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1 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina Imagem | Aula 1 | UC19 ALTERAÇÕES RADIOLÓGICAS DAS OSTEOARTRITES • As principais características são estreitamento do espaço articular, esclerose subcondral e osteofitose. • Recentemente, como aumento do uso da RM, outros achados têm sido estudados, como lesões medulares e sinovite. Osteoartrites e Artrite Reumatoide Estreitamento do espaço articular Caracteristicamente assimétrico. Menos específico: presente em muitos outros processos patológicos. Esclerose subcondral Alterações escleróticas ocorrem nas margens articulares. Frequentemente visto, a menos que a osteoporose grave esteja presente. Osteofitose Desenvolvimento de osteócitos. Achado comum de doença articular degenerativa. Também será diminuída no cenário da osteoporose. Erosões articulares Várias articulações podem apresentar erosões degenerativas: temporomandibular, acromioclavicular, sacro ilíacas, sínfise púbica. Cistos subcondrais Também chamados de geodos. Formações císticas que ocorrem ao redor das articulações em uma variedade de distúrbios, incluindo artrite reumatoide. Lesões da medula óssea Visível na RM como lesões semelhantes a edema da medula óssea, muitas vezes adjacentes a áreas de dano de cartilagem – alterações precoces da osteoartrose. Demonstraram estar correlacionadas com dor nas articulações e progressão da perda de cartilagem. Pode progredir om cistos subcondrais. Sinovite Um achado inespecífico, presente também em outras doenças, incluindo condições inflamatórias e infecciosas. Presente em até 50% dos pacientes com OA. Pode estar relacionado com dor, gravidade e progressão da doença. Sinais básicos da OA articular. Desenho esquemático do quadril demonstrando os quatro sinais básicos da OA articular: (1) redução do espaço articular; (2) osteofitose; (3) geodos (ou cistos) subcondrais; (4) esclerose do osso subcondral. 2 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina RADIOGRAFIA SIMPLES • Modalidade mais utilizada na avaliação da AO devido à disponibilidade e baixo custo. • Pode detectar características ósseas da OA, como perda de espaço articular, cistos subcondrais e esclerose e osteófitos. • LIMITAÇÕES: É insensível a alterações precoces da doença. Falta de avaliação das estruturas dos tecidos moles. Baixa confiabilidade intraleitor. • Os sistemas de pontuação usados para avaliar a gravidade de AO em radiografias incluem a Classificação de Kellgren e Lawrence e o OARSI. Na classificação de Kellgren e Lawrence, o Grau 0 é sem sinais de artrose. CLASSIFICAÇÃO DE KELLGREN E LAWRENCE Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Duvidável Mediano Moderado Severo Estreitamento do espaço articular duvidoso e possível osteófito na borda. Possível estreitamento do espaço articular e osteófito definido. Definido estreitamento do espaço articular, múltiplos osteófitos moderados, alguma esclerose subcondral e possível deformidade do contorno ósseo. Notável estreitamento do espaço articular, severa esclerose subcondral, definida deformidade do contorno ósseo e presença de grandes osteófitos. TOMOGRAFIA • A TC tem excelente acurácia na avaliação das alterações ósseas da OA. • É especialmente útil na avaliação das articulações facetárias. • Para avaliar de forma confiável a cartilagem articular, uma artro-TC deve ser realizada. ULTRASSOM • O ultrassom não é usado rotineiramente na OA. • A avaliação da estrutura óssea e das estruturas articulares profundas com esta modalidade é impossível. • No entanto, é útil na detecção de derrame articular, sinovite e osteófitos. • Também pode atuar como orientação em intervenções conjuntas. 3 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina 4 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina 5 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina 6 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina RESSONÂNCIA MAGNÉTICA • Pode avaliar com muita precisão os ossos e as estruturas articulares dos tecidos moles. • Ele pode detectar alterações na medula óssea e perda de cartilagem, ambas alterações precoces da OA e não visíveis nas radiografias. • Na RM convencional, a cartilagem articular é melhor avaliada usando sequências sensíveis ao fluido com supressão de gordura; com o advento de novos métodos de quantificação e avaliação da composição da cartilagem - atualmente utilizados em pesquisas - a sensibilidade aumenta ainda mais. • A administração de contraste melhora a visualização da sinovite. • Vários sistemas de pontuação usando a avaliação por RM da OA do joelho foram propostos: Escore de Imagem por Ressonância Magnética de Órgão Inteiro. Sistema de pontuação para osteoartrite de joelho. Pontuação do joelho de osteoartrite de Boston Leeds. 