Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 Dúvidas 1. A origem dos leucócitos: células tronco, mieloides e linfoides? Células tronco hematopoiéticas. 2. Mastócitos se classificam como leucócitos granulócitos? Não aparecem no Leucograma, pois só estão no tecido. 3. A atípica linfocitária está associada com neutropenia na infecção aguda porque os neutrófilos vão fagocitar muitos microrganismos agressores (aguda) e morrer, e os linfócitos adquirem formas irregulares, virando imunoblastos, por que? Imunoblasto é um linfócito que está sendo ativado. 4. A diferença entre linfócito TCD8 + e NK, é que NK não apresenta receptor TCR enquanto o linfócito TCD8 + apresenta? NK é uma resposta imune inata (inespecífico) e TCD8 + resposta imune adquirida (específico, reconhece o antígeno via MHC)? TCD8 tem TCR só funciona para antígeno específico MHC. 5. O desvio à direita acontece porque os neutrófilos após fagocitarem ficam por mais tempo na forma de neutrófilos hiper segmentados, não evoluindo para morte? O desvio à direita acontece por alguma deficiência na medula, eles estão envelhecendo mais. 6. Quando ocorre desvio à esquerda o neutrófilo bastonete que foi para o sangue e realizou fagocitose ele vai amadurecer para neutrófilo segmentado e então para hiper segmentado, piócito e morrer? ou ele vai de neutrófilo bastonete direto para a forma hiper segmentada, piócito e morte? O neutrófilo sofre seu caminho natural independente de o desvio a esquerda ocorrer! Sistema complemento: conjunto de proteínas da imunidade inata que atua juntamente com o sistema imune. O sistema complemento corresponde a um conjunto de proteínas que promove uma cascata de sinalização, formação de complexos ataques de membrana, causando a lise ou fagocitose do patógeno. Definição é um conjunto formado na sua maior parte por cerca de 30 proteínas plasmáticas ou séricas, sintetizadas por hepatócitos e por macrófagos que podem ser ativadas através de 3 diferentes vias, com reações sequenciais ou em cascata. Cada componente ativado é capaz de ativar um outro componente do sistema complemento. . Composto de aproximadamente 30 proteínas instáveis, sensíveis ao aquecimento estão presentes constantemente no soro na forma inativa. . Início de síntese no primeiro trimestre da vida fetal . Produzidas pelo fígado e por macrófagos . Há 3 vias para ocorrer ativação: via clássica (depende de anticorpos), via alternativa e via lectina Sangue contém plasma e células Plasma é o sangue sem células Soro é o plasma sem os componentes da coagulação Soro inativado é o soro sem as proteínas do complemento Nomenclatura . moléculas precursoras C (1-9) via clássica e B, D, P via alternativa . fragmentos: letras a, b . componente inativado: prefixo i (iC3b) . produto ativo barra (C1s) A via clássica e da lectina são bem parecidas O objetivo de todo sistema complemento é gerar C3 convertase. É muito comum isso no sistema biológico, ter diferentes vias de ativação para resultar numa mesma coisa. C3 no soro é a molécula do complemento mais comum, as segundas mais comuns no soro são a C4 e B. Resumo das funções das proteínas do complemento . benéficas: opsonização para potenciar a fagocitose; quimiotaxia e ativação de fagócitos; lise de bactéria e células infectadas ou transformadas; regulação da resposta de anticorpos; limpeza de imunocomplexos; fagocitose de células apoptóticas. . maléficas: inflamação e anafilaxia. Ação biológica Sistema complemento 2 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 . opsonização de microrganismos . lise celular . ativação leucocitária . quimiotaxia atração das células fagocíticas ao local da infecção . regulação da