Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. DIREITO SOCIETÁRIO • Sub-ramo do Direito Empresarial que trata de sociedades voltadas à exploração de atividades econômicas, tanto da teoria geral quanto das espécies societárias. INTRODUÇÃO ÀS SOCIEDADES • Às relações societárias, ou seja, entre sócios e entre estes e a sociedade, não se aplica o Código de Defesa do Consumidor, uma vez que não se trata de relação de consumo; sendo, portanto, aplicável as regras do Direito das Sociedades: Código Civil ou leis especiais. ➢ Jornada de Direito Comercial, promovida pelo Conselho da Justiça Federal em outubro de 2012 - Enunciado n. 19: “Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre sócios/acionistas ou entre eles e a sociedade” Personalidade Jurídica da Sociedade • Sabemos que, no Direito, a pessoa pode ser natural (física) ou jurídica. • A personalidade jurídica é uma ficção jurídica, cuja existência decorre da lei. É evidente que às pessoas jurídicas falta existência biológica, característica própria das pessoas naturais. • Entretanto, para efeitos jurídicos (e, leia-se, para facilitar a vida em sociedade), concede-se a capacidade para uma entidade puramente legal subsistir e desenvolver-se no mundo jurídico. Sua realidade, dessa forma, é social, concedendo-lhe direitos e obrigações. • Pessoa jurídica é, portanto, uma entidade legalizada; um ente criado pela técnica jurídica como uma unidade orgânica e estável de pessoas para fins de natureza pública ou privada. • É completamente distinta dos indivíduos que a compõem, tendo personalidade jurídica, assim como a pessoa física, visando a obter direitos e contrair obrigações. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. • As pessoas jurídicas de direito privado estão disciplinadas pelo art. 44 do CC: ➢ Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações; IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. • O nascimento (criação) da sociedade legalizada ocorre a partir do registro do seu ato constitutivo [que pode ser o contrato social, o estatuto social ou o requerimento] no órgão competente, o que lhe confere personalidade jurídica. ➢ Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. ➢ Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. • A sociedade está, portanto, entre as espécies de PJ previstas no art. 44, CC e só terá sua existência legal após o registro, conforme art. 45, CC. • Contudo, o Código Civil admite a existência de duas espécies não personificadas (ou seja, sem personalidade jurídica): sociedade em comum (arts. 986 a 990) e sociedades (contratos) em conta de participação (arts. 991 a 996), as quais serão estudadas posteriormente. [Os assuntos dos dois últimos tópicos serão vistos posteriormente, de forma mais aprofundada] FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. • Além de personificadas e não personificadas, as sociedades foram divididas, quanto ao objeto de suas atividades, em duas grandes categorias: as sociedades simples e as empresárias. [tratadas adiante] Conceito de Sociedade • Do art. 981, CC, extrai-se o conceito tradicional de sociedade como sendo o a união (contrato celebrado) entre pessoas físicas e/ou jurídicas, ou somente entre pessoas físicas [v. sociedade em nome coletivo - CC, art. 1.039], por meio do qual estas se obrigam reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilhar, entre si, os resultados. ➢ Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas [físicas e/ou jurídicas] que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. • Em relação a esse conceito, salienta-se que, quando trata da partilha dos resultados, está se referindo aos resultados decorrentes da exploração da atividade econômica. Esses resultados podem ser lucros ou prejuízos. • Esse conceito de contrato de sociedade, previsto no art. 981 do Código Civil, vale para sociedades personificadas ou não, empresárias ou simples [conforme veremos adiante]. Atenção: Até a edição da Lei nº 13.874/2019 de abril de 2019 (que instituiu os direitos de liberdade econômica), o direito brasileiro seguia o conceito tradicional de sociedade do art. 981, CC. • Contudo, com a edição da referida lei, que alterou o art. 1.052 do Código Civil, o direito brasileiro passou a admitir a sociedade limitada unipessoal, alterando, assim, o conceito contratualista de sociedade no Brasil. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. ➢ CC, Art. 1052. (...) § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. • Apesar da filiação brasileira ao tradicional modelo contratualista de sociedade, já existiam, antes da Lei nº 13.874/2019, exceções a essa regra: 1– empresa pública criada por lei, cujo capital seja formado exclusivamente de recursos público do ente que a criou pode ser unipessoal (nesse caso, o único sócio é uma pessoa jurídica de direito público, ex: Correios -> capital social constituído integralmente pela União); 2– a sociedade subsidiária integral (uma S.A., cujo único sócio/acionista é uma outra sociedade brasileira, ou seja, outra pessoa jurídica); 3 – sociedade unipessoal de advocacia (formada por uma pessoa natural - advogado); 4 – falta de pluralidade de sócios (art. 1.033, IV, CC). ❖ Obs: sobre a empresa pública, a lei 13.303/2016 dispõe: ➢ Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. ❖ Obs: sobre sociedade subsidiária integral, consultar arts. 251 a 253 da lei 6.404/1976. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. ❖ Obs: sobre sociedade unipessoal de advocacia, consultar Lei nº 13.247/2016, que reformouo Estatuto da OAB - Lei nº 8906/94, em seu art. 15 e parágrafos. ❖ Obs: a falta de pluralidade de sócios constitui uma situação transitória (ex. por morte ou saída voluntária ou judicial de sócio), que, se não sanada no prazo de 180 dias, dissolve impõe a dissolução da sociedade. Essa regra contida no art. 1.033, IV, CC está no rol das aplicáveis às sociedades simples [as quais serão estudadas no momento oportuno]. Atenção: Com a promulgação da LLE (Lei nº 13.874/2019), permitindo a constituição de soicedade individual com responsabilidade limitada, esse dispositivo foi tacitamente revogado (art. 1.033, IV, CC). Assim, a perda da pluralidade de sócios não implica, necessariamente, a dissolução da sociedade limitada, podendo o sócio remanescente proceder à transformação da sociedade em EIRELI, (mantendo capital mínimo de cem salários mínimos) ou em sociedade limitada unipessoal, sem esse limite de 100 salários mínimos. Em suma: duas distinções devem ser realizadas, quando se fala no conceito de sociedade: 1ª) Sociedade não se confunde com empresa: ✓ A sociedade é a instituição que pratica a atividade de empresa; ✓ Nem sempre a atividade de empresa é exercida por uma sociedade, pois pode ser exercida pelo empresário individualmente (em contraposição à perspectiva contratualista); ✓ Nem toda sociedade vai praticar a atividade de empresa, pois pode ter como objeto atividade não empresarial (sendo assim uma sociedade simples). 2ª) Sociedade nem sempre é sempre pessoa jurídica. ✓ A sociedade está entre as espécies de PJ previstas no art. 44, CC e só terá início após o registro, conforme art. 45, CC. ✓ Contudo, o CC admite a existência de duas espécies não personificadas: sociedade em comum (arts. 986 a 990) e FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. sociedades (contratos) em conta de participação (arts. 991 a 996), as quais serão estudadas posteriormente. Sociedades empresárias x sociedades simples Dicotomia: • Com o Código Civil de 2002, estabeleceu-se a dicotomia entre sociedades simples e empresárias (diferentes pela natureza da atividade exercida). • Em ambas, há o exercício de atividades econômicas, mas as sociedades empresárias exercem atividade própria de empresário sujeito a registro [atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços e a lei lhes impõe uma obrigação de registro] e as simples não (art. 982, CC). ➢ Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. • A expressão “simples” foi cunhada pelo legislador brasileiro, para então distinguir as sociedades que exercem atividade econômica sem, contudo, submeterem-se à definição de empresariais. • Ou seja, as sociedades simples são aquelas destinadas ao exercício das demais atividades econômicas, como as atividades de natureza intelectual, científica ou artística (art. 966, parágrafo único, CC), salvo se constituírem elemento de empresa. ➢ Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. • Tal classificação se deve ao papel secundário que a organização dos fatores da produção toma em tais atividades, nas quais o caráter pessoal é que predomina, em oposição à atividade do empresário, em que a organização assume papel predominante. • No conceito adotado pelo Código Civil de 2002 a expressão “simples” faz distinção entre o empresário e o não empresário, na mesma linha da dicotomia anterior existente entre o ato de comércio e o ato civil. • “Simples”, no sistema da empresalidade (adotado pelo CC/02) distingue, portanto, a atividade empresarial daquela não empresarial, na mesma linha que, no sistema anterior (CC/1916), “sociedade civil” separava as sociedades não comerciais daquelas que exerciam atos de comércio com habitualidade e profissionalidade (“sociedades mercantis”). • Dentro da estrutura do Direito de Empresa, a diferenciação ocorre, por conseguinte, no confronto entre a atividade empresarial [complexo de atos de natureza econômica, realizados profissionalmente sob uma organização] e