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AULA 2 - COESÃO TEXTUAL, REFERENCIAÇÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

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- -1
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO DA 
ESCRITA
COESÃO TEXTUAL, REFERENCIAÇÃO E 
COERÊNCIA TEXTUAL
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Identificar os processos metafóricos e metonímicos;
2. relacionar esses processos nos textos técnicos;
3. diferenciar denotação e conotação nos textos.
1 Coesão textual, referenciação, coerência textual
Produzir um texto implica estruturar os elementos linguísticos (morfemas, palavras, expressões, frases,
parágrafos, capítulos etc) de tal forma que a sequência resultante possa ser percebida, “na recepção, como
constituindo uma unidade significativa global.” (KOCH/TRAVAGLIA, 1990: 45).
Implica, ainda, estabelecer entre os segmentos do texto (enunciados, partes de enunciados, parágrafos e mesmos
sequências textuais) “diversos tipos de relações semânticas e/ou pragmáticas, à medida que faz o texto
progredir.” (KOCH: 1989: 49).
Para que essa estrutura seja percebida através de uma leitura interativa entre texto e leitor, lança-se mão dos
recursos e elementos de coesão, analisados a seguir.
2 Coesão
A (entendida como os nexos, os laços entre elementos da superficie textual) constitui parte docoesão
conhecimento linguístico. O uso de recursos de coesão pode afetar a maneira como os usuários de textos
percebem sua legibilidade e a forma como esses recursos afetam essa percepção. A coesão é entendida como a
operação que responde, do ponto de vista textual, pela organização das unidades linguísticas do texto e pela
conservação/ progressão das informações nele contidas.
Ao falar desses mecanismos e recursos de coesão, estaremos nos referindo ao modelo de Koch (2005), que
privilegia a coesão referencial e a coesão sequencial, modelo mais simples para observar o texto e mais próximo
do escopo de nossas aulas. A Linguística Textual denomina coesão referencial aquela em que um elemento da
superfície textual faz remissão a outro(s) componente(s) da textualidade discursiva. É o que comumente
chamamos de retomada textual. O primeiro elemento é denominado forma referencial ou remissiva e o segundo
elemento de referência ou referente textual (VILELA; KOCH, 2001).
- -3
3 Referenciação
O é uma das formas de estabelecimento de coesão textual, pois está pautado noprocesso de referenciação
resgate anafórico ou na projeção catafórica, bem como no processo interativo com o texto.
O processo de referenciação pode ser feito para trás - processo anafórico – ou para frente – processo catafórico.
4 Anáfora
A remissão referencial, quando feita para trás, constitui-se na . Fala-se de anáfora quando a interpretaçãoanáfora
de uma expressão (habitualmente designada por termo anafórico) depende da interpretação de uma outra
expressão presente no contexto verbal (o ).antecedente
Do grego ): levantar, levar para cima, puxar para si, e, por extensão, oferecer, relatar, narrar,anafora (ana-ferw
imputar algo a alguém).
Mais concretamente, a expressão referencialmente não autônoma (o termo anafórico) retoma, total ou
parcialmente, o valor referencial do antecedente.
Para que essa referenciação anafórica contribui?
Essa referenciação anafórica, além de contribuir para a retomada do texto, também contribui para a elaboração
de sentidos no texto, para indicar pontos de vista, assinalar orientações argumentativas, (re)categorizar objetos
presentes na memória discursiva, apontar posições ideológicas, acentuar um tom valorativo etc.
Há casos de anáfora em que o termo anafórico e o antecedente são correferentes (isto é, designam a mesma
entidade, como o exemplo (I), e o exemplo (II) ilustram), mas há também casos de anáfora sem correferência
(veja-se o exemplo (III)).
I) O João está doente. Vi-o na semana passada. Neste exemplo, o pronome pessoal [0] é o termo anafórico,
referencialmente dependente, que retoma o valor referencial do grupo nominal [o João].