resposta imune inflamatória: vasodilatação no local da inflamação; aderência e passagem dos fagócitos pelo endotélio Existem dois tipos de C3 convertase, o C3 convertase (C4b2a) da via clássica e lectina e o C3 convertase (C3bBb) da via alternativa. A C3bBb se entrar em contato com a C3 ela divide a C3 em duas C3b e C3a. A C3a é uma molécula pró inflamatória, enquanto a C3b é uma molécula que promove eliminação, ataque a membrana ou formação de imunocomplexos. Via clássica → ocorre na sequência da formação de complexos antígeno anticorpo Via de alternativa → inicia-se de forma espontânea e contínua no plasma. Inicia-se por contato com peptideoglicanos bacterianos Gram +. Não necessita de anticorpo para a ativação. Via das lectinas → Ativada diretamente por bactérias ou vírus sendo depois capaz de interagir com proteínas com capacidade enzimática idêntica às da via clássica. Via clássica antígeno anticorpo → C1, C4 e C2 Necessidade de reconhecer antígeno e anticorpo, é ativada por essa interação. A ligação de antígeno anticorpo provoca uma mudança conformacional no anticorpo que abre um sítio de ligação para C1 C1: 6 moléculas C1q, C1r e C1s tem atividade para a ativação do complemento. C1qr2s2 liga-se a 1 IgM ou a 2 IgG. IgM> IgG3> IgG1> IgG2. C1q se liga à IgM, as subunidades C1r e C1s irão ativar o complemento. C1 q não tem atividade enzimática nenhuma apenas C1r e C1s. C1 ligado ao microrganismo invasor irá atrair C4, atração substrato enzima. C4 será clivado em C4a e C4b pela c1 ativa. C4b vai para superfície e C4a é solúvel e vai atuar em outro lugar. C4b é uma C2 convertase, capaz de clivar a molécula de C2. Quando C4 b cliva a molécula de C2 será liberado C2b, e C4b ficará junta a C2a. Estas duas unidades unidas forma a C3 convertase. Em geral, com exceção da C2 todas as subunidades a vão para a circulação sistêmica e todas as subunidades b vão para a membrana da célula alvo. Resumindo… Via clássica ativa-se quando uma molécula de C1 reconhece o complexo anticorpo-antígeno levando a sua ativação (C1), gerando a C3 convertase (C4b2a). C4b2a, C3 convertase, irá clivar C3 em C3a que vai para a circulação sistêmica, e C3b vai atuar na membrana da célula alvo. Via da lectina → muito similar à via clássica! MBL MASP manose de ligação a lectina na superfície de patógenos → C4 e C2 . similar à via clássica . MBL (lectina que se liga à manose da superfície bacteriana e interage com MASP1 e MASP2) . liga-se à resíduos de carboidratos na superfície de bactérias e passa por uma mudança conformacional . semelhante à Cq1 (é capaz de ativar a via clássica na ausência de C1q) . MASP1: cliva C4 e C2 → C4b2a . MASP2: cliva C3 diretamente, mas ele não é tão eficaz quanto C4b2a 3 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 As MASP ligam-se a açúcares na membrana dos microrganismos invasores. O sistema das lectinas é ativo quando MASP 1 cliva C4 formando MC4b e C4a. MC4b cliva C2, formando C4b2a, C3 convertase. Resumindo… ativa-se quando o uma molécula de MBL reconhece manose ativando MASP, que gera a C3 convertase do tipo C4b2a clivando C4 e C2. Via alternativa Patógenos de superfície → C3, B e D. . não há formação do complexo antígeno-anticorpo . pode ser ativada pelas C3b ou C3. H2O, ou por alguns tipos de parede celular. . ativação: fator D (equivalente ao C1s); fator B (equivalente ao C2); C2b ou C3. H2O (equivalente ao C4b); properdina ou fator P (estabiliza a C3 convertase) Para que a via alternativa seja ativada é necessária a presença de C3b ou C3.H2O, ou por alguns tipos de parede celular. O C3b está na superfície do patógeno, o fator B se acopla a C3b. O fator D tenta desacoplar o fator B do