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Peça coringa do Vem Ser Delegado

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Prévia do material em texto

Olá, meu amigo (a) 
A peça prática é muito importante para a aprovação, colocando 
candidatos muito à frente dos demais, se realizada de forma adequada. 
É possível, a depender do concurso, subir dezenas e até centenas de 
posições. 
Sou Lúcio Valente, Delegado de Polícia da PCDF, palestrante, especialista 
em concurso para Delegado de Polícia, professor de Direito Penal, 
Criminologia, Processo Penal e peças práticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
  
    
  
 
 
APRESENTAÇÃO DE UM MODELO CORINGA 
 
É natural que haja uma certa preocupação do concurseiro quando há, na 
segunda fase do concurso de Delegado de Polícia, a produção de uma peça 
prática. Isso ocorre em razão de alguns motivos: 
1)   porque as práticas policiais cartorárias são muito pouco (ou não são) 
abordadas nos bancos das faculdades; 
2)   porque poucas Unidades da Federação permitem a realização de 
estágios um Delegacias de Polícia (se houvesse estágios, certamente 
seria mais fácil conseguir tal prática); 
3)   porque não há no mercado tanto material que trata do tema; 
4)   porque, em razão do sigilo, é bastante difícil conseguir junto a quem já 
exerce o cargo algumas peças práticas, pois, boa parte das vezes, 
revelam técnicas de investigação. 
Por outro lado, a peça prática é muito importante para a aprovação, 
colocando candidatos muito à frente dos demais, se realizada de forma 
adequada. É possível, a depender do concurso, subir dezenas e até centenas 
de posições. 
Sabendo a importância dessa peça prático-profissional, mas enfrentando as 
dificuldades que listei anteriormente, o concurseiro se depara com uma dura 
jornada, que pode trazer certa insegurança. Esse curso surge neste contexto... 
você não está mais sozinho! Valeu? 
  
  
    
  
 
 
Para todo tipo de estudo é necessária uma estratégia de preparação... Aliás... 
 
 
Falando sério... 
Para a produção da peça prática para o cargo de Delegado de Polícia, há a 
necessidade de criação de um método. O método auxilia o candidato a 
manter o foco, sem perder maior tempo na hora da elaboração da peça. É 
exatamente por onde vamos começar. Brasil!? 
O método desenvolvido por nós do programa VouSerDelegado basicamente 
consiste na execução dos seguintes pontos: 
Don’t  Worry!
O conceito de estratégia... em
grego, estrategia... em latim,
estrategie... em francês, stratégie...
Os senhores estão anotando?
  
  
    
  
 
1º MEMORIZE O QUADRO SINÓPTICO DAS PRINCIPAIS CAUTELARES 
Assim como para a preparação para um exame da Ordem dos Advogados do 
Brasil é necessário que se conheça as possíveis peças práticas que podem ser 
cobradas, na prova prática para Delegado de Polícia isto também ocorre. 
Em outras palavras, dentro da gama de possibilidades na investigação criminal 
o ideal seria que o candidato memorizasse todas as cautelares que podem ser 
exigidas, com ênfase às mais comumente utilizadas. Ocorre que, diante do 
número de informações, é importante, para uma prova de concurso, focar nas 
principais que podem ser cobradas. 
Diante deste pressuposto, é imprescindível conhecer e memorizar as principais 
cautelares, com as respectivas correspondências legais (o que pode ser um 
diferencial para sua prova ser paradigma). Precisamos lembrar que quem 
corrige a prova do candidato terá certamente uma boa impressão ao perceber 
que este foi além e se preocupou com os detalhes. Lembrando que no dia da 
prova, você não poderá fazer consultas à legislação. 
 
 
 
1º
•Memorize  o  
quadro  
sinóptico  
das  
principais  
cautelares
2ª
• Leia  
atentamente  
a  questão  da  
prova  e  
decida  qual  
peça  é  
cabível
3º
• Use  o  
modelo  de  
peça  coringa
  
  
    
  
 
2º LEIA ATENTAMENTE A QUESTÃO DA PROVA E DECIDA QUAL A MELHOR 
CAUTELAR 
Sem dúvida é a parte mais difícil da prova. Esta parte geralmente – mas nem 
sempre – é a responsável pela eliminação quase que imediata do candidato, 
uma vez que, se equivocando em relação à peça, há erro em quase todos os 
pontos do espelho de correção. 
Como se percebe, esta dica reforça a anterior, pois, sabendo a peculiaridade 
de cada cautelar, a probabilidade de acerto se torna exponencial. 
É normal que haja certa insegurança do candidato em relação a que peça é 
cabível, porque, a depender da situação, pode não ficar claro o que deseja o 
examinador. Embora haja esse receio, nas palavras de Chapolim Colorado: 
“não priemos cânico”, pois, com a prática das peças tudo vai se tornando mais 
simples e nítido. 
Além disso, ao longo do curso iremos trabalhar alguns conceitos básicos de 
teoria da investigação, assunto que possui total relevância na hora de 
selecionar a cautelar adequada. Em outras palavras, vamos perceber que às 
vezes, por estratégia de investigação, uma cautelar tem prevalência sobre 
outra. 
Sendo assim, um dos objetivos deste curso é que, ao final, não reste qualquer 
dúvida quanto à eleição da peça adequada. 
3º USE O MODELO CORINGA PARA ELABORAR A PEÇA 
TENHA NA CABEÇA A ESTRUTURA BÁSICA DA PEÇA 
Embora a peça a ser elaborada pela Autoridade Policial não possua um 
modelo estanque, há pontos essenciais, que serão vistos adiante. Ter em mente 
uma estrutura simples e objetiva da peça auxilia no ganho de tempo e 
organização. O ideal é aprender um modelo que possa ser utilizado de forma 
padronizada para peças simples e mais complexas. 
 