II) A Ana comprou um cão. O animal já conhece todos os cantos da casa. Neste exemplo, o termo anafórico é o
grupo nominal [o animal], que retoma o valor referencial do antecedente [o cão]. É a relação de / hiponímia
hiperonimia entre [cão] e [animal] que suporta a correferência.
III) A sala de aula está degradada. As carteiras estão todas riscadas. Neste exemplo, a interpretação referencial
do sintagma nominal [as carteiras] depende da sua relação anafórica com o sintagma nominal [a sala de aula]. Há
uma relação parte-todo (ver meronimia e holonimia) entre os lexemas em causa que sustenta a relação anafórica.
Processo de referenciação
- -4
Resta esclarecer que o processo de referenciação não se constrói apenas entre forma referente textual e forma
remissiva, mas também se levando em conta o contexto textual. Nesse caso, será o contexto que relacionará os
elementos do texto anaforicamente. Para a interpretação e elaboração do texto, é necessário um contexto.
O contexto físico não afeta a linguagem diretamente, mas sempre por intermédio dos conhecimentos (memória
discursiva) do falante e do ouvinte, de modo que a maior parte das assunções contextuais é recuperada da
memória, ou seja, do contexto cognitivo dos interlocutores. Isto é, o contexto é um conjunto de suposições
trazidas para a interpretação de um enunciado.
• Catáfora
Do grego katafora ( : baixar, levar para baixo, fazer cair), o termo é utilizado, em linguística, porkata-ferw
alguns autores, para designar uma unidade verbal que remete antecipadamente para outra que aparece
posteriormente no mesmo texto.
• Catáfora x Anáfora
Numa cadeia de referência, a expressão que estabelece o referente pode ocorrer no discurso
subsequente àquele em que surgem as expressões referencialmente dependentes habitualmente
designadas por termos anafóricos (anáfora).
• Termos Anafóricos
Quando a cadeia de referência exibe esta ordenação linear, o termo catáfora substitui o termo anáfora.
No fragmento textual "A irmã olhou-o e disse: - João, estás com um ar cansado”, o pronome pessoal o é
uma expressão referencialmente não autônoma, cujo valor depende da interpretação de uma expressão
presente no contexto discursivo subsequente, o nome próprio João. Catáfora designa este tipo particular
de anáfora, em que o termo anafórico precede o antecedente.
• Estruturação textual
É preciso que os produtores de textos dominem uma série de estratégias de organização da informação e
de estruturação textual. A continuidade de um texto resulta de um equilíbrio variável entre dois
movimentos fundamentais: retroação e progressão. Aos elementos que realizam essa ligação se atribui a
função de coesão, e eles correspondem basicamente a marcas linguísticas da superfície do texto, de
caráter sintático ou gramatical.
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5 Coesão X Coerência
Halliday e Hasan ( , 1976) ressaltam que a coesão entre as frases é O fator determinante deCohesion in English
um texto. É a coesão que permite chegar à (aquilo que permite distinguir um texto de um não texto); atextura
coesão obtém-se em grande parte a partir da gramática e também a partir do léxico.
A coesão diz respeito ao modo como ligamos os elementos textuais numa sequência; a coerência não é apenas
uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos elementos
textuais.
A coesão textual pode conseguir-se mediante quatro procedimentos gramaticais elementares, sem querermos
avançar aqui com um modelo universal, mas apenas definir operações fundamentais:
• Substituição
: Substituição quando uma palavra ou expressão substitui outras anteriores:
Exemplo: O foi ao cinema. não gostou do filme.Rui Ele 
• Reiteração
Reiteração: quando se repetem formas no texto:
Exemplo:
- E um beijo?! E um beijo do seu filhinho?! - Quando dará beijos o meu menino?! (Fialho de Almeida)
Obs.: A reiteração pode ser lexical (“E um beijo”) ou semântica (“filhinho”/ “menino”).
• Conjunção
Conjunção: quando uma palavra, expressão ou oração se relaciona com outras antecedentes por meio
de conectores gramaticais:
Exemplos:
O cão da Teresa desapareceu.não mais se sentiu segura.A partir daí, 
A partir do momento em que o seu cão desapareceu, a Teresa não mais se sentiu segura.