C3b, formando C3bBb (C3 convertase) e liberando Ba. Resumindo… Fator B se liga C3b (gerado por autoclivagem na superfície de bactérias gram+ ou das vias do complemento), e o Fator B é clivado pelo fator D, gerando a C3 convertase do tipo C3bBb Consequências do sistema complemento . opsonização: C3b é uma importante opsonina; reveste o microrganismo e liga-se aos receptores (CR1-4) nos macrófagose neutrófilos. . recrutamento celular e ativação: C4a, C3a, C5a (anafilotoxinas-degranulação); C3a, C5a (quimiotáticos) . lise celular (bactérias, vírus envelopados) . remoção dos complexos imunológicos: C3b-Ac-Ag liga-se aos receptores CR1 nos eritrócitos, passam pelo fígado, baço onde são capturados pelos macrófagos. Via comum das vias C3 convertases (C4bBb e C4b2a) C3b ativa 3 funções do complemento: aumenta a fagocitose de patógenos, ajuda na remoção de imunocomplexos e também ajuda na ativação de ataque a membrana. A geração de C5 convertase leva ao início da via lítica → gerar um poro na célula alvo. Como gerar a C5 convertase? Quando C4b2a cliva C3 é formada a molécula C4b2a3b, a ligação da C4b2a com 3b é reversível, ou seja, o 3b se desligando da C4b2a a C3 convertase é restabelecida. C5a pró inflamatória aflatoxina, enquanto C5b ativa o complexo de ataque a membrana. Se uma C3bBb se liga a C3b, forma-se a C5 convertase. A C5 convertase cliva C5 em C5a e C5b. Para acontecer o complexo de ataque a membrana tem que ter a presença de C5b. Ao gerar C5b ocorre quimioatração (tipo de atração ânion (-) com cátion (+) com o C6. C5bC6 irão se ligar a C7, formando o complexo C5bC6C7. O C5bC6C7 se adere à membrana da célula e C8 é inserido na membrana da célula. Em seguida, C9 são adicionadas à membrana da célula-alvo, formando o poro de poliC9. Esse poro é formado por 10-16 moléculas de C9 ligadas lado a lado. O poro poliC9 é um poro de complexo de ataque a membrana, esse poro promove a lise do microrganismo por desequilíbrio eletrolítico e saída do seu material em seu interior, lise celular. 4 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 Consequências do sistema complemento Opsonização e fagocitose A ineficiência na eliminação de imunocomplexos podem causar hipersensibilidade III como glomerulonefrites. Eritrócitos CR1 ajudam na limpeza de imunocomplexos na circulação sistêmica. 5 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 Propriedades biológicas da ativação de componentes do sistema complemento Produto Efeitos biológicos Regulação C2b Edema C1-INH C3a (anafilotoxina) Degranulação de mastócito → aumento da permeabilidade vascular Carboxipeptidase - B (C3-INA) C3b (opsonina) Opsonização → ativação de fagócito Fatores H & I C4a (anafilotoxina) Como C3a, mas menos potente C3 INA C4b (opsonina) Opsonização → fagocitose C4-BP, Fator I C5a (fator quimiotático) Anafilático como C3a, mas muito mais potente; atrai e ativa PMN, causa agregação, estimulação de explosão respiratória e liberação de leucotrienos Carboxipeptidase C (C3-INA) C5b67 Quimiotaxia, combina- se com outras membranas Proteína-S Efeito biológico mediado pelos produtos do complemento Efeito Produto do complemento Lise celular C5b-9, complexo de ataque a membrana (MAC) Resposta inflamatória . degranulação de mastócitos e basófilos C3a, C4a, C5a (anafilotoxinas) . degranulação de eosinófilos C3a, C5a . extravasamento e quimiotaxia de leucócitos para o sítio inflamatório C3a, C5a, C5b67 . agregação plaquetária C3a, C5a . inibição de monócitos/ migração de macrófagos e indução de sua propagação Bb . liberação de neutrófilos da medula C3c . liberação de enzimas hidrolíticas de neutrófilos C5a . redução da expressão de receptores do