  
  
    
  
 
QUADRO SINÓPTICO DAS CAUTELARES NO PROCESSO PENAL 
  
 
Embora o objetivo deste curso não seja a conceituação de institutos ou 
instrumentos como investigação, inquérito policial, prova, ação penal e 
cautelares, muito menos de discorrer acerca do processo penal, é necessário 
tecer algumas linhas acerca do assunto, apenas para fins de contextualização. 
Desta forma, sem qualquer objetivo de tratar de forma verticalizada acerca de 
temas tão robustos, vamos a algumas considerações. 
Como sabemos, quando ocorre a comunicação de um fato aparentemente 
criminoso à Autoridade Policial1, esta necessita realizar a Verificação de 
Procedência das Informações (VPI), nos termos do artigo 5º, §  3o do CPP. Vamos 
ao texto: 
Código de Processo Penal 
Art. 5º 
(...) 
 § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver 
conhecimento da existência de infração 
penal em que caiba ação pública 
poderá, verbalmente ou por escrito, 
comunicá-la à autoridade policial, e esta, 
verificada a procedência das 
informações, mandará instaurar inquérito. 
 
 
                                                                                                                          
1  Estamos  excluindo  propositalmente  da  análise  a  cognição  coercitiva  realizada  por  meio  da  prisão  em  
flagrante.  
  
  
    
  
 
Como o próprio dispositivo legal afirma, verificada a procedência das 
informações, o Delegado de Polícia determinará a instauração de Inquérito 
Policial (ou outro procedimento de investigação, como Procedimento de 
Apuração de Ato Infracional, por exemplo). 
 
 
No bojo deste procedimento investigatório, em se tratando de Inquérito Policial, 
o Delegado de Polícia elaborará a portaria inaugural2, determinando todas3 as 
diligências necessárias para o alcance do objetivo da investigação, que, 
basicamente é se apontar autoria, materialidade e circunstânciasdo delito. 
 
 
                                                                                                                          
2Mutatis  mutandis,  quando  se  tratar  de  outro  procedimento  de  cunho  apuratório.  Por  exemplo,  quando  
se  tratar  de  Procedimento  de  Apuração  de  Ato  Infracional,  será  um  despacho.  
3Ou  algumas  a  depender  da  estratégia  de  investigação.  
1º
•Notícia  de  fato  aparentemente  criminoso
2ª
•Verificação  de  Procedência  das  Informações  -­‐ VPI
3º
•Instauração  de  I.P.  ou  outro  procedimento  
investigatório.
Objetivos  da  
Investigação Apontar
Materialidade
AutoriaCircunstâncias
  
  
    
  
 
Existe uma infinidade de providências que podem e devem ser tomadas pelo 
Delegado de Polícia quando realiza seu plano de investigação e o materializa 
na portaria inaugural e despachos posteriores. Cada investigação terá suas 
peculiaridades a depender de circunstâncias diversas como, por exemplo, 
natureza do crime, local em que ocorreu, se lá havia circuito interno de TV, 
quem presenciou, se há vestígios no local, se a vítima foi examinada, se houve 
eventual atendimento hospitalar, se houve conversas telefônicas prévias, que 
eventuais objetos foram utilizados para a prática do crime etc etc... 
O importante na investigação de um fato é se revelar de forma clara o 
Heptâmetro de Quintiliano. Apesar de o nome ser estranho, nada mais é que se 
responder as seguintes perguntas: O quê? Quem? Quando? Por quê? Como? 
Onde? Com que auxílio? 
 
 
   
Heptâmetro  
de  
Quintiliano
Perguntas  a  serem  
respondidas
O  QUÊ?
QUEM?
QUANDO?
POR  QUÊ?
COMO?
ONDE?
COM  QUE  
AUXÍLIO?
  
  
    
  
 
Conforme dito, diante dos inimagináveis fatores que podem influenciar no plano 
investigativo, o Delegado de Polícia determinará diligências, como, por 
exemplo, inquirir testemunhas, determinar a realização de perícias, apreender 
imagens de circuito interno de TV de algum estabelecimento comercial, 
determinar a expedição de uma ordem de missão aos agentes a fim de que 
realizem uma vigilância ou uma campana etc. 
Ocorre que, por determinação constitucional e/ou legal, visando fornecer 
importantes garantias aos investigados, algumas dessas técnicas investigativas 
necessitam de autorização judicial, sendo, pois chamadas de técnicas de 
investigação judicialmente condicionadas. Nesta situação reside parte das 
peças deste curso, a exemplo das representações por prisão temporária, por 
busca e apreensão, por quebra de sigilo telefônico, por interceptação 
telefônica, quebra de sigilo fiscal, quebra de estação de rádio base - ERB, 
dentre outras. Nestas ocasiões a cautelar funciona como preservação de 
prova, sendo chamada na nossa classificação4 de cautelar para preservação 
de provas ou, ainda, cautelar para a investigação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
                                                                                                                          
4Não  se  preocupe  com  esta  classificação,  ela  é  assim  realizada  meramente  para  efeitos  didáticos!  
  