os atos que não constituem atividade empresarial. • Distingue-se, pois, a sociedade empresária da simples porque sua atividade é caracterizada por três elementos formadores: a) a economicidade – consistente na criação de riquezas; b) a organização – representada por uma estrutura visível, de fatores objetivos e subjetivos de produção; e c) a profissionalidade – ou habitualidade de seu exercício. • Segundo o doutrinador GLADSTON MAMEDE, em sua obra DIREITO SOCIETÁRIO – SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESÁRIAS, 12ª EDIÇÃO (2020), essa divisão do CC em sociedades simples e empresárias atende FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. a uma compreensão medieval da sociedade humana, com raízes na estrutura social greco-romana: o civil corresponderia ao patriciado (ao pater famílias, o cabeça do casal), com uma ética própria. Em oposição, fora de tais estruturas nobres (aristocráticas), estaria o mercantil também chamado comercial ou empresarial) que seria fundado numa ética da compreensão econômica da realidade. No entanto, a sociedade mudou, razão pela qual já estamos maduros para uma unificação da compreensão jurídica das atividades negociais. Isso só não ocorre porque há quem ganhe com essa divisão artificial e, assim, resiste à evolução simplificadora. • Em suma, são sociedades simples aquelas que exercem as atividades não empresariais ou que exercem atividade de empresário rural sem se registrar na junta comercial. Atividades rurais: • Lembremos que, em relação às atividades empresariais rurais, não há obrigação do registro (art. 971, CC), mas uma faculdade. ➢ Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. • Relembrando TGE: exige-se do empresário, antes do início de suas atividades, o registro na Junta Comercial, mas, para aqueles que exercem uma atividade econômica rural, esse registro é facultativo. • Assim, se o empreendedor que exerça uma atividade econômica rural não se registrar na Junta Comercial, ele não será considerado empresário para os efeitos legais. Por conseguinte, ele não se sujeitará ao regime jurídico da Lei nº. 11.101/2005, por exemplo, que versa sobre a falência e recuperação de empresas. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. • Por outro lado, caso ele opte pelo registro, será considerado empresário para todos os efeitos legais. • Analogamente, as sociedades que desempenham atividaderural podem assumir a condição de empresárias se fizerem o registro na junta comercial. Em caso contrário, assumem a condição de sociedades simples. • Portanto, ressalvada a hipótese da atividade rural, não são os sócios que definem se a sociedade é simples ou empresária: a definição decorre, pois, do próprio objeto social, com exceção do previsto no parágrafo único do art. 982, CC: ➢ Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. ➢ Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. • Relembrando TGE: para quem exerce atividade econômica rural, o registro na Junta Comercial tem natureza constitutiva — e não declaratória, como ocorre nos demais casos. Isso porque, o registro não é pré-requisito para que se considere alguém como empresário, mas, tão somente, uma obrigação imposta por lei aos praticantes de uma atividade econômica empresária. • Ricardo Negrão [em curso de Direito Comercial e de Empresa 1, 2020, cap.14, item 14.8.3], considerando a natureza da atividade econômica FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. desenvolvida, denomina “Sociedades empresárias por natureza” as sociedades empresárias por força de lei (CC, art. 982) e “Sociedades empresárias por equiparação”, as sociedades empresárias que tenham por objeto o exercício de atividade rural (CC, art. 984). Sociedade de advocacia: • Do ponto de vista classificatório, a sociedade de advocacia (seja unipessoal ou pluripessoal) é uma sociedade simples (eis que exerce atividade de natureza intelectual). • Contudo, seu registro não se dá no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, mas sim nas Seccionais da OAB (Lei n. 8.906/94, art. 15, § 1º). A explicação está no fato de que, mesmo que pudesse haver o elemento de empresa, a sociedade de advogado jamais poderia ser empresária sujeita a registro na Junta Comercial. ➢ Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. [Redação dada pela Lei nº 13.247/2016] § 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. ATENÇÃO: • Algumas sociedades simples podem assumir as mesmas formas societárias que as sociedades empresárias. Explico melhor a seguir. • A sociedade simples quanto ao objeto [ou seja, que não exerce atividade empresarial], pode assumir a forma de um dos seguintes tipos societários destinados às sociedades empresárias previstos no CC: 