7 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina SINAIS RADIOLÓGICOS DA ARTRITE REUMATOIDE • A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que afeta homens e mulheres de todas as idades, com início mais comumente entre 35 e 50 anos, e apresenta curso clínico caracterizado por acometimento insidioso das articulações sinoviais do esqueleto apendicular e axial (especialmente da coluna cervical), podendo evoluir para deformidades, marco importante da doença. • Inicialmente dor articular e rigidez, notadamente matinal por mais de uma hora, acometendo mais comumente as pequenas articulações das mãos e punhos simetricamente, intercalando episódios de remissão e atividade. • Essas alterações podem vir acompanhadas de manifestações sistêmicas como mal-estar, fadiga, mais raramente febre baixa e esplenomegalia e linfadenopatia, caracterizando uma síndrome de mononucleose. Acometimento articular pela artrite reumatoide- esquemas anatômicos. A, Anatomia normal da articulação sinovial. B, Acometimento inicial da AR - espessamento capsulossinovial, tenossinovite e entesites junto à articulação. C, Acometimento avançado pela AR- formação do pannus inflamatório (capsulossinovial e tendíneo), com consequentes erosões ósseas marginais e erosões condrais. 8 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina RADIOGRAFIA SIMPLES As lesões radiológicas elementares da artrite reumatoide são: • Rarefação óssea reacional à hiperemia sinovial sendo proporcional à intensidade e duração da doença. • Erosões marginais localizadas em regiões ósseas intra-articulares não recobertas por cartilagem e, consequentemente, menos protegidas. São visualizadas após 6 a 12 meses de evolução e, com o passar do tempo, determinam o acometimento da cartilagem localizada nas porções mais centrais das superfícies articulares. • Redução difusa da interlinha articular secundária à degradação da cartilagem por enzimas proteolíticas liberadas pela sinovite. • Deformidades e subluxação articular resultantes das lesões capsuloligamentares e consequente frouxidão (Fig. 10-7). • Destruição articular e anquilose. 9 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina • As lesões da artrite reumatoide são tipicamente bilaterais e simétricas nas mãos, em especial nas articulações metacarpofalangianas e interfalangianas proximais, sendo a face radial das cabeças do segundo e do terceiro metacarpos os locais de predileção para o acometimento inicial. • As articulações interfalangianas distais são muitoraramente acometidas. • Com a evolução, deformidades articulares típicas podem ser evidenciadas como: deformidade em botoeira (hiperflexão da interfalangiana proximal e hiperextensão da distal), deformidade em pescoço de cisne (hiperextensão da interfalangiana proximal e hiperflexão da distai), deformidade do tipo "soprar do vento" (desvio ulnar, subluxação palmar e flexão das articulações metacarpofalangianas) e a deformidade em "Z" (hiperflexão da articulação metacarpofalangiana e hiperextensão da incerfalangiana) 10 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina CASO CLÍNICO 1 Mulher de 40 anos retorna ao ambulatório para reavaliação. Tem queixas de dor articular em mãos, cotovelos, tornozelo e joelhos, há cerca de 3 meses, com rigidez matinal que dura cerca de 20 minutos. Além disso, refere episódios de febre não mensurada e anorexia. Trabalha como digitadora. Ao exame físico, você observa sinais de artrite em todas as interfalangeanas proximais, segunda à quarta metacarpofalangeanas bilateralmente, punhos, cotovelos e tornozelos. O hemograma revela leve anemia, VHS e PCR elevados, FAN 1:80 (pontilhado fino) e FR negativo. • Hipótese diagnóstica? ARTRITE REUMATOIDE. • Achados na imagem: Articulação metacarpofalangiana com espaço articular reduzido, rarefação óssea e EROSÃO ÓSSEA (como se o osso tivesse “roído”). A erosão do processo estiloide da ulna é uma das primeiras alterações dos pacientes com AR. Interfalangianas proximais – erosão óssea e rarefação óssea. Interfalangianas distais poupadas – comum na AR, pois é raro acometer as distais. • Ocorre a formação do PANNUS – proliferação inflamatória da membrana sinovial + espessamento capsular e sinovial. O RX NÃO consegue mostrar o pannus. Não consegue visualizar a região de cápsula articular. QUAL EXAME CONSEGUE VER O PANNUS? USG com Doppler ou RM com contraste consegue visualizar a inflamação ativa na membrana sinovial (hipervascularização, angiogênese e proliferação da membrana sinovial). A TC e o RX só veem alterações ósseas. 