  
    
  
 
 
Há ainda outras representações que são úteis a finalidades distintas da 
investigação em si, funcionando a cautelar como verdadeiro instrumento pré-
processual de preservação de direitos5. Exemplo disso são as representações 
por prisão preventiva, medidas cautelares diversas da prisão previstas no art. art. 
282, § 2º do CPP, Pedido de Exame de médico-legal de insanidade mental com 
pedido de internação provisória; 
Ademais, pode-se apontar uma terceira espécie contendo as cautelares reais, 
sendo estas aquelas que recaem sobre o patrimônio do investigado, quando 
adquirido através de recursos ilícitos. São elas o sequestro de bens móveis: 
quando não cabível a busca e apreensão e sequestro de imóveis; 
                                                                                                                          
5O  direito  pode  ser  inclusive  o  jus  puniendi.  
Diligências  
Investigativas
Comuns Apreensão  de  imagens  de  cirtuito  interno  de  TV
Oitiva  de  testemunhas
Requisição  de  perícias
Campanas
Vigilância
Dentre  outras
Judicialmente  
condicionadas
Busca  e  Apreensão  Domiciliar
Prisão  temporária
Interceptação  telefônica
Quebra  de  sigilo  de  dados  
telefônicos
Quebra  de  sigilo  fiscal
Quebra  de  Estação  de  Rádio  Base  -­‐
ERB
Dentre  outras
  
  
    
  
 
A última espécie seria a de cautelares especiais, realizadas com base na Lei de 
Organização Criminosa. 
Vejamos então, no quadro abaixo, as principais medidas que podem ser 
representadas pelo Delegado de Polícia, com os respectivos fundamentos 
legais. Como dito anteriormente, decore todos os fundamentos legais para 
colocar no preâmbulo, certamente este fator o diferenciará dos demais 
candidatos em um concurso tão concorrido e difícil como este. 
Após ler a questão, consulte mentalmente as possibilidades para ter uma noção 
do que pedir. Este guia, se memorizado, é garantia de acertar a peça no dia da 
prova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SE LIGA NA SAGACIDADE: Imprima este quadro e cole na sua mesa de
estudo ou em alguma parede que você sempre visualize. Cada dia repita
duas cautelares e respectiva fundamentação em sua cabeça durante os
intervalos de estudo... sem pressão. Logo você terá tudo na mente.
Depois que for nomeado, cole essa tabela na parede do seu gabinete!!
Oss!!
  
  
    
  
 
1.   Cautelares de preservação de provas (Cautelares Investigativas) 
a.   Busca e Apreensão Domiciliar (fundamento: CPP, art.240, § 1° e CF, Art. 5º 
XI); 
b.   Interceptação de comunicações telefônicas (fundamento: Lei 9.296/96, 
art. 3º, I); 
a.   Interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e 
telemática (fundamento: Lei 9.296/96, art. 3º, 
b.   Prisão Temporária (fundamento: Lei 7.960/89); 
c.   Identificação Criminal (Fundamento: Lei 12.037/09, art. 3º, IV) 
d.   Sigilos financeiro, bancário e fiscal (Fundamento: LC n°105/2001, art. 1º, § 
4º) 
 
2.   Cautelares de Preservação de Direitos 
e.   Prisão Preventiva (fundamento: CPP, arts 311, 312 e 313); 
f.   Medidas Cautelares da Lei 12.403/2011 (fundamento: CPP, art. 282, § 2º). 
Pedido de Exame de médico-legal de insanidade mental com pedido de 
internação provisória (CPP, art. 149, § 1º e art. 150, § 2º). 
a.   Suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo 
automotor, ou a proibição de sua obtenção do Código de Trânsito (fundamento 
legal: Lei 9.503/97, art. 294). 
b.   Busca e Apreensão de Adolescente Infrator (Art. 106 do ECA, além dos 
fundamentos para prisão preventiva). 
 
3.   Cautelares Reais 
Cautelares
Cautelares  de  
preservação  da  
prova
Busca  e  
Apreensão
CF  -­‐ Art.  5º,  XI.
CPP  -­‐ Art.  240,  
§1º
Interceptação  
Telefônica
Cautelares  de  
preservação  de  
direitos
Prisão  
Preventiva
Cautelares  reais Cautelares  especiais
  
  
    
  
a.   Sequestro de móveis: quando não cabível a busca e apreensão 
(fundamento: CPP, art. 132); 
b.   Sequestro de imóveis (fundamento: CPP, art. 127). 
Obs.: o Arresto não pode ser deferido por representação do delegado, pois 
ocorre com o processo já em andamento. 
 
 
4.   Cautelares Especiais 
a.   Medidas da Lei de Organizações Criminosas (Fundamento: Lei 12.850/13) 
-Colaboração Premiada (art. 4º, § 2º); 
-Infiltração de agentes (art. 10); 
-Captação Ambiental (Art. 3°, II). 
b.Da  Infiltração  de  Agentes  de  Polícia  para  a  Investigação  de  Crimes  contra  a  Dignidade  
Sexual  de  Criança  e  de  Adolescente  (art.  190-­A,  I,  ECA) 
   
  
  
    
  
 
O QUE É REPRESENTAÇÃO? 
 
 
 
 
 
Inicialmente é necessário ser destacado que o Delegado de Polícia, ao 
contrário do membro do Ministério Público, “representa” e não “requer” o 
deferimento de determinada cautelar. Isso ocorre em razão de imparcialidade 
da Autoridade Policial, que possui o objetivo de apurar a melhor verdade 
possível acerca dos fatos, notadamente autoria, materialidade e circunstâncias 
do delito. 
Por não ser o Delegado de Polícia parte no processo, não tem interesse legítimo 
de requerer – no sentido de pedir ao juízo – mas sim de representar, expondo as 
razões de fato e de direitos pelas quais entende que determinada medida 
cautelar deve ser garantida pelo juízo, seja para a preservação de direitos, 
sucesso da investigação, invasão do patrimônio do investigado ou questões 
afetas à lei de organizações criminosas (conforme dispusemos no quadro 
sinóptico acima). Pelas razõesexpostas, colocar no preâmbulo da peça que o 
delegado “requer” se configura um erro crasso. 
 
