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GRELHA DE LEITURA RESUMO TEXTO: SERVA, M., DIAS, T., e ALPERSTEDT, G. D. Paradigma da complexidade e teoria das organizações: uma reflexão epistemológica. RAE, SP, v. 50, n. 3, jul/set 2010, p, 276-287. IDEIAS-CONTEÚDO ARGUMENTOS A revolução da ciência ocorre quando o paradigma instaurado já não consegue dar explicações acerca dos fenômenos estudados. A ciência está em constante estado de evolução e essa evolução é percebida no momento em que um paradigma é substituído por outro. O surgimento da epistemologia da administração foi notoriamente influenciado pelo paradigma dominante, além de ter sido dificultado por obstáculos epistemológicos dos mais variados tipos. Para Chevalier e Loschak, os obstáculos epistemológicos que devem ser superados para se reconstruir a ciência da administração são três: parasitismo ideológico, normativismo e armadilhas do empirismo. Campos (1993) enfatiza três limitações que devem ser superadas em se tratando do desenvolvimento das teorias da administração:reducionismo, incompetência para lidar com contradições e a não apreciação da subjetividade, da capacidade do ser humano de interpretar a realidade. Para Serva (2001), as ligações entre as organizações e a sociedade são complexas, além de marcadas pela causalidade mútua e que, dessa forma, apenas uma abordagem dialética poderia concebê-las satisfatoriamente, já que, se o fato organizacional é fato histórico e cultural, o primeiro se submete a um determinado contexto histórico e, consequentemente, às dimensões de tempo, espaço e cultura. Para Guerreiro Ramos (1989), havia uma necessidade de se reformular a epistemologia da teoria das organizações em função das perspectivas dos trabalhos (Taylor e Simon) que deram fundamento ao início da discussão epistemológica no campo da administração, os quais, segundo ele, não ponderavam todos os aspectos necessários para a produção do saber em administração. Para guerreiro Ramos, o homem tem diferentes tipos de necessidades e a sua satisfação requer vários tipos de cenários sociais, e não apenas uma visão estática como a estabelecida nos estudos de Taylor. Para Guerreiro Ramos, o sistema de mercado só atende a algumas das necessidades humanas, e, por isso, ele acredita que o comportamento administrativo é conduta humana condicionada por imperativos econômicos. O paradoxo da complexidade consiste na contínua autoprodução, auto-organização e Além do conceito de autonomia, vários outros são elaborados e consubstanciam o autonomia dos sistemas. paradigma da complexidade, cabendo destaque para a organização, a auto- organização, ordem, desordem e evento. A complexidade deve dar conta do paradoxo autonomia e dependência sem se apoiar na exclusão de qualquer desses termos. O princípio fundamental do paradigma da complexidade é o afastamento do determinismo. Uma teoria é sobretudo um sistema de ideias ou apenas uma forma de conceber a realidade, a qual obedece a princípios lógicos, mas tem por trás de si próprio princípios ocultos, chamados de paradigmas. Tanto teorias como sistemas de ideias ou paradigmas são produto de uma dada cultura e isso remete ao conceito de epistemologia. Uma teoria científica passou a ser sinônimo de incerteza, algo inacabado, A análise epistemológica em administração é fortemente influenciada pelos paradigmas adotados em cada momento da construção do conhecimento científico relacionado à área. Chanlat e Ségun (1983) indicam o emprego da epistemologia da complexidade nos estudos organizacionais e na própria epistemologia da administração. Para os funcionalistas as organizações são objetos tangíveis, concretos e objetivos, ou seja, de abordagem instrumentalista. Os interpretacionistas veem as organizações como processos que surgem das ações intencionais do ser humano, individualmente ou em harmonia com outras intenções. A adoção de paradigmas da ordem e de paradigmas da desordem numa perspectiva de complementariedade seria, ao mesmo tempo, em uma grande contribuição e um grande desafio.
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