11 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina CASO CLÍNICO 2 Mulher de 60 anos, com quadro de poliartrite simétrica de mãos, pés e joelhos de rigidez pós-repouso maior que 1 hora e aumento do volume das articulações das mãos há 2 meses. No momento, a paciente apresenta tosse seca e dispneia. Sua radiografia de tórax revela nódulos múltiplos pulmonares bilaterais e periféricos. Sobre o caso, qual achado é o mais provável para o diagnóstico? • Hipótese diagnóstica? ARTRITE REUMATOIDE. • Existem manifestações extra articulares na AR, que no caso são os nódulos reumatoides. A princípio, a visualização de nódulos pulmonares tem-se a suspeita de neoplasia ou metástase pulmonar, portanto é necessária uma investigação melhor para descartar. • Os nódulos reumatoides podem desaparecer com o tratamento ou até calcificar. CASO CLÍNICO 3 Mulher, 41 anos, queixa-se de dor e edema de mãos, punhos e joelhos há 3 meses, com piora progressiva. Refere também maior dificuldade para escrever e para abotoar roupas pela manhã. Nega outras queixas. Exame físico: BEG, corada, afebril. Artrite de interfalangianas proximais, metacarpofalangianas, punhos, joelhos e tornozelos. Foi realizado USG de mãos que demonstrou: • Espessamento sinovial das articulações interfalangianas proximais e metacarpofalangianas, com pequeno derrame articular associado e aumento da vascularização ao Doppler. • Irregularidades na cortical das falanges proximais e médias, sugerindo erosão óssea. • Sobre o caso, qual sua hipótese diagnóstica? ARTRITE REUMATOIDE. • As alterações ultrassonográficas corroboram sua hipótese? Pela USG dá para ver que a doença está em atividade, pelo aumento da vascularização no Doppler. • São achados comuns da USG: tenossinovites, nódulos reumatoides erosões ósseas. • Sinovite: espessamento sinovial podendo ou não estar associado a derrame articular. Quando associada à inflamação aguda, apresenta sinais de hipervascularização ao estudo com power doppler. 12 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina CASO CLÍNICO 4 A paciente do caso 3 retorna 3 anos após com queixa de cervicalgia, com irradiação occipital e sem história de trauma, sendo solicitado RX da coluna cervical. Os achados radiológicos foram: • Corpos vertebrais normoalinhados e com altura preservada. • Espaços discais mantidos. • Aumento da distância entre a margem posterior do arco anterior do atlas e a parede anterior do processo odontoide do axis (maior que 3mm). • Qual a complicação da AR observada? SUBLUXAÇÃO ATLANTOAXIAL. É um distúrbio de C1-C2 que causa prejuízo na rotação do pescoço. A faceta anterior de C1 é fixada na faceta de C2. Pode estar associado à luxação da massa lateral de C1 em C2. Quando a distância atlantoaxial é superior a 3mm em uma radiografia de flexão. Pode causar tetraplegia e até levar a óbito pela compressão medular. • Em um paciente com AR, se apresentar dor cervical e torcicolo de repetição deve-se atentar à instabilidade de C1-C2. CASO CLÍNICO 5 Eugênia, de 56 anos, procura seu médico de família por estar sofrendo dores nos joelhos, as quais são mais frequentes quando ela acorda e/ou fica algum tempo sentada e que geralmente dura entre 20 e 25 minutos. Ao exame físico, mede 162cm e pesa 80kg. Os joelhos têm diminuição da mobilidade articular e sem sinais de flogose. Ela traz um RX que o médico da UPA solicitou. • Qual a principal hipótese diagnóstica para essa paciente? OSTEOARTRITE. A paciente apresenta a obesidade como fator de risco para o desenvolvimento da patologia e é bastante comum o local de acometimento já que é uma articulação de carga (joelho). 13 MÓD: LOCOMOÇÃO E PREENSÃO | P7 - UC 19 | MEDICINA UNIT AL 2022.1 | Mayra Alencar @maydicina Rigidez dura entre 20-25 minutos (AR dura mais de 1h). Espaço articular reduzido – não dá pra ver a cartilagem articular. Para ver a cartilagem articular pede RM. Presença de osteófitos. Esclerose óssea. Gás intrarticular. Cistos subcondrais. Paciente de 70 anos de idade, obeso, apresentando lombalgia mecânica e dor nos joelhos (sem artrite) há mais ou menos 1 ano. Na radiografia simples da coluna lombar há diversos osteófitos. Tem VHS e PCR normal. Qual a principal hipótese diagnóstica para o caso? OSTEOARTROSE. Outra hipótese poderia ser espondilite anquilosante, mas ela aparece em pacientes jovens, acorda com dor lombar e ela melhora durante o dia (ao contrário da osteoartrose), e ela dá coluna em bambu. CASO CLÍNICO 6 Mulher de 65 anos, queixa-se de dor em articulações interfalangianas proximais e distais, acompanhada de rigidez matinal de 20 minutos. Exame articular das mãos: aumento do volume da segunda e quinta interfalangiana (IF) distal bilateral. Palpação: ausência de aumento da temperatura, presença de nódulos de consistência óssea e dor à palpação da articulação IF proximal e distal. Movimentação: diminuição da flexão e extensão de segundo e quinto dedos bilateralmente. • Qual a hipótese diagnóstica? OSTEOARTRITE. Redução do espaço articular. Ausência de erosão óssea (como tem na AR). Osteófitos. Preservação de metacarpofalangianas. Nódulos interfalangianos de Heberden (distal) e Bouchard (proximal). Osteoartrose de articulação coxofemoral direita.
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