 
 
Representação Requerimento
  
  
    
  
 
Então, REPRESENTAR é demonstrar a necessidade; REQUERER é pedir legalmente. 
No primeiro, não cabe recurso em caso de negativa; no segundo, caberá 
recurso em caso de negativa. 
 
 
 
 
 
Concluindo em simples linhas, a representaçãoé o instrumento jurídicoque tem 
por finalidade levar ao conhecimento do Poder Judiciário fundamentos que 
justifiquem a decretação de determinada medida cautelar. 
 
ELEMENTOS DE QUALQUER MEDIDA CAUTELAR E QUE 
PRECISAM ESTAR INSERIDAS NA REPRESENTAÇÃO 
 
Como sabemos, o objetivo deste curso é trazer a maior praticidade possível, 
entretanto, há determinadas informações preliminares que devem ser do 
conhecimento do candidato antes do exercício da parte prática. 
Destarte, seguindo este argumento pragmático, não vamos verticalizar o estudo 
de teorias, focando apenas nos elementos essenciais que o candidato precisa 
saber para elaborar a peça. 
Informação imprescindível é que TODA medida cautelar – seja civil, trabalhista, 
tributária ou penal - possui alguns elementos essenciais e que devem estar 
presentes para que sua peça seja tecnicamente aceitável. São eles: 
SE LIGA NA SAGACIDADE: embora não caiba recurso, na prática é possível
formular ao juízo representação por reconsideração, expondo novas
conexões e argumentos, sobretudo se houver modificação do cenário.
  
  
    
  
 
Esses elementos devem estar presentes em sua peça. Sabendo que passou por 
esses fundamentos, sua peça está no caminho certo. 
 
 
 
Calma que vamos exemplificar no momento correto, Autoridade. 
 
 
 
Fumus  boni  iuris  
(ou  fumus  comissi  
delicti)  
periculum  in  mora  
(ou  periculum  in  
libertatis)
proporcionalidade  
do  pedido.
SE LIGA NA SAGACIDADE: Embora não seja comum cobrar que esses
elementos sejam destacados de forma explícita na peça, é importante
que constem pelos mesmos fundamentos de se conhecer o fundamento
legal das peças, qual seja, diferencial na análise pelo examinador.
  
  
    
  
 
FUMUS COMISSI DELICTI (FUMUS BONI IURIS) 
 
 
Quando se fala de uma cautelar em caráter geral, fala-se em fumus boni iuris, 
o que, numa tradução literal seria “fumaça do bom direito”. Em uma visão 
pueril, se o direito flama, há fumaça saindo dele. É o popular: “onde há fumaça, 
há fogo”. 
 
Em processo penal, esta expressão latina ganha uma nova roupagem, sendo 
chamada de “fumus comissi delicti”, o que seria, no mesmo raciocínio anterior, 
a fumaça da prática de um fato punível, a fumaça do crime6. 
 
Em uma representação por cautelar, o fumus comissi delicti deve ser 
demonstrado pela conjunção de dois elemento: PROVA DE EXISTÊNCIA DO 
CRIME + INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA. 
 
 
 
                                                                                                                          
6Ou  contravenção.  
“Onde  há  fumaça,  há  fogo!”
  
  
    
  
 
 
 
 
Preste atenção nessa diferente: 
 
1º A existência do crime deve estar PROVADA; 
 
Basicamente, neste ponto temos que mostrar: 
 
a)   Que o fato indiscutivelmente ocorreu; 
b)   Diante do princípio da reserva legal, que o fato é definido como 
crime; 
 
Em um homicídio, por exemplo, deve ser demonstrado que alguém foi morto 
(com laudos, provas testemunhas etc.). Esse fato tem que estar provado, ainda 
que indiretamente. E que o homicídio tem tipificação legal (embora em casos 
muito evidentes como este, não haja necessidade de menção expressa). 
   
FUMUS  COMISSI  
DELICTI
PROVA  DA  
EXISTÊNCIA  DO  
CRIME
INDÍCIOS  
SUFICIENTES  DE  
AUTORIA
  
  
    
  
 
2º A autoria pode ser indicada por INDÍCIOS. 
 
Além disso, tem que haver algum indício de que determinada pessoa possui 
relação com o crime, recaindo sobre ela suspeita justificada. 
 
Mnemônico PEC.ISA 
•   Prova da Existência do Crime 
o   FATOS 
§   O QUE OCORREU? 
•   Indícios Suficientes de Autoria 
o   É EVIDENTE O DIREITO? 
§   HÁ ELEMENTOS DE CRIME NOS FATOS? 
§   QUAIS SÃO? 
 
 
 
PEC Prova    da Existência  do Crime
ISA Indícios Suficientes  de Autoria
PERGUNTA MALDITA ☠: há a necessidade de o representado estar
formalmente indiciado? A resposta é negativa, uma vez que o
indiciamento é ato privativo do Delegado de Polícia que, dentro de seu
projeto de investigação, deve escolher o momento mais adequado para
tal.
  
