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O Crime do Padre Amaro: Resumo Por Capítulo Paráfrase da obra “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós, por Bruno Alves Todos os direitos reservados. © 2012-2017 ResumoPorCapítulo.com.br contato@resumoporcapitulo.com.br http://resumoporcapitulo.com.br/ mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br http://resumoporcapitulo.com.br/ ÍNDICE PARA ENTENDER A OBRA 2 Capítulo 1 2 Capítulo 2 2 Capítulo 3 3 Capítulo 4 3 Capítulo 5 4 Capítulo 6 5 Capítulo 7 5 Capítulo 8 6 Capítulo 9 6 Capítulo 10 7 Capítulo 11 8 Capítulo12 9 Capítulo 13 9 Capítulo 14 10 Capítulo 15 10 Capítulo 16 11 Capítulo 17 11 Capítulo 18 12 Capítulo 19 12 Capítulo 20 13 Capítulo 21 13 Capítulo 22 14 Capítulo 23 15 Capítulo 24 15 Capítulo 25 16 QUESTÕES DE VESTIBULAR 17 O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 2 PARA ENTENDER A OBRA Publicado em 1875, O Crime do Padre Amaro é uma obra de cunho naturalista-realista que retrata comportamentos e padrões de personagens da sociedade portuguesa daquela época, com grande ênfase determinista: o homem como produto do meio em que vive. Além disso, faz dura crítica à estrutura social sustentada por um clero hipócrita e uma burguesia sem valores, enquanto os indivíduos sofrem por não saberem lidar com os sentimentos e paixões que surgem em contraposição a essa estrutura. Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura! Capítulo 1 Em Leiria, Portugal, o pároco da Sé, José Miguéis, morreu de apoplexia (derrame cerebral). O padre tinha fama de comilão e não era muito querido pelos fieis, sendo logo esquecido. Para substituí-lo, seria enviado o jovem padre Amaro Vieira. Cônego Dias era o único em Leiria que conhecia Amaro, de quando era seu mestre no seminário: lembrava que era um garoto de bons costumes e com uma boa voz. Encarregado de providenciar uma moradia para o novo pároco, Dias planejava alojá-lo na casa da S. Joaneira, uma mulher viúva com quem tinha uma relação muito próxima. Compartilhando sua ideia com o coadjutor da Sé, o cônego Dias ressaltava as qualidades de S. Joaneira, procurando afirmar que eram falsas as calúnias que circulavam sobre seu suposto envolvimento íntimo com ela. O coadjutor questionou se não haveria problema em hospedar um padre tão jovem na mesma casa em que vivia uma moça, Ameliazinha, filha de S. Joaneira, mas Dias não viu risco algum. Capítulo 2 Em uma semana Amaro Vieira chegava a Leiria, sendo recebido pelo cônego e causando uma boa impressão nos moradores do local. Dias reparou que o jovem padre estava mais forte e viril. Levado à casa de S. Joaneira, Amaro ceou acompanhado do cônego, com quem relembrou os tempos de seminário e de quem recebeu boas recomendações sobre sua http://resumoporcapitulo.com.br/ mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 3 anfitriã. Amélia, filha de S. Joaneira, chegou mais tarde e cruzou rapidamente com o padre. O novo pároco se preparava para dormir, lendo maquinalmente suas orações, quando Amélia entrou no quarto que ficava sobre o seu, permitindo que ele ouvisse os ruídos de suas roupas sendo despidas. Capítulo 3 Amaro fora nascido e criado na casa da Marquesa de Alegros, patroa de seus pais, em Lisboa. Possuía uma irmã mais velha em Coimbra e um tio merceeiro que vivia noutro bairro. Ao ficar órfão foi adotado pela nobre mulher, que dirigiu sua educação deixou- lhe garantido em testamento os estudos no seminário. Antes de entrar para a vida eclesiástica, Amaro passou algum tempo trabalhando com seu tio, que o tratava muito mal. O seminário era visto como uma alternativa de libertação daquela realidade. Ao ver os padres participando de suntuosas refeições e ostentando joias, o garoto franzino almejava um bom futuro. Seu único desgosto seria o de não poder se casar: àquela altura já reparava nas formas femininas com certo desejo. A disciplina rígida do seminário foi amenizada por amizades que formou com colegas que compartilhavam seus sofrimentos. Conseguia notas razoáveis, mas não chegava a ser um aluno muito aplicado, nem possuía grandes ambições. Os desejos carnais devoravam-lhe internamente, enquanto aprendia sobre os perigos do pecado. Ordenado padre, Amaro foi enviado à freguesia de Feirão, local remoto, habitado por pobres pastores, onde viveu dias tediosos. Com a ajuda financeira de sua irmã e a indicações políticas da filha de sua mentora, que havia se tornado condessa, ele consegue uma mudança para Leiria, sede do bispado. Capítulo 4 No dia seguinte à chegada do novo pároco, beatas se ajuntavam na casa de S. Joaneira para saberem do homem, que havia saído cedo com o cônego. As mulheres visitavam alcova de Amaro e elogiavam suas roupas e objetos sagrados. Libaninho, o beato da cidade, também fez uma breve visita. Enquanto isso o padre encontrava-se com o chantre, governante local, apresentando-lhe a carta de recomendação do conde de Ribamar, com quem era casada a filha da Marquesa de Alegros. Passearam pela região e à noite foram à casa de S. Joaneira. O jantar teve a presença das beatas da cidade, D. Maria da Assunção, D. Joaquina e D. Ana Gansoso, e D. Josefa, irmã do cônego, todas ávidas por conhecerem o novo padre. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 4 Também participaram da ceia o Sr. João Eduardo, que se mostrava enamorado por Amélia, e Artur, com seu violão. Amaro tomou conhecimento da Santa de Arregassa, uma mulher da região que vivia acamada há vinte e cinco anos e cujas rezas eram sempre atendidas. Durante a conversa, o padre não hesitava em reparar nas formas físicas de Amélia. Depois de Artur entoar uma canção romântica, todos jogaram loto (bingo). Na última rodada Amélia e Amaro, que estavam sentados lado a lado, marcaram a quina ao mesmo tempo. João Eduardo parabenizou a menina com despeito e foi embora. Todos já tinham partido e Amaro se preparava para dormir quando saiu de seu quarto para buscar água e flagrou Amélia começando a despir-se. A menina saiu assustada e o padre teve medo que aquilo se tornasse um escândalo, porém ela logo se desculpou o informou onde estava a bebida. Amaro passou a noite acordado, excitado pela cena presenciada. Capítulo 5 No andar de cima Amélia também estava desperta, ouvindo a vizinha adormecer seu bebê com uma canção de ninar. Ela lembrava-se de seu passado, quando sua mãe embalava o sono de um irmãozinho seu que morrera. Quando pequena Amélia teve uma mestra que vivera num convento e contava-lhe histórias sobre freiras apaixonadas. A mãe recebia visitas frequentes de padres e isso a tornava sempre interessada nos costumes da igreja. Seu mestre de piano também tinha histórias de um homem apaixonado por uma freira, que se tornou frade franciscano após a morte de sua amada. Quando estava preste a “ser mulher” a garota teve febres e sonhos em que via figuras religiosas beijando-se amorosamente, seguidas de imagens sangrentas. Com quinze anos Amélia foi cortejada por um rapaz durante uma estada na praia. Dias depois, no entanto, ela soube que o moço havia se casado com outra. Desiludida, chegou a pensar em ser freira. Com vinte e três anos já não nutria sentimentos românticos, devotando seu tempo à religião. Conheceu João Eduardo, quese dispôs a casar com ela, mas não se empolgava com a ideia, adiando o acordo. Assim foi a vida de Amélia até a chegada de Amaro, a quem ficou observando pela janela, quando saía de casa, na manhã seguinte ao inesperado encontro noturno. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 5 Capítulo 6 Amaro logo se acomodou à vida em Leiria, que parecia uma recompensa dos anos sofridos com seu tio, no seminário e em Feirão: tinha roupas limpas, comida quentinha, companhia de mulheres e responsabilidades leves. A convivência com Amélia, que se fazia muito aberta ao pároco em conversas e brincadeiras, despertava-lhe desejos profundos. Havia uma publicação chamada “Cânticos a Jesus” que trazia orações repletas de termos que poderiam ser interpretados como luxuriosos: “Amo-te compaixão e desespero! Abrasa-me! Queima-me! Vem! Esmaga-me! Possui-me!”. Padre Amaro resolveu presentear Amélia com este livro e ela sofria de insônia e palpitações após sua leitura. Certo dia ao chegar em casa padre Amaro encontrou a porta do quarto de S. Joaneira entreaberta e a flagrou na companhia do cônego Dias, ambos vestindo-se. Saiu sem ser notado e ficou ruminando aquele escândalo jamais suspeitado: seriam mãe e filha sedutoras de padres em troca de ajuda financeira? Concluía que eram todos pecadores e chegava a sentir prazer ao imaginar possuir Amélia em um quarto enquanto o cônego se uniria a S. Joaneira no outro. Mais tarde Amaro encontrou João Eduardo fazendo visita a Amélia, situação que sempre o incomodava. Ainda afetado pela cena que presenciara, isolou-se em seu quarto lamentando que tenha sido levado ao seminário: poderia ser um ótimo marido, seria totalmente devotado à sua família, tinha inveja de João Eduardo. Foi dormir desejando Amélia e seus beijos. Capítulo 7 Dias depois houve um jantar na casa do abade da Cortegassa, que fazia aniversário, com a presença de vários padres da diocese e do beato Libaninho. Os religiosos se fartavam de pratos deliciosos enquanto discutiam descompromissadamente o número crescente de mendigos e famintos na região, relatavam os arranjos políticos que os levavam a usar a fé para barganhar votos e repreendiam a promiscuidade que rondava o povoado ao mesmo tempo em que, jocosamente, insinuavam casos amorosos entre padres e fieis. Amaro surpreendia-se com algumas destas revelações, chegando a contrariar a fala de um padre que insinuou a irrelevância das confissões para a absolvição de pecados. Iniciava-se um profundo debate quando foi servida a sobremesa e os ânimos se acalmaram. Após beberem vinho o grupo de clérigos decidiu passear pelas fazendas. No caminho Amaro resolve retornar à sua casa e encontra Amélia na fazenda de D. Maria da Assunção, que ficava ao lado da propriedade de sua mãe. Convidando o padre a conhecer as terras, descobre que o portão está fechado e o convida a pular o muro. Já do outro lado Amaro recebe Amélia em seus braços após o salto e não resiste a beijar-lhe o O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 6 pescoço. A garota fica corada e sai correndo, deixando o caseiro responsável por levar o pároco embora. Internamente Amélia vibrava com a sensação de que Amaro realmente