• Concordância
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Concordância: quando se obtém uma sequência gramaticalmente lógica, em que todos os elementos
concordam entre si (tempos e modos verbais correlacionados; regências verbais corretas, gênero
gramatical corretamente atribuído, coordenação e subordinação entre orações):
Exemplo:
Cheguei, vi e venci. lavar os dentes e vou para a cama. que o teste bem. Primeiro vou depois Espero corra 
muito cansado, trabalhei até tarde.Estava porque 
6 A coesão sequencial
A coesão sequencial “é aquela que diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se
estabelecem diversos tipos de interdependência semântica e/ou pragmática entre enunciados (ou partes de
enunciados) à medida que se faz o texto progredir” (KOCH, 2005).
Esse tipo de mecanismo de coesão se refere ao desenvolvimento textual propriamente dito, ora por
procedimentos de manutenção temática, com o emprego de termos pertencentes ao mesmo campo semântico,
ora por meio de processos de progressão temática.
A referenciação refere-se às formas de introdução, no texto, de novas entidades ou referentes. Quando os
referentes apontam para frente, remetem para trás, ou servem de base para novas referências, tem-se a
progressão referencial.
Ainda segundo KOCH, a coesão sequencial ocorre também através de dois mecanismos básicos:
• a recorrência que se faz através da recorrência de termos, de estruturas (paralelismo), de conteúdos 
semânticos (paráfrase), de recursos fonológicos segmentais e suprassegmentais (ritmo, rima, aliteração, 
eco etc.), de aspecto e tempos verbais;
• a progressão cujos mecanismos possibilitam: - a manutenção temática pelo uso de termos de um mesmo 
campo lexical; - os encadeamentos que podem ocorrer por justaposição (com o uso de partículas 
sequenciadora temporais que se referem ao tempo do mundo real ou partículas ordenadoras ou 
continuativas de enunciados ou sequências textuais) ou por conexão (feita por meio de conectores do 
tipo lógico ou por operadores do discurso, estabelecendo os dois tipos de conectores de relações 
diversas).
A progressão temática pode realizar-se por meio da satisfação de compromissos textuais anteriores ou por meio
de novos acréscimos ao texto.
Ao primeiro tipo pertencem os seguintes casos:
• Condicionalidade: Se chover, eu não irei.
• Causalidade: Todos foram de roupa de praia porque estava fazendo sol.
• Implicação lógica: Só há um meio de fazer isso: trabalhando.
Os acréscimos ao texto podem ser feitos de vários modos:
• Explicação ou justificativa: Todos chegaram na hora marcada, pois o trânsito estava bom.
• Conjunção: Cheguei na hora marcada. E comigo vieram meus primos.
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• Conjunção: Cheguei na hora marcada. E comigo vieram meus primos.
7 A coesão referencial
A coesão referencial “se estabelece entre dois ou mais componentes da superficie textual que remetem (ou
permitem recuperar) um mesmo referente (que pode, evidentemente, ser acrescido de outros traços que se lhe
vão agregando textualmente” (KOCH-1988:75). Este tipo de coesão ocorre através de dois mecanismos básicos: 
 e .substituição reiteração
a) quando um componente da superfície textual é retomado (anaforicamente) ou precedido Substituição, “
(cataforicamente) por uma pró-forma” (KOCH, 2005);
b) que pode se fazer através de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, expressões nominais Reiteração 
definidas ou repetição do mesmo item lexical;
Ocorre coesão referencial quando um elemento da sequência textual se remete a outro elemento do mesmo
texto, substituindo-o:
a) Encontrei na esquina, mas não falei com meu irmão ele.
b) estava lá, na esquina, o Ele meu irmão!
A seguir, observe como procedem esses mecanismos.