  
    
  
 
PERICULUM IN MORA (varia conforme a medida) 
 
 
 
 
As três frases acima representam bem o pensamento do periculum in mora, o 
que em tradução livre seria “o perigo da demora”. Nesse ponto, o Delegado de 
Polícia deve demonstrar ao Juiz que sua medida é necessária e urgente, pois há 
algum risco PROVÁVEL + GRAVE + IRREPARÁVEL. 
“Se  demorar,  já  era!”  
“Bobeou,  dançou”  
“Camarão  que  dorme  a  onda  leva!”
  
  
    
  
 
Em outras palavras, se aquela medida não for tomada naquele momento, o 
risco provável e grave poderá se transformar num dano irreparável. 
Na prisão preventiva, por exemplo, poderia ser algo que indique a intenção de 
o investigado destruir provas, o que, se ocorrer, será grave para a investigação 
e futuro processo, bem como irreparável; na quebra de dados, a perda da 
informação, já que as operadoras de telefonia, o argumento de que não 
mantém os dados por muito tempo. 
 
 
 
Em determinadas medidas, como nas prisões, devemos enfatizar bem esse 
ponto, ou seja, demonstrar ao juiz a necessidade imprescindível de uma ação 
rápida para o sucesso da investigação ou preservação de direitos. Sendo assim, 
obviamente, o candidato bem preparado deve demonstrar isso na elaboração 
de sua peça. 
 
 
 
RISCO
PROVÁVEL
GRAVE
IRREPARÁVEL
SE LIGA NA SAGACIDADE: nas prisões em processo penal, fala-­‐se em
periculum libertatis, o que seria o demonstrativo do perigo do suspeito,
caso se mantenha em liberdade.
  
  
    
  
 
 
 
   
O  PERIGO  DEVE  SER  GRAVE  
Exemplos:
-­‐fuga
-­‐destruição  de  provas
-­‐inutilidade  da  prova
-­‐impossibilidade  de  adiar  pela  natureza  da  medida
-­‐ cometimento  de  novos  crimes
O  PERIGO  DEVER  SER  PROVÁVEL
-­‐ extraia  essa  possibilidade  do  texto  da  prova  e  nunca  invente  
situações  novas.
O  DANO  é  INEVITÁVEL  SEM  A  MEDIDA  CAUTELAR
  
  
    
  
 
 
PROPORCIONALIDADE 
 
 
“NÃO MATE UMA MOSTA COM UMA BAZUCA.” 
 
Quando o Delegado de Polícia representa por uma medida, ele deve ter em 
mente que está usando a munição adequada, isto é, que aquela medida é 
imperativa para a investigação e que é a mais adequada àquele caso 
concreto. 
Como exemplo do exposto acima, não é necessário o cumprimento de uma 
busca e apreensão domiciliar se os objetos do crime já foram apreendidos, 
justificando o Delegado a medida, por exemplo, na possibilidade de se 
encontrar mais alguma coisa ilícita na casa do investigado. 
Sendo assim, a proporcionalidade pode ser dividida no binômio descrito abaixo: 
 
  
  
    
  
 
Em termos mais técnicos, quando há afastamentos judiciais de garantias 
constitucionais, o Delegado deve relatar com detalhes a NECESSIDADE e 
ADEQUAÇÃO da medida – e obviamente o candidato deverá demonstrar isso 
em sua peça no concurso. 
Esses dados devem estar presentes na representação para que o Juiz se 
convença de que aquele afastamento constitucional ou legal de garantia é 
necessário e adequado à situação concreta. 
A adequação guarda relação com o afastamento de outras medidas 
(geralmente menos gravosas) em detrimento daquela solicitada. Como 
exemplo, ao representar por uma prisão preventiva, é importante que se ressalte 
– mesmo que de forma bem simples – que a prisão não poderia ser substituída 
no caso concreto por uma medida cautelar diversa da prisão introduzidas pela 
Lei 12.403/2011. 
As medidas determinadas judicialmente são de extrema “violência” na vidaprivada do indivíduo e pode afetar todo o resto de sua vida. O Delegado deve 
estar muito seguro de que está usando proporcionalmente a força necessária. 
Vamos aprender isso na prática, rapaziada! 
   
PROPORCIONALIDADE
NECESSIDADE
Imperatividade  da  
medida  para  a  
investigação
ADEQUAÇÃO
A  medida  é  a  mais  
adequada  para  o  caso  
concreto
  
  
    
  
 
ESTRUTURA DA PEÇA 
 
 
 
ENDEREÇAMENTO 
Como qualquer peça processual, a representação direcionada ao juiz começa 
com o endereçamento.Em alguns casos, alguns Delegados de Polícia não 
fazem endereçamento, pois, como a representação é feita, em algumas 
ocasiões, no bojo do inquérito, o juiz já está prevento com as solicitações de 
prazo. Entretanto, tecnicamente é mais adequado fazer o endereçamento ao 
juiz competente. Em se tratando de sua prova de concurso, é imprescindível 
que se faça! 
Importante neste ponto ter conhecimento da estrutura do Poder Judiciário de 
onde estiver fazendo a prova. As nomenclaturas variam um pouco. No Distrito 
Federal, por exemplo, temos Varas do Tribunal do Júri, Circunscrições Judiciárias 
de Brasília e das Regiões Administrativas. Nos Estados, geralmente se direciona 
a peça ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da xxxxxxxx Vara Criminal da 
Comarca de xxxxxx. 
No Estado da PARÁ, segundo a Lei Estadual nº 5.008 de 10.12.1981, temos a 
seguinte organização Judiciária: 
 
ESTRUTURA  DA  
PEÇA
ENDEREÇAMENTO PREÂMBULO DA  SÍNTESE  DOS  FATOS  
DOS  
FUNDAMENTOS DO(S)  PEDIDO(S)
  
  
    
  
 
Art. 16. São Órgãos do Poder Judiciário do Estado: 
-Tribunal de Justiça; 
-Juízes de Direito; -Pretores; 
-Juízes de Paz; 
-Tribunais do Júri; 
-Justiça Militar. 
 
