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MATERIAL COMPLEMENTAR- Intr. Sociedades - Sociedades simples x empresarias.pdf

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FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
 
DIREITO SOCIETÁRIO 
• Sub-ramo do Direito Empresarial que trata de sociedades voltadas 
à exploração de atividades econômicas, tanto da teoria geral quanto 
das espécies societárias. 
 
INTRODUÇÃO ÀS SOCIEDADES 
• Às relações societárias, ou seja, entre sócios e entre estes e a 
sociedade, não se aplica o Código de Defesa do Consumidor, uma 
vez que não se trata de relação de consumo; sendo, portanto, aplicável 
as regras do Direito das Sociedades: Código Civil ou leis especiais. 
➢ Jornada de Direito Comercial, promovida pelo Conselho da 
Justiça Federal em outubro de 2012 - Enunciado n. 19: “Não se 
aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre 
sócios/acionistas ou entre eles e a sociedade” 
 
Personalidade Jurídica da Sociedade 
• Sabemos que, no Direito, a pessoa pode ser natural (física) ou jurídica. 
 
• A personalidade jurídica é uma ficção jurídica, cuja existência decorre 
da lei. É evidente que às pessoas jurídicas falta existência biológica, 
característica própria das pessoas naturais. 
 
• Entretanto, para efeitos jurídicos (e, leia-se, para facilitar a vida em 
sociedade), concede-se a capacidade para uma entidade puramente 
legal subsistir e desenvolver-se no mundo jurídico. Sua realidade, dessa 
forma, é social, concedendo-lhe direitos e obrigações. 
 
• Pessoa jurídica é, portanto, uma entidade legalizada; um ente 
criado pela técnica jurídica como uma unidade orgânica e estável 
de pessoas para fins de natureza pública ou privada. 
 
• É completamente distinta dos indivíduos que a compõem, tendo 
personalidade jurídica, assim como a pessoa física, visando a obter 
direitos e contrair obrigações. 
 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
• As pessoas jurídicas de direito privado estão disciplinadas pelo art. 44 
do CC: 
➢ Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as 
associações; II - as sociedades; III - as fundações; IV - as 
organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas 
individuais de responsabilidade limitada. 
 
• O nascimento (criação) da sociedade legalizada ocorre a partir do 
registro do seu ato constitutivo [que pode ser o contrato social, o 
estatuto social ou o requerimento] no órgão competente, o que lhe 
confere personalidade jurídica. 
➢ Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito 
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, 
precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do 
Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por 
que passar o ato constitutivo. 
 
➢ Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele 
registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade 
empresária. 
 
• A sociedade está, portanto, entre as espécies de PJ previstas no 
art. 44, CC e só terá sua existência legal após o registro, conforme 
art. 45, CC. 
 
• Contudo, o Código Civil admite a existência de duas espécies não 
personificadas (ou seja, sem personalidade jurídica): sociedade em 
comum (arts. 986 a 990) e sociedades (contratos) em conta de 
participação (arts. 991 a 996), as quais serão estudadas posteriormente. 
 
[Os assuntos dos dois últimos tópicos serão vistos posteriormente, 
de forma mais aprofundada] 
 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
• Além de personificadas e não personificadas, as sociedades 
foram divididas, quanto ao objeto de suas atividades, em duas grandes 
categorias: as sociedades simples e as empresárias. [tratadas 
adiante] 
 
Conceito de Sociedade 
• Do art. 981, CC, extrai-se o conceito tradicional de sociedade como 
sendo o a união (contrato celebrado) entre pessoas físicas e/ou 
jurídicas, ou somente entre pessoas físicas [v. sociedade em nome 
coletivo - CC, art. 1.039], por meio do qual estas se obrigam 
reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de 
atividade econômica e a partilhar, entre si, os resultados. 
➢ Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas [físicas e/ou 
jurídicas] que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens 
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, 
entre si, dos resultados. 
 
• Em relação a esse conceito, salienta-se que, quando trata da 
partilha dos resultados, está se referindo aos resultados decorrentes 
da exploração da atividade econômica. Esses resultados podem ser 
lucros ou prejuízos. 
 