Substituição de um elemento por outro:
• As formas pronominais
• As formas verbais
• As formas adverbiais
• As formas numerais
7.1 Substituição de um elemento por outro
As formas pronominais
• Pronomes pessoais de terceira pessoa: O aluno saiu mas e sua mãe voltaram logo a seguir.ele
• Pronomes substantivos indefinidos: João e Pedro estiveram lá, mas falou nada.nenhum
• Pronomes substantivos possessivos: Renato comprou um jornal mas leu o meu.
• Pronomes substantivos demonstrativos: Ela viu a blusa vermelha mas comprou esta.
• Pronomes substantivos interrogativos: João, Pedro e Paulo falaram, mas disse a verdade?qual
• Pronomes substantivos relativos: O livro trouxe é menos interessante.que
• Pronomes adverbiais: Foi à Europa e foi feliz.lá
As formas verbais
Neste caso, os verbos e são empregados em referência a todo o predicado e não apenas ao verbo:fazer ser 
O cantor apresentou dois números mas o mímico não o mesmo.fez 
Ele trouxe todos os livros mas porque precisava.é 
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As formas adverbiais
As formas adverbiais
Saiu duas vezes e o outro, nunca.
As formas numerais
João e Maria saíram, mas os voltaram logo.dois
Comprou vários presentes; o , uma bicicleta.primeiro
Fiz dez exercícios e meu primo fez o .dobro
Havia dez laranjas e comeu um delas.terço
7.2 Reiteração de elementos do texto
As repetições do mesmo termo
• As repetições do mesmo termo de forma idêntica:
Comprou a casa, mas não tinha porta.a casa 
• As repetições do mesmo termo com um novo determinante:
Comprou a casa, mas lhe trouxe problemas.essa casa 
• As repetições do mesmo termo de forma abreviada:
Fernando Henrique Cardoso governa com problemas e por isso é malvisto.FHC 
• As repetições do mesmo termo de forma ampliada:
Lula é candidato, mas não está bem no pleito.Luis Inácio Lula da Silva 
• As repetições do mesmo termo de forma cognata:
Trabalhar é bom e o enriquece.trabalho 
7.3 Os sinônimos ou quase sinônimos
• Os sinônimos ou quase sinônimos hipônimos:
Comprou flores e deu para a mulher.as rosas 
• Os sinônimos ou quase sinônimos hiperônimos:
Vinha um ônibus, mas o pedestre não viu o veículo.
• Os sinônimos ou quase sinônimos nomes genéricos:
Trouxe cadernos, livros e outras coisas.
• Os sinônimos ou quase sinônimos termos simbólicos:
Inácio tinha dúvidas se iria para a Igreja, mas o apelo da foi forte.cruz 
7.4 Expressões nominais definidas:
Expressões nominais definidas:
Pelé foi a Paris onde o foi premiado.maior jogador do século 
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Há ainda a coesão recorrencial, que caracteriza-se pela repetição de algum tipo de elemento anterior que não
funciona, a exemplo do caso da coesão referencial, como uma alusão ao mesmo referente, mas como uma
“recordação” de um mesmo padrão. Ela pode aparecer de várias formas:
A recorrência de Termos:
Rosa falava, falava, falava...
O paralelismo:
Consiste na recorrência da mesma estrutura sintática: Pão no forno, água na garrafa e fruta na geladeira não
alimentam.
A Paráfrase:
Se refere à recorrência de conteúdos semânticos, marcada por expressões introdutórias como isto é, ou seja, quer
dizer, digo ou melhor, em outras palavras: Ele não compareceu, ou seja, sumiu.
Recursos Fonológicos (ou sons, caso da rima):
Ele estava triste, desolado, sem carinho, tristinho...
Elipse:
Dentro desse tipo de coesão estão os casos de elipse: “O grande objetivo da vida não é o conhecimento, mas [...] a
ação”. Em que se omite a estrutura “o grande objetivo da vida é”.
8 Coerência textual – Coerência e coesão são níveis 
distintos de análise.
Coesão
A coesão diz respeito ao modo como ligamos os elementos textuais numa sequência
Coerência
Saiba mais
Há ainda quem amplie essa noção de coesão para além do texto (denominada exofórica),
quando a referência está sujeita ao conhecimento prévio do leitor/ouvinte.