gostava dela. Há algum tempo tinha consciência de sua afeição pelo jovem padre e temia que ele não percebesse suas intenções. Ao voltar para casa, passando em frente a Sé, rezou para que seu amor se realizasse. Capítulo 8 Assustado com a possibilidade de ser denunciado por Amélia à sua mãe ou ao seu namorado, Amaro decide buscar ajuda do cônego e sugerir que mudasse de casa. Dias não suspeitou do real motivo que levava o padre a desejar essa mudança, ainda que ele desse indícios do que ocorrera. Em seus cálculos o cônego só pensava que seria bom ter de volta o quarto desocupado: era ali que ele se deitava com S. Joaneira, o que estava se tornando mais raro, uma vez que ela agora dividia seu aposento com a filha. Dessa forma providenciou logo uma nova moradia para Amaro. Ao encontrar Amélia o padre procurou se desculpar e revelou sua intenção de deixar a casa, mas a menina não reagiu. S. Joaneira ficou muito triste quando soube da mudança do padre, a quem se dizia muito apegada. Na sua nova casa, muito triste e mal cuidada, Amaro sentia-se arrependido da decisão precipitada que tomara: provavelmente Amélia não lhe traria problema algum, pelo contrario, poderia ter saciado todos os seus desejos. Com pensamentos confusos, o jovem padre teve raiva de suas antigas anfitriãs, considerando-as culpadas de seu infortúnio. Fantasiou uma carreira de sucesso no sacerdócio, por meio da qual se vingaria de Amélia e se sentiria superior aos demais seres humanos. Capítulo 9 Por algum tempo a vida de Amaro tornou-se monótona: não fazia visitas a S. Joaneira e recebia em sua casa somente o coadjutor, com quem conversava vagamente sobre questões da igreja. Não se interessava nas reuniões com os membros da diocese e tentava distrair-se com leituras, mas não via sentido em nada. Amélia, em sua casa, exaltava-se sempre que a campainha tocava, esperando ver a figura de Amaro, mas só recebia a visita de João Eduardo, por quem começava a sentir repulsa. Com saudades da presença do padre, resignava-se em seu quarto a chorar. Sabendo de histórias trágicas de mulheres que se apaixonaram por religiosos, a garota O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 7 procurou afastar seus pensamentos românticos, mas eles logo voltavam a dominar sua mente. Este sofrimento chegou a afetar sua saúde. Numa missa de domingo Amaro foi surpreendido pela presença de Amélia e sua mãe. Ao se encontrarem, S. Joaneira convidou-o a participar dos jantares em sua casa, dizendo sentir-se vítima de sua ingratidão. Amélia reforçou o convite, dizendo estar muito triste,”como doida”. Entusiasmado com a oportunidade de se reaproximar de sua amada, o padre confirmou sua presença. A intimidade entre Amaro e Amélia logo se restabeleceu com os longos jantares compartilhados, durante os quais estavam sempre próximos, roçando os joelhos sob a mesa e trocando olhares. João Eduardo via a presença do padre como uma ameaça e, ao perceber o claro envolvimento de Amélia, decidiu revelar a ela suas suspeitas. Após negar a acusação, a menina procurou o padre para contar-lhe do risco que corriam. Daí em diante passaram a dissimular a atração que sentiam, obtendo nessa postura ainda mais fervor em suas paixões. Capítulo 10 João Eduardo tinha o costume de encontrar-se à noite com Agostinho Pinheiro, redator da “Voz do Distrito”, jornal liberal, patrocinado pelo doutor Godinho, que costumava atacar o governo e o clero. Motivado por seu ciúme do relacionamento entre Amélia e Amaro, João se propôs a escrever um artigo em que atacaria os hábitos pouco virtuosos dos religiosos locais. Com o texto em mãos Agostinho vibrou pelo escândalo que ela causaria na sociedade. Amaro, com o desejo de aprofundar sua relação com Amélia, enviou-lhe um bilhete propondo um encontro, mas não obteve resposta. Resolveu escrever uma longa carta, declarando todo o seu amor e defendendo a pureza do mesmo. Chegando à casa de S. Joaneira, prestes a entregar sua correspondência amorosa, o pároco foi surpreendido pela presença do cônego e de todos outros padres da diocese: eles liam, espantados, a nota anônima publicada no jornal que denunciava comportamentos promíscuos e faltas morais dos religiosos. Entre os casos citados, havia o de um jovem padre que estaria se aproveitando da inocência de uma garota de família com objetivos torpes. Espantados, os padres decidiram pedir a intervenção do governo contra a publicação, mas a liberdade de imprensa era defendida pelo Estado a todo custo. João Eduardo, já contente com o sucesso de seu texto, caiu nas graças do doutor Godinho, que lhe garantiuarranjar um emprego no governo rapidamente. Com esta O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 8 garantia o jovem correu à casa de S. Joaneira para pedir a mão de Amélia em casamento. Sentindo-se abandonada por Amaro desde a publicação do artigo e vitimizada pelos comentários maldosos da vizinhança, Amélia chegou a considerar que deveria entregar- se logo a João Eduardo, que lhe daria estabilidade e boa fama. Seus desejos, entretanto, eram mais fortes e não conseguia evitar pensar em fugir com o padre. Em outros momentos imaginava que mesmo casada poderia manter uma proximidade com o pároco, confessando-se com ele. Coagida pelas circunstâncias, Amélia resolveu escrever a João aceitando o casamento. Amaro ficou sabendo da decisão por meio do cônego Dias e entrou em desespero ao ver esvair-se qualquer possibilidade de ter com ela um romance. Amaro fazia uma visita à noiva, sob o olhar atento de João Eduardo, procurando esconder todo o abalo que sentia, quando um padre surge com notícias graves: o chantre, persuadido pelo artigo da “Voz do Distrito”, começava a tomar medidas contra os clérigos, mudando-os de freguesia. Capítulo 11 Padre Natário empenhou-se em descobrir quem era o escritor do artigo que difamava a Igreja, fazendo diversos contatos com políticos e outros padres. A identidade de João Eduardo vazou por meio da confissão da esposa do doutor Godinho e essa informação logo chegou aos ouvidos de Amaro, que viu aí o meio para ter Amélia novamente sob seu controle. Durante aquela noite o jovem padre procurava justificar a si mesmo, com argumentos religiosos, a denúncia que faria à noiva, mas ao dormir sonhava estar ao seu lado como amante, sendo elogiado pelo demônio por sua perspicácia. A irmã de S. Joaneira, uma velha que estava doente há muito tempo, entrou em estado terminal. João Eduardo frustrou-se ao perceber que o luto poderia adiar seu casamento. Aproveitando a oportunidade de estar na casa de Amélia para acompanhar os últimos momentos de sua tia, Amaro procurou-a para contar a descoberta sobre o autor do artigo. A jovem noiva ficou perplexa ao saber que João Eduardo fora capaz de escrever tantas imoralidades e o padre Amaro aproveitou para orientá-la a cancelar o casamento, sempre utilizando argumentos morais em seu julgamento. Amélia chorava e Amaro a consolou dando-lhe um beijo em seus lábios. A criada da casa apareceu para noticiar que a velha tia havia partido. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 9 Iniciava-se o velório quando chegou João Eduardo, que se ofereceu para ajudar, mas foi dispensado pelo pároco. Capítulo12 No dia seguinte Amaro foi visitar D. Josefa Dias, irmã do cônego e madrinha de Amélia. A senhora já havia sido informada sobre a autoria do artigo por meio do padre Natário e, com a orientação de Amaro, mostrou-se totalmente disposta a convencer a afilhada a largar João Eduardo. O padre ainda a persuadiu a levar a menina para confessar-se com ele, que poderia dar bons aconselhamentos neste momento. Dois dias depois Amélia era levada à Sé por D. Josefa para confessar-se ao padre Amaro. Enquanto a menina fica na igreja, a madrinha vai à botica e espalha entre os presentes sua indignação com João Eduardo, já garantindo que o matrimônio estava desfeito. No horário combinado D. Josefa retorna à Sé e precisa aguardar algum tempo, pois Amélia demora-se no confessionário. Capítulo 13 Chegando à casa de S. Joaneira, João Eduardo recebe das mãos da empregada uma carta de Amélia, na qual é declarado o fim de seu relacionamento, motivado pelo artigo que fora escrito por ele. O jovem procurou por Agostinho, quem imaginava tê-lo delatado, mas o jornalista apontou doutor Godinho como a única pessoa a quem citara seu nome. No dia seguinte João Eduardo armou uma emboscada para cruzar com Amélia na rua e tentar reverter sua situação, mas a moça foi irredutível. Em seguida procurou doutor Godinho, desejando obter vingança por meios jurídicos, mas o advogado negou qualquer possibilidade de litígio contra a igreja. Alvo da suspeita de tê-lo denunciado, Godinho exaltou-se e revelou que só falara do caso à sua esposa, pois no casamento nada podia ser escondido. Reforçando que não havia meios de contornar o caso, o homem alertou que qualquer tentativa de contra ataque por parte de João Eduardo iria voltar contra si mesmo. Quase sem esperanças o ex-noivo procurou pelo doutor Gouveia, médico ateu que tinha alguma influência sobre os moradores da região e poderia defendê-lo perante as beatas. O erudito, apesar de concordar com as denúncias de João Eduardo, analisou o caso friamente e achou naturais os movimentos calculistas do pároco, bem como sua vitória final: tratava-se do homem mais forte na conquista de sua fêmea – e o argumento religioso era uma grande força. O jovem queixou-se que tudo isso lhe dava um enorme sofrimento ao coração e o médico lembrou-lhe que talvez fosse outro o órgão acometido, cuja cura poderia ser muito rápida. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 10 Capítulo 14 João Eduardo andava pela rua, desiludido, quando encontra Gustavo, tipógrafo da “Voz do Distrito” e militante operário. O amigo o convida para almoçar e, embalado por várias doses de vinho, fica estarrecido ao saber da história de “perseguição religiosa” que João lhe conta. Os dois planejam revidar o golpe com a publicação de um panfleto perturbador, mas se dão conta que não possuem dinheiro para financiar a publicação. Terminada a refeição os dois jovens estão bêbados e João Eduardo quase arranja confusão com o dono da taberna. Depois de tentar em vão falar com Amélia, passando em frente à Sé, o jovem cruza com o padre Amaro e lhe dá um murro no ombro. Padre Silvério, que acompanhou a cena, gritou por socorro: João foi preso e a notícia da “tentativa de assassinato” do padre correu de boca em boca pela freguesia. Domingos, administrador da região, chamou os envolvidos na confusão para fazerem seus depoimentos. Após uma reunião com os padres, o administrador parabenizou João Eduardo e deu-lhe a liberdade: Amaro, como bom Católico, concedia-lhe o perdão. A benevolência do padre Amaro ganhou fama na cidade, assim como o ódio ao bêbado, sacrílego e violento João Eduardo, que perdeu seu emprego e sua promessa de cargo no governo. Na casa de S. Joaneira havia alguns pertences do criminoso que foram parar na fogueira. Ao saber da miséria em que viveria seu antigo noivo, Amélia chegou a queixar-se com Amaro, mas o padre afirmou que Deus haveria de dar novas oportunidades a João Eduardo em outras freguesias. Durante o tradicional chá, os dois voltaram a encostar seus joelhos e a darem as mãos sob a mesa. Capítulo 15 No domingo houve uma missa cantada, situação em que padre Amaro exercia o maior fascínio nos fiéis, com sua firme voz. Amélia assistia sua atuação com encanto e algum ciúme de sua posição. S. Joaneira, sabendo que o padre tinha a criada doente, pensava em trazê-lo de volta à sua casa. Na casa do cônego houve um jantar em homenagem ao pároco, no qual não compareceu S. Joaneira por queixar-se de dores. Já ao fim da refeição cônego Dias também sentiu um mal-estar e foi socorrido com prontidão. Na hora de irem embora, à noite, Amaro ofereceu-se para acompanhar Amélia. Como iniciava a chover, o religioso convidou-a para entrar em sua casa. Após meia hora a moça deixou o local. Dionísia, irmã da criada de Amaro, os auxiliou e acobertou o encontro. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 11 Capítulo 16 No dia seguinte a única preocupação de Amaro era com a confidencialidade de Dionísia. Ao encontrá-la, entretanto, descobriu ter uma grande aliada, a troco de algumas moedas: a senhora era experiente em casos de relações proibidas e logo sugeriu que o casalpassasse a se ver na casa do sineiro da igreja, que ficava junto à Sé. Para isso bastaria que o pároco convencesse o homem a conceder seu espaço em alguns momentos. Tio Esguelhas, um homem perneta, era o tal sineiro. Viúvo, ele vivia com Totó, uma filha paralítica que sofria de “histeria” – não sabia ler, mal se comunicava e não saía da cama. Para convencê-lo a ceder sua casa para os encontros com Amélia, o padre Amaro disse necessitar de um esconderijo onde poderia orientar a menina para sua grande vocação: ser freira. Por outro lado, viu na idiotice de Totó uma perfeita desculpa para justificar aos outros as idas da menina àquela casa: ela estaria ensinando o alfabeto e as orações Católicas à doente. Por meio de um bilhete Amaro contou seus planos a Amélia, que concordou com a ideia. Assim que teve a oportunidade, durante um chá na casa de S. Joaneira, o pároco sensibilizou as beatas da região sobre o caso da filha do sineiro, insinuando que Amélia poderia fazer a boa ação de instruí-la nos preceitos religiosos. Facilmente ele convenceu a todas e Amélia teve um ataque de riso ao presenciar a situação, justificando-se pela felicidade que sentia por servir a Deus. Os encontros na casa do sineiro aconteciam até duas vezes por semana: Amélia procurava passar algumas lições à Totó e depois subia para o quarto com o padre, onde mergulhavam em prazeres. A paralítica reparava nos movimentos do casal e na beleza de Amaro, também o desejando. O ciúme que sentia fez com que se tornasse arisca com sua “professora”. Capítulo 17 Padre Amaro atingia o ápice de sua felicidade: os encontros amorosos com Amélia eram seguros e bem aproveitados, a garota o obedecia cegamente e a paróquia tinha cada vez mais respeito por ele. Totó adoecera gravemente e logo morreria, levando consigo seu segredo. Com ciúme de qualquer tentativa de maior liberdade de sua amada, ele impedia sua ida a bailes e a repreendia ela quando insinuava reparar em outros homens. Sua posição de sacerdote era usada como mais um atrativo para a fidelidade de Amélia: Amaro dizia que se entregar a um homem da Igreja era como ter uma relação direta com Deus. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 12 Capítulo 18 A aversão de Totó a Amélia se intensificava: a paralítica se recusava a receber as lições e insultava o casal ao ouvi-los subirem as escadas. Amélia acreditava que a mulher era possuída pelo demônio. Amaro concluiu que era melhor deixar de tentar educá-la e usar a casa somente para seus namoros. Certo dia, na Igreja, padre Amaro mostrava a Amélia a nova capa que a Nossa Senhora havia ganhado e sugeriu que a moça a vestisse. Contrariada pelo sacrilégio que estaria cometendo, a jovem obedeceu ao padre, que a achou linda, mas sentiu-se muito incomodada. Durante as noites Amélia passou a ter pesadelos com Totó, Nossa Senhora e Amaro; sua saúde se fragilizava. Preocupada, S. Joaneira buscou ajuda do cônego Dias, que prometeu fazer uma visita à casa do sineiro para descobrir o que se passava. Acompanhando Amélia até a casa do Tio Esguelhas, Dias teve a oportunidade de ficar a sós com Totó e ela revelou, ainda que de maneira confusa, o que presenciava durante as visitas do pároco: Amélia e ele subiam ao quarto e podia se ouvir o barulho da cama se mexendo, agiam “como cães”. Pasmo com as revelações da idiota, o cônego procurou Amaro para tirar satisfações, mas foi surpreendido quando o padre reverteu suas acusações: sabia que o superior mantinha relações amorosas coma mãe de Amélia. Conscientes da fragilidade de ambos, os religiosos entraram num acordo de apoio mútuo. Amaro ficava cada vez mais acomodado com seus arranjos, mas Amélia sentia crescer uma culpa por seus hábitos. Menos encantada pelo padre, a garota ganhava consciência que não desejava ser para sempre sua concubina e cobrava dele uma perfeita postura religiosa, como forma de compensar seus desvios. Ainda assim o pároco sempre a convencia a entregar-se a ele, bajulando-a com presentes quando necessário. Capítulo 19 Desesperado, Amaro procura o cônego para compartilhar um grande problema: Amélia está grávida. Como solução, Dias propõe que procurem por João Eduardo: casado com a moça, ele seria declarado pai de seu filho. Dionísia é escolhida para seguir o paradeiro do rapaz e trazê-lo de volta a Leiria. Ao saber do plano traçado pelos sacerdotes, Amélia reage com repulsa e diz preferir a morte a unir-se a um excomungado, sentindo-se usada e abandonada por Amaro. Com o tempo, no entanto, enxerga um futuro estável e moralmente digno com seu ex-noivo como uma boa alternativa de vida. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 13 Dionísia encontra algumas pistas de João Eduardo, mas o tempo passa depressa. Amaro sente ciúmes de Amélia, que se demonstra cada vez mais à vontade com a possibilidade de casamento. Pressionada, a garota garante que mesmo depois de casada continuará servindo ao padre sempre que possível. Todo o plano, entretanto, vai por água abaixo quando se descobre que João Eduardo viajou para o Brasil. Capítulo 20 Amélia amargurava-se com a indefinição de seu destino enquanto Amaro pedia confiança na providência divina. A gravidez começava a ficar aparente, mas um grave adoecimento de D. Josefa concentra as atenções de todos. Com a recuperação de sua irmã, cônego Dias é orientado a levá-la para uma temporada de recuperação na Ricoça, numa fazenda. O religioso reclama com Amaro que desejaria passar este tempo retirado na praia com S. Joaneira, como de costume, e o padre enxerga aí uma forma de manejar a situação de Amélia: poderia enviá-la para Ricoça com D. Josefa, onde teria o filho, enquanto Dias acompanharia sua mãe ao litoral. Depois, dar-se-ia um fim à criança. Apoiando a ideia do pároco, cônego Dias convenceu Joaneira e Josefa a agirem como era necessário – a esta última teria que justificar a gravidez de Amélia como resultado de uma relação com um homem casado, que precisaria ser mantida em segredo. A garota, por outro lado, sentiu-se triste por ter de passar meses isolada num sítio que considerava amedrontador, mas aceitou o desígnio de Amaro. Depois da partida dos quatro, Amaro recebe a notícia do falecimento de Totó e vela seu corpo. Capítulo 21 Sob a orientação do cônego, Amaro passou as primeiras semanas sem visitar Amélia, já que isso poderia gerar suspeitas sobre si. Sem a companhia da maioria dos amigos, o padre passou um período de grande desgosto: rezava missas somente pela obrigação e não se dedicava às orações e rituais que o sacerdócio impunha. Na Ricoça Amélia também passava por maus momentos: D. Josefa a tratava com enorme desprezo, a vizinhança não era agradável e as noites eram perturbadas por terríveis pesadelos. Sua condição somente tornou-se suportável pela companhia do abade Ferrão, homem sábio e tranquilo que estava habituado a uma religiosidade menos punitiva e mais construtiva. Ganhando simpatia pela figura do religioso, Amélia aceitou confessar-se a ele para livrar-se do peso que carregava. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 14 Capítulo 22 Dionísia apareceu com novidades sobre João Eduardo: o rapaz voltara do Brasil e vivia agora na mesma região em que Amélia estava hospedada. Padre Amaro dirigiu-se imediatamente à Ricoça para ordenar à moça que não tivesse relações com o jovem. Chegando à fazenda, o pároco foi recebido por D. Josefa com entusiasmo: a beata não gostava da companhia do abade e sentia-se punida por ter de conviver com uma alma impura. Amélia, por outro lado, se preservou de qualquer aproximação íntima do padre: agora ela lutava para livrar-se dos pecados que torturavam sua consciência. Incomodado com a frieza de Amélia, Amaro fez novas visitas à fazenda, descobrindo por meio de Josefa que a menina estava confessando-secom Ferrão. O pároco tentou tirar satisfações com a jovem, mas continuou sendo repelido. Escreveu-lhe cartas apaixonadas com o intuito de reconquistá-la e, em certa visita, encontrou o abade Ferrão, que o advertiu sobre sua conduta. Enquanto isso João Eduardo passava frequentemente em frente à casa em que estava sua antiga noiva, procurando por sua imagem nas janelas. O jovem escrivão estava prestes a embarcar para o Brasil quando Morgadinho de Poais, figura excêntrica e liberal da região, o convidou para viver consigo, como professor de seus filhos, num desafio às tradições religiosas. João, que se considerava um romântico injustiçado, nunca deixou de pensar em Amélia com amor e considerou uma ironia do destino estar novamente tão próximo a ela. Abade Ferrão tinha amizade com Morgadinho e viu em João Eduardo uma figura muito correta, que poderia servir como um bom marido para Amélia. Sutilmente, ele relatava à moça as conversas que tinha com o rapaz e amenizava sua culpa no caso do artigo difamatório publicado no jornal. Doutor Gouveia, fazendo visitas à D. Josefa, percebeu a gravidez de Amélia e se colocou à disposição da moça, sem julgá-la mal por seus atos. Assim, a menina percebia contar com a verdadeira providência divina na pessoa do médico e do abade que dela cuidavam, enquanto enxergava cada vez mais claramente o interesse superficial que Amaro tinha por ela. Seguindo conselhos do cônego Dias, padre Amaro distanciou-se de Amélia por algum tempo, durante o qual fez uma viagem ao litoral. No mesmo período o abade Ferrão adoeceu e deixou a menina numa solidão que a desestabilizou. O plano de Amaro certo e, quando ele retornou à Ricoça, tratando a menina com desprezo, recebeu dela exigências de atenção e amor. Ferrão já planejava o reencontro de Amélia e João Eduardo, mas a garota, abalada com sua nova queda por Amaro, não teve certeza de que atitude tomar. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 15 Capítulo 23 Com o parto de Amélia prestes a ocorrer, Amaro precisava decidir o que seria feito da criança. Dionísia apresentou duas possibilidades: uma ama que cuidaria do bebê, ou uma “tecedeira de anjos”, mulher que recebia recém-nascidos que “nunca sobreviviam”. O padre refletiu muito sobre a situação, imaginando que talvez fosse melhor a morte a uma vida de enjeitado. Sentimental com o final de sua gravidez, Amélia já decidira o nome do filho, que seria Carlos, e desejava poder visitá-lo constantemente. Durante as manhãs recebia o padre Amaro, de quem exigia cuidados e carinho. À tarde o abade Ferrão surgia e a garota indagava-o sobre João Eduardo: se o rapaz adotasse a criança, casar-se-ia com ele. Chegou o dia do nascimento: Dionísia e Doutor Gouveia foram à Ricoça enquanto o padre Amaro tomou sua a decisão final: contratou a “tecedeira de anjos” para fazer o seu trabalho, com receio que a sobrevivência da criança pudesse incriminá-lo, pois já havia pela cidade rumores de um novo escândalo entre os religiosos. Na hora marcada Amaro esteve em frente à fazenda e recebeu seu filho dos braços de Dionísia. Num instante de enternecimento o pároco arrependeu-se do destino que daria à criança e entregou o bebê à “tecedeira” com ordens de mantê-lo vivo. Dentro da casa Doutor Gouveia e o abade Ferrão jantavam discutindo acaloradamente sobre as disfunções sociais causadas pelo império da fé sobre a razão e pelo poder sacerdotal sobre a sociedade. Dionísia convoca o médico com urgência: Amélia pede pelo seu bebê, entra em pânico, convulsiona... Após horas de sofrimento a jovem mãe é desenganada pelo Doutor e recebe a extrema unção do abade, falecendo logo em seguida. Capítulo 24 No dia seguinte, após uma cerimônia de batismo, Amaro recebeu de Dionísia a noticia da morte de Amélia. Desolado, o padre decide recuperar seu filho e criá-lo em algum lugar distante. Ao encontrar a “tecedeira”, no entanto, descobre que a criança morrera “naturalmente”. Abalado com tantas perdas, padre Amaro resolve viver isolado em alguma paróquia distante, deixando uma carta ao cônego Dias em que compartilha seus planos. Para os demais, ele diz ir a Lisboa visitar sua irmã que estaria doente. No dia após a partida de Amaro, um cortejo fúnebre leva o corpo de Amélia, cuja morte é justificada com um aneurisma rebentado. Abade Ferrão procede ao enterro, que é acompanhado com muita dor por João Eduardo. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 16 Capítulo 25 Em maio de 1871, em Lisboa, as notícias do massacre da Comuna de Paris agitam a sociedade. Defensores do proletariado criticam o governo, capitalistas lamentam a destruição da cidade-luz. No meio do alvoroço cônego Dias chama por Amaro, que não via desde sua partida de Leiria. O padre conta que desistiu das ideias extremas de isolamento e arranjou-se na cidade com o apoio do conde de Ribamar. Dias relata a normalidade que segue em Leiria. Ambos se mostram abismados com os acontecimentos da França, onde vários clérigos foram fuzilados durante os combates. O próprio conde de Ribamar surge e participa da conversa, fazendo previsões políticas de restabelecimento dos poderes conservadores e enaltecendo a situação estável e próspera de Portugal, cujo sucesso ele atribui grandemente à atuação de sacerdotes como os que ele tem diante de si. FIM O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 17 QUESTÕES DE VESTIBULAR 1. (UEMS) Assinale a alternativa em que o discurso do narrador, no trecho transcrito de O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, NÃO reflete o ponto de vista do personagem indicado entre colchetes. (A) "A ideia da doença, da solidão que ela traz, faziam agora parecer a João Eduardo mais amarga a perda de Amélia. Se adoecesse, teria de ir para o hospital. O malvado do padre tirara-lhe tudo – mulher, felicidade, confortos de família, doces companhias da vida!" [JOÃO EDUARDO] (B) "Apenas fechou a carta, as folhas de papel branco espalhadas diante dela deram-lhe o desejo d’escrever ao padre Amaro. Mas o quê? Confessar-lhe o seu amor, com a mesma pena, molhada na mesma tinta, com que aceitava por marido o outro?... Acusá- lo de cobardia, mostrar o seu desgosto – era humilhar-se!" [AMÉLIA] (C) "O cônego soprava, agarrando fortemente o guarda-chuva contra o vento; Natário, cheio de fel, rilhava os dentes, encolhido no seu casacão; Amaro caminhava de cabeça caída, num abatimento de derrota; e enquanto os três padres, assim agachados sob o guarda-chuva do cônego, iam chapinhando as poças pela rua tenebrosa, por trás a chuva penetrante e sonora ia-os ironicamente fustigando!" [O CÔNEGO] (D) "Viera a suspeitar que a ela no fundo não lhe desagradava a mudança. João Eduardo por fim era um homem; tinha força dos vinte e seis anos, os atrativos de um belo bigode. Ela teria nos braços dele o mesmo delírio que tinha nos seus... Se o escrevente fosse um velho consumido de reumatismo, ela não mostraria a mesma resignação." [PADRE AMARO] 2. (UEMS) Considerando-se os cenários, ou ambientes, em que se passam os acontecimentos narrados em O crime do padre Amaro, é CORRETO afirmar que eles: (A) parecem distorcidos, porque resultam da mistura de sonho com realidade. (B) importam apenas à medida que ressoam no interior das personagens. (C) representam alegoricamente o drama vivido pelos personagens Amaro e Amélia. (D) são objetivamente descritos e, neles, cada personagem desempenha seu papel. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 18 3. (UFRS-2007) Considerando a obra "O Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós, associe adequadamente cada uma das afirmações da coluna 2 ao respectivo personagem, que consta na coluna 1. Coluna 1 1 - Amaro 2 - João Eduardo 3 - Cônego Dias 4 - Amélia 5 - Conde de Ribamar 6 - Carlota 7 - Ruça 8- Dr. Godinho Coluna 2 ( ) Recebe o noivo de Amélia à porta da casa na Rua Misericórdia e entrega-lhe a carta de rompimento. ( ) É um livre-pensador que publica o "Comunicado" anônimo no jornal "Voz do Distrito". ( ) Seduzido, sente-se fraco, e, em seu intimo, o sacerdócio entra em conflito com a liberdade. ( ) Em suas mãos morre, em circunstâncias obscuras, o filho dos protagonistas. ( ) Afirma, sob a estátua de Camões, orgulhar-se das instituições e do clero português. A sequencia correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: (A) 6 - 8 - 2 - 7 - 1. (B) 7 - 2 - 1 - 6 - 5. (C) 8 - 2 - 3 - 6 - 1. (D) 6 - 5 - 1 - 7 - 4. (E) 7 - 1 - 3 - 8 - 4. O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 19 4. Leia o seguinte trecho: “O seu amor era pois uma infração canônica, não um pecado da alma: podia desagradar ao senhor chantre, não a Deus; seria legitimo num sacerdócio de regra mais humana. Lembrava-se de se fazer protestante: mas onde, como?” Fica claro neste trecho que a escolha religiosa de Amaro é resultado de, exceto: (A) uma vocação verdadeira e pessoal (B) uma imposição social (C) uma imposição familiar (D) uma fuga (E) uma oportunidade lucrativa 5. A respeito do Padre Amaro é correto o que se afirma em: (A) Representa apenas a hipocrisia política portuguesa, através da sua relação de poder com a condessa de Ribamar. (B) Sintetiza todos os defeitos do clero lisboeta. (C) É apenas um exemplo do fracasso da educação religiosa na época de Eça de Queirós. (D) É resultado de uma série de desvios comportamentais proporcionados, principalmente, pelo meio em que está inserido. (E) Não lhe são atribuídas características físicas interessantes, o fascínio que cria em Amélia vem, apenas, do fato de ser um religioso. 6. (PUC-RS) “Daí a pouco as pessoas que estavam nas lojas viram atravessar a Praça, entre a corpulência vagarosa do cônego Dias e a figura esguia do coadjutor, um homem um pouco curvado, com um capote de padre. Soube- se que era o pároco novo; e disse- se logo na botica que era uma ‘boa figura de homem’. (...) Eram quase nove horas, a noite cerrara. Em redor da Praça as casas estavam já adormecidas: das lojas debaixo da arcada saía a luz triste dos candeeiros de petróleo, entreviam-se dentro figuras sonolentas, caturrando em cavaqueira, ao balcão. As ruas que vinham dar à Praça, O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO ResumoPorCapítulo.com.br 20 tortuosas, tenebrosas, com um lampião mortiço, pareciam desabitadas. E no silêncio o sino da Sé dava vagarosamente o toque das almas.” Com base no trecho e em seu contexto, assinale a única afirmativa INCORRETA. (A) O trecho pertence à obra O crime do Padre Amaro, cujo enredo traz uma relação amorosa entre um padre e uma mulher. (B) Eça de Queirós, autor da obra Os Maias, pertenceu à escola realista do século XIX e é considerado um dos maiores escritores portugueses. (C) O excerto apresenta uma característica do estilo de Eça de Queirós: a capacidade descritiva, que se evidencia quando o autor procura fotografar a realidade. (D) O trecho apresenta uma primeira repercussão da chegada do novo pároco, já reforçando uma imagem mais ‘carnal’ do que ‘espiritual’. (E) A obra à qual este trecho pertence apresenta um olhar benevolente para a igreja católica.
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