Em Belém, existe o Foro Criminal, com Varas Criminais e Varas do Tribunal do Júri, 
entre outras. 
Não se preocupe excessivamente com a nomenclatura, uma vez que, quase 
sempre, vem escrita na prova. 
 
 
PREÂMBULO 
Preâmbulo nada mais é que a parte introdutória que apresenta um assunto 
principal. 
No contexto do nosso estudo, é a parte introdutória da peça prático-
profissional, no qual o Delegado de Polícia justifica sua legitimidade para fins de 
representar ao juízo. 
No preâmbulo você deve fazer a introdução padrão mostrada na peça 
coringa. Cuidado para não identificar sua peça com dados pessoais! Existem 
diversas formas de fazer o preâmbulo, mas a ideia vai ser sempre a mesma. 
Três coisas são importantes no preâmbulo: apresentar-se como Autoridade 
Legitimada a representar, colocar a fundamentação legal e o nome da 
representação. Veja o exemplo abaixo: 
SE LIGA NA SAGACIDADE: Em relação ao pronome de tratamento, não
use abreviações e não use muitos tratamentos (Ex.: Excelentíssimo
Senhor Doutor). Use apenas “Excelentíssimo Senhor” e está de bom
tamanho.
  
  
    
  
 
 
 
 
 
Vamos a um exemplo: 
“O Delegado de Polícia ao final assinado, no uso de suas atribuições legais, 
sobretudo no art. 2º, §1º da Lei 12.830/2013, com fulcro na Lei 7.960/89, vem à 
presença de Vossa Excelência oferecer representação pela PRISÃO 
TEMPORÁRIA PELO PRAZO DE 5 (CINCO DIAS)de FULANO, pelos fundamentos de 
fato e de direito a seguir expostos”. 
Outra forma: 
O Delegado de Polícia in fine assinado, no uso de suas atribuições legais, 
sobretudo no art. 2º, §1º da Lei 12.830/2013, com fundamento na Lei nº 9.296/96, 
que regulamentou o inciso XII, parte final, do artigo 5º, da Constituição Federal, 
vem perante Vossa Excelência representar pela INTERCEPTAÇÃO DE 
COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS e QUEBRA DE SIGILO DE DADOS CADASTRAIS E DE 
EXTRATOS dos terminais vinculados a FULANO. 
OBJETIVOS  DO  PREÂMBULO
APRESENTAR  A  
AUTORIDADE  LEGITIMADA
NOME  DA  PEÇA
FUNDAMENTAÇÃO  LEGAL
SE LIGA NA SAGACIDADE: na parte da legitimação da Autoridade
representante, cite a Lei nº 12.830/2013, considerado o estatuto do
Delegado de Polícia.
  
  
    
  
 
 
 
DA SÍNTESE DOS FATOS 
Nesse ponto, você, futura Autoridade Policial, deve exercitar seu poder de 
síntese, ressaltando os pontos que vão servir de base para a ligação com sua 
fundamentação jurídica, deixando de lado dados periféricos que em nada 
influenciarão para a decretação da medida. 
Explico melhor... e com sagacidade: 
 
 
Exemplificando, podemos ter uma questão enorme que além de outros dados, 
narra a compra de um veículo pelo investigado. Você, diante da utilização do 
nosso método identificou sem sombra de dúvidas que a peça adequada é uma 
representação por prisão preventiva, diante do receio de fuga do investigado 
(garantia da aplicação da lei penal). Voltando ao diacho da compra do 
carro... Sim... o investigado vai utilizar esse veículo para a fuga? Não... então 
qual a razão de mencionar essa compra. 
Não deixe o examinador confundir sua cabeça, 
Não tem erro se você seguir os seguintes passos: 
SE LIGA NA SAGACIDADE: Embora na prática o nome da representação
seja escrito com bastante destaque, você deve tomar cuidado para não
identificar sua peça tentando destacar demais.
SE LIGA NA SAGACIDADE: é bastante comum nas questões prático-­‐
profissionais textos enormes e cheios de detalhes. A pergunta é: de
acordo com seu conhecimento teórico do instituto que representa ao
magistrado, aquele detalhe é importante? Se a resposta for sim, então
coloque o dado. Se for não, relaxa, magrão.
  
  
    
  
1ª Leia o texto da questão e responda organizadamente e com 
suas palavras todos os dados do Heptâmetro de Quintiliano que, naquele 
momento, estão disponíveis. 
Esqueceu o que é Heptâmetro de Quintiliano? 
Ok... 
Olha ele aí de novo: 
 
Ressalte no seu texto a razão de fato que vai “casar” com a sua 
fundamentação do tópico adiante. 
 
DOS FUNDAMENTOS 
Sem dúvida, além da escolha correta da peça - que já pode ser avaliada no 
preâmbulo - esse é o ponto mais importante da prova. Muita atenção, portanto! 
Esse é o momento de, caso haja deseje, de se realizar um breve apanhado 
teórico acerca da medida que se está pleiteando. 
A fórmula mais completa para realizar esse esboço é pensar nos elementos 
seguintes e ver se, diante da medida representada, há necessidade de abordá-
Heptâmetro  
de  
Quintiliano
Perguntas  a  serem  
respondidas
O  QUE?
QUEM?
QUANDO?
POR  QUE?
COMO?
ONDE?
COM  QUE  
AUXÍLIO?
  