complemento tipo 1 e 3 (CR1 e CR3) do neutrófilo C5a Opsonização de antígenos, aumentando sua fagocitose C3b, C4b, iC3b Neutralização viral C3b, C5b-9 (MAC) Solubilização e limpeza de imunocomplexos C3b Controle do sistema complemento É realizado por proteínas solúveis e ligadas a membrana de diferentes tipos de células. As proteínas regulatórias inativam vários componentes do SC. Algumas proteínas de membrana impedem a formação do poro se os componentes do SC forem da mesma espécie que a célula alvo. 6 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 Deficiências do sistema complemento Via alternativa: repetidas infecções bacterianas (meningite, pneumonia); glomerulonefrite, síndrome hemolítica urêmica, “degeneração da mácula” → C3, FD, FH, FI, properdina Via clássica: repetidas infecções bacterianas, glomerulonefrite, doenças autoimunes (lúpus) → C1, C4 e “C3”; angioedema → inibidor de C1 Via das lectinas: repetidas infecções bacterianas, glomerulonefrite, doenças autoimunes (lúpus) → MBL~C1q Via terminal comum: repetidas infecções bacterianas (meningite) → C6, C7, C8 e C9 Rascunho mapa mental do sistema complemento Função/ ação biológica: opsonização de microrganismos . lise celular . ativação leucocitária . quimiotaxia atração das células fagocíticas ao local da infecção . regulação da resposta imune inflamatória: vasodilatação no local da inflamação; aderência e passagem dos fagócitos pelo endotélio Componentes e determinadas funções C1q → Liga-se ao anticorpo que está complexado ao antígeno C1r e C1s → Possuem atividade enzimática para clivar C4 C2a → Liga-se a membrana junto ao c4b para formar C3 convertase C2b → Segue para a circulação sistêmica C3a → Molécula pró inflamatória C3b → Liga-se a membrana junto ao C4b e C2a para formar C5 convertase C4a → segue para a circulação sistêmica C4b → Junto com a C2a forma a C3 convertase na membrana da célula-alvo C5a → Peptídeo pequeno mediador da resposta inflamatória C5b → Ativa o complexo de ataque a membrana, uma vez que realiza quimioatração do C6, formando C5bC6 C6 → Forma junto com C5b o complexo C5bC6 que realiza ligação com C7. C7 → Forma junto com C5bC6 o complexo C5bC6C7, que por sua vez realiza ligação com C8 C8 → Forma o complexo C5bC6C7C8, responsável por inserir C9 na membrana da célula alvo, iniciando a polimerização do poro poliC9. C9 → constitui o poro de ataque à membrana, poro poliC9. MASP1 → responsável por clivar C4 e C2, formando C4b2a, na via da lectina. MASP2 → responsável por clivar C3 diretamente na via da lectina. Fator D → Age sobre o complexo C3bB, formando o C3 convertase pouco estável, via alternativa Fator P → Estabilizados da C3bBb, via alternativa Fator B → Liga-se ao C3b, via alternativa C4b2a → C3 convertase, via clássica e da lectina C3bBb → C3 convertase, via alternativa C4b2a3b → C5 convertase, via clássica e da lectina C3bBb3b → C5 convertase, via alternativa Vias de ativação Via clássica → Necessita da formação do complexo antígeno- anticorpo; envolve os complementos C1, C4 e C2 Via da lectina → Necessita do reconhecimento da manose na membrana do agente invasor pela lectina, o que ativa o MASP. Envolve os complementos C4 e C2, além da lectina ligante à manose. Via alternativa → Envolve o complemento C3 e os fatores B e D que devem estar presentes na superfície dos patógenos. Doenças e deficiências Na via clássica → repetidas infecções bacterianas, glomerulonefrite, doenças autoimunes (lúpus), envolvendo C1(C1q, C1r, C1s), C4 e “C3” Na via da lectina → repetidas infecções bacterianas, glomerulonefrite, doenças autoimunes (lúpus), envolvendo MBL C1q Na via terminal comum → repetidas infecções bacterianas (meningite), envolvendo C6, C7, C8 e C9 ED – Sistema Complemento O Sistema Complemento é composto por proteínas de membrana plasmática e solúveis no sangue e participam das defesas inatas (natural) e adquiridas (memória). Essas proteínas reagem entre elas para opsonizar os patógenos e induzir uma série de respostas inflamatórias que auxiliam no combate à infecção. Inúmeras proteínas do complemento são proteases que se auto ativam por clivagem proteolítica. Introdução Denomina-se complemento um complexo sistema multiproteico com mais de 30 componentes, na sua maioria proteínas plasmáticas, cujas funções principais são a defesa frente às infecções por microrganismos, a eliminação dacirculação dos complexos antígeno-anticorpo e alguns dos seus fragmentos atuam como mediadores inflamatórios. O complemento é um dos mecanismos efetores mais importantes da resposta imune inata. Quando um microrganismo penetra no organismo, normalmente provoca a ativação do complemento. Como resultado da sua ativação e amplificação, alguns componentes do complemento 7 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 depositam-se sobre a superfície do patogénico responsável pela ativação, o que determina a sua destruição (lise) e/ou a sua eliminação por células do sistema fagocítico. Para que o sistema complemento expresse a sua atividade é necessária a sua ativação prévia. As atividades mais importantes de defesa do hospedeiro são efetuadas por C3 e C5, estruturalmente semelhantes. A clivagem de tais proteínas é feita por proteases altamente específicas, as convertases. Existem três C3 convertases (C4b2a, C3(H20)Bb, C3bBb) e duas C5 convertases (C4b2a3b, C3bBb3b), organizadas durante a ativação das três vias do complemento, denominadas vias: clássica, da lectina, e alternativa. Uma das funções do sistema complemento é a opsonização, ou seja, a facilitação para o processo de fagocitose. Via clássica Nessa via a montagem e a organização das convertases são habitualmente iniciadas por anticorpos da classe IgG ou IgM formando complexos com o antígeno. Várias outras substâncias, tais como os complexos da proteína C-reativa (PCR), determinados vírus e bactérias Gram-negativas, também podem ativar esta via. Os ativadores são reconhecidos por C1q, uma das três proteínas do complexo C1. Esta ligação ativa C1r que ativa a proenzima C1s. Então, C1s ativado cliva C4, resultando na fixação covalente do seu principal fragmento, C4b, à superfície do ativador. O componente C2 liga-se a C4b e é clivado por C1 em dois fragmentos (este processo necessita da intervenção de Ca++ o Mg++), dos quais C2a permanece ligado a C4b, completando a montagem do complexo C4bC2a, que é a C3 convertase da via clássica. Esta cliva C3 resultando na ligação de C3b à superfície do ativador e na ligação posterior de C3b à subunidade C4b2a, formando a C4b2a3b que é C5 convertase da via clássica. Via da Lectina A via da lectina utiliza uma proteína similar a C1q para ativar a cascata do complemento, a lectina ligadora de manose (MBL). A MBL liga-se a resíduos de manose e outros açúcares, organizados em um padrão, que recobrem superficialmente muitos patógenos. A lectina ligadora de manose é uma molécula formada por duas a seis cabeças, semelhante a C1q, que formam um complexo com duas serina proteases a MASP-1 e MASP-2. MASP-2 é similar as proteínas C1r e C1s. Quando o complexo MBL liga-se à superfície de um patógeno, MASP-2 é ativada para clivar C4, em C4a e C4b, e C2 em C2a e C2b, originando a C3 convertase da via da lectina - C4b2a. O papel de MASP-1 ainda não está bem claro na ativação do complemento. As pessoas deficientes em MBL têm maior suscetibilidade a