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1 1 Fisiopatologia II | 5º semestre | Débora Sousa | 16/02/2022 Dor neuropática, psicogênica e visceral DOR NEUROPÁTICA Dor iniciada ou causada por lesão primária ou disfunção do SN dor devida à lesão primária do SNC ou SNP Lesão nervosa modulação rostrocaudal estímulo caudorrostral percepção da dor CLASSIFICAÇÃO: ANATOMIA ETIOLOGIA PERIFÉRICA Lesões neurais de origem traumática | isquêmica | compressiva | hereditária | metabólica | tóxica | inflamatória | infecciosa | paraneoplásica | carencial | amiloidótica | vasculítica Lesão do plexo Compressão de raízes Amputação (membro-fantasma) Neuralgias Neuropatias de origem oncológica ou terapias associadas CENTRAL Infarto Esclerose múltipla Lesão medular Siringomielia/singobulbia Fonte: Dor: Princípios e práticas CLÍNICA DESAFIOS NA CLÍNICA DE DOR: ➢ Ausência de sinais e sintomas patognomônicos; ➢ Indefinição de correlação entre sintomas, sinais e mecanismos fisiopatogênicos; ➢ Possível neuroplasticidade variável do SNP e SNC; ➢ Eficiência parcial e limitada das intervenções terapêuticas farmacológicas e não- farmacológicas que permitam inferir deduções fisiopatológicas. Sensação de choque elétrico | queimação | formigamento | frio | picada | prurido | dor lancinante diferenciação de dor neuropática de origem central. ALTERAÇÕES SENSITIVAS EM DOR NEUROPÁTICA Quantitativas Qualitativas Espaciais Temporais Hipoestesia Alodínea Propagação Pós- sensações Hiperestesia Disestesia Radiação Latência normal Hipoalgesia Parestesia Hiperalgesia SINAIS E SINTOMAS: Negativos Positivos Hipoestesia Parestesia/ disestesia Hipoalgesia Hiperestesia Paresia/plegia Hiperalgesia Alodínea Hiperpatia MECANISMOS DA DOR NEUROPÁTICA MECANISMOS PERIFÉRICOS ➢ Sensibilização periférica; Ação de neuromediadores inflamatórios resposta aumentada dos terminais dos nociceptores alodínea e hiperalgesia | lesões traumáticas terminais nervosos comprometidos sobreposição de mecanismos inflamatórios e neuropáticos. 2 2 Fisiopatologia II | 5º semestre | Débora Sousa | 16/02/2022 ➢ Descargas ectópicas: impulsos elétricos anormais evocados de locais incomuns das terminações nervosas ▪ Neuroma capacidade de receber estímulos externos, por meio dos canais iônicos, fazer o processo de sensibilização total e voltar ▪ Brotamento colateral ▪ Mudança de fenótipo de neurônios do gânglio da raiz dorsal (GDR) ➢ Acoplamento simpático-sensitivo ➢ Excitação cruzada “efática” e “não-efática” ➢ Alterações fenotípicas MECANISMOS CENTRAIS Consequentes a lesões periféricas ou centrais. ➢ Sensibilização central; ➢ Alterações da neuroplasticidade; ➢ Redução ou perda de mecanismos inibitórios. Reduz inibição pré e pós-sináptica | redução de GABA As fibras “andando” em paralelo, estando mielinizados, não altera. Mas caso haja lesão de nervo -> desmielinização -> o impulso não possui condução correta -> vias ectópicas SN Simpático: emergência | geralmente não tem efeito nas lesões em periferias Neuromas são ricos em receptores alfa-2- adrenérgicos -> sensíveis à atividade do SN Simpático e das aminas circulantes TRATAMENTO INICIAL: pode tentar com analgésico + anti- inflamatório - não resolveu passa p/ sensibilização central SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL: bom e de pouco efeito adverso -> gabapentina e pregabalina (anticonvulsivantes) VIAS INIBITÓRIAS: uso traumático -> evitar uso a longo prazo MECANISMOS PERIFÉRICOS: carbamazepina (anticonvulsivante) FÁRMACOS (GERAIS): DOR PSICOGÊNICA Não é bem localizada | dor atribuída à fatores psicológicos | ocorrência rara | difícil identificação A localização e a distribuição da dor causada primariamente por um distúrbio psicológico ou psiquiátrico geralmente não se encaixa nos padrões