  
    
  
los: 1) fundamentação legal e constitucional (se houver), já dita no preâmbulo, 
2) doutrina; 3) relacionar princípio(s); 4) jurisprudência atualizada sobre a 
situação, sobretudo (em caso de estar a situação em voga nos tribunais); 5) 
expressão jurídica, sobretudo se refira-se à origem do instituto. 
 
 
É importante, com a prática, ter em mente um texto previamente montado 
acerca das principais cautelares, a fim de não perder tempo na hora da 
realização da prova. 
O apanhado teórico acima deve ser breve e o candidato deve exercer seu 
poder de síntese para não se perder no número de linhas. Não se preocupem... 
vamos treinar bastante ainda, champs! 
Nesse tópico também é o momento de se ressaltar o fumus comissi delicti e o 
periculum in mora, que vai variar conforme a medida, obviamente. Sendo 
assim: 
1º indique os indícios suficientes de autoria: quais os fatos que 
indicam que aquele suspeito pode ter cometido o delito. De forma mais técnica, 
qual a justa causa para o indivíduo estar sendo investigado e como as 
investigações apontam para a autoria dele. 
PONTOS  A  SEREM  
CONSIREDADOS  PARA  
SE  DISCORRER  SOBRE  
O  INSTITUTO
Avaliar  a  necessidade  
de  citar
Fundamentação  legal    
e  constitucional
Doutrina
Princípio(s)
Jurisprudência  ,  se  a  
situação  estiver  em  
voga  nos  Tribunais.  
Expressão  jurídica
  
  
    
  
2º Indique que a materialidade do delito. Lembrando que aqui 
esses elementos devem estar provados. Ressalte na peça a existência de 
eventuais laudos periciais. 
 
 
 
 
Lembre-se, ainda que você deve demonstrar ao juiz que a medida é adequada 
e proporcional. Em outraspalavras a medida é necessária e adequada e, se 
não for implementada, gerará risco provável grave e irreparável. 
Lembra desse quadrinho? 
 
Basicamente, neste tópico, devem ser feitas as correlações entre o resumo 
descrito no tópico DOS FATOS com o direito e porque a medida é adequada 
ao caso concreto e imprescindível. 
 
FUMUS  COMISSI  
DELICTI
PROVA  DA  
EXISTÊNCIA  DO  
CRIME
iNDÍCIOS  
SUFICIENTES  DE  
AUTORIA
SE LIGA NA SAGACIDADE: Jamais invente elementos que não foram
citados no corpo do caso prático!
RISCO
PROVÁVEL
GRAVE
IRREPARÁVEL
  
  
    
  
 
DO(S) PEDIDO(S) 
Como vimos anteriormente, em termos técnicos, a representação não se trata 
de um requerimento, muito menos de um pedido. Entretanto, na prática 
cartorária policial se consagrou o uso não técnico desta palavra, razão pela 
qual, em que pese a crítica, iremos mantê-la. 
Vamos utilizar um “pedido”7 padrão. Você deve repetir o fundamento legal 
memorizado no quadro sinóptico. 
Ao final, pode ser ressaltada alguma frase que demonstre o conhecimento de 
que aquela representação terá manifestação do membro do Ministério Público. 
O uso da expressão “nestes termos, pede deferimento” é facultativo e questão 
de estilística, em que pese novamente a crítica acima. Eu não a utilizo em 
minhas representações, mas a frase dá uma idéia de encerramento da peça. 
Ficaria assim: 
 
Por todo o exposto e com arrimo no art. 2º, da Lei nº 7960/89, representa esta 
Autoridade Policial pela decretação da PRISÃO TEMPORÁRIA POR 05 (CINCO) 
DIAS de FULANO, após a manifestação do ilustre representante do Ministério 
Público. 
   
                                                                                                                          
7Só  vou  utilizar  aspas  essa  vez,  eu  juro.  
  
  
    
  
 
MODELO CORINGA 
 
O curso, eu disse e repito, é extremamente prático. Se você seguir o esquema 
que estou propondo, suas chances de se dar muito bem serão quase absolutas. 
Vamos repisar os passos necessários: 
 
Existem diversos modelos disponíveis na internet e em livros que poderiam ser 
usados. Mas, para fins didáticos, e considerando a pesquisa de avaliação de 
espelho das provas anteriores, adotei um modelo extremamente simples, que 
pode ser adaptada para qualquer peça. 
Com a prática, você vai acabar memorizando sua estrutura e vai se sentir à 
vontade até para fazer pequenas adaptações para torná-la mais 
personalizada, se quiser. 
Não existe um padrão. Em provas, é interessante obedecer alguns elementos 
de uma peça processual comum (utilizada por advogados). 
Vamos à peça. BRASIL!? 
   
Memorize  o  
quadro  
sinóptico  das  
principais  
cautelares
1º
Leia  
atentamente  
a  questão  da  
prova
2ª Use  o  modelo  de  peça  coringa3º
  
  
    
  
 
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ 
VARA (...) DA COMARCA DE (...) 
Não use abreviações no endereçamento. 
  
(pule de duas a quatro linhas). Apesar de usarmos caixa alta no texto digitado, prefira usar todas as 
iniciais maiúsculas no texto manuscrito (Excelentíssimo Senhor Juiz ...) 
 