infecções na infância, o que mostra a importância da via da lectina na defesa do hospedeiro [4]. Esta via participa da resposta imune inata, uma vez que não é mediada por anticorpos. Via Alternativa Esta via foi denominada alternativa por razões históricas, por ter sido descoberta após a via clássica. A ativação desta via inicia-se a partir da hidrólise espontânea tiol-éster localizada na cadeia alfa do componente C3, gerando o C3(H20). Esta molécula exibe sítios reativos que permite a ligação de uma proteína plasmática, fator B (fB), formando o complexo C3(H2O)B. O fB então é clivado por uma enzima denominada fator D (fD). Esta clivagem origina 2 fragmentos Ba e Bb. O fragmento Bb fica ligado a C3(H2O), gerando o C3(H2O)Bb, que na presença de íons Mg++, tem atividade serino- protease, clivando o C3 em C3a e C3b. Assim como o C3(H2O), C3b também apresenta sítio de ligação com o fB. Formando o complexo C3bBb, após clivagem do fB em fBb e fBa pelo fD. O C3bBb atua então como C3 convertase, clivando mais moléculas de C3, formando C3bBb3b que cliva C5 em C5a e C5b. O fragmento C5b permanece ligado ao complexo e os outros componentes (C6, C7, C8 e C9) se ligam para a formação MAC. Esta via faz parte da resposta imune inata, uma vez que não é mediada por anticorpos. Complexo de Ataque à Membrana (MAC) A clivagem de C5 pela C5-convertase produz C5a, que é lançado nas vizinhanças do plasma onde é uma potente anafilotoxina (como C3a) e uma agente quimiotático para neutrófilos; C5b, que serve como uma âncora para a formação de uma única estrutura composta por C6, C7 e C8. O complexo resultante C5b-6-7-8 guia a polimerização de até 18 moléculas de C9 em um tubo inserido na bicamada lipídica da membrana plasmática. Esse tubo forma um canal permitindo a passagem de íons e pequenas moléculas. Água entra na célula por osmose e a célula sofre lise. QUESTÕES 1 – O que é Sistema Complemento e onde encontramos as proteínas que o compõem? O sistema complemento é composto por várias proteínas presentes no soro normal de seres humanos e é responsável por aumentar os efeitos dos outros componentes de sistema imune, sendo fundamental para o sistema imune inato. 2 – Cite o que é necessário para ativação das vias do complemento? Via clássica: é ativada pela formação do complexo antígeno- anticorpo para a ativação de C1. Via da lectina: é ativada pela presença de manose na superfície de membrana do microrganismo para que o MBL se ligue e ative as proteases que clivam C2. Via alternativa: pode ser ativada por várias substâncias específicas relacionadas na superfície de células. 3 – Quais as funções principais do Sistema Complemento para resposta imune? Opsonização: marcação de microrganismo para fagocitose; quimiotaxia: recrutamento de neutrófilos e aumento da aderência desses ao endotélio; anafilaxia: estímulo para a degranulação de mastócitos; e citólise: resulta na perda da integridade da membrana celular de uma célula infectada, levando-a a lise; aumento da produção e anticorpos por células B ativadas pela ligação de C3b. 4- O que é o complexo de ataque a membrana? Qual sua função? É comum para todas as vias? É um complexo que cria um poro na membrana plasmática da célula, levando a lise. Sua função é a morte celular através do desequilíbrio osmótico. Esse complexo é comum para todas 8 AV1 – Imuno – Prof. Túlio – Fernanda Pereira - 6º período – 2019.2 as vias, uma vez que todas produzem C5b. A C5b serve como uma âncora para a formação de uma única estrutura composta por C6, C7 e C8. O complexo C5b678 serve de ponto de ancoragem para a formação do poro poli9 (10-16 complexos 9), o complexo de ataque a membrana.
Compartilhar