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DIARREIA AGUDA

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IGOR DE ANGELI • MEDICINA – TURMA XXVIII 
 
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diarreia aguda 
Uma gama cada vez mais reconhecida de 
bactérias, parasitas e organismos virais 
podem perturbar a função intestinal. A 
diarreia aguda é uma síndrome que 
frequentemente não é diferenciado 
clinicamente por um agente etiológico 
específico. 
• EPIDEMIOLOGIA: a doença diarreica aguda 
ocupou o sétimo lugar nas causas de 
mortalidade em países em desenvolvimento. 
Estimativa de 1,3 milhões de morte por ano 
(maioria são crianças de 5 anos). 
• DEFINIÇÃO: a diarreia é geralmente 
definida como a passagem de três ou mais 
fezes não formadas por dia, ou a passagem 
de mais de 250g de fezes não formadas por 
dia. Pode ser aguda (<14 dias), persistente (14 
a 29 dias) ou crônica (maior ou igual a 30 
dias). 
• PATÓGENOS: os patógenos bacterianos 
mais frequentes: clones enteropatogênicos 
de E. coli, Shigella spp., Samonella entérica 
subsp., Campylobacter spp. E Aeromonas 
spp. Vírus quando identificados são: rotavírus, 
calicivírus, astrovírus e adenovírus. 
• PATOGÊNESE: a diarreia reflete um aumento 
do teor de água nas fezes, seja devido à 
absorção prejudicada de água ou secreção 
ativa de água pelo intestino. A desidratação 
e a perda de potássio (hipocalemia) são duas 
consequências fatais da diarreia grave. É 
importantíssimo a reidratação oral. 
A diarreia osmótica ocorre quando um soluto 
absorvível, como a lactose, não é absorvido 
adequadamente e retém água no lúmen 
intestinal. Infecções que danificam as células 
epiteliais intestinais diretamente (rotavírus) ou 
por toxina (Shigella spp.) causam má 
absorção e diarreia osmítica. 
A diarreia secretora resulta de uma secreção 
ativa mediada por toxina de água no lúmen 
intestinal. Exemplos são a Escherichia coli e 
Shigella. Rotavírus tamb;em produz uma 
enterotoxina viral. 
A diarreia pode resultar de infecções 
mediadas por inflamação intestinal. Os 
patógenos colonizam o epitélio intestinal. 
• CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
- INFECÇÃO POR CAMPYLOBACTER: 
§ Relação com animais. 
§ Manuseio inadequado de alimentos 
mal-cozidos. 
§ Quadro clínico pode variar desde 
infecções assintomáticas a febre, 
cólicas abdominais e diarreia com ouy 
sem sangue e muco. 
- INFECÇÃO POR ESCHERICHIA COLI: 
§ Colonizam o trato intestinal em pessoas 
saudáveis, mas existem um número 
limitado de cepas causam infecções. 
§ Cinco grupos em especial são 
causadoras de diarreia aguda. 
 
 
 
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diarreia aguda 
§ “Diarreia do viajante”. 
- INFECÇÃO POR SALMONELLA: 
§ Comprrende duas espécies 
(Salmonella entérica e Salmonella 
entérica – febre tifoide). A S. entérica 
não tifoides são respondaveis por 
diarreia aguda com febre e cólicas 
abdominais com duração media de 
uma semana. 
- INFECÇÃO POR SHIGELLA: 
§ Homem é o único reservatório. 
§ Transmissao se dá por contato direto e 
por água e alimentos contaminados. 
Há disenteria (sangue, muco e pus nas 
fezes) podendo levar ao quadro de 
ulceração retais e crônicas. 
- INFECÇÃO POR VIBRIO: 
§ Vibrio spp. São classificados como 
responsáveis por traumatismos, 
infecções extraintestinais e infecções 
intestinais com diarreia. 
§ Vibrio cholerae é o agente etiológico 
da cólera. 
§ V. cholerae é principalmente um 
habitante encontrado em rios e lagos 
de agua doce, bem como em 
estuários e ambientes marítimos. 
- INFECÇÃO POR GATROENTERITE: 
§ Responsável por aproximadamente 
50% dos surtos de diarreia. 
§ Gastroenterite envolve o estômago e 
intestino (vômitos e diarreia). 
§ Os norovírus são uma das principais 
causas de gastroenterite (fecal-oral e 
resistente em superfícies). 
- INFECÇÃO POR ROTAVÍRUS: 
§ Possui taxas descendentes de 
apresentação. 
§ Os parasitam são protozoários e 
causam diarreia persistente. 
§ A infecção por alimento é comum em 
vegetais verdes folhosos 
contaminados pelo Norovírus. 
• AVALIACÃO CLÍNICA: a maioria das pessoas 
com diarreia aguda não procuram 
atendimento visto que a evolução é benigna. 
Contudo, é importante avaliar quando há 
necessidade de intervenção/avaliação 
médica (p. ex., diarreia grave, 
imunossupressão, quimioterapia, 
características clínicas e epidemiológicas 
etc.). 
A história de vômitos, associada a diarreia, 
geralmente é uma gastroenterite viral ou 
intoxicação alimentar com uma toxina pré-
formada. 
É necessário diferenciar entre infecção (> 14 
horas, frequentemente 24 a 48 horas) e 
intoxicação alimentar (2 a 7 horas). O caráter 
das fezes como odor, flutuação e cor (exceto 
 
 
 
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diarreia aguda 
melena) não é útil na avaliação de pacientes 
com diarreia aguda. 
Há necessidade de ver se há disenteria 
(sangue, muco ou pus nas fezes). Nesse casso, 
tende-se a ser um processo bacteriano com 
tratamento por antibióticos. 
O estado de hidratação do paciente é 
importante, junto com os sinais associados: 
febre alta e/ou fezes muito sanguinolentas. 
Os exames laboratoriais, como eletrólitos, 
hemograma e creatinina são solicitados a 
pessoas com complicações, de muita idade 
(idosos) e comorbidades importantes. A 
determinação da causa da diarreia é 
dispendiosa. Identificação dos parasitas, 
toxinas, PCR, colonoscopia e TC são exames 
que são realizados em casos de diarreia 
aguda. 
• MANEJO; hidratação e correção do 
equilíbrio eletrolítico. Não há medicamento 
antiviral eficaz. 
Utilizam-se antibióticos em pequena 
porcentagem dos pacientes. Na maioria dos 
casos, trata-se com suporte. 
A Loperamida inibe a acetilcolina e 
prostaglandina e isso aumenta o tempo de 
trânsito intestinal, portanto, não é utilizado 
com recorrência, apenas em casos muito 
específicos.

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