O Delegado de Polícia ao final assinado, no uso de suas atribuições legais, 
com fulcro (coloque aqui os fundamentos legais, memorizados conforme o QUADRO 
SINÓPTICO DAS CAUTELARES), vem à presença de Vossa Excelência oferecer 
representação por (coloque aqui o tipo de representação) em relação a FULANO, 
pelos fundamentos de fato e de direito que pormenorizadamente se seguem 
: 
  
DA SINÓPSE DOS FATOS(aqui colocaremos um breve resumo dos fatos) 
 
1ª Unicamente com base na questão apresentada, utilizando-se do poder de síntese, deve 
ser ressaltado tudo que houver sobre as seguintes perguntas: O Quê? Quem? Quando? 
Onde? Por quê? Como? Com quem? 
2ª Só devem ser ressaltados fatos relevantes que terão correlação com a parte da 
fundamentação. 
 
DOS FUNDAMENTOS (aqui colocaremos um breve apanhado sobre o instituto pleiteado, 
além do fumus comissidelict e do periculum in mora, que vai variar conforme a medida). 
 
1º Indique os indícios suficientes de autoria: quais os fatos que indicam que 
aquele suspeito pode ter cometido o delito. De forma mais técnica, qual a justa 
causa para o indivíduo estar sendo investigado e como as investigações 
apontam para a autoria dele. 
2º Indique que a materialidade do delito. Lembrando que aqui esses elementos 
devem estar provados. Ressalte na peça a existência de eventuais laudos 
periciais. 
  
  
    
  
3º Demonstre ao juiz que a medida é adequada e proporcional e, se não for 
implementada de forma célere, gerará risco provável grave e irreparável. 
 
DO(S) PEDIDO(S) (aqui será apenas o fechamento da peça, indicando ao magistrado a 
razão da representação). 
Por todo o exposto e com fulcro nos dispositivos legais acima referidos, representa 
esta Autoridade Policial pela expedição do competente mandado de (...). 
Nestes termos, pede deferimento.(como já dito, opcional). 
 
(PELO AMOR DE DEUS, NÃO IDENTIFIQUE SUA PROVA) 
 
Espero que todos tenham aproveitado bastante esta primeira aula, pois ela será 
a base para as demais. A próxima aula trata acerca da primeira cautelar, a 
Busca e Apreensão. Bons estudos!!! 
 
VAMOS EXERCITAR 
ATIVIDADE 01: LEITURA EXPLORATÓRIA 
INSTRUÇÕES: fazer a leitura exploratória do texto, devendo descrever: 
a)  Quais são os fatos; 
b)  Quais são os elementos de materialidade 
c)  Quais são os elementos de autoria 
d)  Qual o fundamento para a medida cautelar 
 
 
 
  
  
    
  
 
A Delegacia de Homicídios da Capital iniciou investigação criminal sobre a 
morte de JOSÉ CARLOS APARECIDO, 25 anos. Segundo consta, a vítima estava 
desaparecida desde o dia 20/09/2020, tendo sido encontrada sem vida por 
populares em um lixão no dia 25/09/2020. 
Equipe de policiais civis compareceu ao local e qualificou o Sr. GURMENCINDO 
SOUSA, catador de lixo que achou o corpo. Segundo ele, o corpo apareceu no 
local pela manhã, já que no dia anterior havia ali trabalhado e não viu nada 
de diferente. Afirma que deixou o local por volta da 17h e retornou no dia dos 
fatos, por volta das 8h, quando viu o corpo. 
A vítima estava em decúbito dorsal, com livores fixos na parte inferior e rigidez 
cadavérica instalada, segundo Laudo de Local de Morte Violenta. 
Laudo Cadavérico descreve lesões antigas e recentes, compatíveis com 
instrumento contundente. A causa da morte foi descrita como traumatismo 
craniano na parte anterior da cabeça. 
Questionado os peritos se o traumatismo pode ter sido causado pela queda de 
própria altura, a resposta foi “inconclusiva”. 
Segundo relato dos parentes, no dia 25 JOSÉ saiu sozinho, por volta das 9h, em 
direção a uma obra que trabalhava no mesmo bairro. Foi ao local de bicicleta. 
Os policiais entrevistaram o responsável pela obra, que afirmou que a vítima 
deixou o local por volta de 17h do dia 25, tendo recebido 200 reais em dinheiro 
pela diária de trabalho. 
As investigações avançaram e identificaram que JOSÉ passou na casa de ANA, 
localizada na Rua das Dores, Bairro Afastado, Casa 121, desta capital, que fica 
a cerca de 500 metros onde foi encontrado. Lá manteve relações sexuais com 
ela. ANA afirmou que recebeu 50 reais de JOSÉ, tendo ele saído por volta das 
18h30 com sua bicicleta. 
  
  
    
  
Na casa de ANA reside também seu filho PEDRO, de 19 anos. PEDRO e JOSÉ já 
tinham se desentendido em outras ocasiões, uma vez que aquele não gostava 
de sua presença na casa. 
Notícia anônima noticia que PEDRO teria tido uma briga com JOSÉ perto do 
lixão. Em seguida, com uma chave de roda, o teria acertado na cabeça e 
depois escondido o instrumento na parte interna do lote onde reside. 
PEDRO não foi encontrado para ser ouvido. Foi intimado através de sua 
genitora, mas não compareceu no dia marcado. 
A vítima foi encontrada com todos os seus pertences, quais sejam, carteira com 
documentos pessoais, bem comoo restante do dinheiro recebido. 
PEDRO não possui antecedentes criminais. 
Laudo toxicológico cadavérico identificou cloridrato de cocaína no sangue de 
JOSÉ. 
 
 
 
 
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Não é Sonho, é META!

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