1-sociedade simples (em sentido estrito); 2-sociedade em nome coletivo; 3-sociedade em comandita simples; FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 4-sociedade limitada; 5-sociedade cooperativa; ➢ Sociedade simples lato sensu: sociedade que não tem por OBJETO atividade de empresa. ➢ Sociedade simples stricto sensu: espécie de sociedade simples [ou seja, que não tem por objeto atividade de empresa], e que assume a FORMA de sociedade simples (ou seja, constitui-se segundo as regras peculiares às sociedades simples - arts. 997 a 1.038, CC]. • A sociedade empresária [ou seja, que tem por objeto o exercício de atividade empresarial], pode assumir as seguintes formas previstas no CC: 1-sociedade em nome coletivo; 2- sociedade em comandita simples; 3- sociedade limitada; 4- sociedade em comandita por ações; 5-sociedade anônima; ➢ Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; [1- soc. em nome coletivo; 2-soc. em comandita simples; 3- soc. limitada; 4- soc. anônima; 5- soc. em comandita por ações] a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. [ou seja, submete-se às regras das sociedades simples – art. 997 a 1.038 do Código Civil de 2002]. Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação [tipo de soc. não personificada] e à cooperativa [Lei 5.764/71], bem como as constantes de leis especiais [soc. anônimas e soc. em comandita por ações – Lei 6.404/76] que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. • Portanto, a concepção legislativa brasileira atribuiu às sociedades simples duplo papel: 1º) distinguir o objeto social da atividade que será sempre não empresarial (CC, art. 982); 2º) prover um modelo para os demais tipos societários [p/ a soc. em comum (não personificada) – art. 986, CC; p/ a soc. em conta de participação (não personificada) - art. 996, CC; p/ a soc. em nome coletivo – art. 1.040, CC; p/ a soc. em comandita simples – art.1.046, CC; p/ a soc. limitada – art. 1.053 e p/ a soc. cooperativa – art. 1.096, CC]. ➢ Quanto à função de servir como padrão para outras sociedades, suas regras legislativas serão utilizadas pelos demais tipos societários, nos aspectos não específicos dessas sociedades, porque não previstos em contrato ou, ainda, porque o legislador deles não tratou. ➢ É o ocorre com questões que envolvem a administração da sociedade (CC, arts. 1.010- 1.021), na relação com terceiros (CC, arts. 1.022-1.027), na resolução da sociedade em relação a um sócio (CC, arts. 1.028-1.032) ou, ainda, quanto à dissolução da sociedade (CC, arts. 1.033-1.038). • À exceção das sociedades cooperativas e das sociedades por ações [soc. anônimas e soc. em comandita por ações], que, independentemente de seu objeto, foram classificadas pelo legislador, respectivamente, como simples e empresárias (CC, art. 982, parágrafo único), os demais tipos societários (em comum, em conta de participação, em nome coletivo, em comandita simples e limitada) poderão ser simples ou empresariais, conforme decorrer de seu objeto social (CC, art. 983). FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. Principais expressões societárias Sócio – É aquele que participa da sociedade (detém uma parte das quotas ou ações); é o gênero do qual acionista, cotista e cooperado são espécies. Lucro – É resultado positivo da empresa por ter obtido receitas maiores que suas despesas em certo período. Dividendo – Havendo lucro, é o retorno distribuído aos sócios na proporção de sua participação no capital social da sociedade. Prejuízo – É o resultado negativo da empresa em razão de suas despesas terem sido maiores que as receitas em determinado lapso temporal. Pro labore – É a remuneração do administrador/sócioque trabalha na empresa (é pago mesmo que não haja lucro no exercício). Direito de retirada – É a faculdade que o sócio tem de sair do quadro societário. Na sociedade anônima é chamado de direito de recesso. Cessão de quotas – É a alienação das quotas sociais, ou seja, o ato de transferir as quotas, como, por exemplo, por venda ou doação. Bibliografia Consultada: Negrão, Ricardo Manual de direito empresarial / Ricardo Negrão. – 10. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Mamede, Gladston Direito Societário – sociedades simples e empresárias / Gladston Mamede. – 12. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. Teixeira, Tarcisio Direito empresarial sistematizado : doutrina, jurisprudência e prática / Tarcisio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2018. FACULDADE UNAMA DIREITO DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. Tomazette, Marlon Curso de direito empresarial: Teoria geral e direito societário, v. 1 / Marlon Tomazette. – 8. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017.
Compartilhar