neuroanatômicos normais. Ex.: Dor com distribuição de luva ou de estocadas, dor envolvendo todo o corpo ou várias dores dispersas por todo o corpo comportamento de dor causado por fatores ambientais. Diagnóstico Requer achados positivos que sugerem que processos mentais são a única causa da queixa do paciente não deve ser um diagnóstico de exclusão, quando não há achados físicos que expliquem os sintomas apresentados. A dor psicogênica é um diagnóstico diferencial, no caso de nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático estar associado a dor referida pelo 3 3 Fisiopatologia II | 5º semestre | Débora Sousa | 16/02/2022 paciente e haver sintomas psicológicos suficientes para o estabelecimento de critérios psiquiátricos. EXEMPLO NA CLÍNICA: ANEMIA FALCIFORME: pcte fez retirada de baço e cega alegando dor em quadrante superior esquerdo, palpa e não expõe nada -> dor psicogênica | pcte ainda com baço, com dor em QSE, Hb=7, dor a palpação -> dor visceral Esquizofrênicos e transtorno bipolar: muito comum ter dor psicogênica. TRATAMENTO: PSICOTERAPIA: 1ª linha | ambiente seguro e controlado p/ trabalhar condições que podem estar influenciando o quadro de dor DOR VISCERAL Dor nociceptiva e inflamatória Percepção subjetiva dolorosa na região abdominal ou torácica, podendo ser referida em estruturas somáticas A dor visceral é percebida pelas fibras sensitivas aferentes. A avaliação desses dermatômeros revela regiões hipertérmicas cutâneas, e as parestesias podem ser visualizadas objetivamente pela IR. As pesquisas clínicas demonstram que nem todas as vísceras respondem à dor. Algumas vísceras, como pulmão, fígado e rins praticamente insensíveis à dor, mesmo em estágios avançados de doença. As vísceras ocas respondem pouco aos estímulos convencionais respondendo à distensão, à isquemia ou aos processos inflamatórios. Existe uma diferença entre estímulos potencialmente lesivos (nociceptivos) e aqueles que produzem dor. FISIOPATOLOGIA Produção de inflamação e vasodilatação que provocar excitação local -> dor. Isso ocorre por substâncias químicas, como substância P e prostaglandina Os estímulos viscerais penetram em diferentes segmentos da medula espinal, onde se juntam com fibras oriundas de estruturas somáticas localização difusa nas proximidades do órgão afetado ou à distância As dores viscerais freqüentemente são descritas como de intensidade variável, como em onda, com períodos de piora, seguidos de melhora. Devem corresponder aos períodos de contração do músculo liso. Exemplos: cólicas intestinais e na dor do parto. Inervação visceral é mediada principalmente por fibras C -> substância P é o principal neurotransmissor envolvido na dor relacionada às fibras C, de caráter mais lento CLÍNICA: Associa-se com fenômenos neurovegetativos palidez | mal-estar | sudorese | aumento do peristaltismo. Não se faz analgesia, principalmente abdominal, sem saber a causa, pois pode mascarar Tríade clássica da apendicite: dor abdominal com irradiação | febre | náuseas e vômitas -> geralmente tem perda de apetite e corte de evacuação Manobras: Sinal de Blumberg, Rovsing, Psoas, Obturador | Martorelli etc Doença que acomete víscera se alastra acomete nervos somáticos (ex.: pleura | peritônio). Dor antes difusa + localizada! Apendicite: fase inicial localização abdominal difusa comprometimento peritoneal dor localizada na fossa ilíaca direita. EXPLICAÇÃO: existência de nociceptores silentes, que não manifestam atividade em situações normais, mas seriam ativados pela presença de substâncias químicas liberadas na região afetada quando ocorre sensibilização. TRATAMENTO Dependente da doença e sua evolução, baseado inicialmente no uso de analgésicos e opioides.
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