, ao passo que os neurônios pós-gan-
glionares possuem axônios curtos. 
 A inervação parassimpática direciona-se primariamente para 
a cabeça, pescoço e órgãos internos. O principal nervo 
parassimpático é o nervo vago, o qual contém cerca de 75% 
de todas as fibras parassimpáticas. Este nervo conduz tanto 
informação sensorial dos órgãos internos para o encéfalo, 
quanto informação parassimpática eferente do encéfalo para 
os órgãos. 
 A divisão parassimpática estimula respostas de repouso. Nos 
intervalos entre períodos de exercício, os impulsos 
parassimpáticos que estimulam as glândulas digestivas e os 
músculos lisos do sistema digestório superam os impulsos 
simpáticos. Ao mesmo tempo, as respostas parassimpáticas 
diminuem a funções corporais relacionadas com a atividade 
física. As principais atividades estimuladas pela parte 
parassimpática são: 
 Salivação; 
 Lacrimejamento; 
 Micção; 
 Digestão 
 No caso dos órgãos sexuais, as respostas parassimpáticas 
causam vasodilatação nos vasos que os irrigam e estimulam a 
ereção do clitóris e do pênis. 
 
 
 
 
 
 
 Defecação; 
 Redução da frequência cardíaca; 
 Broncoconstrição; 
 Redução do diâmetro das pupilas (miose). 
 
APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 
 
 
 6 
 NEUROTRANSMISSORES DO SNA 
 As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas secretam 
principalmente um dos dois neurotransmissores sinápticos: 
ACETILCOLINA (FIBRAS COLINÉRGICAS) OU NOREPINEFRINA 
(FIBRAS ADRENÉRGICAS). 
 Todos os neurônios pré-ganglionares são colinérgicos, tanto 
no sistema nervoso simpático quanto no parassimpático. No 
caso dos neurônios pós-ganglionares, os do sistema 
parassimpático também são colinérgicos, enquanto as fibras 
pós-ganglionares simpáticas são, em sua maioria, 
adrenérgicas. 
 Entretanto, as fibras nervosas pós-ganglionares simpáticas 
para as glândulas sudoríparas e, talvez, para um número muito 
escasso de vasos sanguíneos, são colinérgicas. 
 A ativação do receptor pelo neurotransmissor termina 
quando o neurotransmissor: (1) difunde-se para longe da 
sinapse, (2) é metabolizado por enzimas no líquido extracelular 
ou (3) é transportado ativamente para dentro das células 
próximas à sinapse. A recaptação pelas varicosidades permite 
que os neurônios reutilizem o neurotransmissor. 
 RECEPTORES 
 A acetilcolina ativa principalmente duas classes de receptores: 
NICOTÍNICOS E MUSCARÍNICOS (recebem esse nome devido à 
sua resposta aos alcaloides nicotina e muscarina). 
 Os RECEPTORES NICOTÍNICOS são canais iônicos ativados pela 
acetilcolina liberada pelos neurônios pré-ganglionares nos 
gânglios autônomos, tanto do sistema simpático quanto do 
parassimpático. 
 Nas junções neuromusculares e na medula suprarrenal, 
também encontramos receptores dessa classe, mas que não 
são idênticos aos dos gânglios. 
 Já os RECEPTORES MUSCARÍNICOS, que utilizam proteínas G 
como mecanismo de sinalização, são encontrados em todas as 
células efetoras estimuladas pelos neurônios colinérgicos pós-
ganglionares, tanto do sistema parassimpático quanto do 
simpático. 
 
REFERÊNCIAS: 
 MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3ª ed. Rio de 
Janeiro: Atheneu, 2014. 
 TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia 
humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 HALL, John E.. Tratado de Fisiologia Médica: Guyton e Hall. 
13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 1176 p

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