• Esse conceito de contrato de sociedade, previsto no art. 981 do 
Código Civil, vale para sociedades personificadas ou não, 
empresárias ou simples [conforme veremos adiante]. 
 
Atenção: Até a edição da Lei nº 13.874/2019 de abril de 2019 
(que instituiu os direitos de liberdade econômica), o direito brasileiro 
seguia o conceito tradicional de sociedade do art. 981, CC. 
 
• Contudo, com a edição da referida lei, que alterou o art. 1.052 do 
Código Civil, o direito brasileiro passou a admitir a sociedade limitada 
unipessoal, alterando, assim, o conceito contratualista de sociedade no 
Brasil. 
 
 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
➢ CC, Art. 1052. (...) 
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou 
mais pessoas. 
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de 
constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre 
o contrato social. 
 
• Apesar da filiação brasileira ao tradicional modelo contratualista de 
sociedade, já existiam, antes da Lei nº 13.874/2019, exceções a essa 
regra: 1– empresa pública criada por lei, cujo capital seja formado 
exclusivamente de recursos público do ente que a criou pode ser 
unipessoal (nesse caso, o único sócio é uma pessoa jurídica de direito 
público, ex: Correios -> capital social constituído integralmente pela 
União); 2– a sociedade subsidiária integral (uma S.A., cujo único 
sócio/acionista é uma outra sociedade brasileira, ou seja, outra pessoa 
jurídica); 3 – sociedade unipessoal de advocacia (formada por uma 
pessoa natural - advogado); 4 – falta de pluralidade de sócios (art. 
1.033, IV, CC). 
 
❖ Obs: sobre a empresa pública, a lei 13.303/2016 dispõe: 
➢ Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com 
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela 
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
 
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante 
permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito 
Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa 
pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito 
público interno, bem como de entidades da administração indireta 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
❖ Obs: sobre sociedade subsidiária integral, consultar arts. 251 a 253 
da lei 6.404/1976. 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
❖ Obs: sobre sociedade unipessoal de advocacia, consultar Lei nº 
13.247/2016, que reformouo Estatuto da OAB - Lei nº 8906/94, 
em seu art. 15 e parágrafos. 
 
❖ Obs: a falta de pluralidade de sócios constitui uma situação 
transitória (ex. por morte ou saída voluntária ou judicial de sócio), 
que, se não sanada no prazo de 180 dias, dissolve impõe a 
dissolução da sociedade. Essa regra contida no art. 1.033, IV, CC 
está no rol das aplicáveis às sociedades simples [as quais serão 
estudadas no momento oportuno]. 
 
Atenção: Com a promulgação da LLE (Lei nº 13.874/2019), permitindo 
a constituição de soicedade individual com responsabilidade limitada, 
esse dispositivo foi tacitamente revogado (art. 1.033, IV, CC). Assim, a 
perda da pluralidade de sócios não implica, necessariamente, a 
dissolução da sociedade limitada, podendo o sócio remanescente 
proceder à transformação da sociedade em EIRELI, (mantendo capital 
mínimo de cem salários mínimos) ou em sociedade limitada 
unipessoal, sem esse limite de 100 salários mínimos. 
 
Em suma: duas distinções devem ser realizadas, quando se fala no 
conceito de sociedade: 
 1ª) Sociedade não se confunde com empresa: 
✓ A sociedade é a instituição que pratica a atividade de empresa; 
✓ Nem sempre a atividade de empresa é exercida por uma sociedade, 
pois pode ser exercida pelo empresário individualmente (em 
contraposição à perspectiva contratualista); 
✓ Nem toda sociedade vai praticar a atividade de empresa, pois pode 
ter como objeto atividade não empresarial (sendo assim uma 
sociedade simples). 
 2ª) Sociedade nem sempre é sempre pessoa jurídica. 
✓ A sociedade está entre as espécies de PJ previstas no art. 44, CC 
e só terá início após o registro, conforme art. 45, CC. 
✓ Contudo, o CC admite a existência de duas espécies não 
personificadas: sociedade em comum (arts. 986 a 990) e 
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 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
sociedades (contratos) em conta de participação (arts. 991 a 996), 
as quais serão estudadas posteriormente. 
 
 
Sociedades empresárias x sociedades simples 
 
Dicotomia: 
• Com o Código Civil de 2002, estabeleceu-se a dicotomia entre 
sociedades simples e empresárias (diferentes pela natureza da 
atividade exercida). 
 
• Em ambas, há o exercício de atividades econômicas, mas as 
sociedades empresárias exercem atividade própria de empresário sujeito 
a registro [atividade econômica organizada para a produção ou 
circulação de bens ou serviços e a lei lhes impõe uma obrigação de 
registro] e as simples não (art. 982, CC). 
 
➢ Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
 
• A expressão “simples” foi cunhada pelo legislador brasileiro, para 
então distinguir as sociedades que exercem atividade econômica sem, 
contudo, submeterem-se à definição de empresariais. 
 
• Ou seja, as sociedades simples são aquelas destinadas ao exercício 
das demais atividades econômicas, como as atividades de natureza 
intelectual, científica ou artística (art. 966, parágrafo único, CC), salvo 
se constituírem elemento de empresa. 
➢ Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação 
de bens ou de serviços. 
 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce 
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, 
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
• Tal classificação se deve ao papel secundário que a organização dos 
fatores da produção toma em tais atividades, nas quais o caráter pessoal 
é que predomina, em oposição à atividade do empresário, em que a 
organização assume papel predominante. 
 
• No conceito adotado pelo Código Civil de 2002 a expressão “simples” 
faz distinção entre o empresário e o não empresário, na mesma linha da 
dicotomia anterior existente entre o ato de comércio e o ato civil. 
 
• “Simples”, no sistema da empresalidade (adotado pelo CC/02) 
distingue, portanto, a atividade empresarial daquela não empresarial, na 
mesma linha que, no sistema anterior (CC/1916), “sociedade civil” 
separava as sociedades não comerciais daquelas que exerciam atos de 
comércio com habitualidade e profissionalidade (“sociedades 
mercantis”). 
 
• Dentro da estrutura do Direito de Empresa, a diferenciação ocorre, por 
conseguinte, no confronto entre a atividade empresarial [complexo 
de atos de natureza econômica, realizados profissionalmente sob uma 
organização] e os atos que não constituem atividade empresarial. 
 
• Distingue-se, pois, a sociedade empresária da simples porque sua 
atividade é caracterizada por três elementos formadores: a) a 
economicidade – consistente na criação de riquezas; b) a organização – 
representada por uma estrutura visível, de fatores objetivos e subjetivos 
de produção; e c) a profissionalidade – ou habitualidade de seu 
exercício. 
 
• Segundo o doutrinador GLADSTON MAMEDE, em sua obra DIREITO 
SOCIETÁRIO – SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESÁRIAS, 12ª EDIÇÃO 
(2020), essa divisão do CC em sociedades simples e empresárias atende 
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 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
a uma compreensão medieval da sociedade humana, com raízes na 
estrutura social greco-romana: o civil corresponderia ao patriciado (ao 
pater famílias, o cabeça do casal), com uma ética própria. Em oposição, 
fora de tais estruturas nobres (aristocráticas), estaria o mercantil 
também chamado comercial ou empresarial) que seria fundado numa 
ética da compreensão econômica da realidade. No entanto, a sociedade 
mudou, razão pela qual já estamos maduros para uma unificação da 
compreensão jurídica das atividades negociais. Isso só não ocorre 
porque há quem ganhe com essa divisão artificial e, assim, resiste à 
evolução simplificadora. 
 
• Em suma, são sociedades simples aquelas que exercem as 
atividades não empresariais ou que exercem atividade de 
empresário rural sem se registrar na junta comercial. 
 
Atividades rurais: 
• Lembremos que, em relação às atividades empresariais rurais, não há 
obrigação do registro (art. 971, CC), mas uma faculdade. 
➢ Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal 
profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 
968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de 
inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário 
sujeito a registro. 
 
• Relembrando TGE: exige-se do empresário, antes do início de suas 
atividades, o registro na Junta Comercial, mas, para aqueles que 
exercem uma atividade econômica rural, esse registro é facultativo. 
 
• Assim, se o empreendedor que exerça uma atividade econômica rural 
não se registrar na Junta Comercial, ele não será considerado 
empresário para os efeitos legais. Por conseguinte, ele não se sujeitará 
ao regime jurídico da Lei nº. 11.101/2005, por exemplo, que versa sobre 
a falência e recuperação de empresas. 
 
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 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
• Por outro lado, caso ele opte pelo registro, será considerado 
empresário para todos os efeitos legais. 
 
• Analogamente, as sociedades que desempenham atividaderural 
podem assumir a condição de empresárias se fizerem o registro na 
junta comercial. Em caso contrário, assumem a condição de sociedades 
simples. 
 
• Portanto, ressalvada a hipótese da atividade rural, não são os sócios 
que definem se a sociedade é simples ou empresária: a definição 
decorre, pois, do próprio objeto social, com exceção do previsto no 
parágrafo único do art. 982, CC: 
➢ Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a 
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
 
➢ Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, 
de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com 
as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público 
de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de 
inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade 
empresária. 
 
 
• Relembrando TGE: para quem exerce atividade econômica rural, o 
registro na Junta Comercial tem natureza constitutiva — e não 
declaratória, como ocorre nos demais casos. Isso porque, o registro não 
é pré-requisito para que se considere alguém como empresário, mas, 
tão somente, uma obrigação imposta por lei aos praticantes de uma 
atividade econômica empresária. 
 
• Ricardo Negrão [em curso de Direito Comercial e de Empresa 1, 2020, 
cap.14, item 14.8.3], considerando a natureza da atividade econômica 
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 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
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desenvolvida, denomina “Sociedades empresárias por natureza” as 
sociedades empresárias por força de lei (CC, art. 982) e “Sociedades 
empresárias por equiparação”, as sociedades empresárias que 
tenham por objeto o exercício de atividade rural (CC, art. 984). 
 
Sociedade de advocacia: 
• Do ponto de vista classificatório, a sociedade de advocacia (seja 
unipessoal ou pluripessoal) é uma sociedade simples (eis que exerce 
atividade de natureza intelectual). 
 
• Contudo, seu registro não se dá no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, mas sim nas Seccionais da OAB (Lei n. 8.906/94, art. 
15, § 1º). A explicação está no fato de que, mesmo que pudesse 
haver o elemento de empresa, a sociedade de advogado jamais 
poderia ser empresária sujeita a registro na Junta Comercial. 
 
➢ Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de 
prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade 
unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no 
regulamento geral. [Redação dada pela Lei nº 13.247/2016] 
 
§ 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de 
advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro 
aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da 
OAB em cuja base territorial tiver sede. 
 
ATENÇÃO: 
• Algumas sociedades simples podem assumir as mesmas formas 
societárias que as sociedades empresárias. Explico melhor a seguir. 
 
• A sociedade simples quanto ao objeto [ou seja, que não exerce 
atividade empresarial], pode assumir a forma de um dos seguintes 
tipos societários destinados às sociedades empresárias previstos no CC: 
 1-sociedade simples (em sentido estrito); 
 2-sociedade em nome coletivo; 
 3-sociedade em comandita simples; 
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 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
 4-sociedade limitada; 
 5-sociedade cooperativa; 
 
➢ Sociedade simples lato sensu: sociedade que não tem por 
OBJETO atividade de empresa. 
 
➢ Sociedade simples stricto sensu: espécie de sociedade 
simples [ou seja, que não tem por objeto atividade de empresa], 
e que assume a FORMA de sociedade simples (ou seja, 
constitui-se segundo as regras peculiares às sociedades simples - 
arts. 997 a 1.038, CC]. 
 