Mas não nos deteremos nesse item, pois é um assunto demasiado extenso para o conteúdo de
nossas aulas.
Passemos, agora, para o outro tópico dessa aula.
- -10
A coerência não e apenas uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos e às relações semânticas que
permitema união dos elementos textuais.
Coesão X Coerência
Coerência e coesão são fenômenos distintos porque podem ocorrer numa sequência coesiva de fatos isolados
que, combinados entre si, não têm condições para formar um texto.
A falta de coerência em um texto é facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra
sentido lógico entre as proposições de um enunciado oral ou escrito.
É a competência linguística, tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de imediato a
coerência de um discurso.
A competência linguística combina-se com a competência textual para possibilitar certas operações simples ou
complexas da escrita literária ou não literária: um resumo, uma paráfrase, uma dissertação a partir de um tema
dado, um comentário a um texto literário etc.
A coerência de um texto depende da continuidade de sentidos entre os elementos descritos e inscritos no texto.
A fronteira entre um texto coerente e um texto incoerente depende em exclusivo da competência textual do
leitor /alocutário para decidir sobre essa continuidade fundamental que deve presidir à construção de um
enunciado. A coerência e a incoerência revelam-se não direta e superficialmente no texto, mas indiretamente por
ação da leitura/audição desse texto.
• Coerência narrativa
Coerência narrativa consiste nas implicações lógicas entre as partes do texto. Para que um sujeito realize
uma ação, ele deverá ter competência para efetuá-la.
Ex. Fui a uma festa onde todos fumavam, e, por isso, a fumaça impedia que visse qualquer coisa, encostei-
me à coluna e comecei a observar as pessoas que eram ruivas e morenas.
Se o narrador não enxergava nada, é incoerente dizer que conseguia observar e distinguir as pessoas, ou
seja, sem a competência para realizar um desempenho, o mesmo não pode ocorrer.
• Coerência argumentativa
Coerência argumentativa é aquela que está relacionada com a adequação entre afirmações e
consequências.
Ex: Sou a favor da pena de morte, mas contra tirar a vida de alguém.
É incoerente alguém dizer ser a favor da pena de morte, mas contra tirar a vida de alguém.
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Coerência figurativa
Coerência figurativa refere-se à compatibilidade das figuras dentro de um determinado tema.
Para que seja possível a compreensão de um tema veiculado por figuras encadeadas, as mesmas
precisam ser compatíveis uma com a outra.
Seria incoerente descrever um tema como despreocupação citando pessoas atrasadas para o trabalho,
engarrafamentos e estresse.
• Coerência temporal
Coerência temporal é aquela que implica na sucessão dos acontecimentos e na compatibilidade dos
enunciados no ponto de vista de sua localização no tempo.
Seria incoerente dizer que o assassino foi executado e depois condenado.
O que vem na próxima aula
• Produção e análise de textos em língua portuguesa;
• A construção do texto: introdução.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu os conceitos de referenciação, coesão e coerência;
• Relacionou coesão e coerência dentro do texto;
• Reconheceu os principais mecanismos de coesão e coerência dentro do texto.
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	Olá!
	1 Coesão textual, referenciação, coerência textual
	2 Coesão
	3 Referenciação
	4 Anáfora
	Catáfora
	Catáfora x Anáfora
	Termos Anafóricos
	Estruturação textual
	5 Coesão X Coerência
	Substituição
	Reiteração
	Conjunção
	Concordância
	6 A coesão sequencial
	7 A coesão referencial
	7.1 Substituição de um elemento por outro
	7.2 Reiteração de elementos do texto
	7.3 Os sinônimos ou quase sinônimos
	7.4 Expressões nominais definidas:
	8 Coerência textual – Coerência e coesão são níveis distintos de análise.
	Coerência narrativa
	Coerência argumentativa
	Coerência figurativa
	Coerência temporal
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO