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O CRIME DO PADRE AMARO- RESUMO POR CAPÍTULO

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O Crime do Padre Amaro: Resumo Por Capítulo 
Paráfrase da obra “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós, por Bruno Alves 
 
Todos os direitos reservados. 
© 2012-2017 ResumoPorCapítulo.com.br 
 
contato@resumoporcapitulo.com.br 
 
 
http://resumoporcapitulo.com.br/
mailto:contato@resumoporcapitulo.com.br
http://resumoporcapitulo.com.br/
ÍNDICE 
PARA ENTENDER A OBRA 2 
Capítulo 1 2 
Capítulo 2 2 
Capítulo 3 3 
Capítulo 4 3 
Capítulo 5 4 
Capítulo 6 5 
Capítulo 7 5 
Capítulo 8 6 
Capítulo 9 6 
Capítulo 10 7 
Capítulo 11 8 
Capítulo12 9 
Capítulo 13 9 
Capítulo 14 10 
Capítulo 15 10 
Capítulo 16 11 
Capítulo 17 11 
Capítulo 18 12 
Capítulo 19 12 
Capítulo 20 13 
Capítulo 21 13 
Capítulo 22 14 
Capítulo 23 15 
Capítulo 24 15 
Capítulo 25 16 
QUESTÕES DE VESTIBULAR 17 
 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 2 
 
PARA ENTENDER A OBRA 
Publicado em 1875, O Crime do Padre Amaro é uma obra de cunho naturalista-realista 
que retrata comportamentos e padrões de personagens da sociedade portuguesa daquela 
época, com grande ênfase determinista: o homem como produto do meio em que vive. 
Além disso, faz dura crítica à estrutura social sustentada por um clero hipócrita e uma 
burguesia sem valores, enquanto os indivíduos sofrem por não saberem lidar com os 
sentimentos e paixões que surgem em contraposição a essa estrutura. 
Este resumo destina-se a contar o livro em uma linguagem mais acessível e concisa, 
sem deixar de lado os episódios que sustentam a obra como um todo e explicando 
alguns pontos que podem não ficar claros apenas com a leitura do texto original. Em 
alguns casos, para explanações mais completas sobre fatos históricos e expressões da 
época, há links que podem ser acessados diretamente no texto. 
Caso restem dúvidas quanto à obra ou ao próprio resumo, entre em contato pelo site 
ResumoPorCapítulo.com.br ou envie um e-mail para 
contato@resumoporcapitulo.com.br. Teremos prazer em ajudar! Boa leitura! 
Capítulo 1 
Em Leiria, Portugal, o pároco da Sé, José Miguéis, morreu de apoplexia (derrame 
cerebral). O padre tinha fama de comilão e não era muito querido pelos fieis, sendo logo 
esquecido. Para substituí-lo, seria enviado o jovem padre Amaro Vieira. 
Cônego Dias era o único em Leiria que conhecia Amaro, de quando era seu mestre no 
seminário: lembrava que era um garoto de bons costumes e com uma boa voz. 
Encarregado de providenciar uma moradia para o novo pároco, Dias planejava alojá-lo 
na casa da S. Joaneira, uma mulher viúva com quem tinha uma relação muito próxima. 
Compartilhando sua ideia com o coadjutor da Sé, o cônego Dias ressaltava as 
qualidades de S. Joaneira, procurando afirmar que eram falsas as calúnias que 
circulavam sobre seu suposto envolvimento íntimo com ela. O coadjutor questionou se 
não haveria problema em hospedar um padre tão jovem na mesma casa em que vivia 
uma moça, Ameliazinha, filha de S. Joaneira, mas Dias não viu risco algum. 
Capítulo 2 
Em uma semana Amaro Vieira chegava a Leiria, sendo recebido pelo cônego e 
causando uma boa impressão nos moradores do local. Dias reparou que o jovem padre 
estava mais forte e viril. 
Levado à casa de S. Joaneira, Amaro ceou acompanhado do cônego, com quem 
relembrou os tempos de seminário e de quem recebeu boas recomendações sobre sua 
http://resumoporcapitulo.com.br/
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O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 3 
 
anfitriã. Amélia, filha de S. Joaneira, chegou mais tarde e cruzou rapidamente com o 
padre. 
O novo pároco se preparava para dormir, lendo maquinalmente suas orações, quando 
Amélia entrou no quarto que ficava sobre o seu, permitindo que ele ouvisse os ruídos de 
suas roupas sendo despidas. 
Capítulo 3 
Amaro fora nascido e criado na casa da Marquesa de Alegros, patroa de seus pais, em 
Lisboa. Possuía uma irmã mais velha em Coimbra e um tio merceeiro que vivia noutro 
bairro. Ao ficar órfão foi adotado pela nobre mulher, que dirigiu sua educação deixou-
lhe garantido em testamento os estudos no seminário. 
Antes de entrar para a vida eclesiástica, Amaro passou algum tempo trabalhando com 
seu tio, que o tratava muito mal. O seminário era visto como uma alternativa de 
libertação daquela realidade. Ao ver os padres participando de suntuosas refeições e 
ostentando joias, o garoto franzino almejava um bom futuro. Seu único desgosto seria o 
de não poder se casar: àquela altura já reparava nas formas femininas com certo desejo. 
A disciplina rígida do seminário foi amenizada por amizades que formou com colegas 
que compartilhavam seus sofrimentos. Conseguia notas razoáveis, mas não chegava a 
ser um aluno muito aplicado, nem possuía grandes ambições. Os desejos carnais 
devoravam-lhe internamente, enquanto aprendia sobre os perigos do pecado. 
Ordenado padre, Amaro foi enviado à freguesia de Feirão, local remoto, habitado por 
pobres pastores, onde viveu dias tediosos. Com a ajuda financeira de sua irmã e a 
indicações políticas da filha de sua mentora, que havia se tornado condessa, ele 
consegue uma mudança para Leiria, sede do bispado. 
Capítulo 4 
No dia seguinte à chegada do novo pároco, beatas se ajuntavam na casa de S. Joaneira 
para saberem do homem, que havia saído cedo com o cônego. As mulheres visitavam 
alcova de Amaro e elogiavam suas roupas e objetos sagrados. Libaninho, o beato da 
cidade, também fez uma breve visita. 
Enquanto isso o padre encontrava-se com o chantre, governante local, apresentando-lhe 
a carta de recomendação do conde de Ribamar, com quem era casada a filha da 
Marquesa de Alegros. Passearam pela região e à noite foram à casa de S. Joaneira. 
O jantar teve a presença das beatas da cidade, D. Maria da Assunção, D. Joaquina e D. 
Ana Gansoso, e D. Josefa, irmã do cônego, todas ávidas por conhecerem o novo padre. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 4 
 
Também participaram da ceia o Sr. João Eduardo, que se mostrava enamorado por 
Amélia, e Artur, com seu violão. 
Amaro tomou conhecimento da Santa de Arregassa, uma mulher da região que vivia 
acamada há vinte e cinco anos e cujas rezas eram sempre atendidas. Durante a conversa, 
o padre não hesitava em reparar nas formas físicas de Amélia. 
Depois de Artur entoar uma canção romântica, todos jogaram loto (bingo). Na última 
rodada Amélia e Amaro, que estavam sentados lado a lado, marcaram a quina ao mesmo 
tempo. João Eduardo parabenizou a menina com despeito e foi embora. 
Todos já tinham partido e Amaro se preparava para dormir quando saiu de seu quarto 
para buscar água e flagrou Amélia começando a despir-se. A menina saiu assustada e o 
padre teve medo que aquilo se tornasse um escândalo, porém ela logo se desculpou o 
informou onde estava a bebida. Amaro passou a noite acordado, excitado pela cena 
presenciada. 
Capítulo 5 
No andar de cima Amélia também estava desperta, ouvindo a vizinha adormecer seu 
bebê com uma canção de ninar. Ela lembrava-se de seu passado, quando sua mãe 
embalava o sono de um irmãozinho seu que morrera. 
Quando pequena Amélia teve uma mestra que vivera num convento e contava-lhe 
histórias sobre freiras apaixonadas. A mãe recebia visitas frequentes de padres e isso a 
tornava sempre interessada nos costumes da igreja. Seu mestre de piano também tinha 
histórias de um homem apaixonado por uma freira, que se tornou frade franciscano após 
a morte de sua amada. 
Quando estava preste a “ser mulher” a garota teve febres e sonhos em que via figuras 
religiosas beijando-se amorosamente, seguidas de imagens sangrentas. 
Com quinze anos Amélia foi cortejada por um rapaz durante uma estada na praia. Dias 
depois, no entanto, ela soube que o moço havia se casado com outra. Desiludida, 
chegou a pensar em ser freira. 
Com vinte e três anos já não nutria sentimentos românticos, devotando seu tempo à 
religião. Conheceu João Eduardo, quese dispôs a casar com ela, mas não se empolgava 
com a ideia, adiando o acordo. 
Assim foi a vida de Amélia até a chegada de Amaro, a quem ficou observando pela 
janela, quando saía de casa, na manhã seguinte ao inesperado encontro noturno. 
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ResumoPorCapítulo.com.br 5 
 
Capítulo 6 
Amaro logo se acomodou à vida em Leiria, que parecia uma recompensa dos anos 
sofridos com seu tio, no seminário e em Feirão: tinha roupas limpas, comida quentinha, 
companhia de mulheres e responsabilidades leves. A convivência com Amélia, que se 
fazia muito aberta ao pároco em conversas e brincadeiras, despertava-lhe desejos 
profundos. 
Havia uma publicação chamada “Cânticos a Jesus” que trazia orações repletas de termos 
que poderiam ser interpretados como luxuriosos: “Amo-te compaixão e desespero! 
Abrasa-me! Queima-me! Vem! Esmaga-me! Possui-me!”. Padre Amaro resolveu 
presentear Amélia com este livro e ela sofria de insônia e palpitações após sua leitura. 
Certo dia ao chegar em casa padre Amaro encontrou a porta do quarto de S. Joaneira 
entreaberta e a flagrou na companhia do cônego Dias, ambos vestindo-se. Saiu sem ser 
notado e ficou ruminando aquele escândalo jamais suspeitado: seriam mãe e filha 
sedutoras de padres em troca de ajuda financeira? Concluía que eram todos pecadores e 
chegava a sentir prazer ao imaginar possuir Amélia em um quarto enquanto o cônego se 
uniria a S. Joaneira no outro. 
Mais tarde Amaro encontrou João Eduardo fazendo visita a Amélia, situação que 
sempre o incomodava. Ainda afetado pela cena que presenciara, isolou-se em seu quarto 
lamentando que tenha sido levado ao seminário: poderia ser um ótimo marido, seria 
totalmente devotado à sua família, tinha inveja de João Eduardo. Foi dormir desejando 
Amélia e seus beijos. 
Capítulo 7 
Dias depois houve um jantar na casa do abade da Cortegassa, que fazia aniversário, com 
a presença de vários padres da diocese e do beato Libaninho. Os religiosos se fartavam 
de pratos deliciosos enquanto discutiam descompromissadamente o número crescente 
de mendigos e famintos na região, relatavam os arranjos políticos que os levavam a usar 
a fé para barganhar votos e repreendiam a promiscuidade que rondava o povoado ao 
mesmo tempo em que, jocosamente, insinuavam casos amorosos entre padres e fieis. 
Amaro surpreendia-se com algumas destas revelações, chegando a contrariar a fala de 
um padre que insinuou a irrelevância das confissões para a absolvição de pecados. 
Iniciava-se um profundo debate quando foi servida a sobremesa e os ânimos se 
acalmaram. 
Após beberem vinho o grupo de clérigos decidiu passear pelas fazendas. No caminho 
Amaro resolve retornar à sua casa e encontra Amélia na fazenda de D. Maria da 
Assunção, que ficava ao lado da propriedade de sua mãe. Convidando o padre a 
conhecer as terras, descobre que o portão está fechado e o convida a pular o muro. Já do 
outro lado Amaro recebe Amélia em seus braços após o salto e não resiste a beijar-lhe o 
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ResumoPorCapítulo.com.br 6 
 
pescoço. A garota fica corada e sai correndo, deixando o caseiro responsável por levar o 
pároco embora. 
Internamente Amélia vibrava com a sensação de que Amaro realmente gostava dela. Há 
algum tempo tinha consciência de sua afeição pelo jovem padre e temia que ele não 
percebesse suas intenções. Ao voltar para casa, passando em frente a Sé, rezou para que 
seu amor se realizasse. 
Capítulo 8 
Assustado com a possibilidade de ser denunciado por Amélia à sua mãe ou ao seu 
namorado, Amaro decide buscar ajuda do cônego e sugerir que mudasse de casa. Dias 
não suspeitou do real motivo que levava o padre a desejar essa mudança, ainda que ele 
desse indícios do que ocorrera. 
Em seus cálculos o cônego só pensava que seria bom ter de volta o quarto desocupado: 
era ali que ele se deitava com S. Joaneira, o que estava se tornando mais raro, uma vez 
que ela agora dividia seu aposento com a filha. Dessa forma providenciou logo uma 
nova moradia para Amaro. 
Ao encontrar Amélia o padre procurou se desculpar e revelou sua intenção de deixar a 
casa, mas a menina não reagiu. S. Joaneira ficou muito triste quando soube da mudança 
do padre, a quem se dizia muito apegada. 
Na sua nova casa, muito triste e mal cuidada, Amaro sentia-se arrependido da decisão 
precipitada que tomara: provavelmente Amélia não lhe traria problema algum, pelo 
contrario, poderia ter saciado todos os seus desejos. 
Com pensamentos confusos, o jovem padre teve raiva de suas antigas anfitriãs, 
considerando-as culpadas de seu infortúnio. Fantasiou uma carreira de sucesso no 
sacerdócio, por meio da qual se vingaria de Amélia e se sentiria superior aos demais 
seres humanos. 
Capítulo 9 
Por algum tempo a vida de Amaro tornou-se monótona: não fazia visitas a S. Joaneira e 
recebia em sua casa somente o coadjutor, com quem conversava vagamente sobre 
questões da igreja. Não se interessava nas reuniões com os membros da diocese e 
tentava distrair-se com leituras, mas não via sentido em nada. 
Amélia, em sua casa, exaltava-se sempre que a campainha tocava, esperando ver a 
figura de Amaro, mas só recebia a visita de João Eduardo, por quem começava a sentir 
repulsa. Com saudades da presença do padre, resignava-se em seu quarto a chorar. 
Sabendo de histórias trágicas de mulheres que se apaixonaram por religiosos, a garota 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 7 
 
procurou afastar seus pensamentos românticos, mas eles logo voltavam a dominar sua 
mente. Este sofrimento chegou a afetar sua saúde. 
Numa missa de domingo Amaro foi surpreendido pela presença de Amélia e sua mãe. 
Ao se encontrarem, S. Joaneira convidou-o a participar dos jantares em sua casa, 
dizendo sentir-se vítima de sua ingratidão. Amélia reforçou o convite, dizendo estar 
muito triste,”como doida”. Entusiasmado com a oportunidade de se reaproximar de sua 
amada, o padre confirmou sua presença. 
A intimidade entre Amaro e Amélia logo se restabeleceu com os longos jantares 
compartilhados, durante os quais estavam sempre próximos, roçando os joelhos sob a 
mesa e trocando olhares. 
João Eduardo via a presença do padre como uma ameaça e, ao perceber o claro 
envolvimento de Amélia, decidiu revelar a ela suas suspeitas. Após negar a acusação, a 
menina procurou o padre para contar-lhe do risco que corriam. Daí em diante passaram 
a dissimular a atração que sentiam, obtendo nessa postura ainda mais fervor em suas 
paixões. 
Capítulo 10 
João Eduardo tinha o costume de encontrar-se à noite com Agostinho Pinheiro, redator 
da “Voz do Distrito”, jornal liberal, patrocinado pelo doutor Godinho, que costumava 
atacar o governo e o clero. Motivado por seu ciúme do relacionamento entre Amélia e 
Amaro, João se propôs a escrever um artigo em que atacaria os hábitos pouco virtuosos 
dos religiosos locais. Com o texto em mãos Agostinho vibrou pelo escândalo que ela 
causaria na sociedade. 
Amaro, com o desejo de aprofundar sua relação com Amélia, enviou-lhe um bilhete 
propondo um encontro, mas não obteve resposta. Resolveu escrever uma longa carta, 
declarando todo o seu amor e defendendo a pureza do mesmo. 
Chegando à casa de S. Joaneira, prestes a entregar sua correspondência amorosa, o 
pároco foi surpreendido pela presença do cônego e de todos outros padres da diocese: 
eles liam, espantados, a nota anônima publicada no jornal que denunciava 
comportamentos promíscuos e faltas morais dos religiosos. Entre os casos citados, havia 
o de um jovem padre que estaria se aproveitando da inocência de uma garota de família 
com objetivos torpes. 
Espantados, os padres decidiram pedir a intervenção do governo contra a publicação, 
mas a liberdade de imprensa era defendida pelo Estado a todo custo. 
João Eduardo, já contente com o sucesso de seu texto, caiu nas graças do doutor 
Godinho, que lhe garantiuarranjar um emprego no governo rapidamente. Com esta 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 8 
 
garantia o jovem correu à casa de S. Joaneira para pedir a mão de Amélia em 
casamento. 
Sentindo-se abandonada por Amaro desde a publicação do artigo e vitimizada pelos 
comentários maldosos da vizinhança, Amélia chegou a considerar que deveria entregar-
se logo a João Eduardo, que lhe daria estabilidade e boa fama. Seus desejos, entretanto, 
eram mais fortes e não conseguia evitar pensar em fugir com o padre. Em outros 
momentos imaginava que mesmo casada poderia manter uma proximidade com o 
pároco, confessando-se com ele. 
Coagida pelas circunstâncias, Amélia resolveu escrever a João aceitando o casamento. 
Amaro ficou sabendo da decisão por meio do cônego Dias e entrou em desespero ao ver 
esvair-se qualquer possibilidade de ter com ela um romance. 
Amaro fazia uma visita à noiva, sob o olhar atento de João Eduardo, procurando 
esconder todo o abalo que sentia, quando um padre surge com notícias graves: o 
chantre, persuadido pelo artigo da “Voz do Distrito”, começava a tomar medidas contra 
os clérigos, mudando-os de freguesia. 
Capítulo 11 
Padre Natário empenhou-se em descobrir quem era o escritor do artigo que difamava a 
Igreja, fazendo diversos contatos com políticos e outros padres. A identidade de João 
Eduardo vazou por meio da confissão da esposa do doutor Godinho e essa informação 
logo chegou aos ouvidos de Amaro, que viu aí o meio para ter Amélia novamente sob 
seu controle. 
Durante aquela noite o jovem padre procurava justificar a si mesmo, com argumentos 
religiosos, a denúncia que faria à noiva, mas ao dormir sonhava estar ao seu lado como 
amante, sendo elogiado pelo demônio por sua perspicácia. 
A irmã de S. Joaneira, uma velha que estava doente há muito tempo, entrou em estado 
terminal. João Eduardo frustrou-se ao perceber que o luto poderia adiar seu casamento. 
Aproveitando a oportunidade de estar na casa de Amélia para acompanhar os últimos 
momentos de sua tia, Amaro procurou-a para contar a descoberta sobre o autor do 
artigo. 
A jovem noiva ficou perplexa ao saber que João Eduardo fora capaz de escrever tantas 
imoralidades e o padre Amaro aproveitou para orientá-la a cancelar o casamento, 
sempre utilizando argumentos morais em seu julgamento. Amélia chorava e Amaro a 
consolou dando-lhe um beijo em seus lábios. A criada da casa apareceu para noticiar 
que a velha tia havia partido. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 9 
 
Iniciava-se o velório quando chegou João Eduardo, que se ofereceu para ajudar, mas foi 
dispensado pelo pároco. 
Capítulo12 
No dia seguinte Amaro foi visitar D. Josefa Dias, irmã do cônego e madrinha de 
Amélia. A senhora já havia sido informada sobre a autoria do artigo por meio do padre 
Natário e, com a orientação de Amaro, mostrou-se totalmente disposta a convencer a 
afilhada a largar João Eduardo. O padre ainda a persuadiu a levar a menina para 
confessar-se com ele, que poderia dar bons aconselhamentos neste momento. 
Dois dias depois Amélia era levada à Sé por D. Josefa para confessar-se ao padre 
Amaro. Enquanto a menina fica na igreja, a madrinha vai à botica e espalha entre os 
presentes sua indignação com João Eduardo, já garantindo que o matrimônio estava 
desfeito. 
No horário combinado D. Josefa retorna à Sé e precisa aguardar algum tempo, pois 
Amélia demora-se no confessionário. 
Capítulo 13 
Chegando à casa de S. Joaneira, João Eduardo recebe das mãos da empregada uma carta 
de Amélia, na qual é declarado o fim de seu relacionamento, motivado pelo artigo que 
fora escrito por ele. O jovem procurou por Agostinho, quem imaginava tê-lo delatado, 
mas o jornalista apontou doutor Godinho como a única pessoa a quem citara seu nome. 
No dia seguinte João Eduardo armou uma emboscada para cruzar com Amélia na rua e 
tentar reverter sua situação, mas a moça foi irredutível. Em seguida procurou doutor 
Godinho, desejando obter vingança por meios jurídicos, mas o advogado negou 
qualquer possibilidade de litígio contra a igreja. Alvo da suspeita de tê-lo denunciado, 
Godinho exaltou-se e revelou que só falara do caso à sua esposa, pois no casamento 
nada podia ser escondido. Reforçando que não havia meios de contornar o caso, o 
homem alertou que qualquer tentativa de contra ataque por parte de João Eduardo iria 
voltar contra si mesmo. 
Quase sem esperanças o ex-noivo procurou pelo doutor Gouveia, médico ateu que tinha 
alguma influência sobre os moradores da região e poderia defendê-lo perante as beatas. 
O erudito, apesar de concordar com as denúncias de João Eduardo, analisou o caso 
friamente e achou naturais os movimentos calculistas do pároco, bem como sua vitória 
final: tratava-se do homem mais forte na conquista de sua fêmea – e o argumento 
religioso era uma grande força. O jovem queixou-se que tudo isso lhe dava um enorme 
sofrimento ao coração e o médico lembrou-lhe que talvez fosse outro o órgão 
acometido, cuja cura poderia ser muito rápida. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
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Capítulo 14 
João Eduardo andava pela rua, desiludido, quando encontra Gustavo, tipógrafo da “Voz 
do Distrito” e militante operário. O amigo o convida para almoçar e, embalado por 
várias doses de vinho, fica estarrecido ao saber da história de “perseguição religiosa” 
que João lhe conta. Os dois planejam revidar o golpe com a publicação de um panfleto 
perturbador, mas se dão conta que não possuem dinheiro para financiar a publicação. 
Terminada a refeição os dois jovens estão bêbados e João Eduardo quase arranja 
confusão com o dono da taberna. Depois de tentar em vão falar com Amélia, passando 
em frente à Sé, o jovem cruza com o padre Amaro e lhe dá um murro no ombro. Padre 
Silvério, que acompanhou a cena, gritou por socorro: João foi preso e a notícia da 
“tentativa de assassinato” do padre correu de boca em boca pela freguesia. 
Domingos, administrador da região, chamou os envolvidos na confusão para fazerem 
seus depoimentos. Após uma reunião com os padres, o administrador parabenizou João 
Eduardo e deu-lhe a liberdade: Amaro, como bom Católico, concedia-lhe o perdão. 
A benevolência do padre Amaro ganhou fama na cidade, assim como o ódio ao bêbado, 
sacrílego e violento João Eduardo, que perdeu seu emprego e sua promessa de cargo no 
governo. Na casa de S. Joaneira havia alguns pertences do criminoso que foram parar na 
fogueira. 
Ao saber da miséria em que viveria seu antigo noivo, Amélia chegou a queixar-se com 
Amaro, mas o padre afirmou que Deus haveria de dar novas oportunidades a João 
Eduardo em outras freguesias. Durante o tradicional chá, os dois voltaram a encostar 
seus joelhos e a darem as mãos sob a mesa. 
Capítulo 15 
No domingo houve uma missa cantada, situação em que padre Amaro exercia o maior 
fascínio nos fiéis, com sua firme voz. Amélia assistia sua atuação com encanto e algum 
ciúme de sua posição. S. Joaneira, sabendo que o padre tinha a criada doente, pensava 
em trazê-lo de volta à sua casa. 
Na casa do cônego houve um jantar em homenagem ao pároco, no qual não compareceu 
S. Joaneira por queixar-se de dores. Já ao fim da refeição cônego Dias também sentiu 
um mal-estar e foi socorrido com prontidão. 
Na hora de irem embora, à noite, Amaro ofereceu-se para acompanhar Amélia. Como 
iniciava a chover, o religioso convidou-a para entrar em sua casa. Após meia hora a 
moça deixou o local. Dionísia, irmã da criada de Amaro, os auxiliou e acobertou o 
encontro. 
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Capítulo 16 
No dia seguinte a única preocupação de Amaro era com a confidencialidade de 
Dionísia. Ao encontrá-la, entretanto, descobriu ter uma grande aliada, a troco de 
algumas moedas: a senhora era experiente em casos de relações proibidas e logo sugeriu 
que o casalpassasse a se ver na casa do sineiro da igreja, que ficava junto à Sé. Para 
isso bastaria que o pároco convencesse o homem a conceder seu espaço em alguns 
momentos. 
Tio Esguelhas, um homem perneta, era o tal sineiro. Viúvo, ele vivia com Totó, uma 
filha paralítica que sofria de “histeria” – não sabia ler, mal se comunicava e não saía da 
cama. Para convencê-lo a ceder sua casa para os encontros com Amélia, o padre Amaro 
disse necessitar de um esconderijo onde poderia orientar a menina para sua grande 
vocação: ser freira. Por outro lado, viu na idiotice de Totó uma perfeita desculpa para 
justificar aos outros as idas da menina àquela casa: ela estaria ensinando o alfabeto e as 
orações Católicas à doente. 
Por meio de um bilhete Amaro contou seus planos a Amélia, que concordou com a 
ideia. Assim que teve a oportunidade, durante um chá na casa de S. Joaneira, o pároco 
sensibilizou as beatas da região sobre o caso da filha do sineiro, insinuando que Amélia 
poderia fazer a boa ação de instruí-la nos preceitos religiosos. Facilmente ele convenceu 
a todas e Amélia teve um ataque de riso ao presenciar a situação, justificando-se pela 
felicidade que sentia por servir a Deus. 
Os encontros na casa do sineiro aconteciam até duas vezes por semana: Amélia 
procurava passar algumas lições à Totó e depois subia para o quarto com o padre, onde 
mergulhavam em prazeres. A paralítica reparava nos movimentos do casal e na beleza 
de Amaro, também o desejando. O ciúme que sentia fez com que se tornasse arisca com 
sua “professora”. 
Capítulo 17 
Padre Amaro atingia o ápice de sua felicidade: os encontros amorosos com Amélia eram 
seguros e bem aproveitados, a garota o obedecia cegamente e a paróquia tinha cada vez 
mais respeito por ele. Totó adoecera gravemente e logo morreria, levando consigo seu 
segredo. 
Com ciúme de qualquer tentativa de maior liberdade de sua amada, ele impedia sua ida 
a bailes e a repreendia ela quando insinuava reparar em outros homens. 
Sua posição de sacerdote era usada como mais um atrativo para a fidelidade de Amélia: 
Amaro dizia que se entregar a um homem da Igreja era como ter uma relação direta com 
Deus. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 12 
 
Capítulo 18 
A aversão de Totó a Amélia se intensificava: a paralítica se recusava a receber as lições 
e insultava o casal ao ouvi-los subirem as escadas. Amélia acreditava que a mulher era 
possuída pelo demônio. Amaro concluiu que era melhor deixar de tentar educá-la e usar 
a casa somente para seus namoros. 
Certo dia, na Igreja, padre Amaro mostrava a Amélia a nova capa que a Nossa Senhora 
havia ganhado e sugeriu que a moça a vestisse. Contrariada pelo sacrilégio que estaria 
cometendo, a jovem obedeceu ao padre, que a achou linda, mas sentiu-se muito 
incomodada. 
Durante as noites Amélia passou a ter pesadelos com Totó, Nossa Senhora e Amaro; sua 
saúde se fragilizava. Preocupada, S. Joaneira buscou ajuda do cônego Dias, que 
prometeu fazer uma visita à casa do sineiro para descobrir o que se passava. 
Acompanhando Amélia até a casa do Tio Esguelhas, Dias teve a oportunidade de ficar a 
sós com Totó e ela revelou, ainda que de maneira confusa, o que presenciava durante as 
visitas do pároco: Amélia e ele subiam ao quarto e podia se ouvir o barulho da cama se 
mexendo, agiam “como cães”. 
Pasmo com as revelações da idiota, o cônego procurou Amaro para tirar satisfações, 
mas foi surpreendido quando o padre reverteu suas acusações: sabia que o superior 
mantinha relações amorosas coma mãe de Amélia. Conscientes da fragilidade de ambos, 
os religiosos entraram num acordo de apoio mútuo. 
Amaro ficava cada vez mais acomodado com seus arranjos, mas Amélia sentia crescer 
uma culpa por seus hábitos. Menos encantada pelo padre, a garota ganhava consciência 
que não desejava ser para sempre sua concubina e cobrava dele uma perfeita postura 
religiosa, como forma de compensar seus desvios. Ainda assim o pároco sempre a 
convencia a entregar-se a ele, bajulando-a com presentes quando necessário. 
Capítulo 19 
Desesperado, Amaro procura o cônego para compartilhar um grande problema: Amélia 
está grávida. Como solução, Dias propõe que procurem por João Eduardo: casado com a 
moça, ele seria declarado pai de seu filho. Dionísia é escolhida para seguir o paradeiro 
do rapaz e trazê-lo de volta a Leiria. 
Ao saber do plano traçado pelos sacerdotes, Amélia reage com repulsa e diz preferir a 
morte a unir-se a um excomungado, sentindo-se usada e abandonada por Amaro. Com o 
tempo, no entanto, enxerga um futuro estável e moralmente digno com seu ex-noivo 
como uma boa alternativa de vida. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 13 
 
Dionísia encontra algumas pistas de João Eduardo, mas o tempo passa depressa. Amaro 
sente ciúmes de Amélia, que se demonstra cada vez mais à vontade com a possibilidade 
de casamento. Pressionada, a garota garante que mesmo depois de casada continuará 
servindo ao padre sempre que possível. 
Todo o plano, entretanto, vai por água abaixo quando se descobre que João Eduardo 
viajou para o Brasil. 
Capítulo 20 
Amélia amargurava-se com a indefinição de seu destino enquanto Amaro pedia 
confiança na providência divina. A gravidez começava a ficar aparente, mas um grave 
adoecimento de D. Josefa concentra as atenções de todos. 
Com a recuperação de sua irmã, cônego Dias é orientado a levá-la para uma temporada 
de recuperação na Ricoça, numa fazenda. O religioso reclama com Amaro que desejaria 
passar este tempo retirado na praia com S. Joaneira, como de costume, e o padre 
enxerga aí uma forma de manejar a situação de Amélia: poderia enviá-la para Ricoça 
com D. Josefa, onde teria o filho, enquanto Dias acompanharia sua mãe ao litoral. 
Depois, dar-se-ia um fim à criança. 
Apoiando a ideia do pároco, cônego Dias convenceu Joaneira e Josefa a agirem como 
era necessário – a esta última teria que justificar a gravidez de Amélia como resultado 
de uma relação com um homem casado, que precisaria ser mantida em segredo. A 
garota, por outro lado, sentiu-se triste por ter de passar meses isolada num sítio que 
considerava amedrontador, mas aceitou o desígnio de Amaro. 
Depois da partida dos quatro, Amaro recebe a notícia do falecimento de Totó e vela seu 
corpo. 
Capítulo 21 
Sob a orientação do cônego, Amaro passou as primeiras semanas sem visitar Amélia, já 
que isso poderia gerar suspeitas sobre si. Sem a companhia da maioria dos amigos, o 
padre passou um período de grande desgosto: rezava missas somente pela obrigação e 
não se dedicava às orações e rituais que o sacerdócio impunha. 
Na Ricoça Amélia também passava por maus momentos: D. Josefa a tratava com 
enorme desprezo, a vizinhança não era agradável e as noites eram perturbadas por 
terríveis pesadelos. Sua condição somente tornou-se suportável pela companhia do 
abade Ferrão, homem sábio e tranquilo que estava habituado a uma religiosidade menos 
punitiva e mais construtiva. Ganhando simpatia pela figura do religioso, Amélia aceitou 
confessar-se a ele para livrar-se do peso que carregava. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 14 
 
Capítulo 22 
Dionísia apareceu com novidades sobre João Eduardo: o rapaz voltara do Brasil e vivia 
agora na mesma região em que Amélia estava hospedada. Padre Amaro dirigiu-se 
imediatamente à Ricoça para ordenar à moça que não tivesse relações com o jovem. 
Chegando à fazenda, o pároco foi recebido por D. Josefa com entusiasmo: a beata não 
gostava da companhia do abade e sentia-se punida por ter de conviver com uma alma 
impura. Amélia, por outro lado, se preservou de qualquer aproximação íntima do padre: 
agora ela lutava para livrar-se dos pecados que torturavam sua consciência. 
Incomodado com a frieza de Amélia, Amaro fez novas visitas à fazenda, descobrindo 
por meio de Josefa que a menina estava confessando-secom Ferrão. O pároco tentou 
tirar satisfações com a jovem, mas continuou sendo repelido. Escreveu-lhe cartas 
apaixonadas com o intuito de reconquistá-la e, em certa visita, encontrou o abade 
Ferrão, que o advertiu sobre sua conduta. 
Enquanto isso João Eduardo passava frequentemente em frente à casa em que estava sua 
antiga noiva, procurando por sua imagem nas janelas. O jovem escrivão estava prestes a 
embarcar para o Brasil quando Morgadinho de Poais, figura excêntrica e liberal da 
região, o convidou para viver consigo, como professor de seus filhos, num desafio às 
tradições religiosas. João, que se considerava um romântico injustiçado, nunca deixou 
de pensar em Amélia com amor e considerou uma ironia do destino estar novamente tão 
próximo a ela. 
Abade Ferrão tinha amizade com Morgadinho e viu em João Eduardo uma figura muito 
correta, que poderia servir como um bom marido para Amélia. Sutilmente, ele relatava à 
moça as conversas que tinha com o rapaz e amenizava sua culpa no caso do artigo 
difamatório publicado no jornal. 
Doutor Gouveia, fazendo visitas à D. Josefa, percebeu a gravidez de Amélia e se 
colocou à disposição da moça, sem julgá-la mal por seus atos. Assim, a menina percebia 
contar com a verdadeira providência divina na pessoa do médico e do abade que dela 
cuidavam, enquanto enxergava cada vez mais claramente o interesse superficial que 
Amaro tinha por ela. 
Seguindo conselhos do cônego Dias, padre Amaro distanciou-se de Amélia por algum 
tempo, durante o qual fez uma viagem ao litoral. No mesmo período o abade Ferrão 
adoeceu e deixou a menina numa solidão que a desestabilizou. O plano de Amaro certo 
e, quando ele retornou à Ricoça, tratando a menina com desprezo, recebeu dela 
exigências de atenção e amor. 
Ferrão já planejava o reencontro de Amélia e João Eduardo, mas a garota, abalada com 
sua nova queda por Amaro, não teve certeza de que atitude tomar. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 15 
 
Capítulo 23 
Com o parto de Amélia prestes a ocorrer, Amaro precisava decidir o que seria feito da 
criança. Dionísia apresentou duas possibilidades: uma ama que cuidaria do bebê, ou 
uma “tecedeira de anjos”, mulher que recebia recém-nascidos que “nunca sobreviviam”. 
O padre refletiu muito sobre a situação, imaginando que talvez fosse melhor a morte a 
uma vida de enjeitado. 
Sentimental com o final de sua gravidez, Amélia já decidira o nome do filho, que seria 
Carlos, e desejava poder visitá-lo constantemente. Durante as manhãs recebia o padre 
Amaro, de quem exigia cuidados e carinho. À tarde o abade Ferrão surgia e a garota 
indagava-o sobre João Eduardo: se o rapaz adotasse a criança, casar-se-ia com ele. 
Chegou o dia do nascimento: Dionísia e Doutor Gouveia foram à Ricoça enquanto o 
padre Amaro tomou sua a decisão final: contratou a “tecedeira de anjos” para fazer o 
seu trabalho, com receio que a sobrevivência da criança pudesse incriminá-lo, pois já 
havia pela cidade rumores de um novo escândalo entre os religiosos. 
Na hora marcada Amaro esteve em frente à fazenda e recebeu seu filho dos braços de 
Dionísia. Num instante de enternecimento o pároco arrependeu-se do destino que daria 
à criança e entregou o bebê à “tecedeira” com ordens de mantê-lo vivo. 
Dentro da casa Doutor Gouveia e o abade Ferrão jantavam discutindo acaloradamente 
sobre as disfunções sociais causadas pelo império da fé sobre a razão e pelo poder 
sacerdotal sobre a sociedade. Dionísia convoca o médico com urgência: Amélia pede 
pelo seu bebê, entra em pânico, convulsiona... 
Após horas de sofrimento a jovem mãe é desenganada pelo Doutor e recebe a extrema 
unção do abade, falecendo logo em seguida. 
Capítulo 24 
No dia seguinte, após uma cerimônia de batismo, Amaro recebeu de Dionísia a noticia 
da morte de Amélia. Desolado, o padre decide recuperar seu filho e criá-lo em algum 
lugar distante. Ao encontrar a “tecedeira”, no entanto, descobre que a criança morrera 
“naturalmente”. Abalado com tantas perdas, padre Amaro resolve viver isolado em 
alguma paróquia distante, deixando uma carta ao cônego Dias em que compartilha seus 
planos. Para os demais, ele diz ir a Lisboa visitar sua irmã que estaria doente. 
No dia após a partida de Amaro, um cortejo fúnebre leva o corpo de Amélia, cuja morte 
é justificada com um aneurisma rebentado. Abade Ferrão procede ao enterro, que é 
acompanhado com muita dor por João Eduardo. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 16 
 
Capítulo 25 
Em maio de 1871, em Lisboa, as notícias do massacre da Comuna de Paris agitam a 
sociedade. Defensores do proletariado criticam o governo, capitalistas lamentam a 
destruição da cidade-luz. 
No meio do alvoroço cônego Dias chama por Amaro, que não via desde sua partida de 
Leiria. O padre conta que desistiu das ideias extremas de isolamento e arranjou-se na 
cidade com o apoio do conde de Ribamar. Dias relata a normalidade que segue em 
Leiria. Ambos se mostram abismados com os acontecimentos da França, onde vários 
clérigos foram fuzilados durante os combates. 
O próprio conde de Ribamar surge e participa da conversa, fazendo previsões políticas 
de restabelecimento dos poderes conservadores e enaltecendo a situação estável e 
próspera de Portugal, cujo sucesso ele atribui grandemente à atuação de sacerdotes 
como os que ele tem diante de si. 
FIM 
 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 17 
 
QUESTÕES DE VESTIBULAR 
1. (UEMS) Assinale a alternativa em que o discurso do narrador, no trecho transcrito de 
O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, NÃO reflete o ponto de vista do 
personagem indicado entre colchetes. 
(A) "A ideia da doença, da solidão que ela traz, faziam agora parecer a João Eduardo 
mais amarga a perda de Amélia. Se adoecesse, teria de ir para o hospital. O malvado do 
padre tirara-lhe tudo – mulher, felicidade, confortos de família, doces companhias da 
vida!" [JOÃO EDUARDO] 
(B) "Apenas fechou a carta, as folhas de papel branco espalhadas diante dela deram-lhe 
o desejo d’escrever ao padre Amaro. Mas o quê? Confessar-lhe o seu amor, com a 
mesma pena, molhada na mesma tinta, com que aceitava por marido o outro?... Acusá-
lo de cobardia, mostrar o seu desgosto – era humilhar-se!" [AMÉLIA] 
(C) "O cônego soprava, agarrando fortemente o guarda-chuva contra o vento; 
Natário, cheio de fel, rilhava os dentes, encolhido no seu casacão; Amaro 
caminhava de cabeça caída, num abatimento de derrota; e enquanto os três 
padres, assim agachados sob o guarda-chuva do cônego, iam chapinhando as poças 
pela rua tenebrosa, por trás a chuva penetrante e sonora ia-os ironicamente 
fustigando!" [O CÔNEGO] 
(D) "Viera a suspeitar que a ela no fundo não lhe desagradava a mudança. João Eduardo 
por fim era um homem; tinha força dos vinte e seis anos, os atrativos de um belo 
bigode. Ela teria nos braços dele o mesmo delírio que tinha nos seus... Se o escrevente 
fosse um velho consumido de reumatismo, ela não mostraria a mesma resignação." 
[PADRE AMARO] 
 
2. (UEMS) Considerando-se os cenários, ou ambientes, em que se passam os 
acontecimentos narrados em O crime do padre Amaro, é CORRETO afirmar que eles: 
(A) parecem distorcidos, porque resultam da mistura de sonho com realidade. 
(B) importam apenas à medida que ressoam no interior das personagens. 
(C) representam alegoricamente o drama vivido pelos personagens Amaro e Amélia. 
(D) são objetivamente descritos e, neles, cada personagem desempenha seu papel. 
 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 18 
 
3. (UFRS-2007) Considerando a obra "O Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós, 
associe adequadamente cada uma das afirmações da coluna 2 ao respectivo personagem, 
que consta na coluna 1. 
Coluna 1 
1 - Amaro 
2 - João Eduardo 
3 - Cônego Dias 
4 - Amélia 
5 - Conde de Ribamar 
6 - Carlota 
7 - Ruça 
8- Dr. Godinho 
Coluna 2 
( ) Recebe o noivo de Amélia à porta da casa na Rua Misericórdia e entrega-lhe a carta 
de rompimento. 
( ) É um livre-pensador que publica o "Comunicado" anônimo no jornal "Voz do 
Distrito". 
( ) Seduzido, sente-se fraco, e, em seu intimo, o sacerdócio entra em conflito com a 
liberdade. 
( ) Em suas mãos morre, em circunstâncias obscuras, o filho dos protagonistas. 
( ) Afirma, sob a estátua de Camões, orgulhar-se das instituições e do clero português. 
A sequencia correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
(A) 6 - 8 - 2 - 7 - 1. 
(B) 7 - 2 - 1 - 6 - 5. 
(C) 8 - 2 - 3 - 6 - 1. 
(D) 6 - 5 - 1 - 7 - 4. 
(E) 7 - 1 - 3 - 8 - 4. 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 19 
 
 
4. Leia o seguinte trecho: 
“O seu amor era pois uma infração canônica, não um pecado da alma: podia desagradar 
ao senhor chantre, não a Deus; seria legitimo num sacerdócio de regra mais humana. 
Lembrava-se de se fazer protestante: mas onde, como?” 
Fica claro neste trecho que a escolha religiosa de Amaro é resultado de, exceto: 
(A) uma vocação verdadeira e pessoal 
(B) uma imposição social 
(C) uma imposição familiar 
(D) uma fuga 
(E) uma oportunidade lucrativa 
 
5. A respeito do Padre Amaro é correto o que se afirma em: 
(A) Representa apenas a hipocrisia política portuguesa, através da sua relação de poder 
com a condessa de Ribamar. 
(B) Sintetiza todos os defeitos do clero lisboeta. 
(C) É apenas um exemplo do fracasso da educação religiosa na época de Eça de 
Queirós. 
(D) É resultado de uma série de desvios comportamentais proporcionados, 
principalmente, pelo meio em que está inserido. 
(E) Não lhe são atribuídas características físicas interessantes, o fascínio que cria em 
Amélia vem, apenas, do fato de ser um religioso. 
 
6. (PUC-RS) “Daí a pouco as pessoas que estavam nas lojas viram atravessar a Praça, 
entre a corpulência vagarosa do cônego Dias e a figura esguia do coadjutor, um homem 
um pouco curvado, com um capote de padre. Soube- se que era o pároco novo; e disse-
se logo na botica que era uma ‘boa figura de homem’. (...) Eram quase nove horas, a 
noite cerrara. Em redor da Praça as casas estavam já adormecidas: das lojas debaixo da 
arcada saía a luz triste dos candeeiros de petróleo, entreviam-se dentro figuras 
sonolentas, caturrando em cavaqueira, ao balcão. As ruas que vinham dar à Praça, 
O CRIME DO PADRE AMARO: RESUMO POR CAPÍTULO 
ResumoPorCapítulo.com.br 20 
 
tortuosas, tenebrosas, com um lampião mortiço, pareciam desabitadas. E no silêncio o 
sino da Sé dava vagarosamente o toque das almas.” 
Com base no trecho e em seu contexto, assinale a única afirmativa INCORRETA. 
(A) O trecho pertence à obra O crime do Padre Amaro, cujo enredo traz uma relação 
amorosa entre um padre e uma mulher. 
(B) Eça de Queirós, autor da obra Os Maias, pertenceu à escola realista do século XIX e 
é considerado um dos maiores escritores portugueses. 
(C) O excerto apresenta uma característica do estilo de Eça de Queirós: a capacidade 
descritiva, que se evidencia quando o autor procura fotografar a realidade. 
(D) O trecho apresenta uma primeira repercussão da chegada do novo pároco, já 
reforçando uma imagem mais ‘carnal’ do que ‘espiritual’. 
(E) A obra à qual este trecho pertence apresenta um olhar benevolente para a 
igreja católica.

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