• A sociedade empresária [ou seja, que tem por objeto o exercício 
de atividade empresarial], pode assumir as seguintes formas 
previstas no CC: 
 1-sociedade em nome coletivo; 
 2- sociedade em comandita simples; 
 3- sociedade limitada; 
 4- sociedade em comandita por ações; 
 5-sociedade anônima; 
 
➢ Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um 
dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; [1- soc. em nome 
coletivo; 2-soc. em comandita simples; 3- soc. limitada; 4- soc. 
anônima; 5- soc. em comandita por ações] a sociedade simples 
pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não 
o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. [ou seja, 
submete-se às regras das sociedades simples – art. 997 a 1.038 
do Código Civil de 2002]. 
 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à 
sociedade em conta de participação [tipo de soc. não 
personificada] e à cooperativa [Lei 5.764/71], bem como as 
constantes de leis especiais [soc. anônimas e soc. em comandita 
por ações – Lei 6.404/76] que, para o exercício de certas 
atividades, imponham a constituição da sociedade segundo 
determinado tipo. 
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 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
 
• Portanto, a concepção legislativa brasileira atribuiu às sociedades 
simples duplo papel: 
 
1º) distinguir o objeto social da atividade que será sempre não 
empresarial (CC, art. 982); 
 
2º) prover um modelo para os demais tipos societários [p/ a soc. em 
comum (não personificada) – art. 986, CC; p/ a soc. em conta de 
participação (não personificada) - art. 996, CC; p/ a soc. em nome 
coletivo – art. 1.040, CC; p/ a soc. em comandita simples – art.1.046, 
CC; p/ a soc. limitada – art. 1.053 e p/ a soc. cooperativa – art. 1.096, 
CC]. 
➢ Quanto à função de servir como padrão para outras sociedades, 
suas regras legislativas serão utilizadas pelos demais tipos 
societários, nos aspectos não específicos dessas sociedades, 
porque não previstos em contrato ou, ainda, porque o legislador 
deles não tratou. 
➢ É o ocorre com questões que envolvem a administração da 
sociedade (CC, arts. 1.010- 1.021), na relação com terceiros (CC, 
arts. 1.022-1.027), na resolução da sociedade em relação a um 
sócio (CC, arts. 1.028-1.032) ou, ainda, quanto à dissolução da 
sociedade (CC, arts. 1.033-1.038). 
 
• À exceção das sociedades cooperativas e das sociedades por 
ações [soc. anônimas e soc. em comandita por ações], que, 
independentemente de seu objeto, foram classificadas pelo legislador, 
respectivamente, como simples e empresárias (CC, art. 982, 
parágrafo único), os demais tipos societários (em comum, em conta 
de participação, em nome coletivo, em comandita simples e limitada) 
poderão ser simples ou empresariais, conforme decorrer de seu 
objeto social (CC, art. 983). 
 
 
 
 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
Principais expressões societárias 
Sócio – É aquele que participa da sociedade (detém uma parte 
das quotas ou ações); é o gênero do qual acionista, cotista e cooperado 
são espécies. 
Lucro – É resultado positivo da empresa por ter obtido receitas 
maiores que suas despesas em certo período. 
Dividendo – Havendo lucro, é o retorno distribuído aos sócios 
na proporção de sua participação no capital social da sociedade. 
Prejuízo – É o resultado negativo da empresa em razão de suas 
despesas terem sido maiores que as receitas em determinado lapso 
temporal. 
Pro labore – É a remuneração do administrador/sócioque trabalha 
na empresa (é pago mesmo que não haja lucro no exercício). 
Direito de retirada – É a faculdade que o sócio tem de sair 
do quadro societário. Na sociedade anônima é chamado de direito de 
recesso. 
Cessão de quotas – É a alienação das quotas sociais, ou seja, 
o ato de transferir as quotas, como, por exemplo, por venda ou doação. 
 
 
 
Bibliografia Consultada: 
 
Negrão, Ricardo 
Manual de direito empresarial / Ricardo Negrão. – 10. ed. – São Paulo: 
Saraiva Educação, 2020. 
 
Mamede, Gladston 
Direito Societário – sociedades simples e empresárias / Gladston 
Mamede. – 12. ed. – São Paulo: Atlas, 2020. 
 
Teixeira, Tarcisio 
Direito empresarial sistematizado : doutrina, jurisprudência e prática / 
Tarcisio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo : 
Saraiva Educação, 2018. 
 
 FACULDADE UNAMA 
 DIREITO 
 DISCIPLINA SOCIEDADES EMPRESARIAIS 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR – PROFESSORA RAISSA NERY – MARÇO 2020. 
 
Tomazette, Marlon 
Curso de direito empresarial: Teoria geral e direito societário, v. 1 / 
Marlon Tomazette. – 8. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017.

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